A GRANDE TRIBULAÇÃO
Mt 24.21. "Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais."
Começando com 24.15, Jesus trata de sinais especiais que ocorrerão
durante a grande tribulação (as expressões "grande aflição", de
24.21, e "grande tribulação", de Ap 7.14, são idênticas no grego).
Tais sinais indicam que o fim dos tempos está muito próximo (24.15-29). São
sinais conducentes à, e indicadores da volta de Cristo à terra, depois da tribulação
(24.30,31; cf. Ap 19.1120.4).
O maior desses sinais é "a abominação da desolação"
(24.15), um fato específico e visível, que adverte os fiéis vivos durante a
grande tribulação de que a vinda de Cristo à terra está prestes a ocorrer. Esse
sinal-evento, visível, relaciona-se primeiramente com a profanação do templo
judaico daqueles dias em Jerusalém, pelo Anticristo (ver Dn 9.27 nota; 1Jo
2.18; ver o estudo O PERÍODO DO ANTICRISTO). O Anticristo, também chamado o
homem do pecado, colocará uma imagem dele mesmo no templo de Deus, declarando
ser ele mesmo Deus (2Ts 2.3,4; Ap 13.14,15). Seguem-se fatos salientes a
respeito desse evento crítico.
(1) A "abominação da desolação" marcará o início da
etapa final da tribulação, que culmina com a volta de Cristo à terra e o
julgamento dos ímpios em Armagedom (24.21,29,30; ver Dn 9.27; Ap 19.11-21).
(2) Se os santos da tribulação atentarem para o fator tempo desse
evento ("Quando, pois, virdes", 24.15), poderão saber com bastante aproximação
quando terminará a tribulação, época em que Cristo voltará à terra (ver 24.33 nota). O
decurso de tempo entre esse evento e o fim dos tempos é mencionado quatro vezes
nas Escrituras como sendo três anos e meio ou 1260 dias (ver Dn 9.25-27; Ap 11.1,2;
12.6; 13.5-7). Por causa da grande expectativa da volta de Cristo (24.33), os
santos daqueles dias devem acautelar-se quanto a informes afirmando que Cristo
já voltou. Tais informes serão falsos (24.23-26). A "vinda do Filho do
homem" depois da tribulação será visível e conhecida de todos os que
viverem no mundo (24.27-30; Ap 1.7).Outro sinal que ocorrerá, então, será o dos
falsos profetas que, a serviço de Satanás, farão "grandes sinais e
prodígios" (24.24).
(1) Jesus admoesta a todos os crentes a estarem especialmente
alerta para discernir esses profetas, mestres e pregadores, que se declaram
cristãos sendo falsos, porém apesar disso, operam milagres, curas, sinais e
maravilhas e que demonstram ter grande sucesso nos seus ministérios. Ao mesmo
tempo, torcerão e rejeitarão a verdade da Palavra de Deus (ver 7.22 nota; Gl
1.9 nota; ver o estudo O PERÍODO DO ANTICRISTO).
(2) Noutra parte, as Escrituras admoestam os crentes a sempre
testarem o espírito que atua nos mestres, líderes e pregadores (ver 1Jo 4.1
nota). Deus permite o engano acompanhado de milagres, a fim de testar os
crentes no tocante ao seu amor por Ele e sua lealdade às Sagradas Escrituras
(Dt 13.3). Serão dias difíceis, pois Jesus declara em 24.24, que naqueles
últimos tempos o engano religioso será tão generalizado que será difícil até
mesmo para "os escolhidos" (i.e., os crentes dedicados) discernirem
entre a verdade e o erro (ver 1Tm 4.16 nota; Tg 1.21 nota; ver o estudo ELEIÇÃO
E PREDESTINAÇÃO).
(3) Quem entre o povo de Deus não amar a verdade será enganado.
Não terá mais oportunidade de crer na verdade do evangelho, depois do
surgimento do Anticristo (ver 2Ts 2.11 nota).
Finalmente, a "grande tribulação" será um período
específico de terrível sofrimento e tribulação para todos que viverem na terra.
Observe:
(1) Será de âmbito mundial (ver Ap 3.10 nota). (2) Será o pior
tempo de aflição e angústia que já ocorreu na história da humanidade (Dn 12.1;
Mt 24.21). (3) Será um tempo terrível de sofrimento para os judeus (Jr 30.5-7).
(4) O período será controlado pelo "homem do pecado" (i.e., o
Anticristo; cf. Dn 9.27; Ap 13.12; ver o estudo O PERÍODO DO ANTICRISTO). (5)
Os fiéis da igreja de Cristo recebem a promessa de livramento e
"escape" dos tempos da tribulação (ver Lc 21.36 nota; 1Ts 5.8-10; Ap
3.10 nota). (6) Durante o período da tribulação, muitos entre os judeus e
gentios crerão em Jesus
Cristo e serão salvos (Dt 4.30,31; Os 5.15; Ap 7.9-17;
14.6,7). (7) Será um tempo de grande sofrimento e de perseguição pavorosa para
todos quantos permanecerem fiéis a Deus (Ap 12.17; 13.15). (8) Será um tempo de
ira de Deus e de juízo seu contra os ímpios (1Ts 5.1-11; Ap 6.16,17). (9) A
declaração de Jesus de que aqueles dias serão abreviados (24.22) não pressupõe
a redução dos três anos e meio, ou 1260 dias preditos. Pelo contrário, parece
indicar que o período é tão terrível que se não fosse de curta duração a
totalidade da raça humana seria destruída. (10) A grande tribulação terminará
quando vier Jesus Cristo em glória, com sua noiva (Ap 19.7,8,14), para efetuar
o livramento dos fiéis remanescentes e o juízo e destruição dos ímpios (Ez
20.34-38; Mt 24.29-31; Lc 19.11-27; Ap 19.11-21). (11) Não devemos confundir
essa fase da vinda de Jesus, no fim da grande tribulação, com a sua descida
imprevista do céu, em 24.42-44 (ver notas sobre estes versículos, que tratam da
vinda de Jesus, na sua fase do arrebatamento dos crentes), a qual ocorrerá num
momento diferente do da sua volta final, no fim da tribulação. (12) O trecho
principal das Escrituras que descreve a totalidade da tribulação de sete anos de
duração é encontrado em Ap 618.
AUTOR DESCONHECIDO
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