A Dor de Deus!
Segundo
as escrituras, nunca devemos pensar em Deus como um Pai frio e sem sentimentos.
Nosso Deus tem sentimentos muito profundos! Ele é sensível. Seu coração pode se
comover. De fato, Ele sensibiliza-se com nossas fraquezas (veja Hebreus 45:15).
Deus não só sente dor, como também se aflige. Você se lembra
que Jesus chorou sobre o túmulo de Lázaro. Eis o retrato do Deus encarnado
chorando! Nos mostra que o Senhor sente e chora conosco. Afinal, Jesus disse:
"...quem me vê a mim, vê o Pai..." (João 14:9).
Podemos perceber outro vislumbre da dor de Deus no Jardim do
Getsêmani. Poucas horas antes dos guardas vierem para entregar Jesus ao sumo
sacerdote, Ele chorou tão copiosamente e com tanto sentimento que o sangue se
misturou com Suas lágrimas. Deus estava sofrendo dores pelos pecados da
humanidade!
Alguma vez você já se perguntou por que Jesus chorou no
jardim , por que tinha tanta dor no coração? Não era por causa da dor que
enfrentaria na cruz. Não, Jesus não ansiava rejeitar o cálice.
Antes, creio que Jesus estava perscrutando todos os anos da
humanidade até a segunda vinda. E à medida que olhava, viu o inconcebível. Viu
multidões de pessoas rejeitarem Sua gratuita oferta de salvação plena e
completa. E viu a dor e o sofrimento que enfrentavam como resultado de Lhe
rejeitarem. Jesus não gemeu: "Estou prestes a verter meu sangue e a sofrer
tanta dor, mas vocês vão Me rejeitar. Acerto as coisas com vocês no Dia do
Juízo. O dia do acerto de contas está chegando!"
Não! Jesus chorava pelas milhões de pessoas que estariam por
vir - por aqueles que mesmo sabendo de Sua oferta gratuita de salvação, de
favor, de bênção, unção, consagração - assim mesmo não usufruiriam de nada
disto. Cristo chorava porque muitos se perderiam apesar de terem um remédio tão
acessível.
Essa é a dor de Deus! É a dor que a humanidade traz sobre si
mesma. Jesus não levou para a cruz somente os nossos pecados; levou também a
dor do mundo inteiro!
Aqui em Nova York encontramos por toda a parte pessoas
nervosas, deprimidas. Encontramos drogados, alcoólatras e mendigos que se
sentam às portas de nossa igreja. A todas estas pessoas tem sido pregado o
evangelho - e mesmo assim muitos o rejeitam!
No jardim, Jesus via com Seus olhos divinos as grandes
multidões da humanidade e toda a sua dor. E naquele momento, tudo se acumulou
sobre Ele: a sua dor, a minha dor, a dor de todas as pessoas que em alguma
ocasião O rejeitaram.
Além disso, também creio que Jesus teve dor no coração por
outra razão. Ele sabia que o povo iria zombar dEle, ridicularizá-Lo,
transformá-Lo em cantiga de bêbados. E Ele sofria por causa da justiça que
teria de ser exercida sobre todos que negariam Seu sacrifício!
Quando Cristo disse aos Seus discípulos: "...Então, nem
uma hora pudestes vós vigiar comigo?" (Mateus 26:40), creio que o disse
por causa da dor. Ele não os estava repreendendo. Em vez disto, Ele sofria por
saber que a carne deles era fraca. E sabia o que esta fraqueza causaria neles.
Bem no versículo seguinte Jesus diz: "...o espírito, na
verdade, está pronto, mas a carne é fraca" (verso 41). Em Seus olhos
oniscientes Jesus antevia os discípulos abandonando-O e fugindo. Anteviu o
vazio e a dor deles depois de terem-nO rejeitado, e a volta deles à sua vida
anterior como pescadores.
Ele sabia que logo a seguir Pedro O negaria. Jesus viu este
discípulo outrora ousado, correr para as montanhas chorando: "Como é que
pude negar a Jesus? Como é que pude fazer uma coisa tão terrível?"
