A Igreja e a Sociedade
(Missão Urbana)
A Igreja tanto influencia a
sociedade ao seu redor quanto é influenciada. Qual o cenário da religiosidade
brasileira hoje? Qual o perfil do membro da Escola Dominical e do fiel nos átrios?
A cidade de Atenas, na época do apóstolo Paulo, parece um bom exemplo para os
dias de hoje. A religião era um bufê do qual o ateniense se servia a gosto. Mas
era comida que em vez de saciar a fome, abria mais o apetite.
Sabemos que o Brasileiro lê
1,2 livros por ano e 40% são de esoterismo, 30% de auto-ajuda, 25% do Paulo
Coelho. O que sobra? O que preocupa é que a educação popular cristã nas igrejas
é para todos os excluídos. Mas, qual excluído? Excluído de que? Como
sistematizar todos os tais excluídos? Temos os excluídos religiosos, por
exemplo, os que são "andarilhos" e verdadeiros
"itinerantes" espirituais, sem religiosidade definida com
espiritualidade aguçada e sem saber em quem e como Ter fé. Pois, andam de
religião em religião, é o que freqüenta um terreiro de macumba na Sexta-feira,
faz uma romaria a Basílica de Aparecida do Norte no Sábado e vem ao culto na
Catedral da fé da Igreja Universal do Reino de Deus no Domingo... E pode
procurar um de nossos professores na Escola Dominical durante a semana...
Qual o evangelismo e a prática
educacional correta que falará a língua deste carente religioso? Não devemos
dar a este necessitado um cristianismo cômodo, como um cardápio de restaurante
para que escolha o que pretende se servir, caso isto ocorra, corremos o risco
de tudo acabar num simples "aleluia e glória a Deus!" 1 e, depois,
ele vai embora.... Continua a romaria...
A experiência nos mostra que a
missão da educação popular cristã é formado pelo conjunto das práticas
educativas realizadas nas igrejas com e por membros que são dos setores
populares e, vivem dentro de uma perspectiva bíblica, política, econômica,
social e histórica de transformação do ser humano e da mudança social. Por sua
vez, os membros, por serem populares pertencem ao conjunto plural dos grupos
sociais explorados e excluídos tanto da administração do poder público como da
distribuição desigual dos excedentes econômicos. O perfil sócio-econômico do
Brasil é severo, com uma minoria de privilegiados, uma maioria de necessitados
e uma classe média sufocada. Uma realidade distante do padrão social e ético de
Deus.
A maioria dos oprimidos
sociais, ou seja, os excluídos em potencial, pertencem ao conjunto multiforme e
não organizado da classe operária, dos desempregados, dos desiludidos dos
diferentes extratos sócio-econômico da pequena/média/alta burguesia, dos
itinerantes religiosos, das mulheres em sociedade machista, dos indígenas, dos
pequenos empresários, dos proprietários rurais, dos agricultores , dos
sem-terra, dos discriminados por etnia, por raça, por idade, por gênero, por
doenças mortais e infecto-contagiosa, deficientes, etc.. São todos
protagonistas do cenário que a igreja, na perspectiva da Educação Cristã, é
designada a inserirem no reino de Deus e, colaborar para que deles surjam uns
como educadores e outros como educandos.
Sem dúvida, os excluídos em
potencial estão necessitados do amor de Deus. Mas, um novo excluído surge, é o
crente recém convertido que pratica desvio de comportamento, como exemplo; é
flagrado em bares bebendo, ou retornando às drogas, etc. Mal visto pelos
membros da congregação são criticados e "dedurados" aos pastores e
expulso da igreja. Invalidando a finalidade da igreja. Mais tarde, quando
estiver desesperado e com culpa, entregue de vez ao mundanismo e for abordado
novamente por um irmão solidário e cheio de compaixão, fica comovido com a
mensagem do evangelho, provando que não foi discriminado pelo Espírito Santo e,
sim, pelos membros da congregação que o expulsaram.
