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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

CULTO 2 - CULTO COM EMOÇÕES E NÃO CULTO ÀS EMOÇÕES

CULTO COM EMOÇÕES E NÃO CULTO ÀS EMOÇÕES

INTRODUÇÃO: Praticamente todos os adultos, assim, como a maioria das crianças, têm alguma noção do que significam palavras como raiva, medo e felicidade. Mesmo crianças novas demais para reconhecer o sentido destas palavras podem distinguir um rosto irado de um outro entristecido, a ponto de reagir com cautela em relação a um, e com afeto em relação a outro.
Não pretendo definir o que são emoções, porque acho difícil definir este conjunto de sentimentos que se manifestam em nós em explosões de choro, risos, tristezas, êxtases. Mas creio que por experiência todos sabem o que é emoção, pois de uma forma ou de outra todos já vivemos experiências emotivas.
Partindo deste tema EMOÇÕES gostaria de refletir algumas questões conflitantes para nós cristãos a partir da seguinte pergunta: Podemos ou não controlar nossas emoções?
Para responder esta pergunta vou dividi-la em duas partes:

1 – Controlando nossas emoções no dia-a-dia
Ao lermos Gl 5:22-23 – Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra estas coisas não há lei – estes versos nos apresentam uma relação de sentimentos, uma relação de adjetivos que envolvem emoções. Entre todos os adjetivos o que mais nos chama atenção é o domínio próprio. Embora Deus possua emoções ele possuí domínio sobre elas.
Acreditamos que todos os cristãos precisam se dominar. Isto é verdade, contudo, confundimos “se dominar” com sufocar, reprimir, negar os sentimentos. Muitos cristãos se encontram doentes exatamente por isso, vivem sufocando seus sentimentos. Não conseguem chorar, sorrir, irar, etc. Sentimentos são para ser experimentados.
Vejamos Jesus: (Jo 11:35) Jesus chorou porque seu amigo Lazaro estava morto; (Mt 26:37-38) Jesus se entristeceu, angustiou-se devido ao sofrimento que lhe aguardava e não teve medo de dizer; (Mt 21:12-13) Jesus se irou porque transformaram a casa de Deus em negócios.
Talvez a confusão ocorre porque as pessoas pensam que é pecado se irar e tornaram a partir daí pecado toda manifestação emocional. Vejamos o que temos a aprender com o texto de Efésios.
Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo (Ef 4:26-27).
Neste verso encontramos o caminho para a saúde. O âmago deste conselho espiritual é que devemos trabalhar a raiva até que ela se esgote. Estas palavras sabias não nos aconselham a enterrar a raiva, nem sugerem que devamos soltá-las ao acaso, deixando que recaia sobre qualquer um.
Raiva enterrada nos morde por dentro, e se deixarmos que continue, estaremos abrigando uma doença não tratada. Por outro lado quando a raiva assume a forma de uma explosão reativa; quando não tem uma explicação aparente, ou quando as explosões não são seguidas de pacificação, mas ficam apenas como manifestações inflamadas, estas só servem para provocar magoa cada vez maior aquele que foi ofendido.
Raiva saudável é aquela que aceitamos como sinal de que algo não vai bem. É a raiva que levamos a sério tanto em termos de causa como de solução. A raiva saudável não é escondida, mas curada.Raiva responsável é aquela com a qual e sobre a qual trabalhamos até que ela não seja mais necessária, pois o motivo que estava causando a raiva já não é mais problema.
Devemos admitir que às vezes para se acabar com raiva, pode-se levar tempo e muitas vezes nem se encontram soluções completas para elas. Quando não se encontram soluções o melhor a fazer é entrega-la para o Senhor Jesus.
O significado dado aqui ao controle emocional tem muito pouco a ver com reprimir, com sufocar ou com negar emoções. Controlar emoções não significa trancá-las; é uma questão de acompanha-las da maneira sábia a fim de que nossas emoções, nossos relacionamentos, nossas atitudes e nossas percepções caminhem na direção de uma integridade cada vez maior. A plenitude emocional é parte de um quadro maior. É um dom dado a pessoas que têm a coragem de viver uma vida unificada pela graça.
Para termos controle emocional precisamos ter direção; precisamos ter um sentido profundo da vida que nos dê continuidade; precisamos de algo que nos sirva de centro. Então, e só então, nos será possível avaliar a qualidade de nossas emoções. Se temos uma razão para viver, uma meta, seremos também capazes de olhar para o padrão atual de nossas vidas e, honestamente, seremos capazes de avaliar se o que somos, e como somos, é o que deveríamos ser.
Qual o nosso padrão? Quem é o nosso centro? Jesus Cristo é o nosso padrão, devemos sempre olhar para Ele, pois todos caminhamos para nos tornarmos semelhante ao Filho de Deus (Ef 4:13).

