A crise da família
Fala-se
muito, hoje em dia, sobre a crise da família.
Sociólogos, psicólogos, religiosos e outros, afirmam que o lar fracassou em
seus objetivos, os pais falharam em seu desempenho. Além do insucesso das
instituições governamentais em seus programas sociais diversos e da igreja
cristã, nesta área.
Afirma-se
que a industrialização afastou da sociedade moderna o conceito de família, não
só extensa (parentes em geral), pelas exigências da mobilidade geográfica, como
também a nuclear (pais e filhos), pela expressão que novos padrões exercem. Não
são mais as estruturas familiares que modelam a sociedade, mas o inverso tem
acontecido. Surgiu o feminismo, reivindicando a reavaliação dos conceitos
“arcaicos” da vida conjugal.
A
família deteriorou-se e os problemas emocionais agravaram-se. O homem de hoje
casa-se aceitando uma alta probabilidade de que seu matrimônio fracasse. A
porcentagem de divórcios cresceu assustadoramente, alcançando seu mais alto
nível na história. O resultado da instabilidade da família está no número cada
vez maior de filhos vivendo com um só dos genitores, e na troca freqüente de
parceiros, na busca de novas modalidades de estilo de vida, que não exijam
“papel passado”.
Jacques
Grand´Maison escreve em “A Família Moderna, Lugar de Resistência ou Agente de
Mudança?”. “Os laços conjugais e familiares perderam sua força pelo atestado
dos divórcios e da ruptura das gerações. Os velhos são colocados em asilos, os
adolescentes agrupados fora da família, a relação conjugal tornou-se incerta
após a revolução feminina, o trabalho da mulher fora do lar pôs os filhos nas
creches ou com babás, transtornando profundamente tudo. As trepidâncias
modernas quebraram as âncoras familiares de estabilização”.
Podemos
tomar medidas que salvem o casamento e contrabalancem o impacto das pressões
sócio-psicológicas, econômico - políticas, que desagregam a família? Cremos
absolutamente que sim. Conquanto futurólogos apontem para a probabilidade da
desagregação familiar, nenhum, que saibamos, prediz o desaparecimento puro e
simples da família como tal.
Através
dos tempos, a família tem se defrontado com mudanças, mas não desapareceu. É na
família que se realiza o crescimento integral do ser humano. Isto implica na
satisfação das necessidades básicas: afetiva, sexual, intelectual, material,
espiritual e relacional. Podemos ver família assim, cumprindo suas funções
básicas: reprodutiva, de nutrição, educacional e social. Para a preservação da
família, é necessário o resgate de sua fundamentação religiosa. Na concepção
cristã, baseada na Bíblia, a família foi constituída por Deus e ela deve tê-lo
como fator principal.
Assim,
ficam compreendidos os fundamentos cristãos da família: unidade,
indissolubilidade e hierarquia nas relações de nupcialidade, paternidade,
filiação e irmandade, conforme expõe Jorge Atiencia em “Uma Teologia para o
Matrimônio e Família”.
No
seio de uma família genuinamente cristã, as pessoas encontram-se e vivem, no
nível mais profundo, as relações significativas, porque cada um de seus
componentes teve um encontro com Deus e achou ânimo para promover, não somente
o crescimento integral uns dos outros, mas a própria perpetualidade da família,
instituição divina.
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