A Grande Cidade de Nínive
Entre as
cidades do mundo antigo nos dias do reino de Israel dividido, uma das maiores
foi Nínive, a capital do domínio assírio. Fundada sobre as férteis barrancas do
Tigre, logo depois da dispersão da Torre de Babel, floresceu através dos
séculos, até que se tornou "uma grande cidade, de três dias de
caminho". Jon. 3:3.
No tempo de sua prosperidade temporal Nínive era um centro de crime e
impiedade. A inspiração havia-a caracterizado como "cidade ensangüentada...
toda cheia de mentiras e de rapina". Naum 3:1. Em linguagem figurada, o
profeta Naum comparou Nínive a um leão cruel, rapinante. "Sobre
quem", interroga o profeta, "não passou continuamente a tua
malícia?" Naum 3:19.
Embora ímpia como havia-se tornado, Nínive não estava inteiramente entregue ao
mal. Aquele que "está vendo a todos os filhos dos homens" (Sal.
33:13), e "descobre todas as coisas preciosas" (Jó 28:10), viu na
cidade muitos que estavam procurando alguma coisa melhor e mais alta, os quais,
se lhes fosse dada oportunidade para conhecer ao Deus vivo, afastariam de si as
más obras, e O adorariam. E assim, em Sua sabedoria Deus Se revelou a eles de
maneira inconfundível, a fim de levá-los, se possível, ao arrependimento.
O instrumento escolhido para esta obra foi o profeta Jonas, filho de Amitai. A
ele veio a palavra do Senhor: "Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive,
e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até Mim." Jon. 1:1 e 2.
Como o profeta se pusesse a pensar nas dificuldades e aparentes
impossibilidades desta comissão, foi tentado a pôr em dúvida a sabedoria do
chamado. Do ponto de vista humano, parecia que nada se poderia ganhar em
proclamar tal mensagem nesta cidade tão orgulhosa. Ele esqueceu por um momento
que o Deus a quem servia era todo-sábio e todo-poderoso. Enquanto hesitava,
duvidando ainda, Satanás sobrecarregou-o com o desencorajamento. O profeta foi
tomado de grande temor, e "se levantou para fugir de diante da face do
Senhor para Társis". Indo a Jope, e achando ali um navio pronto para
zarpar, pagou a sua passagem, "e desceu para dentro dele, para ir com
eles". Jon. 1:3.
No encargo que fora dado, havia sido confiada a Jonas uma pesada
responsabilidade; contudo, Aquele que o havia mandado ir, estava apto a sustentar
Seu servo e garantir-lhe o sucesso. Tivesse o profeta obedecido sem questionar,
e ter-lhe-iam sido poupadas muitas experiências amargas e teria sido
abundantemente abençoado. Não obstante, na hora do desespero de Jonas o Senhor
não Se afastara dele. Através de uma série de provas e estranhas providências a
confiança do profeta em Deus e em Seu infinito poder para salvar devia ser
revivida.
Se, quando o chamado lhe veio pela primeira vez, Jonas se tivesse demorado em
calma consideração, teria verificado quão tolo seria qualquer esforço de sua
parte para escapar à responsabilidade imposta sobre ele. Mas não por muito
tempo foi-lhe permitido prosseguir tranqüilamente em sua estulta fuga. "O
Senhor mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e
o navio estava para quebrar-se. Então temeram os marinheiros, e clamava cada um
ao seu deus, e lançavam no mar as fazendas, que estavam no navio, para o
aliviarem do seu peso; Jonas, porém, desceu aos lugares do porão e se deitou, e
dormia um profundo sono." Jon. 1:4 e 5.
Enquanto os marinheiros buscavam seus deuses pagãos pedindo socorro, o mestre
do navio, excessivamente angustiado, foi em busca de Jonas, e disse: "Que
tens, dormente? levanta-te, e invoca o teu Deus; talvez assim Deus Se lembre de
nós, para que não pereçamos." Jon. 1:6.
Mas as orações do homem que se tinha desviado do caminho do dever, não
trouxeram qualquer auxílio. Os marinheiros, impressionados com o pensamento de
que a estranha violência da tempestade refletia a ira dos seus deuses,
propuseram como último recurso o lançamento de sortes, "para que
saibamos", disseram, "por que causa nos sobreveio este mal. E
lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. Então lhe disseram: Declara-nos tu
agora, por que razão nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? e donde
vens? qual é a tua terra? e de que povo és tu?