Então, quando Jesus diz a estes homens: "Não podeis
vigiar comigo?", não estava dizendo: "Preciso de um companheiro nas
minhas horas de provação." Não - Ele era Deus! Não precisava de ninguém
para ficar ao Seu lado para Lhe encorajar.
Antes, Jesus sofria por Seus discípulos. Estava dizendo,
essencialmente: "Se não vigiarem comigo, vocês não estarão preparados. Não
serão capazes de lidar com o que está vindo!" Ele sabia da apostasia que
brotaria em seus corações porque eram muito preguiçosos para preparar-se. E
pensar no seu conseqüente sofrimento trouxe grande dor ao Seu coração.
Não pense nem por um momento que Jesus não sofreu por causa
de Judas. Nada em Seu coração poderia simplesmente dispensar este homem,
dizendo: "Ó, diabo, vá fazer o seu trabalho." Antes, acredito que
Jesus chorou dentro de si quando Judas saiu do cenáculo para traí-Lo.
Os olhos oniscientes de Cristo anteviram este discípulo
atirando no chão as trinta peças de prata, chorando: "Eu traí ao Deus
vivo!" E certamente Jesus sentiu a dor de Judas quando este homem saiu
para se enforcar.
Quero compartilhar com você algo que o Senhor revelou
recentemente ao meu coração:
Deus Não Sente Prazer em Exercer Justiça!
Toda vez que pecamos contra Deus, Sua justiça exige que Ele
corrija Seus filhos. Contudo este é o trabalho mais doloroso de Deus - trazer
julgamento sobre aqueles que violam Suas leis!
"Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o
Senhor Deus. Portanto, convertei-vos e vivei" (Ezequiel 18:32).
Deus diz: "Vocês acham que sinto prazer quando as
pessoas morrem - mesmo as perversas? Nunca! Não tenho nenhum prazer na queda de
qualquer pecador."
Jesus não sentiu nenhum prazer na morte de Judas. Ele não se
regozijou dizendo: "Vejam o que acontece com os traidores!" Tampouco
o Senhor obtém algum prazer na morte ou destruição dos traficantes, dos médicos
que praticam aborto, até mesmo dos assassinos. Ele não fica feliz quando alguém
morre em pecado.
Contudo, como somos diferentes do Senhor neste aspecto!
Aplaudimos e dizemos: "Obrigado, Senhor - Te encarregastes deste
corrupto." Não sentimos nem um pouco a dor de Deus quando um pecador cai!
Pode-se perguntar: "Mas Deus não diz em Provérbios
1;26: ‘...também eu me rirei na vossa desventura’?"
Não! O contexto desta passagem começa no versículo 20.
Lê-se: "Grita na rua a Sabedoria, nas praças levanta a voz; do alto dos
muros clama, à entrada das portas e nas cidades profere as suas palavras: Até
quando, ó néscios, amarrareis a necedade?..." (versos 20-22). A sabedoria
segue falando no versículo 26, no qual se lê: "também me rirei na vossa
desventura..."
É a sabedoria - não Deus - que zomba do pecador. Esta
passagem é dirigida àqueles que que colocam de lado toda sabedoria e zombam do
seu conselho. Observe, há aqui uma lei envolvida - um princípio fixo de Deus -
que chamamos de sabedoria. Se você cruza uma rua quando o sinal está vermelho e
é atingido por um carro, a sabedoria presente no semáforo zomba de sua
calamidade.
Deus jamais riria da calamidade até da pessoa mais perversa.
Ele não zomba daqueles que são destruídos pelos seus pecados. Pelo contrário,
Ele nos diz que não tem prazer na morte de nenhum pecador.
Mas a Sua sabedoria grita a todos. Está gritando agora mesmo
nas ruas situadas nos arredores da Igreja de Times Square. Aqueles que deveriam
estar ouvindo a voz de Deus - e que ao contrário estão zombando desta sabedoria
- serão ridicularizados pela sabedoria no Dia do Juízo. Naquele momento ela irá
gritar: "Como vocês foram estúpidos!" "Então, me invocarão, mas
eu não responderei; procurar-me-ão, porém não me hão de achar" (versículo
28).
