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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

SALVAÇÃO 5 - A PERSEVERANÇA DOS SANTOS

A Perseverança dos Santos e Certeza da Salvação
 
 I N T R O D U Ç Ã O
 
 
Irmão, a perseverança dos santos é a obra de Deus, de sua nova criação em Jesus Cristo. Ele, o Criador e Salvador, é o único infalível, incorruptível, eterno. Nós, falíveis, corruptíveis e mortais só temos uma oportunidade de perseverança: A eleição. Por ela Deus, em sua infinita misericórdia, apropria-se de nós, regenera-nos, vincula-nos a seu filho, identifica-se conosco, concede-nos a bênção da perseverança, torna-se nosso Pai. E, como tal, mantém-nos em seu regaço, protegidos e cuidados espiritualmente.
A paternidade biológica pode ser rejeitada, mas não negada. O descendente traz, no organismo e na psique, a herança de seus ancestrais. A paternidade espiritual é algo semelhante, porém mais radical e mais profunda: É inegável e irrecusável. Uma vez filho, eternamente filho.
A certeza da salvação procede da filiação. Existe exclusivamente no regenerado; uma convicção natural, intelectualmente inexplicável; uma operação interna do Espírito Santo: "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (Rm 8.16,17a).

Somos peregrinos e forasteiros neste mundo, mas não bastardos. Temos um Pai, e o mais amoroso, o mais poderoso, o mais paternal e o mais possessivo de todos os pais. Nele confiamos e em seus braços estamos seguros. Podemos e devemos dizer com o salmista: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei final nenhum, porque tu estás comigo, a tua vara e o teu cajado me consolam". "Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre" (Sl 23.4,6).
Entrego-lhe um estudo, que não tem por objetivo produzir segurança e certeza; estas são dádivas de Deus. Visa o conhecimento da revelação a respeito das doutrinas mencionadas, isto é, Perseverança dos Santos e Certeza da Salvação. Falei o mínimo, para que as Escrituras falassem o máximo. Elas são a autoridade maior, nossa exclusiva regra de fé, a palavra final em matéria doutrinária.
A perseverança é um decreto divino. A certeza é o resultado deste decreto no ser do eleito, salvo por Jesus Cristo. Só entende, existencialmente, os mistérios da perseverança aquele que tem a graça de Deus.
Irmão, tenha sempre em mente isto: Duvidar da Salvação é duvidar do Salvador. Agora, estude com carinho o que você experimenta com gratidão: A sua perseverança como salvo e a sua certeza de que Deus o manterá eternamente redimido. Esmerei-me para que chega-se às suas mãos um estudo simples, sem rebuscamento teológico, sem vernaculismo. Espero ter conseguido. Examine. Aprenda. Compartilhe. Bom proveito.
 
 
Í N D I C E
 
 



 
 
PERSEVERANÇA DOS SANTOS CERTEZA DA SALVAÇÃO
 
I - SE VOCÊ MORRER AGORA, PARA ONDE VAI?
 
I.1 - O católico romano responde:
Para o purgatório, pois não cometi nenhum pecado mortal, e os veniais, não havendo tempo de confessá-los ao santo padre, a intercessão da Igreja e os méritos de Cristo, da virgem e dos santos tirar-me-ão de lá para o céu. Confio minha salvação ao ministério sacerdotal da Igreja que possui o "munus" intercessor e os mistérios eucarísticos. Além do mais, apego-me devotadamente à Nossa Senhora na convicção de que ela transferirá para a minha alma um pouquinho de seus infinitos méritos. Não abandono a Igreja, não desprezo meu santo de devoção. Espero que minhas boas obras pias e o clero, que vela por minha redenção, conduzam-me à pátria celestial.
 
I.2 - O espírita reencarnacionista:
 Bem, tenho muitas culpas e delitos a serem expiados. Não sei se passarei a um estágio superior ou se meu espírito, depois de vagar muito, reassumirá outro corpo no planeta terra pelo qual pagarei os pecados do atual. O melhor caminho para subir a escala espiritual dos mundos etéreos é a caridade. A caridade, porém, que faço aos outros, não quero que as façam a mim, pois isto interromperia o sacrifício purificador e me faria voltar ao mesmo estado anterior, ainda agravado com as penas naturais do corpo seguinte. E o que não é bom para mim, não será para o meu próximo. Se furei o olho de alguém na encarnação anterior, furarão o meu, na atual. Mas quem o furar, terá também o mesmo castigo na encarnação seguinte. Quem faz, paga. Creio na justiça pura, não no perdão, que é injusto por si mesmo. Obs.: A doutrina da purificação reencarnacional pelo sofrimento penitencial de pecados de vidas anteriores gera uma seqüência interminável de punições que aprofunda as desgraças e inviabilizam a "santificação". Um criminoso paga seu crime por outro criminoso, e assim ininterruptamente. É horrível!
 