"E ele lhes disse: Eu sou hebreu, e temo ao Senhor, o Deus do Céu, que fez
o mar e a terra seca.
"Então estes homens se encheram de grande temor, e lhe disseram: Por que fizeste
tu isto? Pois sabiam os homens que fugia de diante do Senhor, porque ele lho
tinha declarado.
"E disseram-lhe: Que te faremos nós, para que o mar se acalme? porque o
mar se elevava e engrossava cada vez mais. E ele lhes disse: Levantai-me, e
lançai-me ao mar, e o mar se aquietará; porque eu sei que por minha causa vos
sobreveio esta grande tempestade.
"Entretanto, os homens remavam, esforçando-se por alcançar a terra; mas
não podiam, porquanto o mar se ia embravecendo cada vez mais contra eles. Então
clamaram ao Senhor, e disseram: Ah! Senhor! nós Te rogamos! não pereçamos por
causa da vida deste homem, e não ponhas sobre nós o sangue inocente; porque Tu,
Senhor, fizeste como Te aprouve. E levantaram a Jonas, e o lançaram ao mar, e
cessou o mar da sua fúria. Temeram, pois, estes homens ao Senhor com grande
temor; e ofereceram sacrifícios ao Senhor, e fizeram votos.
"Deparou, pois, o Senhor um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e
esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe." Jon. 1:7-17.
"E orou Jonas ao Senhor, seu Deus, das entranhas do peixe. E disse:
"Na minha angústia clamei ao Senhor,
E Ele me respondeu;
Do ventre do inferno gritei,
E Tu ouviste a minha voz.
"Porque Tu me lançaste no profundo,
No coração dos mares,
E a corrente me cercou;
Todas as Tuas ondas e as Tuas vagas passaram por cima de mim.
"E eu disse: Lançado estou de diante dos Teus olhos;
Todavia tornarei a ver o templo da Tua santidade.
As águas me cercaram
Até à alma,
"O abismo me rodeou,
E as águas se enrolaram na minha cabeça.
E eu desci aos fundamentos dos montes;
Os ferrolhos da terra correram sobre mim para sempre;
"Mas Tu livraste a minha vida da perdição, ó Senhor meu Deus.
Quando desfalecia em mim a minha alma, eu me lembrei do Senhor;
E entrou a Ti a minha oração,
No templo da Tua santidade.
"Os que observam as vaidades vãs, deixam a sua própria misericórdia.
Mas eu Te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento;
O que votei pagarei.
Do Senhor vem a salvação". Jon. 2:1-9.
Jonas aprendera afinal que "a salvação vem do Senhor". Sal. 3:8. Com
penitência e o reconhecimento da graça salvadora de Deus, veio o livramento.
Jonas foi liberto dos perigos do profundo abismo, e foi lançado em terra seca.
Uma vez mais é o servo de Deus comissionado para advertir Nínive. "E veio
a palavra do Senhor segunda vez a Jonas, dizendo: Levanta-te, e vai à grande
cidade de Nínive, e prega contra ela a pregação que Eu te disse". Desta
vez ele não se deteve para questionar ou duvidar, mas obedeceu sem hesitação. "Levantou-se
Jonas, e foi a Nínive, segundo a palavra do Senhor." Jon. 3:1-3.
Entrando na cidade, Jonas começou a pregar "contra ela" a mensagem:
"Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida." Jon. 3:4. De rua em
rua ia ele fazendo soar a nota de advertência.
A mensagem não foi em vão. O clamor que soava através das ruas da ímpia cidade
ia passando de lábio em lábio, até que todos os habitantes tivessem ouvido o
assustador anúncio. O Espírito de Deus imprimiu a mensagem em cada coração, e
levou multidões a tremerem por causa de seus pecados, e a se arrependerem em
profunda humilhação.
"E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e
vestiram-se de saco, desde o maior, até o menor. Porque esta palavra chegou ao
rei de Nínive, e levantou-se do seu trono, e tirou de si os seus vestidos, e
cobriu-se de saco, e assentou-se sobre a cinza. E fez uma proclamação, que se
divulgou em Nínive, por mandado do rei e dos grandes, dizendo: Nem homens, nem
animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê pasto, nem
bebam água. Mas os homens e os animais estarão cobertos de sacos, e clamarão
fortemente a Deus, e se converterão, cada um do seu mau caminho, e da violência
que há nas suas mãos. Quem sabe se Se voltará Deus, e Se arrependerá, e Se
apartará do furor da Sua ira, de sorte que não pereçamos?" Jon. 3:5-9.
