A CRIAÇÃO DO HOMEM
INTRODUÇÃO:
Têm surgido as mais variadas teorias acerca
da origem do homem. De um modo geral, elas não conseguem anular a ligação do
ser humano com a Terra. Entretanto, a única fonte realmente autorizada, acerca
da origem da humanidade, é a Bíblia Sagrada. Os dois primeiros capítulos de
Gênesis nos oferecem, de modo plausível e coerente, a verdadeira história das
origens, inclusive a do homem.
I. OS DOIS RELATOS BÍBLICOS DA CRIAÇÃO DO
HOMEM
1. O primeiro relato sobre a criação do homem.
Encontra-se em Gênesis 1.26,27. Neste texto, está declarada a ordem criativa da
Trindade, quando diz: "Façamos o homem". A despeito da importância
teológica que se dá ao "façamos" para denotar a participação triúnica
da Deidade, o fundamental, nesta passagem, é a palavra "BARAH"
(hebraico), do versículo 27, que quer dizer : "criou". Deus o fez do
pó da terra, mas sua criação foi um ato divino. Ele foi feito especial e
diferente da vida vegetal, aquática e animal.
2. O segundo relato da criação do homem. Encontra-se
em Gênesis 2.4-8. Neste relato histórico, temos, além da criação dó homem,
também a descrição da origem da mulher.
Enquanto a primeira narração se preocupou
mais em mostrar a ordem da criação e a decisão da Corte Divina, em criar o
homem à sua imagem e semelhança; o segundo relato apresenta a sua efetivação.
No texto de Gtnesis`2.7, temos a seguinte declaração: "E formou o Senhor
Deus o homem do pó dá terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida, e o
homem foi feito alma vivente".
3. A criação da mulher. No segundo relato da
criação, podemos destacar, no texto de Gênesis 2.18-25, a formação da mulher.
Depois de Deus ter criado Adão, Ele também fez Eva. Em Gênesis 1.27, está
escrito: "macho e fêmea os criou".
II. TEORIAS ANTIBÍBLICAS SOBRE A ORIGEM DO
HOMEM
l. A teoria evolucionista. Esta teoria
apresenta o homem como um Ser que evoluiu de uma ordem inferior, no mundo
animal. Ensina que esta evolução resultou de sucessivas alterações nas formas
materiais, de vido as forças latentes que existem na matéria. Mas a Bíblia
refuta esta teoria, quando declara que: (1 ) a origem do homem resultou de um
ato criativo de Deus; (2) o ser físico do homem também é resultado de um ato
criativo de Deus, que utilizou a matéria já existente "afar"
(hebraico), que significa "pó da terra"; (3) o homem, hoje, tem a
mesma estrutura física e espiritual do dia em que foi criado;.(4) o homem foi
tirado da terra e está destinado a ela, depois da morte (Ec 3.20); (5) o homem
não é evolução natural da terra, pois ele foi "plasmado".
2. A teoria filosófico-materialista. Sigmund
Freud, que lançou esta teoria, era ateu, filósofo e psicanalista. Ele
enfatizou, em seus argumentos, a idéia de que o homem, em sua vida biológica e
psicológica, tem como base e formação de sua personalidade e seus instintos
naturais. Afirmou ele que coisas, como sexo, fome, sede, segurança e prazer,
são pressões que determinam as ações e os padrões da personalidade do homem. No
conceito de Freud, a natureza do homem não se relaciona com o sobrenatural, no
caso, Deus. Para ele, a idéia de uma relação do Criador com o ser humano é
imprópria e inexistente, pois o mesmo vê o homem como uma criatura egocêntrica,
voltada apenas para as suas necessidades, sem qualquer comunhão com um ser
supremo. Acreditava ele que, ao morrer o homem, nada mais resta.
3. A teoria do humanismo científico. As
fontes de informações, para os adeptos desta teoria, sobre a natureza e origem
do homem, estão na Biologia, Psicologia e Medicina. Para esta escola de
pensamento, o homem é um produto evolucionário da Natureza, sem a menor
possibilidade de imortalidade.
III. O ENSINO DA BÍBLIA SOBRE A ORIGEM DO
HOMEM
1. A biforme natureza do homem. O homem foi
criado com uma biforme natureza: material e imaterial. A primeira foi formada
do pó da terra (Gn 2.7) e a segunda, outorgada diretamente pelo Criador. O
sopro divino nas narinas do homem concedeu-lhe a vida física e a espiritual.
A vida imaterial do homem é representada pela
alma e pelo espírito. Porém, esta dupla natureza do homem é representada por
uma tricotomia, que se constitui, na parte material, pelo corpo; na imaterial,
pela alma e pelo espírito ( 1 Ts 5.23).
