A Humildade
Uzias
tinha somente 16 anos quando seu pai foi assassinado e ele subitamente se
tornou rei de Judá, no oitavo século antes de Cristo. A história de seu
reinado, que é registrada em 2 Crônicas 26, ensina uma lição poderosa sobre a importância
da humildade. Uzias começou bem. Ele respeitava o Senhor e sua palavra, e Deus
o abençoou abundantemente. O reino se expandiu e o rei fiel conseguiu dominar
seus inimigos de todos os lados. Sua reputação se espalhou a outros países.
Uzias se fortaleceu.
Então,
tudo mudou. "Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu
coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu
Deus, porque entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do
incenso" (2 Crônicas 26:16). Uzias era um homem especialmente
escolhido por Deus para conduzir seu povo. Durante muitos anos, Uzias serviu o
Senhor fielmente. Porém não estava autorizado a entrar no templo para queimar
incenso. Esse papel estava reservado para outros homens escolhidos por Deus, os
sacerdotes, que serviam no templo. Uzias, não estando mais contente com o
desempenho do papel que Deus lhe havia dado, tentou assumir uma função extra e
foi fortemente repreendido por seu erro.
O
sacerdote Azarias e 80 outros sacerdotes seguiram Uzias até o templo e
desafiaram seu ato presunçoso. Uzias enraiveceu-se e Deus respondeu
imediatamente ao seu erro. O rei ficou leproso ali mesmo no templo diante dos
olhos dos sacerdotes. Eles imediatamente o atiraram fora do templo, e Uzias correu
da casa de Deus, percebendo que o Senhor tinha punido sua arrogância. Seu filho
assumiu os negócios do Estado e deixou o leproso Uzias isolado em sua casa pelo
resto de sua vida. A vida abençoada de um grande homem foi arruinada por um ato
de desobediência. Uzias, como o primeiro rei de Israel (veja Samuel 15:17-23),
foi derrubado por seu próprio orgulho.
Humildade:
Fundamental para nossa Comunhão com Deus
Quando
Jesus pregou o sermão que define o caráter do verdadeiro discípulo, suas
palavras iniciais foram diretas ao coração: "Bem aventurados os
humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mateus
5:3). Ele continuou a pregar durante mais três capítulos, mas muitos ouvintes
não o ouviram porque nunca passaram da linha de partida. Mesmo hoje, a maior
parte da mensagem do evangelho cai em ouvidos surdos de homens e mulheres
arrogantes que não querem mesmo reconhecer a posição de Jesus como Senhor.
Mas
Jesus não reduziu os padrões. Ele não abriu uma porta extra para entrarem os
arrogantes ou os "quase" humildes. Ele manteve intacto o seu
requisito fundamental porque ele reflete a exigência eterna de Deus. Deus nunca
aceitou o homem cheio de orgulho que pensava fazer as coisas a seu próprio
modo. Ao contrário de toda a sabedoria dos homens carnais, tendentes a adquirir
poder e posição, Deus aceita exclusivamente os humildes. Uma geração depois de
Uzias, o profeta Miquéias pegou perfeitamente a idéia quando ele citou as
palavras de Deus: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é que
o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes
humildemente com o teu Deus" (Miquéias 6:8). As Escrituras deixam
perfeitamente claro que não há outra maneira de caminhar com Deus. Ou
andamos humildemente com nosso Deus, ou não andamos de modo nenhum com ele!
Jesus andou no meio de homens carnais e enfrentou tremendo desafio. Como poderia ele capturar seus corações para moldá -los como os servos humildes que o Pai quer? Não foi uma tarefa fácil. Ele falava freqüentemente de humildade, e mostrava em sua vida de serviço o que significa elevar os outros acima de nós mesmos. Quem poderia exemplificar melhor a humildade voluntária do que o próprio Deus, que deixou sua habitação celestial para servir e mesmo morrer pelos homens pecadores? (Esta é a essência do apelo irresistível de Paulo em Filipenses 2:3-8).
Jesus andou no meio de homens carnais e enfrentou tremendo desafio. Como poderia ele capturar seus corações para moldá -los como os servos humildes que o Pai quer? Não foi uma tarefa fácil. Ele falava freqüentemente de humildade, e mostrava em sua vida de serviço o que significa elevar os outros acima de nós mesmos. Quem poderia exemplificar melhor a humildade voluntária do que o próprio Deus, que deixou sua habitação celestial para servir e mesmo morrer pelos homens pecadores? (Esta é a essência do apelo irresistível de Paulo em Filipenses 2:3-8).
Dois
exemplos mostram claramente como Jesus ressaltava a humildade para seus
apóstolos. O primeiro está em Mateus 18:1-4. Os apóstolos freqüentemente
disputavam entre si sobre a grandeza. Dois deles uma vez foram tão ousados a
ponto de pedir que fossem colocados acima de seus colegas no reino. Jesus
respondeu à atitude deles chamando uma criança. Enquanto estes homens crescidos
olhavam, Jesus começou a pregar um sermão memorável: "Em verdade vos
digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo
algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta
criança, esse é o maior no reino dos céus" (Mateus 18:3-4).