Porém este mesmo capítulo em Provérbios também oferece
esperança. Revela o coração de Deus no versículo final:
"Mas o que me der ouvidos habitará seguro, tranqüilo e
sem temor do mal." (verso 33).
Vemos Outro Retrato da Dor de Deus Quando Jesus
Chorou à Vista da Cidade de Jerusalém!
"Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia:
Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está
agora oculto aos teus olhos. Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos
te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; e te
arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra,
porque não reconheceste a oportunidade de tua visitação."(Lucas 19:
41-44).
Quem está chorando aqui? É Jesus - Deus feito carne!
Ele não estava de pé em uma plataforma apontando Seu dedo e
gritando: "Um dia um exército virá e matará suas esposas e filhos!"
Não - Jesus chorava enquanto profetizava. Ele estava olhando
quarenta anos à frente, na época em que o exército de Tito invadiria Jerusalém,
violaria a cidade e destruiria o templo. Seria um holocausto acima de todos os
holocaustos. E à medida que Jesus antevia este acontecimento, Ele chorava pela
cidade.
Os habitantes de Jerusalém iriam rejeitá-Lo em breve -
cuspiriam, zombariam dEle, Lhe insultariam, amaldiçoariam Seu nome, Lhe
crucificariam. Mesmo assim ali estava Ele chorando de dor por eles - porque a
justiça de Deus exigia julgamento! A justiça traria um exército pagão às suas
ruas - homens, mulheres e crianças seriam sacrificados sem misericórdia.
Contudo, acredito que Jesus estava chorando por aquilo que
Jerusalém poderia ter experimentado: uma visitação de Deus. Eles poderiam ter
recebido bênçãos, perdão, um coração novo. Mas rejeitaram tudo isto! O próximo
versículo nos explica porque a dor de Jesus era tão grande:
"Depois, entrando no templo, expulsou os que ali
vendiam, dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa será casa de oração. Mas vós
a transformastes em covil de salteadores" (vs. 45-46).
Jesus entrou no templo com um chicote e expulsou os
cambistas. Por que uma punição tão severa? Ele fez isto porque sabia que eram
exatamente estes os pecados que apressariam o juízo vindouro!
Jesus estava sentindo a dor desta cena futura horrível.
Estava ouvindo os gritos das mulheres que teriam uma faca encravada em seus
ventres. Estava ouvindo os gritos das crianças que seriam pisoteadas pelo
exército de Tito. E ia se afligindo à medida que via como, pedra por pedra, o
templo se desmoronava.
Jesus anteviu tudo isto e disse: "Cambistas, será que
vocês não entendem? O que vocês estão fazendo aqui vai trazer o julgamento de
Deus!" Deus sentia dor pelo Seu povo escolhido - pois seus pecados os
destruiria!
Tinha de haver lágrimas nos olhos de Jesus enquanto Ele
usava o chicote. Não creio que uma só chicotada tenha tocado alguma pessoa
naquele templo. Em vez disto, golpeou mesas e carroças, chicoteando o vento.
Ele usou o chicote como uma vara do amor. Era o Seu modo de dizer:
"Acordem! Vocês estão forçando Deus a trazer sobre vocês o que mais Lhe
dói!"
Quero lhe mostrar outro vislumbre da dor de Deus:
"Então disse o Senhor a Moisés...teu povo, que fizeste
sair do Egito, se corrompeu...fez para si um bezerro fundido, e o adorou, e lhe
sacrificou...Tenho visto este povo, e eis que é povo de dura cerviz. Agora,
pois, deixa-me, para que se acenda contra eles o meu furor, e eu os
consuma...Porém Moisés suplicou ao Senhor, seu Deus e disse: Por que se acende,
Senhor, a tua ira contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande
fortaleza e poderosa mão? Por que hão de dizer os egípcios: Com maus intentos
os tirou, para matá-los nos montes e para consumi-los da face da terra?
Torna-te do furor da tua ira e arrepende-te deste mal contra o teu
povo...Então, se arrependeu o Senhor do mal que dissera havia de fazer ao
povo" (Êxodo 32: 7-14).
