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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

MENSAGEM EM VÍDEO 1132 - SOLUS CHRISTUS (Somente Cristo)


 

SERMÕES 159 - SOLUS CHRISTUS (Somente Cristo)

 

SOLUS CHRISTUS

(Somente Cristo)

 

            Hoje nós iremos refletir no lema “Solus Christus” ou “Somente Cristo”. O lema somente Cristo é:

 

1 – A reafirmação que Jesus é o único mediador entre Deus e os homens.

   Estamos falando de reafirmação porque a proposta dos reformadores é um retorno às afirmações contidas nas Escrituras.

   Quando o apóstolo Paulo escreveu a Timóteo orientando-o como lidar com os membros da igreja e o que deveria ensinar a eles, Paulo escreveu as seguintes palavras:

5 Pois    um  só Deus  e  um  só mediador entre  Deus  e  os  homens:  o homem  Cristo Jesus, 6a o qual  se  entregou a  si  mesmo como resgate  por todos.  (1  Timóteo  2:5,6a)

   Paulo está dizendo claramente que só existe um mediador entre Deus e os homens, o seu nome é Jesus Cristo. Não existe outro nome na terra, debaixo da terra ou acima da terra que possa fazer mediação entre nós e Deus.

   O que o apóstolo estava afirmando a Timóteo é na verdade a afirmação do próprio Senhor Jesus, pois ele mesmo disse:

6 Respondeu  Jesus:  "Eu  sou  o  caminho,  a  verdade  e  a  vida.  Ninguém  vem  ao  Pai,  a  o  ser  por mim.  (João  14:6)

   Jesus afirmou ser “o” caminho, isto significa que ele é o único caminho. Preste atenção Jesus disse “ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”. Ele é o único caminho, o único mediador. Mas a afirmação de Jesus vai além; Jesus está afirmando que Ele e o Pai são um. Não tem como você acessar o Pai se não o reconhecer como um com o Pai.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

MENSAGEM EM VÍDEO 1131 - SOLA SCRIPTURA (Somente as Escrituras)


 

SERMÕES 158 - SOLA SCRIPTURA (Somente as Escrituras)

 

IDENTIDADE 2020

SOLA SCRIPTURA (Somente as Escrituras)

 

Hoje em nossa série Identidade 2020 iremos tratar do tema “Sola Scriptura”. O lema Sola Scriptura” ou “Somente as Escrituras” é a afirmação do reconhecimento da inspiração, autoridade, suficiência, infalibilidade e inerrância das Escrituras. Diante estas afirmações a respeito das Escrituras, isto é, da Bíblia os reformadores passaram a defender que somente a Bíblia possuía autoridade como regra de fé e prática para a vida da Igreja e de seus membros.

Os reformadores no século XVI acreditavam que a autoridade das Escrituras não dependia da validação de qualquer homem, nem mesmo da validação da igreja institucional. Em outras palavras, os reformadores estavam dizendo que não era o testemunho de um homem, o Papa, nem as tradições e nem o testemunho de uma igreja, os concílios, que validavam as Escrituras, mas unicamente o testemunho do próprio Deus.

Esse conceito contrastava diretamente com a teologia da Igreja Medieval. Naquela época a autoridade papal, a tradição e as formulações dos concílios possuíam autoridade equiparável às Escrituras. Mesmo sendo perseguidos, considerados hereges pela Igreja Medieval, os reformadores continuaram afirmando que somente a Bíblia possuía autoridade como regra de fé e prática, por ser ela a revelação especial de Deus e de sua vontade ao homem.

Partindo do pressuposto de que somente as Escrituras, que hoje chamamos de Bíblia, é a única regra de fé e prática para a Igreja e seus membros, gostaria de fazer uma reflexão primeiro para compreendermos a dimensão do termo “As Escrituras” no contexto do Novo Testamento.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

SERMÕES 157 - SOLA FIDE (Somente a Fé)

 

IDENTIDADE 2020

SOLA FIDE (Somente a Fé)

 

Sola Fide significa que a justificação é unicamente pela fé em Jesus Cristo. O homem não-regenerado é incapaz de confessar que Jesus é o Cristo, o Ungido de Deus se não for iluminado pelo Espírito Santo. Somente através da obra sobrenatural do Espírito Santo revelando o mistério da cruz que o homem pode responder com fé e arrependimento a mensagem do Evangelho.