Sendo que rei e nobres, com todo o povo, grandes e pequenos, "se
arrependeram com a pregação de Jonas" (Mat. 12:41), e uniram-se em clamar
ao Deus do Céu, Sua misericórdia foi-lhes assegurada. "Deus viu as obras
deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus Se arrependeu do mal que
tinha dito lhes faria, e não o fez." Jon. 3:10. Sua condenação foi
evitada; o Deus de Israel fora exaltado e honrado através do mundo pagão, e Sua
lei foi reverenciada. Não seria senão muitos anos mais tarde que Nínive devia
cair presa das nações vizinhas por causa do seu esquecimento de Deus e
jactancioso orgulho.
Quando Jonas viu o propósito de Deus de poupar a cidade que, não obstante sua
impiedade, tinha sido levada a se arrepender em saco e cinzas, devia ter sido o
primeiro a se alegrar com a estupenda graça de Deus; mas ao contrário disto,
ele permitiu que sua mente se demorasse sobre a possibilidade de ser
considerado um falso profeta. Cioso de sua reputação, ele perdeu de vista o
valor infinitamente maior das almas nessa cidade infortunada. A compaixão
mostrada por Deus para com os arrependidos ninivitas desgostou "Jonas
extremamente... e ficou todo ressentido". "Não foi isso o que eu
disse", argumentou ele com o Senhor, "estando ainda na minha terra?
Por isso me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus piedoso, e
misericordioso, longânimo, e grande em benignidade, e que Te arrependes do
mal." Jon. 4:1 e 2.
Uma vez mais ele se rendeu a sua inclinação de questionar e duvidar, e uma vez
mais foi oprimido com o desencorajamento. Perdendo de vista os interesses dos
outros, e sentindo como se melhor lhe fora morrer do que viver para ver a
cidade poupada, em seu descontentamento exclamou: "Ó Senhor, tira-me a
minha vida, porque melhor me é morrer do que viver".
"É razoável esse teu ressentimento?" o Senhor inquiriu. "Então
Jonas saiu da cidade, e assentou-se ao oriente da cidade; e ali fez uma cabana,
e se assentou debaixo dela, à sombra, até ver o que aconteceria. E fez o Senhor
Deus nascer uma aboboreira, que subiu por cima de Jonas, para que fizesse
sombra sobre a sua cabeça, a fim de o livrar do seu enfado; e Jonas se alegrou
em extremo por causa da aboboreira." Jon. 4:3-6.
Então o Senhor deu a Jonas uma lição objetiva. Ele "enviou um bicho, no
dia seguinte ao subir da alva, o qual feriu a aboboreira, e esta se secou. E
aconteceu que, aparecendo o Sol, Deus mandou um vento calmoso oriental, e o Sol
feriu a cabeça de Jonas; e ele desmaiou, e desejou com toda a sua alma morrer,
dizendo: Melhor me é morrer do que viver".
De novo Deus Se dirige a Seu profeta: "É acaso razoável que assim te
enfades por causa da aboboreira? E ele disse: É justo que me enfade a ponto de
desejar a morte".
"E disse o Senhor: Tiveste compaixão da aboboreira, na qual não
trabalhaste, nem a fizeste crescer; que numa noite nasceu, e numa noite
pereceu. E não hei de Eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que estão
mais de cento e vinte mil homens, que não sabem discernir entre a sua mão
direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?" Jon. 4:7-11.
Confuso, humilhado e incapaz de compreender o propósito de Deus em poupar
Nínive, Jonas havia, não obstante cumprido a comissão que lhe fora dada de
advertir a grande cidade; e embora o acontecimento predito não se tivesse
realizado, a mensagem de advertência não era de ninguém menos que de Deus. E
ela cumpriu o propósito que Deus lhe designara. A glória de Sua graça fora
revelada entre os pagãos. Os que havia muito estavam assentados "nas
trevas e sombra da morte, presos em aflição e em ferro", "clamaram ao
Senhor na sua angústia, e Ele os livrou das suas necessidades. Tirou-os das
trevas e sombra da morte, e quebrou as suas prisões. ... Enviou a Sua palavra,
e os sarou, e os livrou da sua destruição". Sal. 107:10, 13, 14 e 20.
