A Escada da Tribulação
Introdução
A questão das tribulações na vida do cristão não é bem compreendida em nossos dias.
Temos uma forte influência do pensamento sociológico desenvolvido nos EUA. O norte americano vive numa sociedade que procura oferecer o bem estar a seus cidadãos e minorar ao máximo o sofrimento.
Exs.:
Ar condicionado para diminuir o mal estar das temperaturas extremas.
Remédios para aliviar todo o tipo de dor.
Quase um carro por habitante para vencer as distâncias.
Carros automáticos para diminuir o estresse no trânsito.
A teologia segue esta mesma tendência, prometendo anular as dores e os sofrimentos por meio da fé em Cristo.
No Brasil não temos exatamente as mesmas condições sociais, mas tentamos copiar as soluções por eles encontradas.
Além disso, o povo sofrido do Brasil vê no exemplo do país vizinho um ideal a ser alcançado.
Este contexto social tem sido um filtro para a compreensão da Bíblia.
Nossas pressuposições podem nos levar a entender essa questão do sofrimento de várias maneiras, nem sempre totalmente verdadeiras.
Contudo o apóstolo Paulo nos leva a uma posição mais equilibrada quando diz: “Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória” (Rm 8.17).
Podemos destacar cinco abordagens diferentes para o sofrimento. Nenhuma delas deve ser vista isoladamente, sob o risco de não entendermos o papel dos sofrimentos em nossas vidas.
Poderíamos descrevê-las como se fossem degraus de uma escada, em que um degrau amplia a visão oferecida pelo degrau anterior.
1º Degrau: O justo não sofre
Este é um dos principais postulados da “Teologia da Prosperidade”.
O raciocínio aqui é: O justo é aquele que foi liberto de toda a maldição. Ele é “filho do Rei”. Portanto, nada mais pode afetá-lo ou abatê-lo. Ele é uma pessoa abençoada e bem sucedida em tudo o que faz. Os eventuais sofrimentos são explicados pela infidelidade desta pessoa a Deus.
Se ele é um atleta cristão e não marca gols e seu time cai para a segunda divisão, a explicação seria: “este atleta está em pecado, ou o Espírito Santo não está no controle de sua vida”.
Se um jovem líder cristão é acometido de câncer e morre, quem tem esta ótica da vida cristã, tende a pensar que ele estava se desviando dos caminhos do Senhor.
Esta porém é uma forma simplista de encarar a vida. As respostas não são tão simples assim.
Esta maneira de ver a vida cristã é baseada em afirmações extraídas da Bíblia, como: “O justo é salvo das tribulações, e estas são transferidas para os ímpios”
Este é um dos principais postulados da “Teologia da Prosperidade”.
O raciocínio aqui é: O justo é aquele que foi liberto de toda a maldição. Ele é “filho do Rei”. Portanto, nada mais pode afetá-lo ou abatê-lo. Ele é uma pessoa abençoada e bem sucedida em tudo o que faz. Os eventuais sofrimentos são explicados pela infidelidade desta pessoa a Deus.
Se ele é um atleta cristão e não marca gols e seu time cai para a segunda divisão, a explicação seria: “este atleta está em pecado, ou o Espírito Santo não está no controle de sua vida”.
Se um jovem líder cristão é acometido de câncer e morre, quem tem esta ótica da vida cristã, tende a pensar que ele estava se desviando dos caminhos do Senhor.
Esta porém é uma forma simplista de encarar a vida. As respostas não são tão simples assim.
Esta maneira de ver a vida cristã é baseada em afirmações extraídas da Bíblia, como: “O justo é salvo das tribulações, e estas são transferidas para os ímpios”
(Pv 11.8). “Como é feliz aquele... [cuja] satisfação está na lei
do Senhor e nessa lei medita dia e noite. É como árvore plantada à beira de
águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que
ele faz prospera!” (Sl 1.1,3).
Para entendermos estas afirmações é preciso voltar um pouco no tempo, quando Deus fez uma aliança com os israelitas. Ele prometeu prosperidade para o seu povo, se o seguisse fielmente: “Sigam fielmente os termos desta aliança, para que vocês prosperem em tudo o que fizerem” (Dt 29.9). Mas eles não cumpriram os termos da aliança.
