A
FALSA DOUTRINA DA MALDIÇÃO HEREDITÁRIA
Pr.
José Laerton
O
alvo do nosso estudo será a falsa doutrina do Evangelho da Maldição, que é um
dos produtos da confissão positiva Neo-Pentecostal, e que é também chamado de Quebra
de Maldições, Maldições Hereditárias, Maldição de Família e Pecado de Geração.
1.
Conceitos
Heréticos Sobre Maldição Hereditária
Definição
de Maldição Hereditária: "A maldição é a autorização dada ao diabo por
alguém que exerce autoridade sobre outrem, para causar dano à vida do
amaldiçoado... A maldição é a prova mais contundente do poder que têm as
palavras. Prognósticos negativos são responsáveis por desvios sensíveis no
curso da vida de muitas pessoas, levando-as a viver completamente fora dos propósitos
de Deus... As pragas se cumprem." Jorge Linhares, em Bênção e
Maldição, Pg. 16.
Resumindo
– Essa teoria antibíblica tem a maldição como uma entidade em si mesma que
precisa apenas que alguém desencadeie o processo inicial, que é um pecado
cometido por uma pessoa num passado remoto ou recente; depois disso, passa a
agir com total independência. Não Lega em conta a responsabilidade pessoal. Diz
Marilyn Hikey, em seu livro Quebre a Cadeia da Maldição Hereditária: "...mas
a maldição da sua terra não foi transmitida pelo pecado pessoal deles ou mesmo
dos ancestrais, mas pelos habitantes anteriores (os índios sioux)."
A
maldição, segundo a doutrina em questão, opera cegamente atingindo qualquer um
ao seu alcance; vai se transmitindo indefinidamente através do tempo, até que
um especialista em quebra de maldições a quebre; usa como meio receptor e
transmissor um local, um objeto, uma pessoa, uma família, uma cidade, um país
etc...; como uma energia maligna invisível, vai se espalhando [conforme os
milhares de "testemunhos" baseados em experiências subjetivas e
desmentidas pela Bíblia]. A maldição em certas circunstâncias parece operar por
si mesma, como um mal invisível que tem personalidade própria e poder de se
autodeterminar; já em outras circunstâncias parece ser uma energia maligna
operacionalizada por demônios, que são chamados de "espíritos
familiares". Essa maldição tem que ser quebrada pela intervenção humana
num ritual que difere de especialista para especialista.
Os
diferentes elementos do ritual herege da quebra de maldição:
· Busca de palavras de conhecimento e de revelações
extra-bíblicas para se descobrir a causa específica das maldições hereditárias.
Na busca das causas da maldição, vale até entrevista com demônios. Marilyn
Hickey conta: "Certa vez expulsamos um espírito mau de uma mulher.
Perguntamos a ele: ‘Quando você entrou aí?’ Ele respondeu com alguma coisa
jocosa. Então indagamos: ‘Por que você está aí?’ Ele respondeu: ‘Porque se eu a
peguei, pego também o filho dela!’ Aquela mulher foi liberta!"
· Declaração de que não se aceita os problemas porque são
fruto de maldição;
· Oração a Deus e Profissão de Fé ao Diabo. Marilyn Hickey
narra um caso desses: "Amado Pai Celestial, Tu me amas! Tu enviaste Teu
Filho para quebrar esta maldição... Tenho o Seu Nome... Nome que protege. Seu
sangue me purifica de imediato. Estou liberto pelo sangue. No Nome de Jesus,
amém. Agora, em voz alta, faça esta profissão de fé: ‘Satanás! Tu e os teus
maus espíritos do alcoolismo ouviram a oração que acabo de fazer! Tiveste a tua
chance, mas o teu poder está quebrado... Em Nome de Jesus, a tua maldição está
quebrada... Por isso, diabo, afasta-te daqui e não tornes nunca mais!".
· Exorcismo com palavras de ordem amaldiçoando a Satanás para
amarrá-lo e livrar a geração por ele amaldiçoada. Marilyn Hickey diz: "O
diabo é o valente. O que temos de fazer a ele? Amarrá-lo. E depois? Nós lhe
tomamos a casa – ou aquela geração! Nós dizemos: Ei, diabo, espere um minuto! A
minha geração não pertence a você porque eu o amarrei em Nome de Jesus, e você
não vai fazer isso! É isso que fazemos: Rompemos a maldição em Nome de
Jesus."
· Aqui encontramos uma maneira simplista, mística, ilusória,
e ineficiente de se enfrentar problemas causados por pecado. Essa é uma fantasiosa vitória sobre o pecado. A
fórmula correta de vitória sobre o pecado é arrependimento contínuo que
conduz a uma vida de piedade caracterizada por temor a Deus, desejo de Deus e
amor a Deus, ou seja, um sincero e humilde cultivo da santidade na dependência
do Espírito Santo e obediência da Bíblia.
· Mudança no Conceito de Pecado: Pecado passa a ser mais uma
coisa que herdamos de nossos ancestrais e portanto não somos culpados, do que
uma coisa na qual somos responsáveis diretamente.
· Arrependimento não bíblico: Depois de ser protagonizado e
ensinado todo esse confuso e anti-bíblico ritual acima, Marilyn Hickey
insatisfeita e insegura de sua metodologia acrescenta a única coisa que era
necessária desde o início: "O que quebra a maldição é o
arrependimento." – Bastaria o arrependimento, e nada das invenções
seria necessário.
2.
Heresias Específicas da Doutrina da Maldição Hereditária
a)
Antropocentrismo e o Poder Onipotente das Palavras Humanas: Anulação da soberania divina e caos na terra.
· O poder divino das palavras humanas - As palavras do
Evangelho da Maldição têm poder em si mesmas: São comparadas às sementes, que
tem dentro de si mesmas o poder para germinar. – "As palavras são como
sementes que, caindo em solo próprio, achando as condições favoráveis,
germinam, crescem, frutificam..." "Nossas palavras podem alimentar ou
anular a ação de Satanás." "Convidei-a para orarmos juntos. Pedimos a
Deus a solução dos conflitos emocionais e depois, de comum acordo, quebramos e
anulamos a maldição das palavras de zombaria. Naquele momento, o Senhor a
libertou." Jorge Linhares, Pgs. 16, 11, 12.
· Incoerência – Pedem a Deus a solução do problema e depois
como se fossem oniscientes e onipotentes decretam a solução desse mesmo
problema.
· Humanismo Mal Disfarçado: O homem é que coloca maldições
mediante suas palavras de praga e outro homem, mediante palavras de oração a
Deus e repreensão do diabo, quebra essas maldições. Deus entra apenas como ator
coadjuvante, com um papel secundário e quase dispensável.
· Um exemplo de Heresia: Mãe define o futuro da filha por
dizer-lhe palavras impensadas – "Quando você se casar e tiver filhas
não haverá paz em sua casa. Eles serão contenciosos e a discórdia será uma
constante. Depois de algum tempo ela se casou. Vieram os filhos, e a maldição
cumpriu-se plenamente. A casa virou um inferno... tivemos um tempo de
aconselhamento e oração, e a maldição foi quebrada." Linhares, Pg. 15
· Teoria Que Implica Caos do Universo – No caso das palavras
duras da mãe em relação ao futuro da filha, se é verdade que o lar da moça se
tornou um inferno por causa da maldição da mãe, isso seria terrível, pois isso
implicaria que o destino das pessoas e do universo estariam no poder das
palavras de pecadores inconseqüentes, falíveis e imprevisíveis. Isso geraria um
caos e um descontrole total da vida na terra. Isso anularia a própria soberania
de Deus no Universo. Isso tiraria o governo das mãos de Deus e o colocaria na
boca dos homens. Isso é ridículo, antropocêntrico e anti-bíblico.
b)
Deus Depende das Palavras Humanas Para Agir?
