A Cidade de Nínive
"Ora
veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levanta-te, vai à grande
cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. (Jn
1.1-2)."
Na
Bíblia: (Gn 10.11-12 / 2Rs 19.36 / Is
37.37 / Jn 1.2; 3.2-7; 4.11 / Na 1.1; 2.8; 3.7 / Sf 2.13 / Lc 11.32).
O
começo das expedições:
Em
1854, dirigia-se para o solitário morro vermelho uma caravana de camelos e
jumentos com uma carga incomum de pás, picaretas e aparelhos de medição, sob a
direção do consul inglês em Baçorá, J. E. Taylor, que não estava ali por
espírito de aventura nem, tampouco, por sua própria vontade. Ele fazia essa
viagem a serviço do Foreign Office, a fim de satisfazer o desejo do Museu
Britânico de Londres de que fosse explorado o sul da Mesopotâmia, a terra onde
o Eufrates e o Tigre se avizinham cada vez mais um do outro ao se aproximarem do
Golfo Pérsico, em busca de antigos monumentos arquitetônicos. Em Baçorá, Taylor
havia ouvido falar muitas vezes do estranho e imenso monte de pedras de que se
aproximava nesse momento. Parecia-lhe um objeto adequado para a sua expedição.
Nos
meados do seculo XIX, iniciaram-se pesquisas e escavações por toda parte, no
Egito, na Mesopotâmia e na Palestina, obedecendo a um desejo subitamente
surgido de formar uma idéia cientificamente alicerçada sobre a história da
humanidade naquela parte do mundo. O objetivo de uma vasta série de expedições
foi o Oriente Próximo.
Até
então, desde o ano 550 a .C.
aproximadamente, a Bíblia fora a única fonte de informações sobre a história da
Ásia Menor. Só ela falava de tempos que se perdiam nas sombras do passado.
Surgiram na Bíblia povos e nomes de que nem os gregos e romanos antigos tinham
mais notícia alguma.
Pelos
meados do século passado, multidões de eruditos foram atraídas
irresistivelmente para as terras do antigo Oriente. Ninguém conhecia os nomes
que em breve andariam em todas as bocas. Os homens do "Século das
Luzes" ouviam com assombro a respeito de seus achados e descobertas. O que
aqueles homens arrancaram, a poder de contínuo e árduo trabalho, das areias do
deserto ao longo dos grandes rios da Mesopotâmia e do Egito chamou com justiça
a atenção de milhões e milhões de pessoas: ali a ciência abria pela primeira
vez a porta do misterioso mundo da Bíblia.
As
escavações:
O
consul francês em Mossul, Paul-Émile Botta, é um arqueólogo inspirado. Em 1843,
ele inicia escavações em Khursabad, no Tigre, e traz à luz do dia, das ruínas
de uma metrópole de quatro mil anos, em todo o seu esplendor, os primeiros
testemunhos da Bíblia: Sargão, o lendário soberano da Assíria. No ano em que Tartan , enviado por
Sargão, rei dos assírios, foi contra Azot... (Is 20.1).
Dois
anos depois, um jovem diplomata e explorador inglês, A. H. Layard, pôs a nu
Nimrod (Callach), a cidade que na Bíblia se chama Cale (Gn 10.11) e agora tem o
nome do bíblico Nemrod, um poderoso caçador diante do Senhor. O princípio do
seu reino foi Babilônia, e Arac, e Acad, e Calane, na terra de Senaar. Daquela
terra foi para Assur, e edificou Nínive, e as praças da cidade, e Cale... (Gn
10.10-11).
A descoberta de Nínive:
Pouco
tempo depois, escavações realizadas a onze quilômetros de Khursabad, sob a
direção do major inglês Henry Creswicke Rawlinson, que se tornou um dos
assiriólogos mais notáveis, puseram a descoberto a capital assíria de Nínive e
a célebre biblioteca do Rei Assurbanipal. E a Nínive da Bíblia, cuja maldade os
profetas verberam repetidamente (Jn 1.2).
Na
Palestina, o sábio americano Edward Robinson dedica-se, entre 1838 e 1852, a reconstituição da
antiga topografia.
O
alemão Richard Lepsius, posteriormente diretor do Museu Egípcio de Berlim,
registra, numa expedição que se prolonga de 1842 a 1846, os monumentos
rquitetônicos do Nilo.
Depois
de o francês Champollion ter conseguido decifrar os hieróglifos egípcios, por
volta de 1850 é igualmente solucionado o mistério da escrita cuneiforme, entre
outros por Rawlinson, o explorador de Nínive. Os velhos documentos começam a
falar!
Werner Keller, e a
Bíblia tinha razão...
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