Somado ao polêmico cenário, o
educador das salas de aula das igrejas de Cristo deverá levar em conta que as
práticas de ensino nas escolas seculares vivem um império de exageros e falta
de moderação, falta de continuidade, falta de organicidade, fazer pelo fazer,
inchaço de materiais didáticos desnecessários e sem renovação. Não existe
objetividade, realismo, sistematização de procedimentos e prática pedagógica
sem nexo com a filosofia da educação.
Para piorar a situação, a
grande maioria dos jovens hoje cresce com muito pouco, ou com nenhum contato
real com Jesus. Jovens inteligentes, assíduos leitores de obras esotéricas, uma
grande ignorância da tradição cristã, como se nada tivesse existido antes.. A
única coisa que lhes resta do cristianismo é uma imagem deformada e envelhecida,
como de algo opressor, acompanhado de normas e condutas antiquadas.
O conjunto formado é o cenário
que o Educador Cristão tem para aplicar o seu labor, a didática. O desafio da
vida e das mudanças históricas é encarar partindo do sentido mais profundo das
coisas, para exercitar seu verdadeiro destino e vocação, junto a igreja, de
forma a ser acolhedor, solidário e de muita compaixão, pois, todos são atores e
"sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um
evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério".
Os presentes escritos têm
acima de tudo o valor de um documento. Penso que eles transcendem os horizontes
do episódio dos projetos educacionais brasileiros e da análise da crise da
educação no Brasil.
Longe de esgotar o assunto das
técnicas pedagógicas. Proponho, com este estudo, chamar a reflexão o
professor/educador popular cristão para reavaliar seu trabalho e sua análise de
materiais didáticos nas Escolas Bíblicas Dominicais. Olhar as propostas
pedagógicas mais utilizadas no Brasil com os óculos do nosso Senhor, a Bíblia,
ou seja, à luz da Palavra de Deus.
Não podendo desfazer a
necessidade de uma fé com engajamento social. Proponho buscar uma identidade
evangélica brasileira através de um pentecostalismo lúcido e urbano,
aproximando o templo da sociedade. O professor cristão, nas salas de aula das
igrejas, devem viver os seus sonhos, pois, não podem mais negar uma ideologia
para encarnar em um mundo melhor com seus alunos, seja ela via socialismo, ou
social democracia, outros ainda em democracia cristã. Entretanto, todos deverão
Ter uma coisa em comum, que é a lealdade aos valores do Reino de Deus. O que
devem evitar é o sacramento de suas ideologias. Já chega os quinhentos anos de
cristianismo em sua versão ibérica, espanhola e portuguesa, que resistiram até
a Reforma Protestante com seus elemento modernizadores.
Um estudo recente realizado na
Argentina prova que há uma população flutuante que se chama evangélica, mas não
milita em nenhuma igreja evangélica. Por que? É importante recordar que a
esperança cristã não depende do triunfo de um sistema econômico, seja ele qual
for. Nem do crescimento da igreja. A triunfo cristão está baseado na
ressurreição de Cristo, e é essa ressurreição o que nutre a nossa esperança.
Por outro lado, o povo latino
está desvalorizado, pois, somo simples espectadores, esperando o cumprimento de
certas profecias que só acontecem em terras distantes. Somos ignorados
escatológicamente e de segunda classe no Reino... O povo latino, não deve se sujeitar
as influências dos fundamentalistas da América do Norte e nem ao liberalismo da
Europa, muito menos a uma alienação de uma escatologia que crê que os piores
acontecimentos do mundo marcam, para cada vez mais perto a volta de Cristo – e
que, por assim pensar, o protestante fica omisso de lutar para restaurar uma
justiça social – foi este erro que levou a ditadura militar e ao avanço do
nazismo.