Cristo, durante Seu ministério terrestre, referiu-Se ao bem produzido pela
pregação de Jonas em Nínive, e comparou os habitantes deste centro pagão com o
professo povo de Deus em Seus dias. "Os ninivitas", declarou Ele,
"ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se
arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que
Jonas". Mat. 12:40 e 41. A um mundo ocupado, cheio do burburinho do
comércio e a altercação de transações, onde os homens estavam procurando obter
tudo para si mesmos, Cristo viera; e acima da confusão, Sua voz foi ouvida como
a trombeta de Deus: "Que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e
perder a sua alma? ou que daria o homem pelo resgate da sua alma?" Mar.
8:36 e 37.
Assim como a pregação de Jonas fora um sinal para os ninivitas, a pregação de
Cristo era um sinal para a Sua geração. Mas que contraste na recepção da
palavra Embora em face de indiferença e de escárnio, o Salvador trabalhou
sempre, até que concluiu Sua missão.
A lição é para os mensageiros de Deus hoje, quando as cidades das nações
encontram-se tão verdadeiramente em necessidade do conhecimento dos atributos e
propósitos do verdadeiro Deus, como os ninivitas do passado. Os embaixadores de
Cristo devem apontar aos homens o mundo mais nobre, que tem sido em grande
parte perdido de vista. De acordo com os ensinamentos das Sagradas Escrituras,
a única cidade que permanece é aquela cujo artífice e construtor é Deus. Com os
olhos da fé os homens podem contemplar o limiar do Céu, iluminado com a glória
do Deus vivo. Por intermédio de Seus servos ministradores o Senhor Jesus está
convidando os homens a que se empenhem com santificada ambição no sentido de
assegurarem a herança imortal. Apela para eles a fim de que acumulem tesouros
junto ao trono de Deus. Rápida e seguramente está vindo uma culpabilidade quase
universal sobre os habitantes das cidades, devido ao constante aumento de
decidida impiedade. A corrupção que prevalece está além do poder da pena humana
descrever. Cada dia traz novas revelações de atritos, suborno e fraudes; cada
dia traz seu desalentador registro de violência e arbitrariedade, de
indiferença para com o sofrimento humano, de destruição brutal e perversa da
vida humana. Cada dia testifica sempre mais de insanidade, assassínio e
suicídio.
De século a século Satanás, tem procurado conservar os homens na ignorância dos
beneficentes desígnios de Jeová. Ele tem procurado desviar-lhes de vista os
grandes fatos da lei de Deus – os princípios de justiça, misericórdia e amor aí
contidos. Os homens se gloriam do maravilhoso progresso e esclarecimento do
século em que estão agora vivendo; mas Deus vê a Terra cheia de iniqüidade e
violência. Declaram os homens que a lei de Deus foi anulada, que a Bíblia não é
autêntica; e como resultado uma maré de males, tal como não se tem visto desde
os dias de Noé e do apóstata Israel, está tomando conta do mundo. Nobreza de
alma, gentileza, piedade são permutadas para satisfazer a cobiça por coisas
proibidas. O negro registro de crimes cometidos pelo amor ao ganho é suficiente
para fazer gelar o sangue e encher a alma de horror.
Nosso Deus é um Deus de misericórdia. Com longanimidade e terna compaixão Ele
trata com o transgressor da Sua lei. E contudo, nestes nossos dias, quando
homens e mulheres têm tantas oportunidades para se familiarizarem com a divina
lei como revelada no Santo Escrito, o grande Governador do Universo não pode
olhar com qualquer satisfação as ímpias cidades, onde reina a violência e o
crime. O fim da tolerância de Deus com os que persistem na desobediência está
se aproximando rapidamente.
Devem os homens ficar surpreendidos com uma súbita e inesperada mudança no
trato do Supremo Governador com os habitantes do mundo caído? Devem eles ficar
surpreendidos quando a punição segue a transgressão e a crescente
criminalidade? Devem-se surpreender de que Deus leve a destruição e a morte
sobre aqueles cujo ganho ilícito tem sido obtido através do engano e fraude?
Muito embora o fato de que crescente luz com respeito aos reclamos de Deus tem
estado a brilhar em seu caminho, muitos têm-se recusado a reconhecer a
soberania de Jeová, e têm escolhido permanecer sob a bandeira negra do
originador de toda rebelião contra o governo do Céu.
