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sexta-feira, 25 de maio de 2012

REFLEXÃO 57 - DIAS DE AVIVAMENTO E DIAS DE SOFRIMENTO - 2


DIAS DE AVIVAMENTO E DIAS DE SOFIMENTO - 2

Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos (At 2.17).

Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis (2 Tm 3.1).

Para continuar nossa reflexão gostaria de trazer a memória que estamos analisando os acontecimentos dos “últimos dias”, na vida  da igreja, que segundo Pedro teve seu início com o derramar do Espírito Santo, em Pentecostes. Dentro dessa visão “os últimos dias” são dias de avivamento.
Por outro lado, vimos que o apóstolo Paulo apresenta “os últimos dias” como dias de dor, pois estes seriam tempos onde os homens se tornariam ainda mais egoístas, avarentos, enganadores, tempos de grandes heresias no meio cristão.
Em nossa reflexão passamos a analisar a Igreja Brasileira. Tentamos identifica nela características que possam nos levar a afirmar que vivemos tempos de grande avivamento em nosso país.
Apresentamos duas características de todo grande avivamento.

1 – Todos os grandes avivamentos pós-pentecostes possuíam a marca da perseguição.
2 - Todos os grandes avivamentos pós-pentecostes possuíam a marca da valorização da Palavra de Deus acima de tudo.

Gostaria de apresentar uma nova característica de um grande avivamento.


3 – Todos os grandes avivamentos pós-pentecostes possuíam a marca da santidade.
De todas as marcas que já mencionamos esta é a que mais me intriga. Minha perturbação se deve ao fato de quando olho para a Igreja Primitiva, vejo em seus membros não uma vida sem pecado, mas uma vida em busca de santidade.
Encontramos nos textos bíblicos diversas afirmações que corroboram para este pensamento. Por exemplo:
1. A ênfase da pregação estava no arrependimento (At 2.38; At 3.19) e reconhecimento que Jesus era o Filho de Deus, o Salvador.
2. Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos (At 2.42) – isto significa que eles buscavam viver os ensinos de Jesus.
3. Havia temor no meio deles (At 2.43; 5.11).
4.  Estavam cheios do Espírito Santo (At 2.4; 4.8, 31).

A história da Igreja Primitiva é a história de homens e mulheres que abandonaram a religiosidade oferecida pelo judaísmo e por outras religiões pagãs para servirem a Jesus Cristo. Descreve o abandono da idolatria para servirem unicamente ao Deus vivo.
Neste período da história ídolos foram quebrados, livros de magias foram queimados. A Igreja caminhava em direção à santidade, a uma vida de consagração total a Deus.
Quando adentramos na história da Reforma descobrimos que este foi um movimento que buscou tirar a igreja do pecado, do lamaçal de mentiras em que ela estava firmada, da idolatria que já fazia parte do culto cotidiano de seus membros.
A Reforma foi um movimento de santidade, onde a igreja saiu das trevas para a luz. Da idolatria para uma vida cheia do Espírito. Da falta de conhecimento bíblico para um mergulho profundo na Palavra de Deus.
Devemos considerar que a igreja no século XVI estava fundamentada nas tradições e não mais na Bíblia. A igreja vendia o céu para seus fiéis. A salvação não era mais oferecida de graça, mediante a fé. Não! A salvação era comprada pelos fiéis, e o pior, manipulada pela igreja, pois a mesma podia ser tomada se estes não permanecessem fiéis à igreja.
Em fim, no avivamento percebemos o movimento da Igreja em direção à santidade, a uma consagração da vida ao serviço e desejos de Deus, a uma disposição de abandonar o mundo e suas concupiscências para viverem mais próximos de Deus.
Entretanto é com grande tristeza que vejo na Igreja Brasileira um movimento ao contrário. A Igreja Brasileira caminha em direção ao “mundo” e não em direção aos céus.
Valorizamos as conquistas terrenas como se fossem sinais das bênçãos de Deus. Ambicionamos o TER e não o SER.
· Cristo disse ao jovem rico, deixa tudo e me segue; dizemos conquiste tudo e me segues. Dizemos isto como desculpa para evangelizarmos.
·  Jesus não tinha onde encostar a cabeça; nós trabalhamos duramente para termos o melhor travesseiro de penas de ganso. Fazemos disso nossa prioridade.
·  A Bíblia diz que não podemos ser amigos do mundo e de Deus; nós tentamos conciliar esta amizade, como se ela fosse possível.
·  Deus disse de graça recebeste de graça daí; nós dizemos é preciso pagar o preço para receber as bênçãos de Deus.
·  As músicas, as mensagens, nossas vidas deveriam ser tudo direcionados para glorificar a Deus. Contudo tudo é feito para glorificar o homem.

Estes valores trocados nos afastaram da vida de oração dos nossos pais. O temor a Deus se apagou. Basta vermos como tratamos as coisas de Deus hoje em nossas igrejas. GRANDE DEUS & GRANDES NEGÓCIOS.

Conclusão final: Admito que a Igreja Brasileira cresceu muito nos últimos anos. Louvo a Deus porque temos visto um avivamento em nossos dias, como Pedro descreve. Vidas estão se convertendo, o poder de Deus se manifesta das mais diversas formas pela Sua Igreja.
Entretanto, como descreveu Paulo, a igreja de hoje sofre, heresias nascem todos os dias e a ganância de alguns homens se tornou maior do que o temor a Deus.
O avivamento ocorre juntamente com as apostasias e heresias, conforme apresentaram Pedro e Paulo. Cabe a nós estarmos atentos para sermos levados pelo vento do Espírito e não pelo vento do engano.

Reflexão final: A pergunta que você precisa responder é: Quais características identifico em minha igreja? Ela é perseguida por lutar pelos valores do Reino de Deus ou por viver de modo indigno de Deus? Vejo uma valorização da Palavra de Deus acima de tudo? Existe uma preocupação por um caminhar em santidade?
Quais características identifico em minha vida pessoal? Luto pela justiça? Valorizo a Palavra de Deus como única regra de fé e prática? Busco viver em santidade?

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
25/05/2012

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