ALÉM DE MIM MESMO: A ORAÇÃO DO DISCÍPULO
7ª
Parte: Perdoa as nossas dívidas, assim como
perdoamos aos nossos devedores - MT 6.12
9Vocês, orem assim: ‘Pai nosso, que estás nos céus!
Santificado seja o teu nome. 10Venha o teu Reino; seja feita a tua
vontade, assim na terra como no céu. 11Dá-nos
hoje o nosso pão de cada dia. 12Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos
devedores.
13E não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre.
Amém (Mateus 6.9-13).
Introdução: Sem dúvida esta é a petição mais desafiadora dentro da
oração do discípulo, e também a que exige de nós uma reflexão mais cuidadosa,
pois ela mexe com nossas feridas mais profundas.
Contudo antes de
entrarmos propriamente no assunto central desta petição que é o perdão,
gostaria de tratar de um problema teológico causado pela expressão “assim
como”.
Problema
teológico: O conflito entre perdoar e ser perdoado
A expressão “assim como” condiciona o perdão
de Deus a nossa capacidade de perdoar. Jesus está dizendo se perdoarmos seremos
perdoados. Todas as vezes que me deparava com esta passagem, sentia um medo de
falhar com alguém nesta questão do perdão, pois eu tinha medo de não ser
perdoado por Deus, por minha falta de capacidade de perdoar. Isso me assustava,
pois eu tinha medo de perder a minha salvação.
Muitos
pregadores afirmam que nossa entrada no céu está condicionada a nossa
capacidade perdoar. Eu quero tranquilizar você hoje, você será salvo por causa
do sacrifício de Jesus Cristo, e não por sua capacidade de perdoar ou amar. Sua
salvação não depende em nada de seus atos, mas totalmente do ato de Jesus na
cruz. Afirmar que nossa salvação depende de nossa capacidade de perdoar é
anular o sacrifício de Cristo, ou no mínimo reduzir a obra da cruz, e imputar a
nós a capacidade de nos salvarmos. Isto é totalmente contrario a todo ensino
bíblico sobre a salvação. Somos salvos mediante a fé, e isto não vem de nós, é
dom de Deus para que ninguém se glorie (Ef 2.8 e 9).
Observe que o
texto não diz: perdoa as nossas dividas
porque vamos perdoar os nossos devedores.
O texto diz: assim como nós temos perdoado aos nossos devedores –
O texto se encontrado no passado. Quando faço esta oração eu já assumi diante
de Deus minha responsabilidade pelo perdão.
O que Jesus está
afirmando nesta passagem é que o perdão é uma atitude obrigatória de todo
aquele que chama Deus de Pai, que olha para o céu e tem Deus como sua
referência, que clama para que o nome de Deus seja santificado, que pede para
que o Reino de Deus seja implantado na terra como é no céu e que deseja que a
vontade de Deus seja cumprida. Em fim, Jesus está nos dizendo que o Pai espera
que nós perdoemos assim como Ele perdoa. O perdão para Deus inegociável.
Aquele que
conhece a graça de Deus, que experimentou o perdão de Deus, que compreendeu o
que Deus fez na cruz por ele, perdoa seja a quem for e pela razão que for.
Resolvido este
problema teológico vamos entender melhor o que Jesus está nos ensinando através
desta petição.
1 – Somos chamados à prática da confissão: Perdoa as
nossas dívidas
Acredito que a prática da confissão não é valorizada em nossos
dias, o que tem significado uma perda muita grande para a Igreja de Cristo. Quando iniciei
meu ministério pastoral em 1998, era comum em nossas igrejas termos um tempo em
nossas liturgias para a prática da confissão.
Particularmente nunca concordei com aquele momento praticado em nossos
cultos, pois sempre me pareceu mais uma prática religiosa, onde pedíamos para
as pessoas se confessarem e depois declarávamos que elas estavam perdoadas logo
em seguida.
A confissão implica em um constante exercício em nossas
vidas de olharmos para nosso dia, para nossa semana, para nossas rotinas com
seriedade e identificarmos nossos erros, falhas, incoerências e nossa
incapacidade de vivermos plenamente os princípios deixados por nosso Pai.