A longanimidade de Deus tem sido muito grande – tão grande que quando
consideramos o contínuo insulto a Seus santos mandamentos, ficamos
maravilhados. O Onipotente tem estado a exercer um poder restringidor sobre
Seus próprios atributos. Mas certamente Ele Se levantará para punir o ímpio,
que tão ousadamente tem resistido aos justos reclamos do Decálogo.
Deus concede ao homem um período de graça; mas há um ponto além do qual a
divina paciência se esgota, e os juízos de Deus se seguem seguramente. O Senhor
trata pacientemente com os homens, e com cidades, misericordiosamente dando
advertências para salvá-los da ira divina; mas virá o tempo quando não mais se
ouvirão súplicas por misericórdia, e o elemento rebelde que continua a rejeitar
a luz da verdade será riscado, em misericórdia para com eles mesmos, e para com
aqueles que de outro modo seriam influenciados por seu exemplo.
É chegado o tempo em que haverá no mundo tristeza que nenhum bálsamo humano
pode curar. O Espírito de Deus está sendo retirado. Catástrofes por mar e por
terra seguem-se umas às outras em rápida sucessão. Quão freqüentemente ouvimos
de terremotos e furacões, de destruição pelo fogo e inundações, com grandes
perdas de vidas e propriedades Aparentemente essas calamidades são caprichosos
desencadeamentos de forças da Natureza, desorganizadas e desgovernadas,
inteiramente fora do controle do homem; mas em todas elas pode ler-se o
propósito de Deus. Elas estão entre os instrumentos pelos quais Ele busca
despertar a homens e mulheres para que sintam o perigo.
Os mensageiros de Deus nas grandes cidades não devem sentir-se desanimar com a
impiedade, a injustiça, a depravação a que são chamados a enfrentar enquanto
procuram proclamar as alegres novas da salvação. O Senhor aspira confortar cada
um desses obreiros com a mesma mensagem que deu ao apóstolo Paulo na ímpia
Corinto: "Não temas, mas fala, e não te cales; porque Eu sou contigo, e
ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta
cidade." Atos 18:9 e 10. Lembrem-se, os que se empenham no ministério de
salvar almas, que, conquanto haja muitos que não aceitarão o conselho de Deus
em Sua Palavra, o mundo inteiro não se desviará da luz e verdade, dos convites
de um Salvador perdoador e paciente. Em cada cidade, cheia como possa estar de
violência e crime, há muitos que, devidamente ensinados aprendem a se tornar
seguidores de Jesus. Milhares podem assim ser alcançados com a verdade
salvadora e levados a receber Cristo como um Salvador pessoal.
A mensagem de Deus para os habitantes da Terra hoje é: "Estai vós
apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não
penseis." Mat. 24:44. As condições predominantes hoje na sociedade, e
especialmente nas grandes cidades das nações, proclamam com voz de trovão que a
hora do juízo de Deus está próxima, e que o fim de todas as coisas terrestres é
chegado. Estamos no limiar da crise dos séculos. Em rápida sucessão os juízos
de Deus se seguirão uns aos outros – fogo, inundações e terremotos, com guerras
e derramamento de sangue. Nós não devemos ser surpreendidos neste tempo por
eventos a um tempo grandes e decisivos; pois o anjo de misericórdia não pode
ficar muito tempo mais a proteger o impenitente.
"Porque eis que o Senhor sairá do Seu lugar, para castigar os moradores da
Terra, por causa da sua iniqüidade, e a terra descobrirá o seu sangue, e não
encobrirá mais aqueles que foram mortos." Isa. 26:21. A tormenta da ira de
Deus está-se acumulando; e subsistirão unicamente os que responderem ao convite
de misericórdia, como os habitantes de Nínive pela pregação de Jonas, e se
santificarem pela obediência às leis do divino Governante. Somente os justos
serão escondidos com Cristo em Deus até que passe a desolação. Seja a linguagem
da alma:
"Só em Ti eu tenho abrigo,
Aos Teus pés jaz o meu ser;
Não me deixes, sê comigo,
Teu conforto eu quero ter.
"Guarda-me ó bom Salvador,
Té o temporal passar,
Guia-me em Teu terno amor,
Para o eterno e doce lar."
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