Translate

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

SERMÕES 17 - VIVEMOS MORRENDO E MORREMOS VIVENDO

VIVEMOS MORRENDO E MORREMOS VIVENDO
(ano novo)

Na vida existe morte e na morte existe vida.
Somos uma geração que vive a morte todos os dias, que transpira morte, morremos vivendo. Basta olharmos para os noticiários do nosso dia a dia e vemos a morte reinando sobre a humanidade, através da corrupção, da mentira, da idolatria, da  violência, da homossexualidade, da prostituição, etc.. Basta olharmos para nós e vemos a morte se tornando mais real a cada dia sobre nosso corpo. O tempo nos mostra que nossa força se vai, e não conseguimos fugir da morte. A cada dia que vivemos, mais perto da morte estamos. A cada ano que viramos mais velhos ficamos.
Contudo existe algo de especial na virada de 31 de Dezembro para o dia 01 de Janeiro. Esta é uma data em que renovamos nossos sonhos, nossas forças, como num passe de mágica refazemos promessas, esquecemos por um instante do que ficou para trás e olhamos adiante.  
O nascimento de um novo ano é visto como uma oportunidade de recomeçar a vida. Mas que vida pretendemos recomeçar no novo ano? A vida que recebemos de nosso pai Adão no Éden ou a vida que nos foi oferecida por Jesus na cruz?

Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem (Adão), e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram (Romanos 5.12).


Assim como Adão, somos uma geração que disse NÃO a Deus e SIM a autossuficiência (não depende de ninguém), autodependência (não depende de ninguém), autodeterminação (não é afetado por nada exterior) e autoexistência (que tem origem própria). Mas ao dizer não para Deus o homem encontrou a morte, pois o homem não existe fora de Deus, o homem é incapaz de se autossustentar, o homem não tem vida própria; fora de Deus nada subsiste,  conforme:

16pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. 17Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste (Colossenses 1.16-17).

O texto está nos dizendo que fora de Deus só existe o nada absoluto. A morte é a vida fora de Deus. A morte eterna é a vida eterna fora de Deus.
Entretanto a Bíblia nos ensina que se desejamos viver precisamos fazer morrer nossa natureza adâmica, a natureza que recebemos do primeiro Adão. Na morte encontramos vida.
Precisamos dizer NÃO para a autossuficiência, autodeterminação, auto-dependência e auto-existência e dizer SIM para Deus e para a vida que Deus nos chama para viver Nele. Reconhecer nossa mortandade é o caminho de volta para a vida.

“Então Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16.24).

Essa passagem descreve o que uma pessoa precisa fazer para se tornar discípula de Jesus. O texto apresenta três atitudes necessárias: (1) Negue-se a si mesmo; (2) Tome a sua cruz; (3) Siga-me. As três atitudes estão amarradas uma a outra.

1 – Negue-se a si mesmo (renúncia)
Acredito que por trás dessas palavras existem dois pensamentos. Um que é muito divulgado, a necessidade de abrirmos mão de nossos sonhos pelos sonhos de Deus. Abrirmos mão do controle de nossas vidas para que Deus seja nosso Senhor absoluto e único. É uma renúncia de nossos desejos para vivermos o propósito de Deus em nossa individualidade.
Contudo acredito que existe outro pensamento por trás dessas palavras de Jesus. O evangelho do Reino nos chama a viver uma vida em comunidade. Para que possamos viver dessa forma precisamos renunciar a nós mesmos, precisamos pensar mais no outro do que em nós. Precisamos nos ver a partir do outro. Precisamos nos ver não mais como indivíduos, mas pessoas existentes no outro. Negar a si mesmo é amar o próximo como Jesus amou. É encontrar satisfação na satisfação do outro.
Jesus nos ensinou a orar ao “Pai nosso”, a pedir pelo “pão nosso” e a pedir perdão pelos “nossos pecados”. Em Cristo somos chamados a sermos um, como Ele é com o Pai e com o Espírito Santo. Isso só é possível se negarmos a nós mesmos e todos sonharmos os sonhos do Pai.
Quando escolhemos morrer para viver, isto é, quando abrimos mão de nós em prol do outro, perceberemos que outros se uniram a nós pela vida.  