A confissão acontece normalmente quando dedicamos a Deus um
período de contemplação, quando paramos tudo para adorá-lo. Quanto mais me
aproximo do Pai, mais percebo sua santidade, sua pureza, seu poder e seu amor.
Então eu percebo que desejo viver a vontade Dele, que me comprometi com seu
Reino, com sua justiça, mas que falho no cumprimento dessa vontade no meu dia a
dia.
Contudo eu sinto seu amor, apesar das minhas incoerências, pois digo que vou
construir Seu Reino, mas trabalho todos os dias pelo meu reino. Mesmo falhando
com Deus, Ele continua me amando intensamente, Ele continua colocando o pão
sobre minha mesa, me dando saúde para trabalhar, para caminhar, para falar, então
me sinto constrangido e sou levado ao arrependimento. É neste momento que
confesso meus erros, que confesso o que sou, não com palavras decoradas em um
ritual, mas com um coração quebrantado eu digo: Pai perdoa as minhas dividas. Eu disse que faria a sua vontade, mas ao
longo desse dia, dessa semana, desse mês eu vivi para mim mesmo. Eu falhei, eu
não cumpri minha parte. Me perdoe, eu errei! Eu preciso do seu perdão.
A prática da
confissão não vem sendo praticada pela dificuldade que temos de reconhecermos
nossas próprias falhas.
Invariavelmente temos muita dificuldade em reconhecermos
nossos erros. Quando erramos gastamos muita energia tentando nos justificar, a
fim de aliviar de nossa consciência todo sentimento de culpa, nos justificamos
com o fim de transferirmos a culpa para outro.
Muitos
casamentos terminam porque os cônjuges não conseguiram dizer “eu errei, me
perdoe”. Muitas amizades se acabaram porque alguém não conseguiu dizer “eu
errei, me perdoe”. Muitos pais perderam seus filhos porque não conseguiram
dizer “eu errei, me perdoe”. Muitas pessoas guardam magoas em seus corações a vida
toda porque não conseguem dizer “eu errei, me perdoe”.
O
pecado produz culpa e vergonha, e, a dificuldade de dizer “eu errei, me perdoe”
levam muitas pessoas a se afastarem da comunhão, estes preferem se esconder e
evitar contato com irmãos em Cristo.
Essa dificuldade de assumirmos nossas falhas se apresentou
já no inicio da criação. Ao lermos Gn 3 encontramos a história de Adão, um
homem que cometeu um erro grotesco diante de Deus, pois ele sabia o que tinha
que fazer, recebeu uma instrução direta de Deus, mas ao ser confrontado por
Deus por sua falha, ele jogou para a mulher a culpa, que por sua vez jogou para
a serpente a culpa. Eles não foram capazes de dizerem “eu errei, me perdoe”.
Por que Adão e
Eva não puderam confessar seus erros? Por que nós temos dificuldade de
confessarmos nossos erros? Acredito que eles não o fizeram, pela mesma razão
pela qual muitos de nós não confessamos os nossos erros.
Podemos apontar
duas causas que nos impedem de confessar que somos falhos, que erramos.
I.
Nosso orgulho
II.
O desejo de sermos
amados
I.
Nosso orgulho – Gastamos
muito tempo de nossas vidas construindo uma boa imagem de nós mesmos, nos
esforçamos para que as pessoas nos vejam como bons mocinhos. Adão e Eva
desejavam ser como Deus, e nós nos esforçamos para sermos reconhecidos como
santos na igreja ou como alguém digno de respeito pela sociedade. Tanto esforço faz
com que se torne muito difícil dizermos para alguém “eu errei”. Esta
dificuldade se dá pelo fato que ao dizer “eu errei”, eu estou assumindo que não
sou perfeito, que sou falho, que sou culpado, e isso fere o nosso orgulho. A dificuldade de reconhecermos
nossas falhas se esbarra em nosso orgulho que não é nada mais que idolatria
pela nossa própria imagem. Cultuamos
nossa imagem e passamos a servi-la. Não desejamos nos expor, nos
humilhar, pois desejamos preservar a imagem de santo ou a imagem de respeito
que construímos ao longo de nossas vidas.