Este foi um ponto essencial na Reforma Protestante. Lutero durante um longo tempo de sua vida buscou a salvação de sua alma através das obras conforme era ensinado pela igreja em seus dias, contudo ele não encontrava paz e se sentia cada vez mais devedor a Deus. A sua alma era consumida pelo sentimento de culpa. A realização das boas obras não conseguia gerar em seu coração paz.

Lutero teve sua vida transformada quando o Espírito Santo iluminou seu entendimento e ele conseguiu compreender toda a verdade contida na declaração das Escrituras, mais especificamente no livro de Romanos 1.17 - “o justo viverá pela fé”. Foi então que ele conseguiu encontrar paz ao compreender que sua justificação já havia sido realizada por Jesus Cristo, e era recebida por ele somente pela fé, sem qualquer interferência humana ou necessidades de boas obras.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

MENSAGEM EM VÍDEO 1129 - SOLA GRATIA (Somente a Graça)


 

SERMÕES 156 - SOLA GRATIA (Somente a Graça)

 

IDENTIDADE 2020

SOLA GRATIA

 

Hoje em nossa série Identidade 2020 iremos refletir no lema reformado “Sola Gratia” que em português quer dizer “somente a graça”. O lema “Sola Gratia” é uma abreviação da afirmação que a salvação é somente pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo. Isso significa que ela é uma obra realizada unicamente por Deus não dependendo de qualquer cooperação humana. O homem nasce morto em seus delitos e pecados, e não consegue obter a salvação mediante suas obras, por isso cabe a você somente crer na salvação oferecida por Deus em Jesus Cristo.

Na época da Reforma Protestante a Igreja estava envolvida num verdadeiro comércio da salvação. Vendia-se perdão de pecados a quem pudesse pagar. As esmolas, as boas obras, o comprometimento com as tradições da Igreja e as doutrinas humanas desenvolvidas por ela, garantiam um suposto lugar no paraíso aos seus fiéis. Mas definitivamente o homem não pode obter ou comprar a salvação pelos seus próprios esforços, nem mesmo optar por ela sem que este seja iluminado pelo Espírito Santo de Deus.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

MENSAGEM EM VÍDEO 1128 - SOLI DEO GLÓRIA (parte 2)


 

MENSAGEM EM VÍDEO 1127 - SOLI DEO GLÓRIA (parte 1)


 

SERMÕES 155 - SOLI DEO GLÓRIA (parte 2)

 

IDENTIDADE 2020: OS CINCO SOLAS

SOLI DEO GLÓRIA (parte 2)

 

Hoje pela manhã demos início a uma nova série cujo tema é “Identidade 2020”. Durante esta série estudaremos “Os Cinco Solas”. Todo ano no mês de novembro, mês em que nossa igreja comemora seu aniversário, nós paramos para nos avaliarmos como Igreja Batista que somos. Novembro é o mês em que reafirmamos nossa visão, nossa missão e também reavaliamos o que temos feito e pregado.

Embora nós batistas não sejamos descendentes da Reforma Protestante do século XVI, movimento originado com Martinho Lutero e expandido por João Calvino, nós nos identificamos com os cinco solas defendidos pelos reformadores. Ao longo dos anos a Igreja Batista abraçou e têm defendido estas cinco proposições por entender que são bíblicas.

No culto da manhã encerramos com a pergunta: “Por que somente a Deus a glória?” Vou apresentar duas razões como resposta a esta pergunta. Primeira razão porque Deus é o autor único e sustentador de toda criação. A segunda razão porque Deus é o autor, o executor e a garantia de nossa salvação. Vamos analisar a primeira razão.

