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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

EDUCAÇÃO 5 - A ESCOLA BÍBLICA DE FÉRIAS (EBF)

A ESCOLA BÍBLICA DE FÉRIAS - EBF

INTRODUÇÃO

A Escola Bíblica de Férias - EBD, são classes bíblicas consecutivas nas férias escolares. Poderão ser aplicadas durante as férias escolares no mês de junho ou no final do ano. Como no final do ano as férias escolares são prolongadas e muitas famílias viajam para as festas de Natal e Ano Novo, ou saem para veraneio a EBF se torna quase inviável. Deste modo o melhor período é o do meio do ano quando as pessoas não programam viagens, principalmente por causa do inverno.

1. OBJETIVO  
1.1 Evangelização
1.2 Crescimento espiritual
1.3 Serviço cristão

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

ECLESIOLOGIA 21 - A CONCEPÇÃO AMBROSIANA DA IGREJA COMO ESCOLA

A CONCEPÇÃO AMBROSIANA DA IGREJA COMO ESCOLA

1. A visão ambrosiana da educação e da Igreja

Visamos, nesse ponto, indicar as marcas essenciais da educação na visão ambrosiana e o papel da Igreja enquanto sua transmissora.
 
1.1. A educação segundo Ambrósio

Indicando as principais características da educação na concepção de Ambrósio, devemos referir-nos a duas matrizes educacionais, isto é, aquela bíblica e a pagã. Elas contribuíram, significativamente, com seus ideais, à formação da visão ambrosiana acerca da educação, só que, precisa-se dizer logo, não se pode tratá-las como fatores iguais, mas, antes, opostos. A concepção pagã da educação, de fato, marca presença no pensamento de Ambrósio como um contributo negativo que, via oppositionis, lhe ajuda a cristalizar uma concepção bem diferente que se baseia, essencialmente, na Bíblia.
Assim, apoiando-se nos ideais apresentados no Antigo e no Novo Testamento, Ambrósio, além de incluir no âmbito de seu interesse educacional as dimensões naturais da existência do homem, põe em relevo, sobretudo, aquelas sobrenaturais, o que não foi priorizado pela cultura clássica. Trata-se, aqui, de realizar um processo que ajuda o homem a se relacionar, de modo familiar, com Deus mesmo, isto é, de rendê-lo, pela santificação, semelhante ao Ser Absoluto1 . A educação, pois, colocando o homem nessa nova dimensão que corresponde à visão bíblica, recebe assim nova orientação de sentido em relação ao que preconizava o ideal helenístico-romano.
Devemos ter presente, naturalmente, que a realização desse objetivo da educação cristã não pode ser separada do fenômeno de fé. Essa é o pressuposto necessário no processo edu-cativo e só com base nela se abre um caminho para uma educação e para uma formação, cujo critério fundamental para determinar os conteúdos e a prática pedagógica é que estes levem o homem a crescer na união com Deus, ou, mais especificamente, com Cristo2 .
Isso significa que a educação não prepara o homem para o ato de fé: esta não pode ser o fruto dos empreendimentos educativos. O ato da fé entra na dimensão muito sugestiva, é fruto da livre decisão humana e brota da experiência muito pessoal com o divino3 . O processo educativo, pois, vem como uma coisa posterior ao livre ato da fé: é, como conseqüência, na e não para a fé.
Sendo assim, podemos dizer que a educação, na visão de Ambrósio, consiste no aprofundamento do encontro primitivo e das relações entre o homem e Deus, o que se efetua numa progressiva conscientização e sensibilização dos fiéis à obra salvífica de Deus para torná-los mais capazes em perceber, assimilar e responder, sujeitando-se continuamente à realidade criadora e redentora divinas, com a própria vida a esse agir divino4 . A educação, pois, pode ser considerada como processo que prepara o homem para uma sempre mais intensiva experiência do Ser Divino.
Essa teocêntrica direção da educação não vislumbra, porém, os seus interesses para com o homem; aliás, seu teocentrismo inclui perfeitamente o aspecto antropológico, no sentido de que é muito claro, para Ambrósio, que somente em Deus o homem pode alcançar a plenitude da sua existência. Nesse caso, a educação pode ser vista como um meio que, antes de tudo, faz o homem descobrir a si mesmo, isto é, sua individualidade, a qual, enquanto portadora da imagem divina, testemunha a conexão ôntica entre ele e o Ser Divino5 . Educar significa direcionar o homem a Deus e criar-lhe a possibilidade de desenvolver uma existência completa e total, quer dizer, aquela que consiste no aperfeiçoamento de todas as faculdades e as capacidades correspondentes à sua verdadeira essência.
Tendo esses escopos, a educação, como conseqüência, visa tirar todos os obstáculos que dificultam a união entre o homem e Deus, libertando, o primeiro, de suas imperfeições. Essa função da libertação, concebida de modo ético, consiste tanto em demonstrar ao homem de que, quando ele peca, cai na escravidão, no poder das forças contrárias a Deus e Dele se separa, quanto em ajudá-lo a superar, oferecendo os devidos meios, o seu estado de limitação para alcançar a liberdade e a perfeição do Ser Divino6 .
Quando Ambrósio fala da união entre o fiel e Deus, ele sublinha, ainda, que dessa união brotam frutos tanto na vida terrena do homem, quanto naquela ultraterrestre. Em ambos os casos trata-se da felicidade e do amadurecimento pessoal, vistos, durante a existência terrena, como germes da felicidade e do amadurecimento no eon escático, quando o homem alcança a perfeição em suas três principais dimensões: ôntica, cognitiva e volitiva. Sendo assim, a educação é esse meio que conduz o homem a tal desenvolvimento, que lhe possibilita tornar-se pessoa que, em virtude da Criação e da Redenção, deve ser, isto é, a pessoa santa e semelhante a Deus; porque, somente desse modo, ele pode ser considerado digno de existir diante Dele tanto na vida presente, bem como na eternidade7 .