O que irão pensar de mim se eu disser que
errei? O que meu pai vai pensar de mim se eu disser que errei? O que meus
irmãos irão pensar de mim seu eu disser que a culpa foi minha? E por incrível
que pareça agimos exatamente da mesma forma diante de Deus, mas nos esquecemos
que Deus enxerga mesmo na escuridão de nossos corações. Pessoas que
criam uma autoproteção, que idolatram sua imagem diante dos homens, não
conseguem ser transparentes diante de Deus, pois sabem que Deus as mandaria
confessar seus erros diante dos homens. Dizer “eu sou culpado, me perdoe” fere nossa imagem –
perdemos a admiração e o prestigio daqueles que nos idolatravam.
II.
O desejo de sermos amados - Todos nós temos um desejo profundo de sermos amados. Alguns
mais outros menos, entretanto todos desejamos ser amados, nos esforçamos para
sermos aceitos pela família, pelos amigos, pelos irmãos da igreja.
O medo de sermos rejeitados nos impede de
confessarmos nossos erros. Nos tornamos escravos dos outros ao vivermos
preocupados com o que irão pensar de nós.
Temos medo de sermos rejeitados, e mais uma vez, nos tornamos idólatras, pois
colocamos “os outros” acima de Deus. Nos preocupamos com a rejeição dos homens,
mais do que com a rejeição de Deus. Ao
fazermos isso, estamos afirmando que os homens merecem mais nossa atenção do
que Deus. Ou poderíamos dizer que nos preocupamos mais com a aprovação dos
homens do que com a aprovação de Deus. Quando valorizamos mais a aprovação dos
homens, estamos admitindo que para nós os homens se tornaram maiores do que
Deus.
Isto é idolatria aos homens. Temos medo dos homens, e não tememos a Deus que
pode nos lançar no inferno. Isso acontece, porque não vemos Deus, mas tememos
os homens a quem vemos, entretanto um dia, estaremos face a face com Deus, e
seremos julgados por Ele. Temos medo de perdermos o amor daqueles nos cercam,
mas se não mudarmos nossa atitude perderemos o amor daquele que se sacrificou
por nós para que tivéssemos a vida eterna.
Eu gostaria de
dizer para você hoje, que Deus te ama muito, e que Ele tem prazer em você.
Quando você gastar tempo na contemplação, admirando Deus, adorando-o, você será
liberto do orgulho, pois verá que não tem como esconder suas fraquezas,
incoerências, mas apesar disso perceberá que é amado por Deus.
Na contemplação
você descobrirá que todo amor que você deseja que seu cônjuge tenha por você,
que seus filhos tenham por você, que seus pais sintam por você, só será
possível encontrar em Deus. Ninguém jamais conseguirá te amar de maneira
incondicional, somente Deus. Então você sentirá segurança para rasgar suas
vestes diante Dele porque você saberá que Deus te ama não pelo que você faz,
mas pelo que você é, um filho.
2 – Somos
chamados a perdoar todos os que nos ofendem: assim como perdoamos aos nossos
devedores
Este texto nos mostra que existe uma
estreita relação entre perdoar e ser perdoado. À medida que compreendemos o quanto Deus nos perdoou e o
quanto Seu perdão custou, é que podemos perdoar quem pecou contra nós. Mas, o
inverso também é verdade. Se não conseguimos perdoar o irmão é sinal de que
ainda não compreendemos o quanto custou ao nosso Pai para que fôssemos
perdoados. Está sendo difícil perdoar alguém? Tente pensar em quanto Deus
já lhe perdoou e compare a sua dívida com a dívida do seu devedor.
Vamos
tentar compreender melhor essa relação a partir da parábola do credor
incompreensível ou injusto (Mt 18.21-35).
Nesta
parábola temos dois personagens centrais. O rei que representa Deus Pai, e, o
credor incompreensível que representa todas as pessoas que não são capazes de
perdoar, incluindo eu e você.