Ao ler esta passagem, muitos cristãos erroneamente atribuem
mais graça e misericórdia a Moisés do que a Deus. Eles pensam: "Moisés
está implorando grande misericórdia para Israel, enquanto Deus está pronto para
os destruir."
Nada poderia estar mais distante da verdade! Havia só uma
razão pela qual Moisés podia orar da maneira como fez: ele conhecia o
misericordioso coração de Deus!
Veja, Deus falava aqui com a autoridade de Sua justiça - e a
justiça exigia que o povo fosse consumido. Mas Moisés sabia que Deus sentiria
muita dor ao destruir Seus filhos. Ele sabia que Deus amava o Seu povo. Então
implorou: "Senhor: sei que Tua justiça está gritando, e que tens de
proclamá-la. Este povo de dura cerviz deveria ser eliminado."
"Mas também sei mais uma coisa, Senhor. Que Tu não
serias capaz de suportar a dor se o fizesses! Podes destruir 10.000 ou 12.000 -
mas quanto mais destruíres, mais dor sentirás! Conheço Teu coração, Deus - e
sei que não podes destruir Israel porque o amas!"
A Bíblia diz que Deus "se arrependeu" - o que
significa que Ele mudou de opinião quanto a como julgaria Israel. Ele não os
destruiria. Antes, o povo iria definhar no deserto. No entanto, Deus nunca lhes
retirou Sua misericórdia. Apesar de o povo continuar afligindo Seu coração por
mais trinta e oito anos com sua incredulidade, o Senhor ainda os protegeu, dirigiu,
alimentou e vestiu até os dia de suas mortes.
Quando Penso na Experiência de Jó, Vejo Como o
Coração de eus Deve Ter Sofrido!
Imagino quantas vezes o Senhor olhou Jó e desejou dizer:
"Basta! Não posso deixar que meu servo sofra mais esta dor terrível. Vou
parar isto!"
Se você pensa que Jó sofreu, você deve sabe o quanto Deus
sofreu com ele. Imagino Deus dizendo: "Resista até o final, Jó, e
restaurarei tudo que perdeste. Simplesmente resista, e lhe acrescentarei uma
vez e meia a mais." Finalmente, quando o sofrimento de Jó terminou, Deus
disse: "Duplicarei tudo para ti, Jó. Te darei duas vezes mais do que
tinhas antes!"
Também vemos a dor de Deus quando teve que exercer justiça
sobre Davi pelo censo de Israel. Deus havia ordenado que Davi não contasse a
população, para que nunca fosse tentado a confiar na força da carne.
Mas Davi fez exatamente o que o Senhor tinha proibido. E
isto fez doer o coração de Deus:
"Tudo isto desagradou a Deus, pelo que feriu a
Israel" (I Crônicas 21:7).
Deus teve que julgar a Davi. O rei se orgulhava por ter um
exército numeroso e muito poderoso. Então o Senhor enviou um anjo para exercer
Sua justiça, dizimando Israel com a peste. Logo o povo orgulhoso morreria como
moscas.
Davi ouvia os informes atrozes através dos mensageiros:
10.000 mortos em Hebrom; 5.000 mortos em Benjamin; 6.000 mortos em Judá. O
número de mortos simplesmente continuava aumentando.
Em pouco tempo, 70.000 israelitas haviam morrido. O anjo da
morte havia atravessado a nação de lado a lado, matando pessoas a torto e a
direito. E agora estava parado sobre Jerusalém com a espada preparada, pronto
para atacar. O que restava do poderoso exército de Davi estava na iminência de
uma destruição total!
Deus estava golpeando a intimidade do orgulho de Davi.
Estava tentando salvar este homem, resgatá-lo das mãos do inimigo de sua alma.
E, as escrituras nos dizem:
"...então Davi e os anciãos, cobertos de panos de saco,
se prostraram com o rosto em terra" (verso 16).
Quando Davi ouviu sobre todas as mortes em Israel, dobrou
seus joelhos em arrependimento. Ele pranteou: "Ó Deus, a culpa é minha!
Este povo é inocente. Por favor, Senhor, não os castigue. Ponha o Seu juízo
sobre mim!"
Deus não agüentou sentir a dor de Davi um instante mais.
