ADVERTÊNCIAS! - 1
Mt 23.13-36
O texto de nossa reflexão é caracterizado ou marcado
pela expressão “Ai de vocês”. Essa expressão aparece oito vezes neste texto
dando inicio a algumas advertências de Jesus. O interessante é que essas
advertências são sempre dirigidas aos mestres da lei e fariseus.
Os mestres da lei e fariseus eram os homens responsáveis
pela religião judaica. Contudo suas atribuições não alcançavam somente a dimensão
religiosa, elas interferiam também na vida política de Israel. Entendo dessa forma
que essas advertências são dirigidas hoje aos homens responsáveis pelo governo
(políticos) e religião (sacerdotes de modo geral) de nosso país. Entretanto elas
não deixam de ser dirigidas a mim e a você que temos uma responsabilidade diante
de Deus e do conhecimento que temos de Sua Palavra; afinal somos todos sacerdotes
do Reino de Deus.
Os mestres da lei e fariseus, embora Israel
estivesse sob o domínio do Império Romano, eram os responsáveis pelo cuidado da
Lei de Deus. Na cultura israelita a Lei de Deus também servia para as decisões
trabalhista, familiares e política. As Lei de Deus abrangiam todas as dimensões
da vida social de Israel, por isso estou dizendo que essas advertências seriam dirigidas
àqueles que receberam o poder para legislar e fazer leis, assim também como aos
religiosos que deveriam aproximar o homem e Deus.
O primeiro
“ai” (v.13) é uma condenação a religião que
fecha a porta do Reino dos Céus aos homens. Essa é uma condenação voltada para
nós cristãos (direcionada principalmente aos que exercem o ministério) que
tornamos o acesso a Igreja de Cristo cheio de obstáculo, isto é, que exigimos
dos homens o que Deus não exige. Jesus disse “vinde a mim o que estais cansados
e sobrecarregados que eu vos aliviarei”. Entretanto em nossa religiosidade
colocamos sobre o cansado mais peso.
Criamos uma igreja institucionalizada que caminha
muitas vezes paralela a Igreja de Cristo e não como parte e expressão da Igreja
de Cristo. Assim como um poder do trafico caminha paralelo ao poder legislativo
de nosso país. Essa igreja institucionalizada cria normas, leis e cultura que
muitas vezes mais afasta o povo de Jesus Cristo, do que os aproxima. O legalismo transforma o Evangelho libertador de Cristo em obrigações pesadas para se cumprir.
Não sou contra a igreja instituição, apenas desejo ressaltar
que essa igreja não pode se tornar maior que a Igreja de Cristo. A igreja precisa
se organizar para melhor servir, entretanto, ela não deve criar leis como expressões
normativas de uma verdadeira espiritualidade.
O segundo
“ai” (v.14) é uma condenação aos religiosos
que não respeitam as dificuldades vividas por algumas pessoas. São capazes de
lhe exigirem até mesmo o pouco que elas possuem usando de uma falsa espiritualidade.
Homens que se fazem de bom, mas possuem apenas um interesse: saciar seus
próprios interesses.
As viúvas representam a classe social desamparada,
sem recursos para trabalhar e se autossustentarem.
A necessidade humana precede as regulamentações religiosas e os interesses eclesiásticos. Essa afirmação é sustentada por Jesus em seu ensino aos fariseus descrito no Evangelho de Mateus 12.1-8, onde narra o fato de Davi e seus homens terem se alimentado dos pães separados exclusivamente para os sacerdotes, segundo a Lei de Moisés.
A necessidade humana precede as regulamentações religiosas e os interesses eclesiásticos. Essa afirmação é sustentada por Jesus em seu ensino aos fariseus descrito no Evangelho de Mateus 12.1-8, onde narra o fato de Davi e seus homens terem se alimentado dos pães separados exclusivamente para os sacerdotes, segundo a Lei de Moisés.
O terceiro
“ai” (v.15) condena aqueles que buscam converter
vidas a Deus na base da religiosidade. Dizem que viver para Deus é guardar isto
ou aquilo, fazer isto ou aquilo. Por trás deste “é guardar” ou “fazer” vem uma
série de leis e exigências para que Deus os aceite como Seus filhos. Ensinam o
povo a confiar nos seus méritos, nos seus esforços para serem amados por Deus. Na
verdade, estes religiosos, estão enviando estas pessoas ao inferno, pois não
existe salvação no esforço humano. Não existe nada que possamos fazer para
merecermos o amor e o perdão de Deus. A única coisa que podemos fazer é crer.
Cristo já fez tudo por nós. Todo aquele que crer Nele será salvo.
Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça (Rm 5.1).
Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça (Rm 5.1).
Pois vocês são
salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por
obras, para que ninguém se glorie (Ef
2.8-9).
O quarto
“ai” (v.16) é uma condenação àqueles que amam
mais o ouro (dinheiro) do que o próprio Deus. Pessoas que não respeitam a Casa
de Deus, mas a usam para um enriquecimento ilícito. Fazem de Deus e da fé um meio
para engordarem suas contas bancárias.
Em nossos dias temos visto muitos líderes
valorizando mais a oferta do que o altar (adoração). Não é o valor que nos fazem
gigantes na fé, mas é como expressamos nossa adoração. É como entregamos nossas
ofertas que faz a diferença.
Uma verdadeira oferta de adoração não
se coloca no altar na esperança de receber um beneficio através dela. Uma verdadeira
oferta de adoração é uma rendição e entrega plena de nossas vidas e de tudo que
temos ao Senhor, imbuídos do sentimento de servo e nada
mais.
Em nossa próxima reflexão veremos os outros quatro “ais” mencionados por Jesus.
Em nossa próxima reflexão veremos os outros quatro “ais” mencionados por Jesus.
Neste momento acredito que o importante
é fazermos uma reflexão de como temos servido a Deus e de como temos pregado Seu
Evangelho.
Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
02/07/2012
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