2. A tricotomia do homem (l Ts 5.23; Hb
4.12). O termo tricotomia significa "aquilo que é dividido em três",
ou "que se divide em três tomos" .Em relação ao homem , refere-se às
três partes do seu ser: corpo, alma e espírito. Há divergência neste ponto
daqueles que entendem o homem como apenas um ser dicótomo, ou seja, que se
divide em duas partes: corpo, alma ou espírito.
Os defensores da dicotomia do homem unem alma
e espírito como uma só parte e, às vezes, como se fossem uma só coisa.
Entretanto parece-nos mais aceitável o ponto de vista da tricotomia. Este
conceito crê que o homem é uma triunidade composta e inseparável. Só a morte
física é capaz de separar o corpo de sua parte imaterial.
a) O corpo. É a parte inferior do homem que
se constitui de elementos químicos da terra, como oxigênio, carbono,
hidrogênio, nitrogênio, cálcio, fósforo, potássio, enxofre , sódio, cloro,
iodo, ferro, cobre, zinco, e outros elementos em proporções menores. Porém, o
corpo, com todos estes produtos, sem a bênção divina, é de ínfimo valor.
b) A alma. É preciso saber que o corpo sem a
alma é inerte. Ela precisa dele para expressar sua vida funcional e racional. É
identificada, no hebraico do Antigo Testamento, por "NEPHESH" e, no
grego do Novo Testamento, por "PSIQUÊ" .
c) O espírito. No hebraico é
"RUACH" e no grego é "PNEUMA". O espírito do homem não é um
simples sopro ou fôlego, mas também vida imortal (Ec 12.7; Dn 12.2; Lc 20.37;1
Co 15.53). Ele é o princípio ativo de nossa vida espiritual, religiosa e
imortal. É o elemento de comunicação entre Deus e o homem. Certo autor cristão
escreveu que "o corpo, a alma e o espírito constituem a base real. dos
três elementos do homem: Consciência do mundo externo, consciência própria
IV. AS FACULDADES DISTINTAS DO HOMEM
l. As faculdades do corpo. São Cinco as
faculdades principais, as quais se manifestam através do corpo: visão, audição,
olfato, paladar e tato. Ainda que sejam distintas umas das outras, elas não
atuam independentes do comando da alma. São denominadas de instintos naturais
ou sentidos corporais, os quais recebem impressões do mundo exterior,
transmitidas ao cérebro, através do sistema nervoso. É daí que partem as ordens
para todas as partes do corpo. Os sentidos físicos obedecem às leis naturais
que estão impressas no ser humano. São elas que regem as atividades do corpo.
2. As faculdades da alma. São três as
faculdades ou qualidades da alma, pelas quais ela se manifesta: intelecto,
sentimento e vontade.
O INTELECTO (Gn l.28; 2.19,20) é a parte da
alma que pensa, raciocina, decide, julga e conhece. E ele quem recebe os
conhecimentos. Três outras manifestações lhe são peculiares: a imaginação,
memória e razão. Com a primeira, o homem é capacitado a idealizar e projetar. É
um processo do pensamento que habilita o ser humano a construir imagens,
através do raciocínio. A segunda é outro atributo do intelecto que capacita o
homem a guardar em seu cérebro os fatos passados e presentes. Ela retém os
conhecimentos adquiridos e os traz à lembrança. A terceira é um atributo do
intelecto que leva o homem a pensar, julgar e compreender as relações entre as
coisas, distinguir entre o verdadeiro e o falso, o bem e o mal.
O SENTIMENTO faz o homem um ser emotivo. Ele
não é uma má quina insensível, pois pode sentir todas as grandes emoções, como
alegria, gozo, paz, prazer, tristeza, descontentamento, pesar e dor.
A VONTADE se expressa como resultante das
influências do intelecto e dos sentimentos. Ela não age sozinha. Não há vontade
livre ou independente. Ela obedece às forças emotivas e intelectuais da alma.
3. As faculdades do espírito. Duas faculdades
principais se destacam com abrangência sobre outras qualidades importantes, as
quais são: Fé e Consciência. Elas identificam o ser religioso do homem. Podemos
chamar de natureza espiritual, da qual o ser humano é dotado especialmente para
uma perfeita comunhão com Deus. Os sentidos físicos e psicológicos tornam o
homem um ser terreno e racional, mas os espirituais o tornam um ser especial.
A faculdade da fé é uma qualidade do espírito
humano que expressa a religiosidade do homem e o torna capaz de adorar,
reverenciar, louvar e orar a Deus, o Criador. Não se trata de um tipo de fé,
adquirida ou ensinada, mas é uma forma inata que nasce com qualquer ser humano.
Ela nos estimula a buscar a Deus e comungar com Ele.
A faculdade da consciência é a lei moral e
espiritual, no interior do homem, que aprova ou desaprova as suas ações. É a
intuição que o espírito tem dos atos e estados do ser humano em sua vida
cotidiana. A consciência não está sujeita à vontade, e nem aos sentimentos da
alma.
AUTOR DESCONHECIDO
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