2 – Controlando nossas emoções nos cultos
Agora voltamos a tratar do assunto em relação aos nossos cultos.
Hoje em dia se discute muito que os cultos são muito carregados de emoções e que seus fins são apenas satisfazer os desejos humanos. Quanto a isso sabemos que existe uma verdade, entretanto, não podemos impedir as manifestações emocionais dentro de um culto.
É tão belo vermos pessoas se alegrando ou chorando na presença de Deus. Quando estas manifestações são sinceras, elas trazem curas profundas nas almas daqueles que liberaram estes sentimentos.
Não podemos nos esquecer de que devemos controlar certas manifestações emocionais que venham atrapalhar o culto. Quando nos reunimos o fazemos para edificação do grupo (1 Co 14:26). Se eu começo a me tornar tropeço para o culto do irmão ao lado com certeza isto não irá agradar a Deus.
Embora não seja costume nosso (batistas), acredito que não há nada de errado orar em línguas durante a adoração, isto é, no momento em que todos estão cantando. Contudo isso deve ser feito com a voz bem suave, como dizem popularmente "baixinho", de forma que não venha atrapalhar o culto do meu irmão ao lado. Acredito que para que o meu culto, isto é, minha adoração seja verdadeira e profunda preciso ter liberdade para adorar da forma que gosto. Por outro lado não devo me esquecer que não estou sozinho, portanto se gosto de adorar em línguas o farei de forma a não atrapalhar quem está ao meu lado. Não é necessário berrar em línguas (1 Co 14:23) e para seu conhecimento Deus não é surdo.
Hoje em dia é muito comum ouvirmos ministros, principalmente oriundos de comunidade e igrejas pentecostais, durante a ministração do louvor cantarem em outras línguas, isto é, línguas estranhas. Entendo que a orientação do Apóstolo Paulo escrita em sua primeira epístola a Igreja de Corínto é valido também para os ministros de louvor. "No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. Mas não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus". Diante deste texto é que volto a afirmar: se fala em línguas, fale baixinho, consigo mesmo, salvo haja interpretação.
Lembro-me de tantas vezes ter ouvido palavras de repreensão a qualquer tipo de manifestação emocional. Em muitas igrejas ainda é proibido qualquer tipo de manifestação emocional como: dança, coreografia, palmas, risos, cânticos, etc. Estas entendem que todas estas manifestações são carnais. São manifestações liberadas pela natureza humana, provém do homem e não do Espírito de Deus.
Talvez você esteja se perguntando: O que dança, coreografia e palmas tem haver com emoções? Tudo. A dança, as palmas manifestam nossos sentimentos.
O ser humano é sentimento, é emoção e não podemos nos desprender dos sentimentos, das emoções em momento algum.
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional (Rm 12:1).
Por muito tempo os pregadores usaram este verso como pretexto para proibirem qualquer tipo de manifestações emocionais dentro dos cultos. Usando a expressão culto racional, eles passaram a defender que onde há o racional não há lugar para êxtase, para o emocional. Entretanto o fato do culto ser racional não significa que não possa haver manifestação do emocional.
Quando nos alegramos por ter conseguido êxito em nossos projetos, quando nos alegramos por termos passado no vestibular, quando nos alegramos por que o nosso time ganhou o jogo, marcou um gol, pulamos de felicidade, dançamos de alegria, mas nem por isso deixamos de ser racional. Não estamos pulando, gritando, dançando sem sentido, sem lógica, pelo contrário, estamos fazendo porque sabemos que vencemos, que ganhamos, que conquistamos o que desejávamos. Nossa razão continua trabalhando.
A profetiza Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou, e precipitou no mar o cavalo e o seu cavaleiro (Êx 15:20-21).
Quando sei que Deus me salvou, me curou, me libertou, me deu vida eterna, derrama sobre mim dos seus dons, tenho muito mais motivos de gritar, de pular, de dançar de alegria para Ele. Quando faço isto o faço porque sei que Deus me ama, meus sentimentos entram em erupção, dentro de mim há uma explosão de alegria, Aleluia! Você não sente esta alegria? Deus te ama, Deus tem muitas bênçãos para você, Deus merece sua alegria, Ele merece todo seu ser. Se solte na presença Dele. Adore-o com liberdade.
O culto racional é o culto onde se adora com consciência. Você sabe porque está dançando para Deus, você sabe porque está pulando para Ele, você sabe quem Ele é. Você sabe?

CONCLUSÃO: Então o adore com toda sua força, com todo o seu corpo, com toda sua alma.


Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

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