A Besta e o Sistema Mundial x O Reino de
Deus
O
livro do Apocalipse apresenta uma visão clara da batalha entre o reino das
trevas, que é protagonizado pelo dragão, a besta e o falso profeta, e o reino da
luz.- Ap. 13; 14:9-12; 16:13-16; 17:7-13; 19:17-20; 20:4, 10. Muitos têm
discutido sobre o fato de o Apocalipse ser um livro escrito para os judeus, ou
simples ser uma descrição das coisas que ainda vão acontecer.
Sem
dúvida, que o Apocalipse tem que Ter um significado para os primeiros leitores,
dando-lhes uma visão de vitória parcial sobre as circunstâncias reinantes, não
obstante tratar também da vitória final do evangelho sobre as forças do mal.
O
objetivo aqui não é fazer um estudo pormenorizado do Apocalipse, mas sim
mostrar que as forças operantes do mal fazem parte do sistema mundial que segue
em crescente evolução, do qual a besta é a figura final com suas artimanhas.
De
fato, ela não criará nada novo, nem tão pouco trará mudanças súbitas. Na realidade,
essas mudanças já vem se processando. Todo sistema mundial caminha para sua
consumação no governo mundial que há de ser revelado. Por isso, cabe a nós
redobrar a atenção e consagrar nossas vidas ao senhorio ou governo do Senhor.
A
BESTA E O PRÍNCIPE DESTE MUNDO (João 12:31, 16:11)
Jesus
descreve Satanás como príncipe deste mundo. Isto significa que ele é quem
controla os valores mundiais. Desde a queda do homem, no momento em que decidiu
obedecer as ordens de Satanás, ele seu tornou seu súdito. A terra que até então
fora dada ao homem (Sl. 115:16), agora passa a pertencer a Satanás.
A
BESTA E O DEUS DESTE SÉCULO (II Co 4:4)
Paulo
se refere a um domínio que há neste mundo, mas a referência aqui está posto
sobre os valores interiores. Não há somente um domínio físico ou político, mas
há sobretudo um domínio moral, espiritual. O pensamento reinante é dominado
pelo deus deste século.
Quando
em Romanos 12:1,2 somos desafiados a não nos conformar com este século, a idéia
é com os valores deste século ou com os pensamento seculares existentes. Na
verdade, há um pano de fundo, uma preparação para quando a besta se manifestar
estes valores sejam os dominantes. Então, o normal serão estes valores,
enquanto os valores de Deus serão estranhos, ultrapassados, caducos e por isto
mesmo, devem ser combatidos.
SOBRE
QUE VALORES A BESTA SE FIRMARÁ
O
principal deles é o humanismo. O humanismo é um subproduto do egoísmo ou da
independência, que é a raiz do pecado. Ele se caracteriza pela busca da
felicidade, do prazer. Este é o seu alvo – o homem para o homem, o homem é o
centro.
Um
subproduto do humanismo é o consumismo. Cada vez mais estamos insaciáveis –
queremos mais e mais. Mal acabamos de comprar algo e a tecnologia a torna
ultrapassada. Por isto nos endividamos, e vendemos nossos principais valores de
honra e moral. Ter é o alvo (Pv. 30:15). É interessante notar, que uma das
características da besta é o controle do comércio (Ap.13:16,17). O antônimo
disto é a vida simples do Reino de Deus.
Um
outro derivado do humanismo é a inversão de valores. Já não se sabe bem o que é
moral e o que não é. O que há poucos anos eram correto hoje é ultrapassado.
Vemos isto na família, nas relações de trabalho, etc.
Finalmente,
temos a religião. Esta parece ser a pior, porque dá uma sensação de agradar a
Deus sem fazê-lo. As pessoas pensam seguir a Deus, mas a sua moda. Continuam
donas do seu nariz, de suas vidas, são seus próprios senhores. Tocam em alguns
valores, por vêzes rompem om alguns problemas pessoais, mas não há real submissão
ao governo de Deus. Continuam independentes, intocáveis, sem tranformação de
fato.
A
BESTA E A SUA ADORAÇÃO
Depois
de tudo isto, depois que os valores do deus deste século estão no coração, que
já foram cultivados, tornaram-se os ídolos pessoais, nada mais resta senão
curvar-se ante a besta e adorá-la.
Portanto,
a adoração da besta é apenas um detalhe final. Não pense que irá resistir lá na
frente. Este é a estratégia e o domínio das trevas.
O
REINO DE DEUS E SUA ESTRATÉGIA
Deus
também tem uma estratégia e ela vai se consumar, porque Ele é soberano (Ap.
11:15). De fato, quando Deus entregou a terra ao homem ele não fez isto por um
prazo indeterminado. Um dia, Ele restaurará para si todas as coisas. Portanto,
Deus está preparando um povo para viver com Ele, porque Ele sempre quis Ter
esta família, um povo para reinar com Ele. Mas este povo precisa começar agora.
Temos
portanto, pelo menos duas razões básicas para nos submetermos a Deus e seus
valores: resistir já a estratégia do diabo e estabelecer já o governo de Deus
na terra, a partir de nossas vidas.