 

SERMÕES 154 - SOLI DEO GLÓRIA (parte 1)

 

IDENTIDADE 2020: OS CINCO SOLAS

SOLI DEO GLÓRIA (parte 1)

 

Estamos iniciando uma nova série cujo tema é “Identidade 2020”. Durante esta série vamos estudar “Os Cinco Solas”. Todo ano no mês de novembro, mês em que nossa igreja comemora seu aniversário, nós paramos para nos avaliarmos como Igreja Batista que somos. Durante este mês reafirmamos nossa visão, nossa missão e também reavaliamos o que temos feito e pregado.

Embora nós batistas não sejamos descendentes da Reforma Protestante do século XVI, movimento originado com Martinho Lutero e expandido por João Calvino, nós nos identificamos com os cinco solas defendidos pelos reformadores. Ao longo dos anos a Igreja Batista abraçou e têm defendido estas cinco proposições por entender que são bíblicas.

Os cinco solas são frases latinas que definem princípios fundamentais da Reforma Protestante em contradição com os ensinamentos da Igreja Católica Apostólica Romana. A palavra latina "sola" significa "somente" em português. Os cinco solas sintetizam os credos teológicos pilares da reforma Protestante.

Hoje citamos os cinco solas como lemas ou slogans da Reforma Protestante. Contudo eles não existiam nos dias da Reforma. A origem do uso dos cinco solas é desconhecida, não se sabe quem usou pela primeira vez, mas acredita-se que os cristãos passaram a usá-los como lemas ou slogans somente nos últimos séculos.

Os cinco solas ou os cinco somentes são:

 

SOLA (latim)

SOMENTE (português)

1.      Sola Scriptura

1.      Somente as Escrituras

2.      Sola Fide

2.      Somente a Fé

3.      Solus Christus

3.      Somente Cristo

4.      Sola Gratia

4.      Somente a Graça

5.      Soli Deo Gloria

5.      Somente a Deus a Glória

 

terça-feira, 31 de outubro de 2017

MENSAGEM EM VÍDEO 756 - 500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE


SERMÕES 12 - SOLUS CHRISTUS (Somente Cristo)

 SOLUS CHRISTUS

Por volta do ano 300 d.C. a igreja apostólica sofreu um desvio em suas doutrinas, devido à oficialização do Cristianismo como religião do Império Romano, pelo imperador Constantino. Pessoas foram obrigadas à aceitarem o evangelho e este caminho levou a igreja a um desvio das doutrinas dos apóstolos, acrescentando à obra da salvação realizada por Cristo na cruz a venda de indulgências (documentos que concediam o perdão divino) e atos de penitências (um sacramento cujo objetivo é mitigar – tornar mais suave - a culpa do pecador). A salvação deixou de ser obra exclusiva de Deus tendo a participação dos homens. Esse ensino é totalmente contrário à bíblia.
No dia 31 de outubro, celebraremos os 500 anos da Reforma Protestante. Neste dia, no ano de 1517, o monge Martinho Lutero expunha nas portas da Igreja de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses contra a venda de indulgências.
A Reforma do século XVI marca a volta da igreja às Escrituras Sagradas, um retorno às doutrinas apostólicas, uma vez que a igreja cristã havia se desviado da verdade bíblica.
O lema (princípio) da Reforma é Igreja Reformada sempre reformando. Isso significa que a igreja deve sempre examinar se sua fé e sua prática estão de acordo com as Escrituras.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

