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quinta-feira, 3 de maio de 2012

REFLEXÃO 53 - QUANDO NÃO ENXERGAMOS QUEM SOMOS...


QUANDO NÃO ENXERGAMOS QUEM SOMOS...
Mt 15.1-20

Num certo dia, Jesus foi interrogado por alguns fariseus e mestres da lei a respeito de seus discípulos. O questionamento destes homens era com relação à higiene dos discípulos, pois os mesmos perceberam que estes não lavavam as mãos, antes de comerem, como o costume religioso ordenava.


Aqueles homens estavam realmente preocupados porque os discípulos de Jesus não estavam guardando uma tradição religiosa. Veja bem a preocupação deles era por causa da tradição religiosa e não porque estes desobedeciam algum mandamento de Deus. Eles se tornaram adoradores dos rituais do culto e se esqueceram do próprio Deus.
Às vezes desejamos ser tão zelosos e tão santos que sem percebermos nos afastamos do objeto da adoração e nos tornamos adoradores da própria adoração. Cultuamos o que fazemos para Deus, mais do que o próprio Deus. Cultuamos nossos ritos, louvores, templos, pastores, etc., mais do que o próprio Senhor de todas estas coisas que é Jesus Cristo. Cultuamos o que podemos fazer em nome de Jesus, mais do que a pessoa de Jesus.
Muitos oram e jejuam intensamente para alcançarem o poder que Jesus oferece para todo aquele que Nele crê, mas não oram e jejuam intensamente para terem um relacionamento íntimo com Jesus. Todos desejam ser Eliseu, o profeta da unção dobrada, dos muitos milagres; mas ninguém deseja ser Jeremias, o profeta da intimidade com Deus.
A resposta de Jesus para os fariseus e mestres da lei foi dada através de uma pergunta: “E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição de vocês?”
A pergunta de Jesus apontou para um problema maior do que aqueles homens estavam vendo. Eles estavam preocupados com os discípulos, porque estes quebravam tradições religiosas; contudo eles não obedeciam aos mandamentos de Deus para obedecerem às tradições religiosas.
No anseio de cumprirem as tradições religiosas e os ritos religiosos, eles acabaram desobedecendo aos mandamentos dados diretamente por Deus. Que coisa terrível eles se distanciaram de Deus, enquanto acreditavam estarem fazendo o que Deus desejava.
Quando não enxergamos quem somos não somos capazes de adorar como deveríamos. Quando confio nas obras religiosas já estou me afastando de Deus. Quando valorizo as tradições estou caminhando na contra mão de Deus. Parece contraditório, ao menos era de se esperar que quanto mais procurar ser santo, mais próximo de Deus eu possa me encontrar.
Essa contradição se deve ao fato de que não entendemos o que é santidade para Deus. Santidade não é se isolar! Santidade não é cumprir ritos e tradições religiosas! Santidade é se esvaziar de si mesmo! Santidade é viver entre os pecadores sendo referência para os que estão perdidos! Santidade é ser luz para os que estão em trevas!
Não posso deixa de dizer que procurar cumprir ritos ou ter tradições religiosas não é o mal em si mesmo. Por isso que Jesus afirmou para aqueles homens que o que contamina o homem não é o que vem de fora, mas o que sai de sua boca.
Jesus estava dizendo que não são as coisas externas, visíveis que nos fazem mal, que nos torna pecadores; mas as coisas que saem de nós. O pecado é consequência da resposta do nosso homem interior as coisas visíveis.
Os discípulos não obedeceram a uma tradição religiosa, mas não tinham em seus corações o desejo de desagradar a Deus ou ser rebeldes; em fim não tinham uma intenção má. Por outro lado os fariseus e mestres da lei desobedeciam aos mandamentos de Deus para se beneficiarem do dinheiro gerado pela quebra deste mandamento, isto é, tinham uma atitude má em seus corações, embora cumprissem a tradição religiosa.  
A condenação é determinada pela atitude e intencionalidade do homem interior e não da manifestação exterior.
Quando não enxergamos quem somos, não somos mais capazes de reconhecermos o que fazemos, nos tornamos cegos e guias de cegos. Quando não enxergamos o pecador que somos, deixamos de ver os pecados que fazemos. Então passamos a acusar porque não enxergamos nossos erros.
Que Deus nos ajude a sermos verdadeiros adoradores e não adoradores das tradições.

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
03/05/2012

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