A
doutrina da Igreja Cristã examinada à luz da Palavra
A Igreja cristã primitiva cria numa única pessoa Divina, o
Senhor Jesus Cristo
Que os
discípulos e apóstolos tenham chegado à concepção de que Jesus Cristo era o próprio
Deus vindo ao mundo, isto se vê pelo que foi escrito por João, Judas, Paulo e
outros, conforme aludido acima. Por estas e outras passagens, que serão ainda
citadas na seqüência, conclui-se que não havia dúvida alguma, para eles, quanto
à Divindade de Jesus Cristo.
Mas quando
eles saíram para ensinar a nova fé cristã, eles anunciaram a fé em Jesus Cristo como
Filho de Deus, porque este era como o ponto de partida. Com efeito, quando
Pedro confessou que Jesus era o Filho do Deus vivo, Jesus lhe disse: "Sobre
esta pedra (a fé, e não Pedro) edificarei a minha Igreja". (Mateus 16:18)
A Igreja
cristã teve início desse ponto, e para isso os evangelhos foram escritos, como
se lê:
"Jesus,
pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que
não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais
que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu
nome" (João 20:31).
Mas esta
fé é somente a pedra angular, que é fundamento e esquadro para toda a
construção que se tem de erguer erguida. Essa pedra, a fé inicial que Jesus é o
Filho de Deus, foi rejeitada pelos judeus e feita pedra de tropeço (Mt
21:42-44).
Pelas
cartas apostólicas e pelo livro do Apocalipse, vemos o desenvolvimento dessa fé
na Igreja, porque então Jesus é apresentado como o Único Deus, ainda que com
outros nomes:
"Eu
fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande
voz, como de trombeta, Que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o
derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que
estão na Ásia: a Éfeso, e a Smirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a
Filadélfia, e a Laodicéia. E virei-me para ver quem falava comigo. E,
virando-me, vi sete castiçais de ouro; E no meio dos sete castiçais um
semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e
cingido pelos peitos com um cinto de ouro. E a sua cabeça e cabelos eram
brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo; e os seus
pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa
fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas. E ele tinha na sua destra
sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto
era como o sol, quando na sua força resplandece. E eu, quando vi, caí a seus
pés como morto; e ele pós sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou
o primeiro e o último; e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para
todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno. (Apoc. 1:10-18).
Aquele que
João tinha diante de si, Que lhe disse duas vezes que era o "Primeiro e o
Último" era o Humano agora glorificado do Senhor, Jesus Cristo, cuja Alma
era o Divino Ser, JEHOVAH, o mesmo que havia dito, na antigüidade, que era o
Primeiro e o Último, a primeira e única pessoa de Deus. E Ele mandou que João
desse essa mensagem a todas as Igrejas, representadas pelas sete igrejas
nomeadas da Ásia, para que se atestasse Sua Divindade e Unidade.
Os
apóstolos falavam, evidentemente, no Filho, no Pai e no Espírito Santo, mas não
com referência a pessoas separadas. De fato, eles nunca mencionaram uma
trindade de pessoas, porque sabiam que a Trindade era de atributos específicos
de um mesmo Deus. É nesses atributos Divinos de uma Única Pessoa, que se deve
pensar, quando se fala em Pai, Filho e Espírito Santo, para que a crença em
Deus seja íntegra. A imagem de "Pai", "Filho" e
"Espírito Santo" são alegorias, formas pelas quais se podia entender
o aspecto Criador, Redentor e Regenerador de Deus, ou, Sua Alma, Seu Humano e
Sua Operação nos nossos corações e mentes.
Ficará
mais fácil compreender a Trindade em Jesus Cristo se pensarmos no que ocorre conosco.
Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus e por isso uma trindade também
em nós: temos nossa alma (o aspecto invisível, superior e imortal), temos o
corpo (o aspecto visível, inferior e mortal) e temos a nossa ação, nossa
personalidade e tudo o mais que resulta da união entre o corpo e a alma.
Os judeus,
a quem Paulo escreveu, criam no atributo Divino chamado Pai, mas não aceitavam
que o Ser Divino tinha vindo num revestimento natural, chamado Filho, para
efetuar a redenção. A manifestação de Deus em carne é a concepção
"Filho", que eles não quiseram aceitar.
A Igreja
primitiva adorava assim o Senhor Jesus Cristo, manifestação do Deus eterno,
Deus que Se fizera Homem, numa única pessoa, na fé simples e clara da Palavra.
E foi exatamente porque a Igreja assim acreditava que Arius começou a atacá-la,
dizendo que Jesus não podia ser Deus, pois, segundo ele, se O fosse, o mundo
teria sido destruído quando Ele morreu na cruz.
Arius
estava negando a Divindade de Jesus e Sua Unidade pessoal com o Pai. Os bispos
reunidos em Nicéia poderiam tê-lo rebatido com ensinamentos das Escrituras de
que, em Jesus, quem padeceu a cruz e morreu foi o Filho do Homem, o aspecto
Humano de Sua Divindade, tendo ressuscitado no terceiro dia, e que, quanto à
Sua Alma, Ele era e sempre será Deus eterno e imortal, e por isso ressuscitou
Seu Humano, Jesus Cristo.
Mas a
oposição à Divindade do Senhor já havia começado no tempo mesmo dos apóstolos,
pelo que foi necessário que o outro Judas escrevesse a seguinte admoestação:
"Amados,
procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive
por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi
dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos
para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de
Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo. (Judas,
3,4).
E também
de Paulo:
"Tende
cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs
sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não
segundo Cristo; porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade
(Colossenses, 2:8,9)
AUTOR DESCONHECIDO
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