O
segundo exemplo, ainda mais tocante, é registrado em João 13:1-17. Quando
se preparavam para partilhar a refeição da Páscoa, Jesus aproveitou o momento
para ensinar uma lição necessária. Os apóstolos jamais esqueceriam esta noite,
e Jesus não perdeu a oportunidade para ensinar. Ele tomou uma toalha e
água e foi, de discípulo em discípulo, lavando seus pés. Isto era, por
costume, serviço dos servos mais humildes, mas aqui o Criador do universo
estava se humilhando diante de simples galileus. Quando terminou, ele voltou-se
para os apóstolos e perguntou? "Compreendeis o que vos fiz? Vós me
chamais de Mestre e do Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo
o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos
outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós
também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que
seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Ora, se sabeis
estas cousas, bem-aventurados sois se as praticardes" (João
13:12-17).
Não é de
se admirar que outros homens inspirados falassem da importância da humildade.
Tiago disse: "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugir de
vós... Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará"
(Tiago 4:6-10).
Como a
Arrogância Impede a Salvação
Podemos
tirar algumas conclusões claras e importantes do ensinamento da Bíblia,
mostrando por que a falta de humildade impede a salvação. Considere como o
orgulho é absolutamente oposto às qualidades e comportamentos que Deus quer que
demonstremos.
Sem humildade, não serviremos
outros como deveríamos, porque aqueles que são arrogantes e egoístas querem ser
servidos, e não servir.
Sem humildade, não seremos seguidores. Os orgulhosos querem ser chefes e cobiçam a posição e a influência de outros. Este foi o problema que Arão e Miriã tiveram em Números 12, e o mesmo pecado que custou as vidas de quase 15.000 pessoas, em Números 16.
Sem humildade não buscaremos
realmente a verdade. O homem orgulhoso pensa que já conhece as respostas, e não
quer depender de quem quer que seja, nem mesmo do próprio Deus. A arrogância
também impede nosso entendimento da verdade. Se não queremos admitir a
necessidade de mudança, ou não queremos aceitar o fato que alguma outra pessoa
sabe mais do que nós, nosso orgulho será um bloqueio fatal para o estudo eficaz
da Bíblia.
Sem humildade, não reconheceremos nossos próprios defeitos. Somos até capazes de enganar nossos próprios corações para não vermos nosso próprio pecado. Saul fez isto quando defendeu sua desobediência na batalha contra os amalequitas. Ele argumentou que tinha obedecido o Senhor e que o povo tinha errado (1 Samuel 15:20-21). Deus não aceitou esta desculpa esfarrapada, e não aceita a nossa.
Um outro problema relacionado
com a arrogância é a dificuldade em aceitar a correção. Provérbios 15:31-33
mostra a conseqüência de tal orgulho: "Os ouvidos que atendem à
repreensão salutar no meio dos sábios têm a sua morada. O que rejeita a
disciplina menospreza a sua alma, porém o que atende à repreensão adquire
entendimento. O temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e a humildade
precede a honra." Provérbios 12:1 é mais direto: "Quem
ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido."
O outro lado deste problema é
que a pessoa arrogante também não perdoa o erro dos outros. O orgulho é
inerentemente egoísta, e nos torna facilmente ofendidos e lentos a perdoar.
Isto cria uma tremenda barreira para a salvação. Jesus ensinou claramente que a
pessoa que não perdoa não será perdoada por Deus (Mateus 6:12,14-15).
A última linha é muito clara.
Se não aprendemos como ser humildes, não entraremos no céu. Deus rejeita os
orgulhosos e exalta os humildes (Tiago 4:6,10).
Como
desenvolver a humildade
Uma vez que a humildade é obviamente essencial à nossa salvação, deveremos estar preocupados em acrescentar esta qualidade a nossas vidas. Aqui estão umas poucas sugestões simples que nos ajudarão:
Devemos procurar o melhor nos
outros, e buscar servir os outros como Jesus fez (Romanos 12:10; Efésios 4:2-3;
Filipenses 2:3-4).
Não devemos pensar que somos importantes (Lucas 17:10). Cada um deve usar
sua capacidade, porém não devemos pensar que somos melhores do que outros
(Romanos 12:3-8).
Não devemos esperar que outros nos humilhem. A chave da obediência é nossa
humildade voluntária (Tiago 4:10), não a humilhação forçada.
Sempre que estivermos tentados a pensar que somos grandes e importantes,
devemos parar para contemplar a grandeza e a majestade de Deus. Comparados com
o Criador e Sustentador do Universo, somos débeis e insignificantes. O Salmo 8,
especialmente nos versículos 3, 4 e 10, nos faz descer ao nosso tamanho
rapidamente!
"Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará"
(Tiago 4:10).
por Dennis Allan
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