A
PERSEGUIÇÃO DE HERODES A JESUS
Quando Jesus nasceu a Palestina estava sob o domínio
do Império Romano, que a dividiu nos distritos da Galiléia; Samaria e Judéia;
Induméia com Peréia; e Traconites com Ituréia além do Rio Jordão. Todos estes
territórios constituíam os domínios de Herodes, o Grande, que governou a
Palestina de 40 ªC. até o ano 4 ªC.
Segundo o texto de Mateus 2:1, quando Jesus nasceu
em Belém da Judéia, Herodes, o Grande reinava em Jerusalém. Diz o texto de
Mateus que uns magos vindos do Oriente a Jerusalém, perguntavam onde havia
nascido o Rei dos Judeus, pelo que tinham visto a sua estrela no Oriente e
desejam adorá-lo. Quando o Rei Herodes tomou conhecimento desse fato, ficou
muito alarmado juntamente com os habitantes de Jerusalém. Isto porque o Império
Romano jamais admitiria que alguém fosse proclamado Rei de uma província sob o
seu domínio. Por outro lado a notícia soava bem aos ouvidos dos Judeus que se
achavam oprimidos pelo Império, sendo escravizados e pagando altos tributos a
Roma. O fato de lhes nascer um Rei era por demais alviçareiro e renovava-lhes a
esperança de tornarem-se livres novamente. Esta notícia portanto deixou
Jerusalém agitada.
Herodes chamou os principais sacerdotes e escribas
do povo e interrogou-lhes acerca de onde deveria nascer o Cristo.
Responderam-lhe que seria em Belém da Judéia, porque estava escrito por
intermédio do profeta:
-“E tu Belém, terra de Judá, não és de modo algum a
menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de
apascentar a meu povo, Israel.” (Mt 2:6; Mq 5:2).
Herodes voltando-se para os magos inquiriu-os acerca
da época em que a estrela aparecera. E, enviou-lhes a Belém, com a recomendação
de que ao localizar o menino que o avisassem para que também fosse adorá-lo.
Ao partirem de Jerusalém, a estrela apareceu
novamente e os guiou até encontrarem o local onde estava o menino e isto foi
motivo de muito regozijo entre os magos (Mt 2:9-10).
Ao encontrar o menino prostaram-se e adoraram-no.
Abriram seus alforjes de tesouros e
entregam as suas ofertas: ouro, incenso e mirra.
Quando se preparavam para voltar para as suas terras
são avisados em sonho por Deus que não deviam regressar à presença de Herodes
para dar-lhe notícias. Deus conhecia desde o início que o interesse de Herodes
pelo menino era maligno (Mt 2:12).
Tão logo os magos partem Deus envia um anjo a José
em sonho que lhe diz que deve imediatamente tomar a Jesus e a Maria e fugir
para o Egito e permanecer lá até que Deus o avise, porque Herodes haveria de
procurar o menino para matar. (Mt 2:13).
A noite José toma Maria e o menino Jesus e foge para
o Egito, permanecendo lá até a morte de Herodes, o Grande, para que se
cumprisse o que fora dito pelo Senhor através do profeta Oséias –“...do Egito
chamei o meu Filho”. (Os 11:1).
Quando Herodes descobre que foi enganado pelos
magos, fica bastante irado e manda matar todos os meninos de Belém e de todos
os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual com
precisão se informara dos magos. Quando essa matança se verifica cumpre-se mais
uma profecia proclamada por Jeremias que dizia: - “Ouviu-se um clamor em Ramá,
pranto, choro e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e
inconsolável porque não mais existem”. (Mt 2:17-18).
Quando Herodes morreu, um anjo do Senhor aparece
novamente em sonho a José e orienta-lhe a voltar para Israel com a família,
porque os que atentavam contra a vida de Jesus já haviam morrido.
Quando José tomou conhecimento de que quem Reinava
na Judéia era Arquelau filho de Herodes, temeu ir para lá e, por divina
advertência prevenido em sonho, retirou-se para as regiões da Galiléia. Tendo
habitado na cidade de Nazaré onde José exerceu a profissão de carpinteiro e
onde Jesus cresceu juntamente a seus irmãos até o início de seu ministério
terreno.
Deste modo Jesus ficou livre da perseguição do
Império Romano por intermédio de Herodes, o Grande.
Mais tarde, o Tetrarca Herodes Rei sob a Galiléia,
também chamado Herodes Antipas, ouve falar da fama de Jesus (Mt 14:1) e diz que
Jesus é João que ressuscitou. Porque Jesus operava milagres, maravilhas e falava com a autoridade de João.
