A coragem e a covardia
Se
observarmos atentamente o perfil de todos os homens usados por Deus no passado,
e os fatos acontecidos por causa deles, não encontraremos apenas uma expressão
de fé, mas também uma coragem de colocar em prática a obediência a Deus. Sim,
porque a fé, se não estiver aliada à coragem, torna-se ineficaz, improdutiva e
morta.
A coragem é
imprescindível para a concretização da manifestação do poder de Deus na vida do
cristão. Nós mesmos temos tido essa experiência dentro do trabalho da Igreja
Universal. As pessoas que mais demonstram coragem nas suas atitudes de fé são
também as mais abençoadas.
Quando Gideão
convocou todo o povo de Israel para lutar contra os midianitas, 32 mil homens
se dispuseram a ajudá-lo: "Disse o Senhor a Gideão: É demais o povo que
está contigo, para eu dar os midianitas em suas mãos; Israel poderia se gloriar
contra mim, dizendo: A minha própria mão me livrou. Apregoa, pois, aos ouvidos
do povo, dizendo: Quem for tímido e medroso, volte." (Juízes 7.2,3).
Para a
surpresa de Gideão, voltaram 22 mil para casa. Com esse exemplo fica provado
que Deus não aprova a timidez ou o medo, e muito menos pode contar com os
tímidos ou medrosos para fazer aquilo que tem de ser feito neste mundo: salvar
as pessoas que se encontram nas garras de satanás.
Enquanto
houver timidez ou medo diante dos problemas e dificuldades, estes se tornarão
ainda mais difíceis de serem solucionados. Deus nada pode fazer para mudar essa
situação, pois depende da nossa intrepidez e coragem para efetuar Suas
maravilhas.
Disse mais o
Senhor a Gideão: "Ainda há povo demais; faze-os descer às águas, e ali tos
provarei; aquele de quem eu te disser: Este irá contigo, esse contigo irá;
porém todo aquele, de quem eu te disser: Este não irá contigo, esse não irá.
Fez Gideão descer os homens às águas. Então o Senhor lhe disse: Todo que lamber
a água com a língua, como faz o cão, esse porás à parte; como também a todo
aquele que se abaixar de joelhos a beber." (Juízes 7.4,5).
Aqueles que
se abaixaram e ficaram de joelhos para beber água não estavam em condições para
aquela grande batalha, pois procuraram beber água de maneira mais cômoda e
fácil. Gente assim não tem condições de servir a Deus ou mesmo obter vitórias
na vida cristã, pois são como as águas que descem das montanhas, sempre
procurando o caminho mais fácil da vida. Este é o caráter de todos aqueles que
têm uma fé positiva, sim, porém passiva. Já os 300 restantes, não. Enquanto
estavam bebendo água tal como fazem os cães, estavam ainda de pé, curvados mas
não ajoelhados, e, portanto, prontos para qualquer eventualidade. A posição
deles era qual a do verdadeiro soldado, que, enquanto como ou bebe, também
vigia.
No mundo em
que vivemos, sob adversidades constantes, perseguições e injustiças, se nossa fé
não vier acompanhada de atitudes de coragem, se não tiver um caráter intrépido,
jamais poderá sobreviver. Por isso, o Senhor Jesus faz até uma forte
advertência:
"Quanto,
porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos
impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que
lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda
morte." (Apocalipse 21.8).
O que se
entende dessa palavra muito explícita é justamente que os covardes, quer sejam
cristãos ou não, sofrerão a segunda morte! É lógico, porque se a pessoa é
cristã e covarde, isso a qualifica dentro desse contexto. A coragem é tão
importante que o próprio Deus, quando chamou Josué para guiar o Seu povo à
Terra Prometida em lugar de Moisés, por três vezes consecutivas o encorajou,
dizendo: "Sê forte e corajoso (...) Tão somente sê forte e mui corajoso
(...) Sê forte e corajoso..." (Josué 1.6-9).
Podemos
sentir no próprio espírito que dessa qualidade de caráter depende até mesmo a
nossa própria salvação eterna! Sim, porque não basta apenas confessar com a
boca que Jesus Cristo é o Senhor para que sejamos salvos, porque isso qualquer
um pode fazer. Essa confissão tem que ser acompanhada de atitudes em função
daquilo que se confessa. Além do mais, há de se assumir o próprio caráter do
Senhor Jesus, através de atitudes corajosas diante deste mundo, e, sobretudo,
diante de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário