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sexta-feira, 10 de maio de 2013

REFLEXÃO 93 - IGREJA A COMUNIDADE DE CRISTO


IGREJA A COMUNIDADE DE CRISTO

Todo cristão com mais de um ano na fé sabe que a palavra “igreja” significa “assembleia” e que se refere a um ajuntamento de pessoas que confessam sua fé em Jesus Cristo. Também é sabido que o termo “igreja”, no grego ek-klesia, provem de dois radicais gregos que significam “ek/ex – exterior, de fora” e “klesia/kaleo - chamados”, sendo que igreja pode ser compreendida como um ajuntamento de pessoas que são chamadas para fora.
A definição da palavra igreja nos deixa claro que a mesma não se refere a um lugar físico, mas a um ajuntamento de pessoas com uma finalidade clara, portanto, igreja é a comunidade de Cristo.
Essa comunidade só pode existir a partir da ação do Espírito Santo na vida dos indivíduos. Ninguém pode se tornar membro dessa comunidade através de ações humanas. Não existem planejamentos estratégicos, por mais bem elaborados que sejam, que possam introduzir uma pessoa na comunidade de Cristo. A obra da regeneração ou conversão é exclusiva do Espírito de Deus.
Não busco aqui desfazer dos planejamentos estratégicos para a vida da comunidade de Cristo, mas ressaltar que estes planejamentos sem vida no espírito, sem dependência do Espírito nada produzem... a não ser muitos indivíduos religiosos.


Historicamente a Comunidade de Cristo teve seu inicio logo após a ascensão de Jesus Cristo (At 1.11), mais exatamente no evento de Pentecostes (At 2), e terá seu encerramento na parousia, isto é, na segunda vinda de Cristo. Este período é chamado por muitos do período da Graça ou do Espírito Santo.
A Comunidade de Cristo é a comunidade dos ressurretos também. A vida desta comunidade passa pela cruz e se concretiza na ressurreição de Cristo. Na cruz ela abandona toda cumplicidade com o pecado e tudo que ele produz.
Cada membro da comunidade de Cristo, isto é, cada membro da igreja assume uma nova postura ética em sua vida. Os valores que permeavam seu viver antes da cruz são abandonados. A mentira já não é aceita, a lascívia, o adultério, o roubo, a malandragem, a sonegação, a colinha da prova, a corrupção, a manipulação do poder para seu próprio interesse, a ganância, em fim... tudo que o mal produz é abandonado, ou pelo menos, se vive na busca de fazer que a cada dia estas obras da carne, segundo Paulo, sejam mortificadas na vida dos mesmos.
A ressurreição de Cristo transporta toda a comunidade de Cristo a uma nova dimensão de vida. Essa nova vida é a vida do Reino de Deus e de sua justiça.
Enquanto esta comunidade esta presa a este tempo, entre a ascensão de Cristo e sua segunda vinda, ela deve viver a dimensão da cruz e da ressurreição. Em outras palavras, ela deve abandonar toda maldade e maledicência, ao mesmo tempo em que deve agir pelo estabelecimento do Reino de Deus aqui na terra. Ela deve ser modelo ético de vida, mas também uma agente influenciadora da vida.
Desta comunidade a sociedade espera que ela seja luz manifestando a vida, o amor, a justiça e a verdade de Cristo; enquanto também espera que ela lute pela implantação destes valores em seu meio.  Não se pode apenas ser bom sem se envolver pela luta do estabelecimento da bondade. Não se pode apenas não praticar o mal, mas deixar o mal se estabelecer na sociedade.
A Comunidade de Cristo é a comunidade que ora: “venha o Teu reino...”. É a comunidade que se compadece do sofrimento do próximo. Que tem fome e sede de justiça. Que não se cala diante a perpetuação do mal e instalação do caos. Que vê na dor do próximo sua dor. Que vive a esperança da concretização do Reino de Deus aqui na terra como no céu.


Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

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