Finalmente, gritou ao anjo: "Chega! Guarda a tua espada! É muita dor para
Mim!"
"O Senhor deu ordem ao Anjo, e ele meteu a sua espada
na bainha" (vers. 27).
Era como se Deus estivesse dizendo: "Se Eu permitir que
a justiça continue, não serei capaz de suportar a terrível dor de Davi. Ele
morrerá com o coração partido!" Eis aqui uma imagem inacreditável do
coração dolorido de Deus. Davi O havia feito sofrer, e a justiça de Deus exigia
correção. Mas Deus não ficou em cima de Davi, vociferando: "Você ainda não
aprendeu a lição?" Não - as lágrimas de Davi haviam alcançado o terno
coração de Deus! O Senhor estava sentindo a dor de Davi, tocado pelo sentimento
de sua fraqueza. E Ele disse: "Basta!"
Creio Que Quando Forçamos Deus a Nos Corrigir e a
Nos Julgar Pelos Pecados Que Cometemos, Lhe Causamos Uma "Dor Dupla"
A primeira parte da terrível "dor dupla" de Deus é
quando pecamos em Sua presença, diante de Sua luz e amor.
Não é só o pecado que aflige a Deus. É também o fato de que
Ele sabe que as conseqüências dos nossos pecados logo virão. Deus sabe o preço
que iremos pagar: nosso pecado nos conduzirá à aflição e ao sofrimento! E isto
fere Seu coração profundamente.
A segunda parte da "dor dupla" de Deus é que
nossos pecados fazem com que Ele cumpra Sua palavra de julgar-nos. Ele tem que
estar presente como Pai amoroso e ouvir nossos gritos de angústia enquanto nos
castiga - tudo com o propósito de produzir um caráter santo em nós.
Não faz muito tempo, enfrentei uma crise - que chegou ao
limite da minha paciência. Tinha ouvido comentários caluniosos a meu respeito e
de um pastor ajudante que ministra conosco na Igreja de Times Square. Era um
mexerico tremendo e prejudicial. Eu não podia acreditar que as pessoas
estivessem dizendo algumas coisas que diziam. Tudo isto me feriu muito.
Depois que isto estava sucedendo por algum tempo, comecei a
relembrar a Deus a Sua palavra:
o " falsa testemunha não
fica impune, e o que profere mentiras não escapa" (Provérbios 19:9).
o "...o mentiroso inclina
os ouvidos para a língua maligna (mexeriqueira)" (17:4).
o "O mexeriqueiro descobre
o segredo, mas o fiel de espírito o encobre" (11:13).
o "Ainda que seu ódio se
encobre com engano, a sua malícia se descobrirá publicamente" (26:26).
Depois de algum tempo, gritei desesperado: "Ó Deus, por
quanto tempo permitirás que isto continue? As mentiras continuam mudando tanto,
que nem sei qual a mentira nova que surge a cada dia. Não consigo lutar contra
isto. Tu és meu defensor, Senhor - e dissestes que vingarias o Teu povo. Mas
não vejo Tua justiça sendo manifesta. Por favor, Senhor - quanto tempo mais
terei de suportar antes que Te movas?"
Enquanto eu pensava em toda a calúnia que vinha contra mim,
comecei a pensar em outros pastores e servos que também são atormentados. Há
tantos santos hoje - pessoas santas e justas - que têm de suportar provas
atrozes quando seus companheiros de trabalho, família ou mesmo alguns amigos
proferem palavras nocivas contra eles.
"Por que, Senhor?" orei. "Aonde estão Teus
justos julgamentos? Por que continuas permitindo que Teu povo seja magoado? Por
que esperas tanto para manifestar Tua justiça?"
O Senhor respondeu: "David, sou misericordioso,
longânimo e lento para Me irar porque Me dói exercer Minha justiça. Se você
pudesse sentir a minha dor, jamais desejaria ver Meu julgamento surgir. Você
entenderia porque espero tanto tempo antes de exercê-lo!"