Com relação as igrejas
pentecostais no Brasil é importante não só na sua metodologia, na sua
hinologia, na comunicação com as massas, mas também pela sua percepção das
necessidades sociais, na medida em que trabalhavam nas periferias, entre
pessoas pobres. Há liberdade para se falar em justiça socio-político e
engajamento social, também, é igreja forte e expressiva. Portanto, como fazer
para que ela tome consciência dos dramas sociais sem a loucura da teologia da
prosperidade pregada pelas igrejas neopentecostais e as carismáticas radicais,
individualizada e reacionária, injetando via púlpito a ganância do turbo
capitalismo em considerar as missões apenas como mercado, a Ceia do Senhor como
remédio, a falta de dinheiro do povo como um demônio em seu bolso, a doença
negociada com o valor do dízimo, o dinheiro do dízimo e das ofertas para pagar
o luxo dos pastores e os pomposos templos e nenhum para as missões !! Parece
que o lema é "não ide pregar o evangelho e, sim, vendê-lo!!!"
Com relação as igrejas
históricas o desafio tem algumas semelhanças com as pentecostais. Como fazer
com que elas deixem de se acharem liberais progressistas, vanguardistas
pseudo-academizados e elitistas, com pastores metidos a intelectuais e,
voltem-se para as massas excluídas.
Ambas as igrejas devem
valorizar a necessidade de desfazer a desigualdade social como prática da
igreja e não como estratégia de evangelização. Pois, caso contrário, corremos o
risco de qualquer missão virar colonialismo, amiga de ditadura e valorização do
poder. Veja o exemplo de pastores que fazem obras sociais não como prática da
igreja e, sim, como estratégia de candidatura ao senado!!
Não é generalizado, mas, hoje,
os evangélicos tomaram consciência de que o Evangelho precisa resgatar a pessoa
na sua integridade, muito mais ampla do que nas décadas de 60 ou 70. Temos
inúmeras igrejas envolvidas em projetos sociais. Toda igreja quer Ter sua
creche, seu consultório médico, seu programa de distribuição de alimentos, o
que é extremamente benéfico. É a Igreja tomando consciência da fome, da
miséria, da angústia que aflige o país. Os problemas são mais de ordem política.
Essa prática social ainda é muito assistencialista, imediatista, não há
consciência da realidade política do país, da injustiça. Mas não vejo muito na
ajuda ao pobre, muito pouco no tema da justiça, que é central na Bíblia. Nós
não podemos ser cristãos sem trabalharmos na luta contra a injustiça.
Se isso deveria ser papel do
Estado sozinho sem o envolvimento da igreja eu não sei. Mas, necessitamos de a
assistência social nas igrejas de forma mais abrangente e vir junto com a
conscientização política. No momento em que uma igreja grande desperta para a
tarefa social, o Estado se encolhe e se exime um pouco mais de sua
responsabilidade.
A Igreja não tem alternativa,
senão a de estender a mão, porque isso é evangélico e, ao mesmo tempo, a tarefa
da denúncia profética, que é a denúncia política. A Igreja tem de exigir um
Estado no tamanho exato da sua necessidade. Não pode ser inchado, e sim enxuto.
O Estado precisa ser voltado para o pobre, assim como a Igreja. Isso é
evangélico, isso é teológico. Ela não pode se retirar de sua tarefa social, mas
não deve cobrir o papel que é do Estado. A Igreja precisa lembrar o Estado
disso. A dimensão política é uma das grandes lacunas na vida da Igreja.
A igreja pode ser o grande
empecilho para as missões pois é sua tendência, como instituição, voltar-se
para si mesma, num processo de auto-encantamento. As igrejas, no Brasil,
cresceram e assumiram nova postura no cenário nacional. Isso as levou ao
encantamento consigo mesmas.
A Igreja gosta de olhar no
espelho da sua própria existência, canta-se a si mesma. É perigoso. Quanto mais
se institucionaliza, mais se burocratiza e precisa lutar pela própria
sobrevivência. Isso contamina até a forma do seu proselitismo, que passa a ser
voltado para outros crentes. Coisas do tipo "eu roubo o membro da sua
igreja porque você rouba o da minha". Para sustentar todo esse aparato, é
preciso agressividade no marketing e pouca ética. Esse tipo de proselitismo não
é evangelização, é desrespeito pelo outro e a negação da irmandade.
