DIAS DE AVIVAMENTO E DIAS DE SOFIMENTO - 2
Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os
povos (At 2.17).
Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis (2 Tm 3.1).
Para continuar nossa reflexão
gostaria de trazer a memória que estamos analisando os acontecimentos dos
“últimos dias”, na vida da igreja, que segundo Pedro teve seu início com o derramar do Espírito
Santo, em Pentecostes. Dentro dessa visão “os últimos dias” são dias de
avivamento.
Por outro lado, vimos que o apóstolo Paulo
apresenta “os últimos dias” como dias de dor, pois estes seriam tempos onde os
homens se tornariam ainda mais egoístas, avarentos, enganadores, tempos de
grandes heresias no meio cristão.
Em nossa reflexão passamos a
analisar a Igreja Brasileira. Tentamos identifica nela características que
possam nos levar a afirmar que vivemos tempos de grande avivamento em nosso
país.
Apresentamos duas características
de todo grande avivamento.
1 – Todos os grandes avivamentos pós-pentecostes
possuíam a marca da perseguição.
2 - Todos os grandes avivamentos pós-pentecostes
possuíam a marca da valorização da Palavra de Deus acima de tudo.
Gostaria de apresentar uma nova
característica de um grande avivamento.
3 – Todos os grandes avivamentos pós-pentecostes
possuíam a marca da santidade.
De todas as marcas que já
mencionamos esta é a que mais me intriga. Minha perturbação se deve ao fato de
quando olho para a Igreja Primitiva, vejo em seus membros não uma vida sem
pecado, mas uma vida em busca de santidade.
Encontramos nos textos bíblicos
diversas afirmações que corroboram para este pensamento. Por exemplo:
1. A
ênfase da pregação estava no arrependimento (At 2.38; At 3.19) e reconhecimento
que Jesus era o Filho de Deus, o Salvador.
2. Eles
se dedicavam ao ensino dos apóstolos (At 2.42) – isto significa que eles
buscavam viver os ensinos de Jesus.
3. Havia
temor no meio deles (At 2.43; 5.11).
4. Estavam
cheios do Espírito Santo (At 2.4; 4.8, 31).
A história da Igreja Primitiva é a
história de homens e mulheres que abandonaram a religiosidade oferecida pelo
judaísmo e por outras religiões pagãs para servirem a Jesus Cristo. Descreve o
abandono da idolatria para servirem unicamente ao Deus vivo.
Neste período da história ídolos
foram quebrados, livros de magias foram queimados. A Igreja caminhava em
direção à santidade, a uma vida de consagração total a Deus.
Quando adentramos na história da
Reforma descobrimos que este foi um movimento que buscou tirar a igreja do
pecado, do lamaçal de mentiras em que ela estava firmada, da idolatria que já
fazia parte do culto cotidiano de seus membros.
A Reforma foi um movimento de
santidade, onde a igreja saiu das trevas para a luz. Da idolatria para uma vida
cheia do Espírito. Da falta de conhecimento bíblico para um mergulho profundo
na Palavra de Deus.
Devemos considerar que a igreja no
século XVI estava fundamentada nas tradições e não mais na Bíblia. A igreja
vendia o céu para seus fiéis. A salvação não era mais oferecida de graça,
mediante a fé. Não! A salvação era comprada pelos fiéis, e o pior, manipulada
pela igreja, pois a mesma podia ser tomada se estes não permanecessem fiéis à
igreja.
Em fim, no avivamento percebemos o
movimento da Igreja em direção à santidade, a uma consagração da vida ao
serviço e desejos de Deus, a uma disposição de abandonar o mundo e suas
concupiscências para viverem mais próximos de Deus.
Entretanto é com grande tristeza
que vejo na Igreja Brasileira um movimento ao contrário. A Igreja Brasileira
caminha em direção ao “mundo” e não em direção aos céus.
Valorizamos as conquistas terrenas
como se fossem sinais das bênçãos de Deus. Ambicionamos o TER e não o SER.
· Cristo
disse ao jovem rico, deixa tudo e me segue; dizemos conquiste tudo e me segues.
Dizemos isto como desculpa para evangelizarmos.
· Jesus
não tinha onde encostar a cabeça; nós trabalhamos duramente para termos o
melhor travesseiro de penas de ganso. Fazemos disso nossa prioridade.
· A
Bíblia diz que não podemos ser amigos do mundo e de Deus; nós tentamos
conciliar esta amizade, como se ela fosse possível.
· Deus
disse de graça recebeste de graça daí;
nós dizemos é preciso pagar o preço para receber as bênçãos de Deus.
· As
músicas, as mensagens, nossas vidas deveriam ser tudo direcionados para
glorificar a Deus. Contudo tudo é feito para glorificar o homem.
Estes valores trocados nos
afastaram da vida de oração dos nossos pais. O temor a Deus se apagou. Basta
vermos como tratamos as coisas de Deus hoje em nossas igrejas. GRANDE DEUS
& GRANDES NEGÓCIOS.
Conclusão final: Admito
que a Igreja Brasileira cresceu muito nos últimos anos. Louvo a Deus porque
temos visto um avivamento em nossos dias, como Pedro descreve. Vidas estão se
convertendo, o poder de Deus se manifesta das mais diversas formas pela Sua
Igreja.
Entretanto, como descreveu Paulo, a
igreja de hoje sofre, heresias nascem todos os dias e a ganância de alguns
homens se tornou maior do que o temor a Deus.
O avivamento ocorre juntamente com
as apostasias e heresias, conforme apresentaram Pedro e Paulo. Cabe a nós
estarmos atentos para sermos levados pelo vento do Espírito e não pelo vento do
engano.
Reflexão final: A
pergunta que você precisa responder é: Quais características identifico em
minha igreja? Ela é perseguida por lutar pelos valores do Reino de Deus ou por viver de modo indigno de Deus? Vejo
uma valorização da Palavra de Deus acima de tudo? Existe uma preocupação por um
caminhar em santidade?
Quais características identifico em
minha vida pessoal? Luto pela justiça? Valorizo a Palavra de Deus como única
regra de fé e prática? Busco viver em santidade?
Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
25/05/2012
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