TEOLOGIA REFORMADA 6 - A MENSAGEM DA REFORMA PARA OS DIAS DE HOJE

A Mensagem da Reforma para os Dias de Hoje
F. Solano Portela Neto

I. Por que Lembrar a Reforma?
Em 31 de outubro de 1517 Martinho Lutero pregou as suas hoje famosas 95 Teses na porta da catedral de Wittenberg. Periodicamente as igrejas evangélicas relembram aqueles eventos que, na soberana providência de Deus, preservaram viva a sua igreja. Muitos, entretanto, questionam essas comemorações e alguns chegam até a contestar a lembrança da Reforma. "Por que considerar o que aconteceu há quase 500 anos?"
Seguramente muitos não estudam a Reforma por mero desconhecimento, por falta de informação, por não se aperceberem da sua importância na vida da igreja e da humanidade. Entretanto, muitos procuram um esquecimento voluntário daqueles eventos do século XVI. Martin Lloyd-Jonesnos fala que entre aqueles que rejeitam a memória da Reforma temos, basicamente, dois tipos de argumentação: 1. "O passado não tem nada a nos ensinar." Segundo este ponto de vista, o progresso científico e o futuro é o que interessa. Firmadas em uma mentalidade evolucionista, estas pessoas partem para uma abordagem histórica de que "o presente é sempre melhor do que o passado" e assim nada enxergam na história que possa nos servir de lição, apoio, ou alerta. 2. A segunda forma de rejeição parte daqueles que vêem a Reforma como uma tragédia na história religiosa da humanidade. Estes afirmam que deveríamos estar estudando a unidade em vez de um movimento que trouxe a divisão e o cisma ao cristianismo. Dentro desta visão, perdemos tempo quando nos ocupamos de algo tão negativo.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

ESTUDOS 96 - A LEI E GRAÇA UMA VISÃO REFORMADA

A Lei e Graça Uma visão reformada

É quase um paradigma para os cristãos modernos associar o Antigo Testamento à Lei e o Novo Testamento à Graça. Em várias oportunidades propus a estudantes de seminário e na escola dominical estabelecer o relacionamento entre os termos e, invariavelmente, a resposta tem sido a seguinte relação:


LEI — Antigo Testamento
GRAÇA — Novo Testamento

I. Estamos sob a Lei ou sob a graça?
Esse questionamento reflete um entendimento confuso do ensino bíblico acerca da lei e da graça de Deus. Muitos associam a lei como um elemento pertencente exclusivamente ao período do Antigo Testamento e a graça como um elemento neotestamentário. Isso é muitas vezes o fruto do estudo apressado de textos como:
...sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado (Gálatas 2.16).
Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça (Romanos 6.14).
E, de fato, uma leitura isolada dos textos acima pode levar o leitor a entender lei e graça como um binômio de oposição. Lei e graça parecem opostos, sem reconciliação — o cristão está debaixo da graça e conseqüentemente não tem qualquer relação com a lei. No entanto, essa leitura é falaciosa. O entendimento isolado desses versos leva a uma antiga heresia chamada antinomismo, a negação da lei em função da graça. Nessa visão, a lei não tem qualquer papel a exercer sobre a vida do cristão. O coração do cristão torna-se o seu guia e a lei se torna dispensável.1 O oposto dessa posição é o legalismo ou moralismo, que é a tendência de enfatizar a lei em detrimento da graça (neonomismo). Nesse caso, a obediência não é um fruto da graça de Deus, uma evidência da fé, mas uma tentativa de agradar a Deus e de se adquirir mérito diante dele. Exatamente contra essa idéia é que a Reforma Protestante lutou, apresentando como uma de suas principais ênfases a sola gratia.