João Batista foi decapitado por ordenança do Rei
Herodes, Tetrarca, sob a Galiléia (Lc 9:7) para atender a um pedido de Salomé,
filha de Herodias sua mulher (ex-mulher de Herodes Filipe).
Salomé, enteada de Herodes, odiava João Batista
porque ele denunciava publicamente que o Rei havia tomado a sua mãe, mulher de
seu irmão Filipe e havia se casado com ela.
Este irmão de quem Herodes Antipas tomou a mulher,
era chamada Herodes Filipe, Tetrarca, da região de Ituréia e Traconites (Lc
3:7). Quando João foi decaptado por ordem de Herodes Antipas, Jesus estava
exercendo o seu ministério na Galiléia, onde Antipas reinava.
Jesus era parente de João Batista e foram
contemporâneos. A diferença de idade entre eles era de seis meses (Lc 1:36).
Isto é: João era mais velho que Jesus. seis meses.
Ambos foram objeto de profecias e João foi o
precursor de Jesus. Jesus foi perseguido quando criança e João depois de adulto.
Jesus foi perseguido quando ainda não nem sabia
falar e João foi perseguido pelas palavras que falou.
Jesus foi perseguido pelo Rei Herodes, o Grande, na
Judéia, mas livrou-se da morte. eJoão foi perseguido na Galiléia pelo Rei
Herodes Antipas, intitulado também de o Tetrarca Herodes, filho de Herodes, o
Grande, e foi morto.
João foi morto sem julgamento algum e Jesus morreu
pouco tempo depois de João, julgado e condenado inocentemente, por Pôncio
Pilatos que afirmou que não encontrou em Jesus crime algum (Lc 23:1-6) tendo
encaminhado Jesus para ser ouvido pelo Rei Herodes Antipas, o mesmo que mandou
matar a João, que trata a Jesus com desprezo e escárnio. Não tendo condições de
julgá-lo devolve-o a Pilatos (Lc 23:7-12).
Pilatos não encontrou em Jesus crime algum, mas
omite-se de o libertar e lavando as mãos entregou-o ao julgamento da multidão
inflamada por Escribas e Fariseus, lançando a escolha para a libertação de um
criminoso por ocasião da Páscoa Judaica, entre Jesus e Barrabás. A turba
seguidora do criminoso Barrabás gritou em maior número e mais alto condenando
Jesus à morte.
Jesus foi morto e ao morrer consumou o plano de Deus para a Salvação de
todos os homens. Venceu a morte ressuscitando ao terceiro dia para a Glória de
Deus e está assentado à Sua dextra.
João vai ressurgir no último dia, quando Jesus vier
buscá-lo no arrebatamento da Igreja nas nuvens, juntamente com todos os santos
que morreram em Cristo e que hoje repousam sob e sobre a terra e tenham eles
sido perseguidos ou não.
Herodes, Tetrarca da Galiléia, também era chamado de
Herodes Antipas e Filipe era chamado de Herodes Filipe, Tetrarca de Ituréia e
Traconites. Havia ainda um Rei chamado Lisânias, Tetrarca da Abilene (Lc 3:7),
que não era filho de Herodes, o Grande.
Este termo “Tretrarca” era atribuído em função das
divisões da Palestina em quatro partes. Significando que cada governante de
cada quarta parte recebia o título com o prefixo “Tetra”. Eram considerados
Reis, por cortesia do povo que desconhecia totalmente as suas funções e
imaginavam tratarem-se de Reis. Mas, não passavam de príncipes tributários.
Basta lembrar que dois destes Herodes, tanto Antipas como Filipe eram
Príncipes, filhos do Rei Herodes, o Grande, que Reinava sob a Palestina.
Arquelau sucedeu a seu Pai Herodes, o Grande, mas não recebeu o título de Rei atribuído pelo povo aos seus irmãos
Antipas e Filipe.
Na citação de Mateus 2:22, diz apenas que Arquelau
era filho de Herodes, mas não lhe foi atribuído o nome “Herodes” como no caso
dos dois outros irmãos “Antipas e Filipe”. Era apenas Arquelau.
Estes Príncipes estavam na Palestina mais para
oprimir, fiscalizar e receber tributos do que exercer as funções de
Monarca.
Haviam então, quatro Reis sob a Palestina que foi
dividida em quatro partes: Herodes Antipas; Herodes Filipe (Lc 3:1); Arquelau
(Mt 2:22) e Lisânias (Lc 3:1), todos Tetrarcas, porque cada um governava um
quarto ou a quarta parte do estado de Israel. Os três primeiros são filhos de
Herodes, o Grande. Sobre o quarto nada podemos afirmar.
AUTOR DESCONHECIDO
(Não nos responsabilizamos pelo conteúdo teológico deste material)
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