1.2. A Igreja como escola

Tendo presente a essência da educação na visão de Ambrósio, devemos indicar, agora, o papel da Igreja relacionado com o processo educativo. O pensamento de Ambrósio se caracteriza por uma forte exclusividade, no sentido de que a Igreja não é considerada uma das instituições onde se realiza a educação, mas como a única instituição.
Confluem para essa idéia ao menos dois fatores: o primeiro é a convicção que Ambrósio tem de que a Igreja foi convocada à existência por Deus, que continua presente nela: como a Igreja brotou da Palavra divina, assim, também, o projeto educativo tem Nela a sua origem. A educação, pois, na Igreja não se desenvolve por um estabelecimento humano, mas divino, e tem suas garantias na pessoa de Deus8. O segundo fator põe em relevo a conexão intrínseca entre o fenômeno da fé, da Igreja e da educação: só as pessoas que acreditam na Palavra de Cristo constituem a Igreja9 , o que significa que lá, onde existe a Igreja, lá, também, se realiza, necessariamente, em todo o fiel, o processo educativo, enquanto assumido na livre decisão.
Esses fatores fazem com que a Igreja possa ser, de fato, considerada o único lugar onde se abre o espaço para o homem realizar a adesão a Deus e aperfeiçoar a sua existência. É nela onde Cristo apresenta seu projeto educativo e fornece os meios para atuá-lo: na Igreja, pois, por intermédio do Espírito Santo10 , se proclama, na liturgia, a Palavra divina, se propaga, durante a instrução catequética, a doutrina dogmática e moral, se celebram os sacramentos, se realiza o caminho de virtude e se faz a experiência da oração.
Considerando o fato de que todos esses meios são de autoria divina, resulta, em conseqüência, que a Igreja, enquanto seu elemento humano, permanece sempre discípula. Ela é escola, antes de tudo, só se é vista como grupo de pessoas que, motivadas pela fé, aceitam o projeto de Cristo e fazem Dele o seu único Mestre11 .
Só no seu elemento divino a Igreja é sujeito ou agente da educação: ela cumpre seu papel educador quando, por meio dos autorizados representantes, transmite e promove a Palavra salvífica do único Mestre. Nesse modo, a Igreja tem razão de sua existência como escola só enquanto relacionada estritamente com a Escritura e em plena dependência desta.
E é fácil, de fato, notar a fidelidade de Ambrósio, ao idear a visão da Igreja como escola, aos dados bíblicos. Ele a elabora quase exclusivamente à base da Escritura e é ela que forma o pano de fundo de cada elemento de sua concepção.
Isso se percebe já no esforço que Ambrósio faz para demonstrar que a Igreja promove o projeto educativo somente aos moldes evangélicos. Assim, como Jesus educava os discípulos para que eles aderissem ao seu projeto e seguissem o seu destino12 , a função educadora da Igreja consiste em fazer o homem percorrer o caminho que Cristo percorreu e participar dos mesmos acontecimentos13 . Por isso, também, em cada elemento do processo educativo se espelham os atos e as palavras de Jesus: como os mistérios sacramentários, a prática de virtude e a oração marcavam a vida de Jesus, que terminou com a morte, ressurreição e ascensão para realizar a união com Deus, assim, também, a Igreja apresenta ao homem os mesmos meios para alcançar a mesma meta14 .
Esse formalismo bíblico está confirmado, ainda, por vários outros aspectos da dimensão educacional da Igreja. Constatamos, de fato, que os conceitos e as categorias que pertencem ao campo semântico do vocabulário escolar e educacional como os termos referentes seja às pessoas que desenvolvem a ação educadora na Igreja (magister, doctor), seja às que se submetem ao processo educativo (discipulus), seja à matéria a ser ensinada (doctrina, disciplina), seja à atividade docente (docere) e à de aprendizagem (discere), seja o termo central da paidéia greco-romana, a virtus, todos eles são de proveniência e de caráter eminentemente bíblico ou fundamentados na Escritura. Da Bíblia e à sua luz, também, Ambrósio tira e interpreta não só a doutrina de cunho moral e dogmático15  ou todos os componentes da caminhada do discipulado16 , mas até os princípios da filosofia, da poesia e da retórica, isto é, os componentes principais da paidéia clássica, ele reduz à Escritura17 .
Justamente podemos, pois, aplicar à Igreja uma fórmula que Ambrósio referiu à atividade docente dos mestres humanos18 , e que explica perfeitamente o seu status na dimensão educacional: a Igreja é escola secundum Scripturas, segundo as Escrituras, isto é, ela é, na visão ambrosiana, a escola bíblica.