A ESPERANÇA DO
CRENTE SEGUNDO A BÍBLIA
Sl 33.18,19 "Eis que os
olhos do SENHOR estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua
misericórdia, para livrar a sua alma da morte e para os conservar vivos na
fome"
A ESPERANÇA BÍBLICA DO CRENTE.
A esperança, pela sua própria natureza, diz respeito ao futuro (cf. Rm
8.24,25). Porém, ela abrange muito mais do que uma simples vontade ou anseio
por algo futuro. Esta esperança consiste numa certeza na alma, i.e., uma firme
confiança sobre as coisas futuras, porque tais coisas decorrem da revelação e
das promessas de Deus. Noutras palavras, a esperança bíblica do crente está
intimamente vinculada a uma fé firme (Rm 15.13; Hb 11.1) e a uma sólida
confiança em Deus (Sl 33.21,22). O salmista expressa claramente este fato
mediante um paralelo entre "confiança" e "esperança":
"Não confieis em príncipes nem em filhos de homens, em quem não há
salvação.
Bem-aventurado aquele que tem
o Deus de Jacó por seu auxílio e cuja esperança está posta no SENHOR, seu
Deus" (Sl 146.3,5; cf. Jr 17.7). Por conseguinte, a esperança firme do
crente é uma esperança que "não traz confusão" (Rm 5.5; cf. Sl
22.4,5; Is 49.23); a esperança, portanto, é uma âncora para o crente através da
vida (Hb 6.19,20).
A BASE DA ESPERANÇA DO CRENTE.
O alicerce da esperança segura do crente procede da natureza de Deus, de Jesus
Cristo e da Palavra de Deus.
(1) As Escrituras revelam como
Deus sempre foi fiel, no passado, ao seu povo. O Salmo 22, por exemplo, revela
a luta de Davi numa situação pessoal crítica, que ameaça a sua vida. Todavia,
ao meditar nos feitos de Deus no passado ele confia que Deus o livrará:
"Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste" (22.4). O
poder maravilhoso que o Deus Criador já manifestou em favor do seu povo está
exemplificado no êxodo, na conquista de Canaã, nos milagres de Jesus e dos
apóstolos, e em casos semelhantes, os quais edificam a nossa confiança no
Senhor como nosso Ajudador (cf. 105; 124.8; Hb 13.6; ver Êx 6.7 nota). Por
outro lado, aqueles que não conhecem a Deus não têm em que se firmar para terem
esperança (Ef 2.12; 1Ts 4.13).
(2) A plenitude da revelação
do novo concerto em Jesus
Cristo acresce mais uma razão para a esperança inabalável em Deus. Para o crente, o
Filho de Deus veio para destruir as obras do diabo (1Jo 3.8), que é o
"deus deste século" (2Co 4.4; cf. Gl 1.4; Hb 2.14; ver 1Jo 5.19 nota;
ver o estudo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS). Jesus, ao expulsar demônios durante o
seu ministério terreno, demonstrou seu poder sobre Satanás (ver o estudo PODER
SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS). Além disso, pela sua morte e ressurreição, Ele
esmagou o poder de Satanás (cf. Jo 12.31) e demonstrou o poder do reino de Deus
(ver o estudo O REINO DE DEUS). Não é de se estranhar, portanto, o que Pedro
exclama a respeito da nossa esperança: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo
para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os
mortos" (1Pe 1.3). Jesus é, pois, chamado nossa esperança (Cl 1.27; 1Tm
1.1); devemos depositar nEle a nossa esperança, mediante o poder do Espírito
Santo (Rm 15.12,13; cf. 1Pe 1.13; ver Êx 17.11 nota). (3) A Palavra de Deus é a
terceira base da esperança. Deus revelou sua Palavra através dos profetas e
apóstolos no passado; Ele os inspirou pelo Espírito Santo para escreverem
isentos de erros (2Tm 3.16; 2Pe 1.19-21; ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A
AUTORIDADE DAS ESCRITURAS). Pelo fato de que sua eterna Palavra permanece firme
nos céus (Sl 119.89), podemos depositar nossa esperança nessa Palavra (Sl
119.49, 74, 81, 114, 147; 130.5; cf. At 26.6; Rm 15.4). De fato, tudo quanto
sabemos a respeito de Deus e de Jesus Cristo vem da revelação infalível das
Sagradas Escrituras.
A SUMA ESPERANÇA DO CRENTE. A
suprema esperança e confiança do crente não deve estar em seres humanos (Sl
33.16,17; 147.10,11), nem em bens materiais, nem em dinheiro (Sl 20.7; Mt
6.19-21; Lc 12.13-21; 1Tm 6.17; ver Nm 18.20 nota; ver o estudo RIQUEZA E
POBREZA), antes deve estar em Deus, no seu Filho Jesus e na sua Palavra. E em
que consiste esta esperança?
(1) Temos esperança na graça
de Deus e no livramento que Ele nos oferece, nas tribulações desta vida
presente (Sl 33.18,19; 42.1-5; 71.1-5,13-14; Jr 17.17,18).
(2) Temos esperança de que
chegará o dia em que nossas tribulações cessarão aqui na terra, quando esta não
estará mais sujeita à corrupção, e terá lugar a redenção (ressurreição) do
nosso corpo (Rm 8.18-25; cf. Sl 16.9,10; 2Pe 3.12; ver At 24.15 nota; ver o
estudo A RESSURREIÇÃO DO CORPO).
(3) Temos esperança da
consumação da nossa salvação (1Ts 5.8; ver o estudo TERMOS BÍBLICOS PARA
SALVAÇÃO).
(4) Temos a esperança de uma
casa eterna nos novos céus (2Co 5.1-5; 2Pe 3.13; ver Jo 14.2 nota), naquela
cidade cujo arquiteto e edificador é Deus (Hb 11.10).
(5) Temos a bendita esperança
da vinda gloriosa do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo (Tt 2.13),
quando, então, os crentes serão arrebatados da terra, para o encontro com Ele
nos ares (1Ts 4.13-18; ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA), e, quando,
então, nós o veremos como Ele é e nos tornaremos semelhantes a Ele (Fp 3.20,21;
1Jo 3.2,3).
(6) Temos a esperança de
receber a coroa da justiça (2Tm 4.8), de glória (1Pe 5.4) e da vida (Ap 2.10).
Finalmente, temos a esperança da vida eterna (Tt 1.2; 3.7); da vida garantida a
todos que confiam no Senhor Jesus Cristo e o obedecem (Jo 3.16,36; 6.47; 1Jo
5.11-13).Com promessas tão grandes reservadas àqueles que esperam em Deus e no
seu Filho Jesus, Pedro nos conclama: "estai sempre preparados para
responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança
que há em vós" (1Pe 3.15).
AUTOR DESCONHECIDO
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