Desta maneira Deus invalidou a aliança. Depois disso, então, vemos os livros da Bíblia, especialmente os Profetas e os Salmos, registrando a angústia dos judeus enquanto se ajustavam à nova realidade. Por exemplo: quase um terço dos Salmos apresenta um autor “justo” lutando contra o fracasso da teologia da prosperidade. Parecia, simplesmente, que ela deixara de funcionar.
“Assim são os ímpios; sempre despreocupados, aumentam suas riquezas. Certamente foi-me inútil manter puro o coração e lavar as mãos na inocência, pois o dia inteiro sou afligido, e todas as manhãs sou castigado” (Sl 73.12-14).
Sendo assim, esta visão da vida cristã, apresenta uma verdade parcial. Não é totalmente correto dizer que estarei livre de problemas se fizer tudo certo. Isto nos leva ao segundo degrau.
Para entendermos estas afirmações é preciso voltar um pouco no tempo, quando Deus fez uma aliança com os israelitas. Ele prometeu prosperidade para o seu povo, se o seguisse fielmente: “Sigam fielmente os termos desta aliança, para que vocês prosperem em tudo o que fizerem” (Dt 29.9). Mas eles não cumpriram os termos da aliança.
Desta maneira Deus invalidou a aliança. Depois disso, então, vemos os livros da Bíblia, especialmente os Profetas e os Salmos, registrando a angústia dos judeus enquanto se ajustavam à nova realidade. Por exemplo: quase um terço dos Salmos apresenta um autor “justo” lutando contra o fracasso da teologia da prosperidade. Parecia, simplesmente, que ela deixara de funcionar.
“Assim são os ímpios; sempre despreocupados, aumentam suas riquezas. Certamente foi-me inútil manter puro o coração e lavar as mãos na inocência, pois o dia inteiro sou afligido, e todas as manhãs sou castigado” (Sl 73.12-14).
Sendo assim, esta visão da vida cristã, apresenta uma verdade parcial. Não é totalmente correto dizer que estarei livre de problemas se fizer tudo certo. Isto nos leva ao segundo degrau.
2º Degrau: O justo sofre, mas é liberto
Muitos dos “Salmos de tribulação” carregam em si um tom enfático de autodefesa. Parece que o autor pensa: “- Se eu conseguir convencer Deus de minha justiça, então Ele certamente vai me livrar. Deve haver algum engano nessa situação!”.
Por exemplo:
“Volta-te para mim e tem misericórdia de mim, pois estou só e aflito. As angústias do meu coração se multiplicaram; liberta-me da minha aflição. Olha para a minha tribulação e o meu sofrimento, e perdoa todos os meus pecados. Vê como aumentaram os meus inimigos e com que fúria me odeiam! Guarda a minha vida e livra-me! Não me deixes decepcionado, pois eu me refugio em ti” (Sl 25.16-20).
“Faze-me justiça, Senhor, pois tenho vivido com integridade. Tenho confiado no Senhor, sem vacilar” (Sl 26.1).
Estas expressões de perplexidade podem ser vistas como palavras de preparação, porque ajudam toda a nação a entender que algumas vezes as pessoas justas realmente sofrem, e nem sempre são livradas.
Alguns destes Salmos apontam para Jesus, mostrando como ele também haveria de sofrer, como descrito em Hebreus 5.7: “Durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da sua reverente submissão. Embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu”.
Ele foi ouvido por Deus, mas não exatamente atendido: Jesus não escapou da morte!
Hebreus 11 apresenta uma lista de pessoas fiéis que viveram em épocas variadas, cobrindo vários séculos. Algumas receberam livramento miraculoso: Isaque, José, Moisés, Raabe, Gideão, Davi. Mas outros foram torturados, presos em correntes, apedrejados, serrados ao meio. O capítulo apresenta detalhes vivos sobre o último grupo: andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, foram desamparados, vagaram por desertos e montanhas e habitaram em cavernas. O autor conclui com um comentário enfático: “Todos estes receberam bom testemunho por meio da fé; no entanto, nenhum deles recebeu o que havia sido prometido” (Hb 11.39).