2 – Tome a sua cruz (sacrifício, morte)
            Primeiro é necessário entender o que é a cruz. A sua cruz não é seu cônjuge, seu pai, sua mãe, seu filho, nem uma doença ou problema qualquer.
A cruz fala de morte, fala de sacrifício. Jesus na cruz morreu a nossa morte. Na cruz Jesus sacrificou-se por nós para que não mais passássemos pela morte. Ele sacrificou-se em nosso lugar.
Por que então ele está nos dizendo para tomarmos a cruz se ele tomou a cruz em nosso lugar? Por que Ele está dizendo para morrermos se ele morreu em nosso lugar?
Jesus não está dizendo para morrermos. Não literalmente! O que Jesus está dizendo é que precisamos como seus discípulos fazermos sacrifícios ou morrermos todos os dias para nossa própria vontade.
A natureza adâmica continua atuando em nós, e atuará até o dia em que ressuscitarmos em um novo corpo. Essa natureza adâmica nos conduzirá sempre a agirmos e escolhermos a partir de nossos desejos carnais, de nossa satisfação pessoal.
Tomar a cruz significa fazer morrer essa natureza todos os dias, renunciar a suas vontades para viver a vida de Cristo em nós.
Para que possamos viver a vida em comunidade como Cristo deseja, assim como vive a Santíssima Trindade, precisamos fazer sacrifícios. É preciso sacrificar nossa própria vontade, às vezes nosso tempo, nosso salário, nosso alimento, pois vivemos agora não como indivíduos, mas como membros do Corpo de Cristo e dessa forma somos os pés e as mãos de Cristo para acolher e abraçar ao outro.
Somos chamados para levarmos as cargas uns dos outros, repartir nossas dores e alegrias. Dessa forma quando nos sacrificamos promovemos a vida e lutamos contra a morte que opera em nós.

3 – Siga-me (nova vida)
Jesus faz um convite maravilhoso a nós: “Siga-me”.
Seguir é viver como Jesus viveu. É viver submisso aos princípios e valores do Reino de Deus. É optar pela vontade do Pai sempre. É dizer SIM para Deus.
Existem duas verdades que você precisa entender sobre o “siga-me” de Jesus.
Primeiro: Siga-me é um convite a confiar plenamente em Jesus, a passar com Ele pela cruz, num ato de fé, pois é morrendo com Ele que ressuscitaremos com Ele. Quando Adão disse NÃO para Deus, levou toda a humanidade que estava nele para fora de Deus, para a morte. Somente o Deus encarnado, se tornando um novo Adão poderia morrer a nossa morte, para dessa forma nos transportar de volta para Deus. Seguir a Jesus é revogar o NÃO que o primeiro Adão disse e dizer SIM novamente para Deus através de Jesus.
Falando dessa forma parece que seguir a Jesus é pouco atrativo, alias parece até difícil demais. É viver renunciando-se em prol do outro, é viver morrendo para que a vida de Cristo se espalhe através de você.
Mas na segunda verdade deste convite eu percebo o valor que Deus dá a mim e a você. Isto torna este convite extremamente belo, sem igual, cheio de propósito e de significância. Não apenas sou convidado a viver com Cristo, a viver uma relação de filiação com o Deus Criador, mas sou convidado a participar da conspiração pela vida. Existe um movimento de solidariedade orquestrado por Deus, orquestrado antes do princípio, antes de Gênesis 1, uma conspiração elaborada em Gênesis -1.
Eu e você somos convidados a participar desse plano que visa por fim a morte e a despertamos outros para escolherem a vida conosco. Somos chamados para sermos colaboradores do plano de Deus, embaixadores do Seu reino.
Quando Jesus diz “siga-me”, ele espera que nos apresentemos como apoio ou saída para aqueles que ainda vivem a morte e experimentam a morte todos os dias.

Conclusão: Gostaria de desafiá-los a fazerem uma lista de compromisso para o novo ano. Que nesta lista você possa escrever me comprometo:
1.      A negar-me mais e viver mais em prol do outro. Ex.: Ao invés de comprar uma roupa muito cara, compro uma boa roupa para mim e para alguém que necessite com o mesmo valor. Eu me satisfaço na alegria do outro.
2.      A sacrificar coisas pessoais para o bem comum. Ex.: Abrir mão de algumas horas de vídeo-game, facebook, whatsapp para ficar com minha família. A sacrificar um lanche para investir em missões, em projetos na sua igreja, etc.
3.      A ser um colaborador ativo na pregação do Evangelho de Cristo, falando e vivendo a mensagem de amor. Ex.: Ser uma referência da presença de Deus no seu trabalho, escola, etc.
4.      Se você ainda não disse SIM para Deus, aceite o convite de Jesus. Não existe vida fora de Deus, somente morte. Somente Ele pode reconectar você com Deus, pois Ele morreu sua morte na cruz.

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

20/12/2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário