A Essência Do Discipulado
"Dizia a todos:
Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua
cruz e siga-me"
(Lucas 9:23).
Tudo o que tem valor tem seus
desafios e responsabilidades. Jesus apresentou este grande desafio a qualquer homem
que deseja (thelei,
deseja) vir após (erchesthai
opis, tempo presente do infinitivo, seguir continuamente, ou
buscá-lo). Seguir após Jesus requer o desejo de seguir. Não somos coagidos. Os
discípulos de Cristo são voluntários.
Ir após Jesus envolve um
compromisso a afastar-se de toda ligação psicológica com o mundo e um
reconhecimento das implicações, padrões e condições para submeter-se a Cristo e
ser contado entre aqueles que estão em plena relação com ele (veja também Lucas
14:27). Aqui, Jesus articula três conceitos básicos envolvidos em vir após ele.
Ninguém será aceito se recusar estas estipulações.
Negar-se a
si mesmo
Primeiro, o discípulo de
Cristo precisa negar-se a si mesmo. O seguidor de Cristo adota uma nova
identidade. Ele põe-se totalmente à disposição de Jesus. Ele abandona e rejeita
o eu como o objeto da vida e da ação. Ele não continua mais com os modos de
pensar que elevam modelos egoístas e hipócritas de comportamento. Ele denuncia
a confiança em si como a fonte da proteção e do cuidado providencial. "... não cabe ao homem determinar
o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos"(Jeremias
10:23; veja Provérbios 14:12). Com Paulo, poderíamos dizer, "Sim, deveras considero tudo como
perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Senhor ...
para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria"
(Filipenses 3:8-11).
A negação de si mesmo é
repudiar, afastar-se da sua própria independência em favor de submissão a
outro. Devemos dizer "sim" a Cristo e "não" ao eu. Isto
significa pôr Jesus acima do eu. É mais do que dizer "não" a alguma
coisa ou atividade pecaminosa. É dizer "não" à minha própria vontade.
O cristão precisa desistir do seu ego, gratificação e aspiração. Paulo disse, "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas
misericórdias de Deus que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo
e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este
século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus"
(Romanos 12:1-2).
Tomar a Cruz
Segundo, o discípulo de
Cristo precisa tomar sua cruz. Jesus literalmente tomou sua cruz e carregou-a
ao Gólgota. Isso foi o que ele fez por nós. Isso foi seu propósito ao vir aqui.
Que faremos por ele? Nosso propósito pela vida será concentrado nele? Desejamos
sacrificarmo-nos por ele? Desejamos aceitar uma vida cheia de cruzes, centrada
em Cristo e crucificados com ele (Romanos 6:6)? Se for assim, não serei eu mais
quem vive, "mas
Cristo é que vive em mim, e a vida que eu agora vivo na carne, vivo por fé no
filho de Deus que me amou e deu a si mesmo por mim" (Gálatas
2:20; veja também 5:24; 6:14)?
Tomamos figurativamente
nossas cruzes quando nos comprometemos a sacrificar tudo pelo nosso Senhor e
fazer disso nosso propósito para toda a vida. A discussão aqui não é sobre o
sofrimento comum do homem. É sobre o compromisso e sacrifício por Cristo e sua
causa. Observe, novamente, a responsabilidade contínua. Temos que fazer isto
diariamente. Isto não é sacrifício momentâneo.
Seguir a
Cristo
E terceiro, Jesus disse,
segue-me. Aqui ele não estava chamando literalmente pessoas para viajar pelas
poeirentas estradas da Galiléia com ele. Alguns fariam isso, mas nem de todos
isso foi exigido. O sentido é que todos deveriam imitá-lo, obedecê-lo e
servi-lo.
Novamente, o verbo implica em
busca contínua. Pedro disse que Jesus nos deixou como exemplo que deveríamos "seguir seus passos"
(1 Pedro 2:21). Sua autoridade está implícita no mandamento. Ele é o guia, o
rei. A concordância com este encargo está necessariamente de acordo com os dois
anteriores. Seguir a Cristo implica desistir do eu e iniciar o rumo próprio, um
rumo de sacrifício, para a vida toda. Estamos dispostos a isso? Desafie-se com
o grande desafio que Jesus pôs diante de nós todos.
-por C. G.
"Colly"Caldwell
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