Como diz Ariovaldo Ramos 8 ,
"A igreja prega, mas, só o Espírito Santo converte; não dá, portanto, para
Ter garantias de crescimento, a menos que se troque o verdadeiro Evangelho de
arrependimento por técnicas de manipulação de massas. A menos que, em lugar da
cruz, ofereçamo-se técnicas de auto-ajuda; que se substitua a busca prioritária
do Reino pelo conforto descompromissado dos filhos de rei; que, ao invés da
comunhão, que exige humildade, forme-se um clube e, em lugar do Senhor Jesus,
apresente-se um Jesus gênio da lâmpada pronto para atender qualquer pedido, de
todo aquele que conheça o segredo de como esfregá-la – não sei, porém, se algo
assim, pode ser chamado de igreja cristã."
Concluindo, a salvação que o
pastor, o educador cristão e o evangelista tem a oferecer é integral, ou seja,
a da alma que é a ressurreição em Cristo para a vida eterna e a do corpo que é
a vida na sociedade buscando a justiça, a compaixão, a solidariedade e a ética
de Cristo.
Sabemos que o pobre
conscientizado continua sendo um pobre. Mas é um pobre articulado para
transformação social. É assim com qualquer membro de qualquer classe social
numa igreja comprometida com a cultura. O pobre que se torna um não pobre do
pentecostalismo é o equivalente ao pobre conscientizado da teologia da
libertação. Aos alunos das escolas dominicais e aos fieis mostraremos que a fé
é a aceitação do perdão e da graça de Deus, na Justificação, é o começo de uma
nova interação com Deus, daquilo que se perdera no controle da vida e da
sociedade.
Não podemos ensinar o duelo
entre Deus e o mal, pois o cristianismo não é dualista e, sim, monista. O nosso
Deus é o Senhor de todas as criaturas "...Como está escrito: Por minha
vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores
a Deus", nada está em "pé de igualdade" com Ele. É uma grande
farsa ensinar duelo entre Deus e demônios. É voltar a idade média. É ensino
bíblico falso. É colocar o Poderoso Deus no mesmo nível do mal. É explorar o
consciência mítica das pessoas para persuadi-las através do medo do
sobrenatural. Jesus é acima de duelos. Já criou o mundo a seu comando, puxa e
manipula a história para sua finalidade. A guerra é do homem em seu duelo
interno do homem novo regenerado e sua velha natureza.
Talvez, nossos professores de
escolas dominicais e os nossos pastores estejam lendo livros de duelos, de
exorcismo e cheio de orações de combate. Em busca de ação instantânea de Deus
na derrubada do inimigo... E, esquecendo de fazer crescer o seu cristianismo no
conhecimento das coisas de Deus. Na Sistematização de seus estudos bíblicos. É
perfeito o ensinamento deixado pelo educador e pregador C. S. Lewis que diz,
"...uma das estratégia prediletas do diabo é, assim, desviar a atenção do
educador cristão das coisas essenciais e evitar que ele procure compreendê-las;
não deixá-lo refletir sobre as coisas como realmente são, fazendo-o prestar
atenção somente nas manifestações externas ou na forma como ele mesmo as
percebe subjetivamente. A percepção da realidade objetiva ou concreta das
coisas é, em suma, o grande "perigo" do qual o diabo foge a todo
custo (pois é precisamente esta experiência concreta, totalmente humana e
existencial que Deus e os homens têm em comum, e que pode, de repente,
aproximá-los): (...) Há dois erros acerca dos demônios, nos quais nossa espécie
pode cair. Um é não acreditar em sua existência. O outro é acreditar e nutrir
um interesse excessivo e doentio por eles. Os próprios diabos ficam igualmente
satisfeitos com ambos os erros e saúdam o materialista ou o mágico, com o mesmo
deleite. "
A melhor maneira de o educador
cristão preparar-se para o século XXI é "ver as coisas como são,"
aplicando a educação relacional e a literatura, método ainda pouco desenvolvido
na educação cristã, como meio para abrir oportunidades à discussão de conceitos
fundamentais, tais como realidade, razão, fé e imaginação.
Dessa maneira, se poderá
construir um projeto pedagógico capaz de nortear todos os educadores cristãos
interessados em aprender a fazer frente aos desafios futuros, equipando-se com
fé, razão, coragem e muita imaginação.
Bibliografia
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