I.3 - O ateu:
 Volto para a terra de onde a natureza me tirou. Não creio em qualquer vida além da natural. O nosso paraíso, se nos realizamos como seres humanos, ou o nosso inferno, se fracassamos, é neste mundo, glorioso para alguns e vil para outros. Por isso, o homem tem de lutar pelo seu bem estar, possuir o máximo que puder, divertir-se muito, gozar a vida, tirar tudo o que puder de si mesmo antes que venha o fim. Se eu morrer hoje, será uma calamidade; não aproveitei ainda minha existência. A morte de um velho, sobretudo de um velho rico, não me causa tristeza, mas a de um jovem me traz pesar. É uma pena morrer antes do tempo, isto é, antes de completar-se o curso vital.
 
I.4 - O indiferente:
Não sei. Não tenho a mínima idéia sobre o meu destino final. Sinceramente, essas coisas de céu e de inferno não me preocupam. Trato de viver o presente da melhor maneira possível. Creio que existe um ser superior. Acidentalmente rezo e, em épocas especiais, vou à Igreja. Para mim, todas as religiões são boas. Elas cuidam das coisas espirituais. Deus, certamente, me dará um bom lugar, pois não sou tão ruim, a ponto de merecer o inferno.
I.5 - O arminiano:
Agora, talvez não esteja "preparado". Deus me deu a graça de crer e de aceitar Jesus Cristo, mas a salvação depende de meu esforço pessoal, de minha santificação, de minha fidelidade, de minha permanência na fé. Tendo orado muito para que Deus não me leve de surpresa, pois a morte imprevista pode pegar a gente despreparada para partir. A santificação pode ser reversível, o crente pode cair, perdendo o estado de graça. Tenho medo de ser apanhado em situação de queda, pois nesta condição minh'alma estará perdida. Deus é fiel, mas eu nem sempre sou fiel. Vacilo muito. Receio morrer de repente. Sei que Deus faz a parte dele, disto não tenho dúvida. A minha parte, contudo, reconheço, tem sido insuficiente. Espero, no entanto, com a graça de Deus, alcançar o trono celeste. Estou lutando neste sentido, procurando segurar sempre na mão de Cristo, invocando continuamente a presença do Espírito Santo que, às vezes, sinto afastar-se de mim. Angustia-me a fraqueza da carne. Sofro ao ver-me tão longe da perfeição, mas não desisto da batalha. Desistência significa perda da glória futura que, se me mantiver em Cristo, certamente merecerei. Meu lema é: "Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida" (Ap 2.10b cf 2.7b). Obs.: Há muitos arminianos modernos. Para eles, sem a cooperação humana, a graça salvadora não tem eficácia. Deus oferece a salvação, e o homem aceita-a se quiser. E depois de aceita, tem liberdade de rejeitá-la, de apostatar-se. Não há pois, segundo o arminianismo, salvação sem a livre aceitação; e nenhum salvo continua como tal contra seu livre arbítrio, sua autônoma e soberana vontade. Ir para o céu ou para o inferno é decisão exclusivamente humana. A doutrina da cooperação, defendida pelo sinergismo, coloca a salvação como um acordo entre duas vontades soberanas: A de Deus e a do homem. Como os atos de Deus são infalíveis são irrevogáveis, a quebra sempre fica do lado do homem, que passa a ser responsável tanto pela salvação como pela perdição E, se depender dos pecadores, nenhum deles se salva.

I.6 - Um Psicopaniano:
 Vou para o túmulo. Minha alma ficará, junto aos restos mortais do corpo, em estado de sonolência, em absoluta inconsciência, até a ressurreição. Creio que a atividade consciente e volitiva da alma realiza-se exclusivamente pelo cérebro. Na ressurreição, ao retomar o corpo, a alma reassumirá também o novo cérebro pelo qual exercerá as funções da vida ressurrecta. Pela misericórdia de Deus ressuscitarei, no último dia, para a justiça eterna. Espero que seja assim.
Obs.: O espírito do homem, embora se unifique com o corpo, foi instilado nele por Deus no ato da criação (Gn 2.7). É, portanto, o espírito que dá vida ao corpo e razão ao cérebro, não o contrário como querem os psicopanianos. Contra a doutrina do sono da alma na sepultura, durante o período entre a morte e a ressurreição, ver: Ec.12.7; Ap.6.911; At.13.36,37; Hb.12.3; Jo.5.24; Fp.1.23; II Co.5.6-9; Lc.16.19-31. Na parábola do Rico e Lázaro, Jesus não deixa margem alguma para a doutrina do sono da alma, tanto a do justo como a do ímpio, o que confirmou na afirmação ao ladrão na cruz: "Hoje estarás comigo no Paraíso" (Lc.23.43b). Só fico pensando como, uma alma inconsciente, sem o seu agente natural, o cérebro, Poderá ouvir a voz do arcanjo, o som da trombeta, e "ver" o Senhor retornando nos ares. (Jo.5.25; Ap.1.7 cf Jo.19.34,37; I Ts.4.16).