Aí Deus me mostrou uma imagem horrenda dos julgamentos que
Ele tem de enviar àqueles que pecam contra a Sua palavra. Em verdade, coisas
atrozes sobrevirão aos que continuam em seu pecado de comentar sobre a vida
alheia e caluniar.
A contemplação do castigo divino - do julgamento caindo
sobre qualquer um - me deixou aniquilado. Gritei: "Ó Senhor, não julgue
por minha causa. Por favor, não faça isto, nem mesmo àqueles que me feriram.
Não faça isto para me justificar!"
Eu estava sentindo a dor de Deus - a Sua relutância em
julgar! E esta dor permaneceu no meu coração por mais ou menos uns quinze
minutos.
Então o Senhor falou-me: "David, você sabe quão
doloroso é disciplinar os seus filhos, porque os ama. É o mesmo para Mim. Me
dói exercer Meu julgamento e correção sobre aqueles que amo!"
Finalmente, Deus Me Permitiu Ver a Dor Que Teve
de Suportar
Cada Vez Que Teve de Me Castigar!
Posso recordar vivamente quatro ou cinco ocasiões de
correção muito severa por parte do Senhor. Nesses momentos eu dizia: "Ó
Deus, isto é doloroso! Não quero nunca mais passar por isso."
E agora Deus estava me dizendo: "David, eu também não
quero passar outra vez por isto. Me entristeceu observar e permitir a sua dor.
Fiz tudo a contragosto. Não senti nenhum prazer em fazê-lo. Causou tristeza ao
Meu coração. Mas mesmo assim tive que fazê-lo - porque lhe amo!"
Deus me mostrou, do jeito duro, que nunca devo me regozijar
pela correção aplicada sobre alguém. Antes, que o Senhor tenha misericórdia dos
cristãos que se regozijam ao verem os outros sendo castigados:
"Quando cair teu inimigo não te alegres, e não se
regozije o teu coração quando ele tropeçar" (Provérbios 24: 17).
Não só nunca devemos nos alegrar ao ver Deus exercendo
julgamentos, como também devemos sentir a dor de Deus quando Ele os exerce!
Simplesmente não podemos nos regozijar na presença de um Senhor que chora
enquanto açoita, na presença de um Cristo cujo coração está ferido.
Os julgamentos de Deus sobre os outros devem despedaçar seu
coração. Devem fazer você gritar: "Ó Deus, basta! Por favor - faça com que
Seu anjo guarde a espada." "Toda disciplina, com efeito, no momento
não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto,
produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto da
justiça" (Hebreus 12:11).
Deus, nesta passagem, está falando tanto do Seu próprio
coração como do nosso. Suas correções não são um gozo para Ele, mas tristes e
dolorosas!
Mas quando Deus se move para julgar, Ele paira sobre Seus
filhos enquanto os corrige. Enquanto dá chicotada atrás de chicotada, espera
ver se a última trouxe uma lágrima. Ele procura pelo sinal mais leve de pesar e
arrependimento. E se detém ante o primeiro sinal! Ele almeja dizer: "Basta
- chega! Isto dói muito para Mim!"
Amado, você deve ater-se a esta questão da dor de Deus. Você
precisa corrigir a si próprio - colocar os seus pensamentos em cativeiro, e
dizer: "Ó Senhor, deixe-me orar pelos meus inimigos - por aqueles que
estão tentando me machucar!"
Deus ama o pecador mais pernicioso e vil das ruas. E se Ele
ama esta pessoa, quanto mais Ele ama o cristão que fere você e fez-se seu
inimigo?"
Talvez agora você tenha uma idéia de quão distantes estamos
do coração de Deus. Temos ainda tanto a aprender sobre Seu coração. Não, Ele
não se compraz em julgar. Ele não tem prazer na destruição do iníquo, nem na
correção de Seus filhos. Pelo contrário, isso lhe causa terrível dor.
Permita-me dizer no que o Senhor se deleita:
"Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a
iniqüidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O Senhor
não detém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a
ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades e lançará todos os
nossos pecados nas profundezas do mar" (Miquéias 7: 18-19). Agradeça a
Deus por Sua grande misericórdia, disponível a todos. Ele se deleita na misericórdia.
Aleluia!
AUTOR DESCONHECIDO
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