A Conquista dos Astecas
A conquista dos
Astecas começou a ser planejada quando os exploradores Francisco Córdoba e Juan
de Grijalva, que estiveram visitando a costa do México retornaram trazendo boas
notícias acerca daquele Império, o que deixou o governador de Cuba Diogo
Velasquez, bastante inspirado com a
idéia de organizar uma expedição para explorar e conquistar a região, tendo
nomeado Hernán Cortés para dirigí-la.
Hernán Cortés era
um tabelião que acompanhou o governador Diogo Velasquez na conquista de Cuba em
1511, tendo recebido como recompensa grandes propriedades, onde se instalou e
fez fortuna. Após a indicação do seu nome pelo governador vendeu as suas terras
e financiou a expedição com o próprio dinheiro.
Um dia passeavam
no porto Velásquez e Cortés quando um desconhecido correu para o governador e
gritou: “Excelência, cuidado com Cortés! Chegará o dia em que tereis de o
perseguir!”. Este fato consumou-se logo em seguida porque Cortés se apressou em
iniciar a viagem e partiu sem avisar ao governador. Cortés se fez acompanhar de
cerca de quinhentos oficiais e soldados, cerca de cem marinheiros, centenas de
criados indígenas, quatorze canhões e vários cavalos. Os cavalos se revelariam
preciosos, porque espalharam o pânico entre os indígenas do continente, uma vez
que eram totalmente desconhecido na América.
A esquadra seguiu
as costas de Iucatão; chegando a foz do rio Rabasco, no golfo do México, a
oeste da península. Cortés decidiu desembarcar. Os indígenas se mostraram
hostís e Cortés foi obrigado a travar duro combate. Quando perdia a luta
apareceu a cavalaria aterrorizando os indígenas e assegurando a vitória. Cortês
tomou solenemente posse do país em nome do rei da Espanha e batizou inúmeros
indígenas.
Seguindo viagem
Cortés desembarcou novamente na ilha de San Juan de Ulua. Neste local tomou
conhecimento através de um chefe indígena, da existência de poderoso soberano
chamado Moctezuma, que reinava no império asteca. Cortés mandou-lhe uma
mensagem em que dizia que desejava encontrá-lo. Algum tempo depois Cortés
recebeu uma embaixada dos Astecas que lhe trouxeram presentes de grande valor,
especialmente um capacete cheio de ouro em pó e dois discos, um de ouro e outro
de prata, simbolizando o Sol e Lua, o que deixou os espanhóis impressionados. Estava
descoberto o caminho para a capital do imperador asteca.
Fundou uma colônia
neste local de desembarque chamando-a de Vera Cruz, em seguida queimou os seus
navios, para que nenhum de seus homens imaginasse poder regressar a Cuba.
Em 16 de agosto de
1519, embrenhou-se à pé, pelo interior, a fim de procurar a capital do
misterioso imperador dos Astecas, que era rodeada de águas e cortada por
canais, tendo na canoa o seu meio de transporte mais utilizado.
Os Astecas
prestavam culto a deuses sanguinários e acreditavam que se os deuses não fossem
abastecidos com sangue humano, que era espalhado pelas pirâmides em escadaria,
o Sol não nasceria todas as manhãs. Haviam também outros deuses que eram mais
pacíficos, principalmente os que foram herdados dos Toltecas (A Serpente
Emplumada, a Estrela da Manhã, o Vento, etc.) Em seus templos haviam diversas
cerimônias e rituais pagãos que ocupavam a vida dos astecas. Os fogos dos
sacrifícios ardiam neles dia e noite sob o rufar dos tamborins. O mais
importante deles era erigido a Huitzipochtlan o “deus da guerra”. O povo Asteca
era muito religioso e acreditava também, que se não fizesse os sacrifícios
seriam castigados pelos deuses, pelo que sacrificavam vidas para que a
comunidade fosse feliz.
Os astecas eram
guerreiros temidos em toda a América Central. Lutavam para impor tributos ou
simplesmente para suprirem a falta de prisioneiros para o sacrifício a seus
deuses.
Moctesuma II,
reinava desde 1502, e era o nono soberano asteca. Era um sumo sacerdote erudito
e fiel às suas obrigações. Alargou bastante o seu Estado graças as expedições
militares. Contudo, com o tempo perdeu muito de sua energia e otimismo. O
excesso de religiosidade mergulhava-o no fatalismo que acabaria por
escravizá-lo. Este sentimento tinha origem no mito de “Quetzalcoatl”, deus do
vento do leste e, simultaneamente no deus da chuva, fonte da vida. A tradição
descreve este deus como um gigante de pele clara e longa barba. Conta-se então
que este homem branco “Quetzalcoatl” vivera outrora entre os astecas e os
ensinara a trabalhar a terra, a construir casas e a trabalhar os metais.
Ensinara também a existência de um só deus, o deus do amor e da misericórdia, e
exortava os índios a abandonarem os sacrifícios humanos. A tradição dizia que
um dia “Quetzalcoatl” regressaria do Oriente ao país dos Astecas e reinaria
sobre eles.
Este mito teve
papel preponderante no pensamento e na conduta de Moctezuma. Quando soube que
os homens brancos tinham aparecido do leste em grandes navios, julgou cumprida
a profecia que anunciava o regresso do deus branco. Parece que deste modo se
convenceu de que era inútil resistir aos estrangeiros porque estes estavam em
contato com poderes sobrenaturais.