No século XVI, os católicos acusavam os reformadores de antinomistas, de serem contrários à lei de Deus. Até mesmo o grande reformador Martinho Lutero expressou preocupação quanto a alguns de seus seguidores que, em seu zelo de proclamar a graça por tanto tempo desprezada pela Igreja, acabavam por desprezar a Lei. Desde a reforma têm aparecido movimentos enfatizando um ou outro desses aspectos, lei ou graça, sempre de forma excludente. Um dos mais recentes movimentos nessa linha, enfatizando a graça em detrimento da lei, é o dispensacionalismo. Essa forma de abordagem surgiu no século XIX, caracterizando a lei como a forma de salvação no período mosaico e o evangelho como a forma de salvação na dispensação da igreja. Esse é, possivelmente, o movimento que mais influência exerce atualmente na interpretação do papel da lei e da graça entre os evangélicos ao redor do mundo.
Em uma direção oposta, outro grande movimento foi iniciado por Karl Barth, em seu livro God, Grace and Gospel, onde argüi por uma unidade básica entre lei e graça, direcionando seu pensamento para um novo moralismo.2 Para termos uma boa idéia de como o debate ainda é atual, em 1993 foi publicado o livro Five Views on Law and Gospel, da coleção Counterpoints, no qual cinco escritores evangélicos contemporâneos expressam diferentes pontos de vista sobre a relação entre a lei e o evangelho (graça).3 Sem sombra de dúvida, o assunto ainda está muito longe de apresentar um consenso entre os evangélicos.
As implicações da forma como entendemos a relação entre lei e graça vão muito além do aspecto puramente intelectual. Esse entendimento vai, na verdade, determinar toda a forma como alguém enxerga a vida cristã e que tipo de ética esse cristão irá assumir em sua caminhada. John Hesselink, um estudioso sobre a relação entre lei e graça, exemplifica que, na década de 1960, os cristãos proponentes da ética situacionista se levantaram contra leis, regras e princípios gerais, propondo uma nova moralidade.4 Esse movimento propõe que a ética das Escrituras não é absoluta, mas depende do contexto. Nem mesmo a lei moral de Deus é absoluta; ela depende da situação. Essa proposta surgiu e se desenvolveu dentro do cristianismo tradicional, alcançando seguidores de todas as bandeiras denominacionais, praticamente sem restrições. A lei não tem mais qualquer papel determinante na ética cristã; o que determina a ética cristã é o "princípio do amor," conclui o movimento. A conseqüência dessa conclusão é que a graça suplanta a lei. As decisões éticas devem ser tomadas levando em consideração o princípio do amor. Tome-se por exemplo a questão do aborto no caso de estupro. Aprová-lo nessas circunstâncias é um ato de amor baseado no princípio do amor à mãe que foi estuprada. Ou mesmo a questão da pena de morte. Ela não se encaixa no princípio do amor ao próximo e, portanto, não pode ser uma prática cristã. Até mesmo situações como o divórcio passam a ser aceitáveis pelo princípio do amor. A separação de casais passa a ser aceitável pelo mesmo princípio. O mesmo acontece com o homossexualismo. Aceitar o homossexualismo passa a ser um ato de amor, e portanto, essa prática não pode ser considerada como pecado, ou, se assim considerada, é um pecado aceitável.
Mas seria essa a verdadeira conclusão do cristianismo e o verdadeiro ensino das Escrituras sobre a lei? É isso que o estudo das Escrituras e o cristianismo histórico nos ensinam? Nas páginas a seguir avaliaremos o pensamento de Calvino a respeito dessa questão e a aplicação calvinista refletida na Confissão de Fé de Westminster (CFW).