A parábola diz que o rei resolveu
ajustar contas com os seus servos. Quando o rei estava ajustando as contas
chegou a sua presença um servo que devia dez mil talentos de prata. Um talento
equivalia a uma medida de peso de 26 a 36 quilos de prata. Um talento era igual
a 6.000 denários. Um denário era equivalente a um dia de trabalho. Logo um
talento era igual a 6.000 dias de trabalho. A dívida desse homem era equivalente a 60 milhões dias de trabalho. Um
ano, sem descanso aos sábados e domingos, tem 365 dias. Dividindo 60 milhões
por 365, chegamos à conclusão que este homem teria que trabalhar 164 mil anos
para pagar sua dívida. Mais do que o
número, a parábola quer mostrar que essa dívida era impagável.
O
rei percebeu que ele não poderia pagar a divida (v. 25), por isso ordenou que
tudo que ele possuísse fosse vendido, incluindo sua família. Diante tal
situação, em vez do servo reconhecer que não podia pagar, fez uma promessa que
não teria como cumprir (v.26), entretanto mesmo assim, o rei foi misericordioso
com ele, e perdoou sua divida que era impagável. 164 mil anos de trabalho
perdoado.
Diz
o texto que logo, que o servo perdoado, saiu da presença do rei encontrou um
homem que lhe devia cem denários, isto é, lhe devia o equivalente a 100 dias de
trabalho. Da mesma forma que ele pediu ao rei misericórdia e que lhe
prorrogasse o tempo para que ele pudesse paga-lo, o homem que lhe devia cem
denários lhe pediu misericórdia e que lhe prorrogasse o tempo para que ele
pudesse pagar a divida. Contudo diferentemente do rei, que lhe perdoou 164 anos
de trabalho, o homem perdoado não perdoou aquele que lhe devia 100 dias de
trabalho.
Quando
o rei soube que o homem que ele havia perdoado, não perdoou, ele mandou que
este fosse preso e torturado.
O que aprendemos nesta parábola?
Ø Primeiro: Não
foi fácil para Deus nos perdoar – Custou
muito para Deus o nosso perdão. Custou a vida de seu Filho, Jesus Cristo.
Deus
decidiu te perdoar por amor a você. Deus poderia ter destruído toda criação e
desistido de você, de mim, de nós. Contudo Ele preferiu te amar e te perdoar.
Foi preciso ele enviar seu filho amado, Jesus Cristo, para que eu e você
pudéssemos ser perdoados. Foi preciso, Jesus, deixar a glória que tinha ao lado
do Pai, se tornar homem como nós, ser humilhado, esbofeteado, chicoteado,
morrer numa cruz, para que eu e você pudéssemos ser reconciliados com Deus. Não
foi fácil para o Pai ver seu Filho ter que passar por tudo isso, mas Ele suportou
por mim e por você.
O
perdão que você ganhou de graça custou muito para Deus, ainda mais porque não
merecíamos este perdão.
Perdoar
custa! Perdoar não é fácil! Você sabe o que é perdão? Perdoar é ir em direção
daquele que te causou dano, liberando-a dos danos causados, e dessa forma
assumindo todo prejuízo que lhe foi causado.
Todo
relacionamento quebrado por qualquer razão que seja, só será restaurado quando
alguém decidir assumir a culpa, assumir os prejuízos, liberando totalmente o
outro da culpa. Alguém tem que pagar a conta. Não existe perdão se não houver
disposição de pagar a conta.
Deus
em Cristo Jesus pagou a conta, assumiu todo prejuízo de nossa rebeldia, de
nosso egoísmo, na cruz, morreu a nossa morte, nos liberando da condenação que
estava sobre nós.
Jesus
está nos ensinando por meio dessa oração e dessa parábola que devemos pagar a
conta sempre que alguém nos causar dano. Talvez você diga, mas você não conhece
a pessoa que me causou dano. Ela não merece perdão. Contudo...
Ø
Segundo: Fomos perdoados por Deus apesar de não
merecermos – Jesus está nos ensinando que somos
pecadores e que nossos pecados eram imperdoáveis. Entretanto Deus nos perdoou. Pessoas que
conseguem entrar na presença de Deus e que conseguem enxergar a si mesmo de
maneira profunda, que reconhecem suas falhas, seus erros e equívocos com
profundidade, chegam à conclusão que jamais poderiam receber o perdão de Deus. Essa
experiência do perdão de Deus, do amor de Deus, é tão impactante em suas vidas
que elas se tornam capazes de perdoar.
Pessoas que não perdoam é porque se julgam,
no fundo do seus corações, merecedoras do perdão de Deus. Pessoas que não
conseguem perceber o tamanho de sua divida com Deus, que se julgam boas, afinal
nunca mataram, roubaram, adulteraram, em fim, se julgam corretas, portanto não
foi difícil para Deus perdoá-las, por isso não perdoam aqueles que estão abaixo
da média.
Outras não conseguem perdoar porque são
incapazes de perdoarem a si mesmas, se julgam miseráveis, não merecedoras do
amor de Deus, e assim também julgam todos como não merecedores do seu amor,
pois não entende o amor incondicional. O perdão não é uma experiência real em
sua vida.
Perdoar
não tem nada haver com mérito, mas com a decisão daquele que foi lesado. Se
você entende tudo o que Deus te perdoou, você irá tomar a decisão hoje de
perdoar aqueles que te feriram.
Ø
Terceiro: Devemos perdoar – O apóstolo Paulo reforça este ensino em sua epistola a
igreja de Éfeso – Antes, sede uns para
com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou (Ef
4.32).
O referencial para o nosso perdão é o perdão
que Deus nos ofereceu em Cristo Jesus. Quem conhece o amor de Deus, que tem consciência de
quanto custou para Deus nos perdoar, que percebe quem realmente é, perdoa a
todos que lhe causaram danos, feridas e prejuízos.
Pode
ser que você tenha alguma queixa contra alguém. Um fato concreto onde você foi
lesado, enganado, traído, alguém gerou um dano a sua vida quer no âmbito físico,
emocional ou financeiro. Você tem duas possibilidades para lidar com isso,
trancar a pessoa que lhe causou dano na cela do seu coração ou abrir a cela e
libertá-la.
Se você guardar essa pessoa na cela do
seu coração você terá que alimentá-la todos os dias em seu coração, com o pão
da amargura. Esse trabalho irá gerar em você um coração cheio de ódio e
tristeza. Sua vida se tornará seca e árida, pois é isso que o rancor faz
conosco. Você terá que subir todos os dias na masmorra do seu coração, subir
vários degraus, para verificar se ela está na cela e se está bem alimentada.
Isso é cansativo. Você se torna escravo da sua amargura. Você que é o refém
dessa amargura. Você que será destruído por ela. Talvez a pessoa que você
prendeu em seu coração, nem sabe que você está alimentando essa amargura e nem
sente o sofrimento que você vive por prendê-la, ela continua vivendo a vida
enquanto você está se destruindo.
Contudo
você pode abrir a cela do seu coração e perdoa-la, como Deus te perdoou. Deixar
que ela saia do seu coração é promover libertação a si mesmo. Você não terá
mais que se preocupar em alimentá-la, subir a masmorra do seu coração todos os
dias, e dessa forma seu coração estará livre para amar. Seja qual for a ofensa
que essa pessoa fez a você, com certeza não é maior que a ofensa que você
causou a Deus. Nada pode ser maior do que os danos que causamos a Deus. Ele nos
perdoou, perdoe também.
Levante
agora os nomes de todos aqueles que você não consegue perdoar e tome a decisão
de perdoá-las. Se você entendeu o perdão de Deus, você irá perdoar; essa é a
lógica daquele que conhece a Deus. Então você poderá fazer a oração do
discípulo: Pai perdoa as nossas dividas, assim como nós perdoamos os nossos
devedores.
Pr.
Cornélio Póvoa de Oliveira
16/09/2014
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