· Um Deus dependente do homem – Este é o Evangelho da
Confissão Positiva e do Evangelho da Maldição – "Palavras produzem
bênção... [ou] maldição... Palavras negativas... dão lugar a opressão demoníaca...
...Palavras positivas (confissão positiva), amorosas, de fé, de confiança em
Deus, liberam o poder divino para desfazer a opressão..." Linhares,
Pg. 16, 18
· Uma caricatura do Deus da Bíblia – Essa afirmativa deixa
Deus dependente das palavras humanas para liberar seu poder. É quase como se
Deus precisasse de autorização humana para agir. Esse não é o Deus da Bíblia,
é, sim, uma grotesca caricatura do Deus da Bíblia. De fato, um Deus destronado
pelo homem, que proclama as suas pretensões à divindade quando imagina que suas
palavras podem fazer tudo acontecer.
· Psicoterapia Freudiana Mistificada – ou Doutrina da
Transferência de Culpa do Pecador para seus ancestrais. Consiste na
transferência da culpa e da responsabilidade do comportamento pecaminoso
pessoal de alguém para parentes, amigos, professores etc... que no passado
disseram algo impensado.
· Tentar ajudar alguém, aliviando a sua culpa por
transferi-la para "maldições" herdadas da família é apenas uma
variação maligna da técnica criada pelo ateu Sigmund Freud, que, em vez de usar
"maldição", usa os termos "complexos" e "doença
mental" para explicar comportamentos anormais e erros das pessoas,
lançando a responsabilidade de seus pecados e crimes em seus parentes e
professores de um passado distante..
· O Evangelho da Maldição é um Processo Sutil de
Transferência de Culpa – Seus mentores atribuem todos os pecados à maldição
hereditária: "...comecei a perceber nos testemunhos de prostitutas,
homossexuais, ladrões e assassinos, que quase sempre seu envolvimento nesses
tipos de vida irregular fora precedido por palavras de maldição, proferidas
principalmente pelos pais." Linhares Pg.29
Marilyn
Hickey diz: "Essas coisas que nos perturbam e apoquentam são,
realmente, maldições de famílias ou de gerações – problemas que começaram com
os nossos ancestrais e vieram até nós. E o que é pior: eles não vão parar aqui;
podem ser transmitidos aos nossos filhos e aos filhos dos nossos filhos!"
O
pecador que pela sua natureza decaída já gosta de arrumar desculpas para os
seus pecados lançando ou transferindo a sua culpa para outros, encontra nesta
teoria diabólica um meio fajuto de aliviar sua consciência por lançar sua
própria culpa sobre os outros. Adão, após a queda, transferiu sua culpa para
Eva, e Eva, para a serpente (Gn 3).
O
tremendo mau que o ateu Freud fez através da psiquiatria no mundo secular os
defensores da maldição hereditária de família estão fazendo no meio evangélico,
criando um bando de gente irresponsável pelos seus próprios pecados.
· O Evangelho da Maldição usa os ancestrais como bodes
expiatórios das culpas presentes dos pecadores. Deus abomina essa inversão
maligna: "O que justifica o perverso e o que condena o justo são
abomináveis para o Senhor, tanto um quanto o outro." Pv 17.15. A
seguir damos exemplos do que acabamos de falar:
Culpar
os pais por comportamento homossexual – "depois de ser tanto
amaldiçoado, acabei me envolvendo com homossexualismo". (Linhares, Pg.
13).
Confrontação
invertida – Mais adiante no livro, Linhares confronta o pai de um jovem
homossexual com as seguintes palavras: "...ele [o gay] é
homossexual por sua culpa [do pai]... O senhor como pai o amaldiçoou
desde pequeno, chamando-o de mulherzinha." Pg. 31.