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

JUSTIFICAÇÃO 2 - A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ NAS TRADIÇÕES LUTERANA E REFORMADA

A Justificação pela Fé nas Tradições Luterana e Reformada:
Um Ensaio em Teologia Comparativa

O propósito deste ensaio é mostrar as similaridades e diferenças entre as duas grandes tradições dentro do protestantismo — o luteranismo e o calvinismo — na mais importante doutrina levantada no período da Reforma do século dezesseis. A concentração deste ensaio será mais nas diferenças do que nas similaridades, tentando despertar no leitor a mente crítica na análise das duas tradições.
Este trabalho é apenas uma tentativa de ser justo com ambos os ramos do protestantismo. Não é meu propósito argumentar extensivamente a favor ou contra luteranos e ou reformados. Meu único propósito é apresentar com precisão as similaridades e diferenças presentes, sem fazer neste trabalho extensiva justificativa bíblica. Será apenas uma apresentação histórico-teológica do assunto sem, contudo, ter uma conotação apologética, muito embora eu não consiga esconder totalmente minhas próprias convicções e predileções reformadas.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

HERMENÊUTICA 1 - A HERMENÊUTICA REFORMADA DAS ESCRITURAS


A Hermenêutica Reformada das Escrituras

Paulo R. B. Anglada

Orare e labutare foram palavras empregadas por Calvino para resumir a sua concepção hermenêutica. Com estes termos ele expressou a necessidade de súplica pela ação iluminadora do Espírito Santo e do estudo diligente do texto e do contexto histórico, como requisitos indispensáveis à interpretação das Escrituras. Com o mesmo propósito, Lutero empregou uma figura: um barco com dois remos, o remo da oração e o remo do estudo. Com um só destes remos, navega-se em círculo, perde-se o rumo, e corre-se o risco de não chegar a lugar algum.
Palavras e figuras como estas revelam a consciência que os reformadores tinham do caráter divino-humano das Escrituras e o equilíbrio fundamental que caracteriza a hermenêutica reformada da Palavra de Deus.
O mesmo não ocorre hoje. O evangelicalismo brasileiro parece estar vivendo dias difíceis. Quando se considera a diversidade doutrinária e prática que, em geral, caracteriza as igrejas evangélicas no nosso país, talvez não seja descabido questionar até mesmo se o termo "evangélico" ainda tem algum sentido, se ainda se presta para distinguir um grupo definido de pessoas dentro da igreja cristã.
Pode haver muitas razões para tal estado de coisas. Mas, sem dúvida, a rejeição da sã doutrina é uma delas. Na prática, as igrejas evangélicas em geral não têm professado teologia precisa, sistemática, confessional e histórica. Mesmo as denominações mais tradicionais parecem estar se distanciando progressivamente das doutrinas e práticas reformadas que caracterizavam as igrejas protestantes do passado, e pelas quais muitos chegaram a dar suas vidas.
É convicção deste autor que boa parte desta descaracterização teológica e eclesiástica das igrejas evangélicas no nosso país se explica pelas hermenêuticas deficientes que têm regido a interpretação e pregação da Palavra de Deus. Também é convicção deste autor que a hermenêutica reformada das Escrituras é um modelo de interpretação bíblica capaz de promover, com a graça de Deus, a reforma teológica, litúrgica e eclesiástica que o evangelicalismo brasileiro necessita. Este é o assunto deste artigo.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

TEOLOGIA REFORMADA 5 - A HERMENÊUTICA DE WESTMINSTER

A Hermenêutica de Westminster:
O que a Confissão de Fé de Westminster diz sobre a interpretação das Escrituras

O neoliberalismo
Muitos estudiosos e teólogos modernos concordam que o antigo liberalismo, como movimento histórico do século passado, está agonizando. Entretanto, muitos dos pressupostos do antigo liberalismo quanto à interpretação das Escrituras têm sobrevivido e encontrado expressão em várias correntes teológicas e hermenêuticas que historicamente pertencem ao período pós-moderno.
O rótulo "neoliberalismo" tem sido aplicado a esse movimento teológico-hermenêutico que preserva alguns dos pressupostos racionalistas do antigo liberalismo e que se utiliza de conceitos da filosofia, hermenêutica, linguística e teologia pós-modernas. É particularmente o sistema de interpretação das Escrituras do neoliberalismo que se constitui um desafio urgente à doutrina reformada.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

TEOLOGIA REFORMADA 4 - A DOUTRINA REFORMADA DA AUTORIDADE


A Doutrina Reformada da Autoridade

I. Definição
O que queriam dizer os Reformadores ao professarem a doutrina da autoridade das Escrituras? Que, por serem divinamente inspiradas, elas são verídicas em todas as suas afirmativas. Segundo esta doutrina, as Escrituras são a fonte infalível de informação que estabelece definitivamente qualquer assunto nelas tratado: a única regra infalível de fé e de prática, o supremo tribunal de recursos ao qual a Igreja pode apelar para a resolução de qualquer controvérsia religiosa.
Isto não significa que as Escrituras sejam o único instrumento de revelação divina. Os atributos de Deus se revelam por meio da criação: a revelação natural (cf. Sl 19:1-4 e Rm 1:18-20). Uma versão da sua lei moral foi registrada em nosso coração: a consciência (cf. Rm 2:14-15), "uma espiã de Deus em nosso peito," "uma embaixadora de Deus em nossa alma," como os puritanos costumavam chamá-la.3 A própria pessoa de Deus, o ser de Deus, revela-se de modo especialíssimo no Verbo encarnado, a segunda pessoa da Trindade (cf. Jo 14.19; Cl 1.15 e 3.9).
Mas, visto que Cristo nos fala agora pelo seu Espírito por meio das Escrituras, e que as revelações da criação e da consciência não são nem perfeitas e nem suficientes por causa da queda, que corrompeu tanto uma como outra, a palavra final, suficiente e autoritativa de Deus para esta dispensação são as Escrituras Sagradas.