I.7 - Um Calvinista:
 Morrendo hoje, ou em qualquer outro dia, serei levado imediatamente, para o reino dos céus para o lugar que me está preparado desde a eternidade. Faço minhas as palavras de Paulo; "Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro" (Fp.1.21), "porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu; para ser Senhor tanto de mortos como de vivos" (Rm.14.8,9). Não escolhi; fui escolhido. Não me achei; fui achado. Não me regenerei; fui regenerado. Estava perdido como ovelha sem pastor, e Jesus Cristo encontrou-me, tomou-me em seus braços, fez-me ovelha sua, colocou-me em seu aprisco, assumiu sobre mim o senhorio e me concedeu a graça da paternidade. Sou de Cristo e tenho a inabalável convicção de que ele não me rejeita, não me exclui, não me abandona: "Todo que o Pai me dá esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora (Jo.6.37). Creio na doutrina da perseverança dos santos; experimento, sem qualquer referencial da lógica empírica ou conclusão racional, a certeza de minha salvação. Duvido de mim mesmo, mas não tenho nenhum motivo para duvidar de meu Pai celeste. A dúvida intelectual é possível e até natural. Quem não duvida, não busca a verdade científica, não se desenvolve, não evolui, não cria. Porém a dúvida espiritual revela ausência de revelação, inexistência do testemunho interno do Espírito Santo, falta de confiança no único ser espiritualmente confiável, Deus. Quem duvida não crê quem crê não duvida.


II - PERSEVERANÇA DOS SANTOS
 O calvinista está biblicamente correto. O crente não persevera fundamentado em suas forças pessoais, em sua capacidade de decidir, escolher, estabelecer e consolidar. É Deus que, pela sua infinita misericórdia, inescrutável vontade, insondável amor e inestimável soberania escolheu-nos, elegeu-nos, salvou-nos em Cristo Jesus, seu Filho amado, e nos mistérios da graça nos mantém. Não é o crente que não perde a salvação; é o Salvador que não perde o salvo; o Pastor que não despreza a sua ovelha. Em Cristo a imortalidade entrou no universo dos mortais, a vida eterna penetrou a existência finita do ser humano; e o frágil pecador tornou-se forte ao ser inserido, pelo beneplácito divino, na pessoa do Verbo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O Criador recria os seus eleitos em seu Filho, mudando-lhes a natureza, a vontade, a razão, os desejos, o entendimento, conformando o querer de seu regenerado ao seu próprio querer. De tal modo somos identificados com o Pai na pessoa do Filho que não somos mais nós que vivemos (para nós mesmos), mas Cristo vive em nós (Gl.2.20) e em nós realiza tanto a vontade como a ação (Fp.2.13), isto no âmbito espiritual com profundas repercussões éticas e morais. A liberdade intelectual e racional vem do cérebro do homem; contudo, sua liberdade espiritual provém de Deus, em Cristo Jesus: "Se pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo.8.36). As coisas do espírito não são discernidas materialmente: "ORA, O HOMEM NATURAL NÃO ACEITA AS COISAS DO ESPÍRITO DE DEUS, PORQUE LHE SÃO LOUCURAS; E NÃO PODE ENTENDÊ-LAS PORQUE ELAS SE DISCERNEM ESPIRITUALMENTE" (ICo.2.14). Somos criados por Deus, por ele salvos e preservados na salvação. Tudo vem dele, conforme os textos abaixo:
 
a) "Dar-vos-ei coração novo, e porei dentro em vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis" (Ez.36.26.27). Aqui está a promessa da regeneração.
b) "E há diversidade de realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos" (I Co 12.6). Deus, soberanamente, distribui os dons aos salvos. Não se há de buscá-los. O que o homem conquista não pode ser dádiva, e não vem da graça de Deus. 
c) "Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus" (Fp 1.6). Paulo expressa sua certeza na salvação e na santificação, pois tanto a regeneração como o crescimento espiritual do redimido são obras do Senhor, e não ficam sujeitas às fraquezas humanas.
d) "Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2.13). O apelo paulino, no versículo anterior, para que os crentes desenvolvam a salvação, não se fundamenta na vontade humana irregenerada, mas na mente controlada pelo Espírito Santo. O filho recriado em Cristo Jesus conforma-se, em decorrência de sua nova natureza, ao seu Criador. O que o Pai deseja, o regenerado expressa, pois são afins. 
e) "Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim" (Jo 6.44,45).
Cristo nos ensina neste texto que é "impossível" alguém, por suas próprias iniciativas, volição e vontade, ser Cristão isto é, tornar-se "Um" em Cristo; e mais, a sabedoria que nos leva ao conhecimento das coisas do espírito procede do Pai por revelação. Eis porque o mesmo Cristo podia afirmar: "Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos" (Mt 11.25b). Revelação e razão são distintas; esta nos conduz às verdades lógicas sensoriais; aquela nos ilumina e nos inspira para entendermos a graça, percebermos o transcendente, interagirmos com o divino, discernirmos as verdades sagradas, separarmos o bem do mal na área do espírito, distinguirmos a voz do Sumo Pastor da de outras vozes anticrísticas. Estas coisas, que não são sensórias, no-las ensina o divino Mestre. Pelas Escrituras e, dentro do crente, pelo Espírito Santo, revela-se o Filho, e este nos mostra o Pai. A habilitação mediante iluminação e inspiração para crença, testemunho e santificação, já havia sido predita pelo profeta Jeremias: "Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos. Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se afastem de mim" (Jr 32.38-40). A aliança prefigurada pelo profeta realiza-se com a Igreja por sua cabeça, nosso Senhor Jesus Cristo. O Pai não é mutável. Cumpre sua parte no pacto. O Filho, por sua vez, não feriu a aliança em nem sequer um til. Logo, nós, em Cristo, o fiador do pacto e da promessa, somos reconhecidos como fiéis. Na segunda Pessoa da Trindade nossa regeneração se efetiva, nossa humanidade autentica-se, nossa salvação se objetiva, nossa segurança se estabelece.
f) "Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo" (Jo 6.32,33). Nosso alimento espiritual vem do céu, Jesus Cristo, a dádiva do Pai aos seus eleitos.
g) "Ele nos deu vida, estando nós mortos em nossos delitos e pecados" (Ef 2.1).  A vida é dom de Deus, e sua gratuidade é absoluta. Recebemo-la sem qualquer merecimento. Baseia-se, não nas virtudes humanas, mas no beneplácito de Deus. O morto não tem vontade e nem volição. Pois foi nesse estado que "recebemos", pela dinâmica vital
do Espírito, a bênção da vida eterna. Nada fizemos e nada podíamos fazer (cf Ef 2.5). Não há motivo de desespero ou medo de se perder a salvação, nem de vanglória, para os que se envaidecem por se julgarem "santos"; tudo procede de Deus:" Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não (vem) de obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2.8,9). Os males da presente vida são calamitosos, por serem destruidores, para os réprobos, mas, além de não
terem poder de destruir a vida eterna no crente, ainda, em muitos casos, transformam-se em bênçãos. E o eleito percebe isso, pois é capaz de detectar a mão de Deus em quaisquer eventos. Vejam a conclusão de José aos seus irmãos: "Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém; Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida" (Gn 5.20 cf Gn 45.7,8). Os grandes sofrimentos de José redundaram, pela graça de Deus, em bênçãos para milhares de pessoas. Tudo, enfim, foi criado por Deus e se submete à sua insondável e irretocável soberania: "Eu formo a luz, e crio as trevas; faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas (Is 45.7). Nada está fora do domínio do Criador. A certeza da salvação não vem da soberania do eu, mas da de Deus em cada redimido pelo testemunho interno do Espírito Santo. Nenhum texto seria mais apropriado para concluir o que se afirma acima sobre a perseverança dos santos, fundamentada na soberania de Deus, que o de Romanos 11.33-36:"Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro lhe deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém". A doutrina da perseverança dos santos mostra a gratuidade da redenção e o que Deus livremente faz, sem qualquer cooperação humana, para efetuá-la. A da certeza da salvação trata daquilo que a graça opera no homem regenerado, na sua vida, no seu comportamento, na sua fé, no seu amor, na sua esperança, na sua confiança, na sua submissão ao Salvador.

AUTOR DESCONHECIDO
(Não nos responsabilizamos pelo conteúdo teológico deste material)

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