Responsabilidade
invertida – Na confrontação acima ainda diz para o pai: "Tudo pode
mudar. Depende de você [se referindo ao pai]." (Pg. 31). O
ridículo e anti-bíblico nessa confrontação invertida e absurda de pecados é que
Linhares diz que a mudança da situação de homossexualismo do jovem gay depende
do pai por quebrar a maldição proferida por ele, e não do rapaz em pecado.
Arrependimento,
e não quebra de maldição – Em vez de ficar procurando um bode expiatório no
passado para lançar a culpa do pecador, deve-se seguir o processo bíblico de
levar o pecador a assumir pessoalmente toda a culpa por seu comportamento
pecaminoso, iniciando assim um processo genuíno de arrependimento e
restauração.
c)
O pacto com o diabo à revelia do consentimento da pessoa. Essa doutrina coloca o diabo como centro de todos os
problemas humanos. Podemos fazer um pacto com o diabo entregando outra pessoa a
ele? Isso sem que aquele que fez o pacto e o que é entregue saber ou fazer isso
conscientemente?
· O caso de entrega de uma pessoa ao diabo motivada pela
maldição da mãe. – A mãe disse para a filha: "Sua burra, preguiçosa, o
diabo que te carregue." Em seguida Linhares diz: "Mesmo sem
intenção, [essa mãe] entregara a filha ao diabo. (Livro "Benção
e Maldição, Pg. 19).
O
homem de Corinto é entregue a Satanás por causa de seus próprios pecados, e não
porque alguém com raiva dele decidiu fazer isso (1 Co 5.1-5). A decisão de
entrega espiritual de vida tem de ser algo individual e intransferível.
Essa
pseudo-guerra contra o diabo é um espetáculo de supervalorização dele com
desvalorização da soberania de Deus. Deus é o soberano absoluto do Universo, o
sumo bem, e faz o que lhe apraz (Sal 135:6).
d)
A Palavra de Deus versus as Palavras do Homem.
As
palavras humanas têm poder em si mesmas para realizar aquilo que dizem? A
resposta é não. As palavras que têm poder em si mesmas são as palavras de Deus,
escritas na Bíblia.
Quanto
poder têm as palavras humanas? Somente o poder que Deus queira lhes dar
conforme o Seu propósito. A palavra humana que tem poder é aquela que é falada
em nome de Deus, como no caso dos profetas bíblicos, ou dos pregadores da
Palavra escrita na Bíblia.
"Assim
veio a Palavra do Senhor por intermédio do profeta Jeú, filho de Hanani, contra
Baasa e contra a sua descendência." 1
Re 16.7 - "disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus e
que a palavra do Senhor na tua boca é verdade." 1 Re 17.24
A
palavra que não volta vazia sem cumprir o seu propósito é a palavra de Deus e
não a palavra dos homens: "assim será a palavra que sair da minha boca:
Não voltará para mim vazia mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para
que a designei." Is 55.11.
O
poder e efeito das palavras do homem são como a flor que murcha, mas a palavra
de Deus é diferente: "seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de
nosso Deus permanece eternamente." Is 40.8. Portanto, não é a palavra
dos homens que devemos temer, mas a Palavra de Deus.
Quanto
poder tem a "Palavra de Fé" ou pronunciado com fé, conforme
Marcos 11.21-24? – O que é de errado com a "confissão positiva"?
"Então,
Pedro, lembrando-se, falou: Mestre, eis que a figueira que amaldiçoaste secou.
Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se
alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu
coração, mas crer que se fará o que diz assim será com ele. Por isso, digo-vos
que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim
convosco."
Os
defensores da Confissão Positiva interpretam mal esse texto, como se Deus
estivesse dando total soberania e poder irrestrito às palavras do homem (poder
para conseguir qualquer coisa, bastando para isso pronunciar, declarar ou
confessar o que se quer], e a chave dessa soberania seria a fé. Mas o que seria
essa fé em Mc 11.21-24? É fé centralizada em Deus: "Tende fé em
Deus." (v. 22); é fé que não carece de sinais visíveis (Jo 20.29; II
Co 5.7).