Dando continuidade
ao seu projeto de conquistar o povo Asteca Cortés embrenhou-se pelo interior do
México com a intenção de inicialmente conquistar o povo Tlaxcalans, povo que
orgulhosamente havia rejeitado o jugos dos Astecas. A idéia de Cortés era fazer
este povo seu aliado na luta que travaria contra Moctezuma. Ao se encontrarem, travou-se uma terrível
luta entre o exército de Cortés e o exército dos Tlaxcalans, que somente foi
vencido após a segundo combate, graças a cavalaria e aos canhões que
intimidaram os índios.
A repercussão da
vitória de Cortés chegou até Moctezuma que considerava o povo Tlaxcalans como
invencível. Tendo enviado a Cortés
mensageiros com o intuito de evitar a sua visita não obtendo êxito. O caminho
para Tenochtitlan foi aberto finalmente em novembro de 1519, pelo que
atravessaram a grande ponte que ligava a cidade à margem do lago. Quando
Moctezuma sentiu que nada havia dissuadido o visitante, saiu para recebê-lo.
Neste clima Cortés encontra-se com Moctezuma, dá-lhe de presente um colar de
contas de vidro e recebe grande número de objetos de ouro e de prata. Moctezuma
explicou a lenda de Quetzalcoatl e declarou-se convencido de que Cortés e os
seus homens eram os brancos que, segundo a profecia deviam chegar ao seu país,
vindos do oriente. Por isso reconhecia no rei da Espanha o seu senhor e dai em
diante punha todos os bens à disposição do seu soberano.
A situação de
Cortés não era muito cômoda, porque mesmo se fazendo acompanhar de um grande
contigente de aliados tlascaltecas, poderia ser destruído pelo povo asteca se
este o desejasse. Outro problema que perturbava Cortés era o fato de que o
governador de Cuba devia te-lo denunciado à coroa por rebeldia, portanto o
único meio de livrar-se dessa acusação era assegurar o êxito do empreendimento
tanto no campo político, econômico, militar, como no religioso.
Cortés e toda a
sua expedição é recebida como ilustres visitantes no império asteca, contudo
surge o primeiro incidente. Cortés é convidado por Moctezuma para visitar um
templo do deus “Huichilopochtli”, a quem os espanhóis chamavam de
“Huichilobos”. Cortés se portou com falta de respeito para com o deus dos
astecas, o que fez com que Moctezuma pedisse que ele se retirasse, passando a
oferecer sacrifícios de arrependimento aos deuses por ter trazido o espanhol ao
templo. Este acidente e vários outros terminaram por convencer os espanhóis que
as coisas não iam muito bem, contudo não estavam dispostos a partir tão
facilmente. Por outro lado Moctezuma achava que os visitantes logo os deixaria.
Seguindo conselhos
de seus capitães, Cortés decidiu dar um golpe fatal, se apresentando no palácio
imperial com um grupo de soldados, aprisionando Moctezuma e o convidaram a
estabelecer residência com eles. De posse do imperador, Cortés tomou uma medida
que se tornaria um segundo incidente, que foi a ordenança de destruir os seus
deuses. Isto provocou revolta no meio do povo pelo que Cortés desistiu dessa
idéia.
Cortés recebeu
notícias de que Velásquez tinha enviado Pánfilio de Narvaéz que se dirigia para
Tenochtitlán para castigá-lo pela sua rebeldia. Então, articulou uma emboscada
se antecipando a Pánfilio e o derrotou, recrutando quase todos os seus homens.
Retornando a
Tenochtitlán, Cortés se deparou com mais um incidente, que ocorrera quando os
chefes índios estavam oferecendo uma festa em honra ao deus “Huichilopochtli”,
porque os espanhóis caíram sobre eles e os mataram sem misericórdia. O povo
estava rebelado mais uma vez e a única maneira que Cortés encontrou para
aplacar os ânimos foi apresentar-lhes o imperador Moctezuma, contudo este já
estava totalmente desacreditado do povo, pelo que o apedrejaram, vindo a morrer
pouco tempo depois.
Em decorrência
destes conflitos em 30 de junho de 1520, Cortés resolveu retirar-se com seu
povo porque se achavam sitiados no meio de uma enorme cidade, contudo os
astecas reagiram, tendo se verificado grande batalha em que boa parte dos
soldados e dos cavalos pereceram, além de perderem quase todo o ouro que
tentavam levar. Em outra batalha denominada Otumba, Cortés se reorganizou e
derrotou os astecas que o perseguiam.
A partir daí
Cortés com seus aliados iniciaram a grande tarefa de conquistar definitivamente
Tenochtitlán. Atacaram cidades vizinhas, montaram os navios no lago, insistiram
com o assédio em uma longa batalha em que tiveram de conquistar edifício a
edifício, e de canal a canal. Muitos espanhóis foram feitos prisioneiros e
sacrificados aos deuses, e apesar da resistência dirigida por um sobrinho de
Moctezuma, a cidade e o próprio asteca caíram nas mãos dos espanhóis. A
conquista do povo asteca estava terminada e Cortés pode finalmente sentir-se
aliviado porque a coroa acabou esquecendo a sua rebelião contra Velásquez.
AUTOR DESCONHECIDO
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