Sendo assim, afirmar que o justo pode sofrer, mas sempre será liberto, também não é toda a verdade. Isso nos leva ao terceiro degrau:
Muitos dos “Salmos de tribulação” carregam em si um tom enfático de autodefesa. Parece que o autor pensa: “- Se eu conseguir convencer Deus de minha justiça, então Ele certamente vai me livrar. Deve haver algum engano nessa situação!”.
Por exemplo:
“Volta-te para mim e tem misericórdia de mim, pois estou só e aflito. As angústias do meu coração se multiplicaram; liberta-me da minha aflição. Olha para a minha tribulação e o meu sofrimento, e perdoa todos os meus pecados. Vê como aumentaram os meus inimigos e com que fúria me odeiam! Guarda a minha vida e livra-me! Não me deixes decepcionado, pois eu me refugio em ti” (Sl 25.16-20).
“Faze-me justiça, Senhor, pois tenho vivido com integridade. Tenho confiado no Senhor, sem vacilar” (Sl 26.1).
Estas expressões de perplexidade podem ser vistas como palavras de preparação, porque ajudam toda a nação a entender que algumas vezes as pessoas justas realmente sofrem, e nem sempre são livradas.
Alguns destes Salmos apontam para Jesus, mostrando como ele também haveria de sofrer, como descrito em Hebreus 5.7: “Durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da sua reverente submissão. Embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu”.
Ele foi ouvido por Deus, mas não exatamente atendido: Jesus não escapou da morte!
Hebreus 11 apresenta uma lista de pessoas fiéis que viveram em épocas variadas, cobrindo vários séculos. Algumas receberam livramento miraculoso: Isaque, José, Moisés, Raabe, Gideão, Davi. Mas outros foram torturados, presos em correntes, apedrejados, serrados ao meio. O capítulo apresenta detalhes vivos sobre o último grupo: andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, foram desamparados, vagaram por desertos e montanhas e habitaram em cavernas. O autor conclui com um comentário enfático: “Todos estes receberam bom testemunho por meio da fé; no entanto, nenhum deles recebeu o que havia sido prometido” (Hb 11.39).
Sendo assim, afirmar que o justo pode sofrer, mas sempre será liberto, também não é toda a verdade. Isso nos leva ao terceiro degrau:
3º Degrau: O justo sofre, mas o propósito é bom
A palavra de Deus ensina que “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Rm 8.28). Algumas pessoas pensam que ela significa que só coisas boas acontecerão para os que amam a Deus. Contudo, o que ela está dizendo aqui é exatamente o contrário. No restante do capítulo ele define de que tipo de “coisas” está falando: lutas, dificuldades, perseguições, fome, nudez, perigo e espada. Paulo enfrentou tudo isso e, por fim, sucumbiu. Não foi “livrado”. Mesmo assim ele insiste: “Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores” (Rm 8.37). Não há dificuldade que possa separar-nos do amor de Deus.
Paulo encontrou soluções engenhosas para as dificuldades levantadas pelos dois primeiros degraus da tribulação. A primeira solução diz respeito à perspectiva de um propósito por meio daquela tribulação. Um objetivo maior e compensador será alcançado por meio do meu sofrimento, mesmo que eu não o veja no momento. A segunda solução diz respeito ao tempo de duração das tribulações. Nenhum sofrimento é permanente para o cristão. Há a certeza de que cedo ou tarde ficaremos livres das tribulações da vida. Ele afirma que um dia toda a Criação, e de uma maneira específica os que pertencem a Deus, será redimida da escravidão das dores e dos sofrimentos (Rm 8.18-23). É uma questão de tempo! É só esperar! Assim como Deus transformou a Sexta-feira da paixão no Domingo da ressurreição, assim ele o fará conosco e com todo o Universo que ele criou.
A palavra de Deus ensina que “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Rm 8.28). Algumas pessoas pensam que ela significa que só coisas boas acontecerão para os que amam a Deus. Contudo, o que ela está dizendo aqui é exatamente o contrário. No restante do capítulo ele define de que tipo de “coisas” está falando: lutas, dificuldades, perseguições, fome, nudez, perigo e espada. Paulo enfrentou tudo isso e, por fim, sucumbiu. Não foi “livrado”. Mesmo assim ele insiste: “Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores” (Rm 8.37). Não há dificuldade que possa separar-nos do amor de Deus.
Paulo encontrou soluções engenhosas para as dificuldades levantadas pelos dois primeiros degraus da tribulação. A primeira solução diz respeito à perspectiva de um propósito por meio daquela tribulação. Um objetivo maior e compensador será alcançado por meio do meu sofrimento, mesmo que eu não o veja no momento. A segunda solução diz respeito ao tempo de duração das tribulações. Nenhum sofrimento é permanente para o cristão. Há a certeza de que cedo ou tarde ficaremos livres das tribulações da vida. Ele afirma que um dia toda a Criação, e de uma maneira específica os que pertencem a Deus, será redimida da escravidão das dores e dos sofrimentos (Rm 8.18-23). É uma questão de tempo! É só esperar! Assim como Deus transformou a Sexta-feira da paixão no Domingo da ressurreição, assim ele o fará conosco e com todo o Universo que ele criou.
4º Degrau: O justo necessariamente sofre
Este degrau não só admite o sofrimento na vida do justo, como
afirma que o justo necessariamente experimentará algum tipo de sofrimento.
Um dos principais escritores a expor esta perspectiva é Pedro. Em nenhum momento ele considera que o justo esteja imune ao sofrimento. Pelo contrário, Pedro expõe uma teologia que assume o sofrimento como parte da vida:
“Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo” (1 Pe 4.12,13).
Paulo junta-se a Pedro quando diz: “De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Tm 3.2).
O que eles estão querendo dizer é que aqueles que seguirem as pegadas de Cristo sofrerão injustamente, assim como ele sofreu. E a história confirmou as palavras de ambos. Tanto um como outro, passaram por tribulações, privações, perseguições e até tortura e morte violenta (bem como os demais apóstolos e tantos outros cristãos ao longo dos séculos).
Ambos esperavam por isso. Sobre Pedro, Jesus previu: “Digo-lhe a verdade: Quando você era mais jovem, vestia-se e ia para onde queria; mas quando for velho, estenderá as mãos e outra pessoa o vestirá e o levará para onde você não deseja ir. Jesus disse isso para indicar o tipo de morte com a qual Pedro iria glorificar a Deus” (Jo 21.18,19).
Paulo também não se iludia a esse respeito e compartilha com seus irmãos da igreja de Éfeso:
“Só sei que, em todas as cidades, o Espírito Santo me avisa que prisões e sofrimentos me esperam” (At 20.23). O princípio aqui é que o justo vive uma contracultura em relação ao mundo. Os valores do cristão estão em oposição aos valores do mundo. Isto gera antipatias e atritos. O grau de oposição pode variar desde a exclusão social velada (ex.: no Brasil, isolamento dos vizinhos, ou no ambiente da escola ou do trabalho) como a agressão física (ex.: Miguel).
Além do sofrimento provocado pela reação aos valores de vida, o justo deve esperar passar por sofrimentos circunstanciais, que também podem variar de grau ou intensidade, cujos propósitos nem sempre são claros ou evidentes. Ex.: Família do Rio Grande do Sul que sofreu assalto, resultando em incapacidade física da esposa.
O consolo aqui e no próximo degrau é saber que experimentaremos o amor de Deus de uma forma impossível numa situação de normalidade e que sairemos mais aperfeiçoados e maduros, conhecendo melhor a Deus.
“Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu” (Rm 5.3-5).
O último degrau é um estágio superior pois implica em se ter conseguido um nível de dependência de Deus que leva o justo a não só esperar pelo sofrimento, mas a enfrentá-lo com serenidade.
Um dos principais escritores a expor esta perspectiva é Pedro. Em nenhum momento ele considera que o justo esteja imune ao sofrimento. Pelo contrário, Pedro expõe uma teologia que assume o sofrimento como parte da vida:
“Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo” (1 Pe 4.12,13).
Paulo junta-se a Pedro quando diz: “De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Tm 3.2).
O que eles estão querendo dizer é que aqueles que seguirem as pegadas de Cristo sofrerão injustamente, assim como ele sofreu. E a história confirmou as palavras de ambos. Tanto um como outro, passaram por tribulações, privações, perseguições e até tortura e morte violenta (bem como os demais apóstolos e tantos outros cristãos ao longo dos séculos).
Ambos esperavam por isso. Sobre Pedro, Jesus previu: “Digo-lhe a verdade: Quando você era mais jovem, vestia-se e ia para onde queria; mas quando for velho, estenderá as mãos e outra pessoa o vestirá e o levará para onde você não deseja ir. Jesus disse isso para indicar o tipo de morte com a qual Pedro iria glorificar a Deus” (Jo 21.18,19).
Paulo também não se iludia a esse respeito e compartilha com seus irmãos da igreja de Éfeso:
“Só sei que, em todas as cidades, o Espírito Santo me avisa que prisões e sofrimentos me esperam” (At 20.23). O princípio aqui é que o justo vive uma contracultura em relação ao mundo. Os valores do cristão estão em oposição aos valores do mundo. Isto gera antipatias e atritos. O grau de oposição pode variar desde a exclusão social velada (ex.: no Brasil, isolamento dos vizinhos, ou no ambiente da escola ou do trabalho) como a agressão física (ex.: Miguel).
Além do sofrimento provocado pela reação aos valores de vida, o justo deve esperar passar por sofrimentos circunstanciais, que também podem variar de grau ou intensidade, cujos propósitos nem sempre são claros ou evidentes. Ex.: Família do Rio Grande do Sul que sofreu assalto, resultando em incapacidade física da esposa.
O consolo aqui e no próximo degrau é saber que experimentaremos o amor de Deus de uma forma impossível numa situação de normalidade e que sairemos mais aperfeiçoados e maduros, conhecendo melhor a Deus.
“Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu” (Rm 5.3-5).
O último degrau é um estágio superior pois implica em se ter conseguido um nível de dependência de Deus que leva o justo a não só esperar pelo sofrimento, mas a enfrentá-lo com serenidade.
5º Degrau: O justo sofre, mas não se aflige
Quem experimentou este nível de compreensão do sofrimento foi o
apóstolo Paulo. Ele fala sobre isso no capítulo 1 da carta aos Filipenses.
Para ele a morte já não lhe causava terror. Na verdade, ele revela
dificuldade em decidir se era melhor morrer e estar com Cristo ou viver
mais um pouco e continuar seu ministério (Fp 1.22,23). Sua escala de
valores parece estar de pernas para o ar.
Ele encara sua limitação na prisão como algo agradável, porque esta tribulação está trazendo bons resultados para o Reino.
Riqueza ou pobreza, aceitação ou rejeição, alívio ou dor, e até mesmo vida ou morte já não abalam mais seu ânimo. Só uma coisa lhe importa: exaltar Cristo por meio de sua vida, sob quaisquer circunstâncias.
“Com toda a determinação de sempre, também agora Cristo será engrandecido em meu corpo, quer pela vida, quer pela morte” (Fp 1.20).
Vivendo assim ele tenta conscientizar seus irmãos: “pois a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele” (1.29).
Ele encara sua limitação na prisão como algo agradável, porque esta tribulação está trazendo bons resultados para o Reino.
Riqueza ou pobreza, aceitação ou rejeição, alívio ou dor, e até mesmo vida ou morte já não abalam mais seu ânimo. Só uma coisa lhe importa: exaltar Cristo por meio de sua vida, sob quaisquer circunstâncias.
“Com toda a determinação de sempre, também agora Cristo será engrandecido em meu corpo, quer pela vida, quer pela morte” (Fp 1.20).
Vivendo assim ele tenta conscientizar seus irmãos: “pois a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele” (1.29).
Conclusão
Esta não é uma maneira muito agradável de ver a vida. Lutamos para evitar qualquer coisa que nos traga dor ou sofrimento.
O que eu posso dizer a você é que esta não é uma forma realista de viver. Contudo, mesmo no sofrimento, vale à pena continuar confiando em Deus, não só pela promessa futura de redenção do sofrimento, mas porque ele já passou por tudo o que nós possamos passar e promete nos socorrer quando estivermos sendo provados: “Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados” (Hb 2.18).
Esta não é uma maneira muito agradável de ver a vida. Lutamos para evitar qualquer coisa que nos traga dor ou sofrimento.
O que eu posso dizer a você é que esta não é uma forma realista de viver. Contudo, mesmo no sofrimento, vale à pena continuar confiando em Deus, não só pela promessa futura de redenção do sofrimento, mas porque ele já passou por tudo o que nós possamos passar e promete nos socorrer quando estivermos sendo provados: “Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados” (Hb 2.18).
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