O
que essa fé não é: não é fé na fé – ou seja, como se a fé fosse algo em que se
deva confiar. Não se deve confiar no poder da fé, mas na pessoa de Deus (Mc 11.22);
não é fé no homem – "Maldito o homem que confia no homem." –
isso é confiar em si mesmo. (Jr 17.5); não é fé que funciona independentemente
da vontade de Deus – "E esta é a confiança que temos para com ele: que
se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade ele nos ouve." 1 Jo
5.14.
Conclusão
– Um confronto entre verdade e erro.
Os
autores dos livros examinados dão várias fórmulas para se quebrar a maldição
hereditária de famílias. Essas fórmulas contém coisas bíblicas, outras
anti-bíblicas, e ainda outras inventadas simplesmente por incredulidade dos
autores, que gostam de andar pela vista e não pela fé.
É
verdade – Que o pecado gera maldição
[castigo] na vida do sujeito autor desse pecado. "a maldição, se não
cumprirdes os mandamentos do Senhor [pecado], vosso Deus, mas vos
desviardes do caminho que hoje vos ordeno..." "Aquilo que o homem
semear ele ceifará." (Gal. 6:7,8)
Exemplos
de pecados específicos causadores de maldição ou castigo divino ao pecador:
Gostar de amaldiçoar, praguejar, e desejar mal aos outros (Sl 109.17; Rm
12.14); idolatria (Dt 27.14,15); Feitiçaria (Dt 18.10-14); Rebeldia contra os
pais (Dt 27.16); Mudar os marcos da terra (Dt 27.17); Crueldade com deficientes
(Dt 27.18); Imoralidade Sexual (Dt 27.20-23) etc...
É
mentira – Que a maldição de outra pessoa,
conseqüência dos seus pecados, seja transmitida como herança a seus familiares;
cada um dará conta do seu pecado. "Assim, pois, cada um de nós dará
conta de si mesmo a Deus." Rm 14.12
É
verdade – Que as conseqüências do pecado de
alguém afetam indiretamente seus familiares e conhecidos, pois ninguém
peca para si só. As conseqüências atingem a todos. "No seu caminho há
destruição e miséria." Rm 3.16.
É
mentira - Que os problemas (espirituais,
psicológicos e de saúde) dos filhos são conseqüência de maldição herdada dos
pais. Por exemplo: a sífilis em uma criança pequena é resultado da maldição ou
castigo da prostituição do pai, porém, não é a maldição em si mesma, mas sim é
resultado da maldição dos pais. E neste caso a sífilis da criança não é uma
maldição a ser quebrada, mas uma doença a ser curada. "A alma que pecar
essa morrerá." - e não outra que não pecou. (Ez 18.4)
É
verdade – Que as palavras humanas podem se
tornar muito destrutivas. Joseph W. Stowell resume bem o poder destrutivo
das palavras: "as palavras podem ser destrutivas em três aspectos. Elas
podem destruir (1) nosso relacionamento com Deus, (2) nosso relacionamento com
aqueles que amamos e até (3) nosso relacionamento conosco mesmo." Depois
acrescenta: "Ter uma língua é como Ter dinamite entre os dentes: é
preciso pensar nisso." [O Controle da Língua – Pg.14 – Editora Batista
Regular].
Tiago
nos adverte: "a língua é fogo; é mundo de iniqüidade... contamina o
corpo inteiro... põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é
posta ela mesma em chamas pelo inferno." Tg 3.6. Não que elas tenham
um poder místico nelas próprias para destruir, mas que podem promover
destruição pelos efeitos causados pela reação negativa e anti-bíblica de
pessoas muito sensíveis.
Minha
esposa (Carmita) diz algo muito sábio acerca de agressões verbais. Ela diz: "quem
é dono de sua boca diz o que quer; eu sou dona dos meus ouvidos e escuto o que
quero." Em resumo, as palavras humanas de maldição só terão poder em
quem vier a escutá-las com temor, e venham a se deixar impressionar
psicologicamente pelas mesmas. Vejamos Eclesiastes 7.21,22 – "Não
apliques o coração a todas as palavras que se dizem, para que não venhas ouvir
o teu servo amaldiçoar-te, pois tu sabes que muitas vezes tu tens amaldiçoado a
outros."
Charles
Spurgeon também aconselhava as pessoas a terem um ouvido surdo, e dizia:
"Não dês o coração a todas as palavras ditas – não as leve ao coração
ou não lhes dê importância, não atentes para elas, nem procedas como se as
tivesse ouvido. Você não pode deter a língua das pessoas; portanto, a melhor
coisa é deter os seus próprios ouvidos, e não ligar para o que digam. (Lições
aos meus alunos – Pg. 174 – Publicações Evangélicas Selecionadas)
Outra
mentira é dizer que as palavras de maldição têm poder em si mesmas. As
palavras dos amaldiçoadores são como eles próprios: "vento" (ocas,
vazias ou sem poder em si mesmas), porém voltarão para eles como um bumerangue,
pois quem deseja o mal aos outros está desejando para si mesmo. – "Até
os profetas não passam de vento, porque a palavra [de Deus] não está com
eles; as suas ameaças [maldições] se cumprirão contra eles mesmos."
Jr 5.13.
Ainda
as palavras e as maldições dos prognosticadores ou profetas que não são
inspirados por Deus são consideradas como PALHA – sem nenhum valor, ou
possibilidade de se cumprir – Jr 23.28-31.
Aqueles
que amaldiçoam o seu próximo estão ignorantemente se colocando em curso de
colisão com a própria maldição que proferem, não porque as suas palavras tenham
poder em si mesmas, mas porque Deus os fará colher a maldição que está
plantando para outros. – "Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois
tudo aquilo que o homem semear também ceifará." "Tudo quanto, pois,
quereis que os homens vos façam assim fazei-o vós a eles." (Gl 6.7; Mt
7.12).
Ainda
é mentira dizer que o homem tem a prerrogativa de autorizar o diabo a cumprir
maldição de suas palavras na vida de outros.
Aqui
há uma inversão conceitual, pois conforme a Bíblia é a humanidade que "jaz
no maligno" e não "o maligno jaz na humanidade". O mínimo
que um homem pode fazer é "dar lugar ao diabo" em sua própria
vida, ou seja, fazer ou dizer coisas que darão progressivo controle de Satanás sobre
sua vida. Porém, a Bíblia nunca diz que podemos autorizar o diabo a executar
maldições na vida de outros. (1 Jo 5.19; Ef 4.27).
Essa
definição veio da feitiçaria e da bruxaria. Na feitiçaria lançar
feitiço eqüivale a lançar malefício ou maldição de feiticeiro.
De
fato, não há real base bíblica e teológica para as definições e práticas da
maldição hereditária. Quando Jorge Linhares, Marilyn Hickey e outros defensores
dessa heresia usam versículos da Bíblia, usam textos que falam do poder das
palavras, e de maldições, mas tirando-os do contexto, manipulando-os e
adulterando o sentido da Palavra de Deus, e, para apoiar a sua doutrina
insustentável biblicamente, usam um grande número de supostos testemunhos, com
interpretações subjetivas e falaciosas. O fato é que os textos usados por eles
não dá respaldo à teoria humanista e mística da maldição hereditária da família
defendida por eles e por muitos outros.
Extraído
do Jornal Fundamentalista
Publicação
da União Bíblica Fundamentalista – UBF
Caixa
Postal 567 – CEP: 60001-970 – Fortaleza – CE
Email:
fundamentalistas@uol.com.br
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