Não
devemos esperar que vamos adorar a Deus lá no céu, que um dia vamos conseguir
fazer tudo aquilo que não fizemos aqui na terra. No céu teremos, apenas, a
oportunidade de vivermos em plenitude aquilo que começamos a praticar na terra.
Portanto,
devemos começar a viver em adoração aqui e agora, pois os que se submetem a
Deus e Seus valores também não terão dificuldade em adorá-Lo.
ADORAÇÃO
COMO ESTILO DE VIDA
A
adoração não deve ser vista como um momento de "culto". Aí está a
religião, com sua liturgia. Ela diz quando e como adorar a Deus. Mas a adoração
deve ser vista como uma maneira de viver, que agrada, traz prazer ao coração do
Pai em todo o tempo. Adorar é agradar ao Senhor com palavras e atitudes, é prostrar-se
ante Seu senhorio.
PRÉ-REQUISITOS
DA ADORAÇÃO
A
adoração requer que Ele, o Senhor, seja maior em nós. Seja nosso
principal valor, seja o centro de nossa vida. Em segundo lugar, a adoração
requer que o outro seja maior (Rm.12:3-20).
A
ADORAÇÃO E SUAS FORMAS
A
adoração não tem nada a ver com show, nem tão pouco necessita de cenário. João
estava ilhado em Patmos, e estava em adoração.
A
adoração pode ser em forma de cânticos (talvez a mais conhecida), expressões de
palavras dedicadas a Deus ou atitudes para com o próximo – serviço,
hospitalidade, honra, amor, etc. Engana-se quem pensa que isto não é adoração.
Jesus disse que quando fazemos a um dos pequeninos a Ele fazemos (Mt.25:40). Ou
ainda, que quem der um copo dágua em seu nome jamais perderá o seu galardão
(Mc.9:41).
A
adoração retrata, de alguma forma, e não em uma forma, a grandeza do nosso
Deus; que Ele, e somente Ele é digno de toda adoração.
Certamente
isto não quer dizer que não possamos nos congregar para adorá-lo. Aliás, somos
até exortado a fazê-lo. E quando estivermos juntos para adorá-lo, devemos
fazê-lo de todo nosso coração e em toda liberdade do Espírito Santo.
SOMENTE
OS ADORADORES IDENTIFICARÃO E SE OPORÃO À BESTA
Somente
aqueles que se colocam nesta posição, ou seja, de menor para o MAIOR, de servo
para o SENHOR, podem identificar todas as armilhadilhas humanistas de Satanás e
seu poder. Somente a verdadeira igreja, corpo santo de Jesus, conseguirá
enxergar através das táticas e perceber que há um desvio crucial no centro das
atenções, e que não é o Senhor.
Neste
momento, uma verdadeira perseguição será levantada contra a igreja verdadeira,
contra os "lunáticos", "fanáticos" ou "extremistas
radicais". Porque os demais terão um ar de religiosidade, uma aparência de
cristianismo, mas negarão estes valores de submissão, serviço incondicional,
amor legítimo que dá sua vida porque, de fato, nunca estiveram comprometidos
com eles, senão com aquilo que lhes trazia alguma forma de proveito pessoal:
alegria, salvação, bênçãos materias e outras formas de bênçãos, mas nenhum
comprometimento pessoal.
Começa
aí a apostasia predita por Paulo em
II Tes. 2:3. "Então será de fato revelado o iníquo, a
quem o Senhor Jesus matará com o sopro da sua boca, e o destruirá pela
manisfestação da sua vinda"(v.8).
Quando
a igreja for apertada pelos valores impostos por Satanás e seus aliados, de
fato somente os autênticos discípulos se manterão firmes. O abandono será muito
grande e não terão percepção clara disto. Continuarão achando que servem ao
Senhor e até mesmo no dia de seu julgamento ficarão surpresos (Mt.7:21-23).
CONCLUSÃO
Gostaria
de alertar que este quadro já está bem avançado. Os valores estão mudando e a
igreja vai se amoldando a eles. A base não é mais a palavra de Deus, como regra
de fé absoluta, mas os valores aceitos pela sociedade, tais como: o divórcio, o
consumismo, a vida "fácil", o desrespeito pelas autoridades, a defesa
de si mesmo, etc.
Não
estamos tão longe da apostasia. Parece que a igreja cresce, mas a que preço?
De
um evangelho humanista, aproveitador e interesseiro. Essa igreja não tem
fundamento e, por isso mesmo, está exposta aos vendavais que já começaram a
soprar e que tendem a aumentar muito nestes anos vindouros.
Estejamos
atentos para não sermos confundidos. Exercitemos nossa vida em Cristo
praticamente e sem reservas para ele; uma vida de adoração genuina, completa.
Não
devemos estar desapercebidos do momento histórico que vivemos.
"Vinde... celebremos ao Rochedo da nossa salvção.
Saiamos ao seu encontro com ações de graça, vitoriemo-lo com salmos" (Sl.
95:1,2).
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