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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

REFLEXÃO 56 - O PECADO DE PILATOS


O PECADO DE PILATOS

Estamos vivendo no Brasil um dia que poderá entrar para a história, hoje se inicia o julgamento do “mensalão”, um sistema de pagamento de parlamentares que, para o Ministério Público, serviu para comprar votos no Congresso durante o governo Lula e que, para os advogados de defesa, foi apenas um esquema de caixa dois de campanha. Embora eu acredite que o “mensalão” foi um dinheiro proveniente de caixa dois e que serviu também para comprar votos, em fim, dinheiro sujo usado de maneira suja. Não me leve a mal, mas não quero entrar nesta questão. Seja como for é uma vergonha e demonstra muito claramente quem é Lula e seus companheiros.


Fico imaginando será que no final deste julgamento assistiremos a repetição do “pecado de Pilatos”. No Brasil político este pecado tem sido uma constante em sua história. Nosso sistema judiciário parece que adotou o principio de Pilatos como prioridade em seus julgamentos.
Mas deixemos de lado a política, por um pouco. Confesso que quando penso e falo sobre a política de nosso país me sinto enojado. Vamos olhar para nossas igrejas. Será que não cometemos o mesmo pecado de Pilatos? Será que o principio de Pilatos é praticado em nossos sistemas religiosos?
Deixe-me explicar o pecado de Pilatos.
“Quando Pilatos percebeu que não estava obtendo nenhum resultado, mas, ao contrario, estava se iniciando um tumulto, mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão e disse: Estou inocente do sangue deste homem, a responsabilidade é de vocês” (Mt 27.24).
O pecado de Pilatos foi o de reconhecer a inocência de Jesus e não usar de sua autoridade para pô-lo em liberdade. Pilatos preferiu agradar a multidão para ficar em paz com a mesma. O pecado de Pilatos pode ser classificado como o pecado da omissão. Ser omisso é quando não se faz o que se deve fazer, é a falta de ação no cumprimento do seu dever.
Lavar as mãos não remove daquele que é omisso o pecado, mas demonstra e expõe sua culpa ainda mais, pois negligenciou o poder que lhe foi dado para fazer se cumprir a justiça.
Quando somos omissos na igreja? Quando somos omissos em nossa vida cristã? Quando sei que meu irmão precisa de socorro e faço vistas grossas, estou sendo omisso. Quando sei que meu irmão esta em pecado e não o exorto em amor, estou sendo omisso. Quando sei que o meu próximo esta em trevas e não lhe mostro a luz, estou sendo omisso. Quando sei o que devo fazer e não faço, estou sendo omisso.
Que Deus possa nos ajudar a vivermos de maneira honrosa, zelando em fazer o que fomos chamados para fazer, mesmo que isto custe nossa boa reputação diante uma sociedade corrompida. Melhor é ajuntar tesouros nos céus do que na terra.

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
02/08/2012

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