RESSURREIÇÃO
- CEIA
1
Co 11.23-26
23.Pois recebi do
Senhor o que também lhes entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão 24.e, tendo dado graças, partiu-o e disse:
"Isto é o meu corpo, que é dado em
favor de vocês; façam isto em memória de mim". 25.Da mesma
forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que
o beberem, em memória de mim". 26.Porque, sempre que comerem deste pão e
beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha (1 Coríntios 11:23-26).
1 – “Na noite em
que foi traído...” (v. 23)
O que é traição? No dicionário
você encontrará que é a incapacidade de ser fiel a uma pessoa ou enganar
alguém.
O texto de Coríntios se refere a
traição de Judas. Precisamos compreender um pouco este homem, para entendermos
o por quê ele traiu a Jesus. Judas pertencia a um grupo político chamado
“zelotes”. Este grupo era como um dos partidos políticos de nossos dias que
lutavam por um ideal. Os zelotes desejavam a implantação do Reino Messiânico e
a libertação de Israel do domínio de Roma.
Judas desviava o dinheiro que era
ofertado ao ministério de Jesus com o fim de investir no programa dos
“zelotes”.
Com o fim de forçar Jesus a
assumir sua posição de Messias, Judas abandona todos os princípios éticos que
ainda lhe restavam e entrega Jesus aos romanos, com um beijo; acreditando que
Jesus dessa forma convocaria Israel para lutar e estabeleceria seu reinado
messiânico.
Preste atenção, Judas já traia
Jesus ao roubar o dinheiro da sacola para investir no projeto dos zelotes.
Judas já traia Jesus quando tentava criar um plano B para que o reinado
messiânico se manifestasse, e por fim consumou sua traição com um beijo.
A primeira traição descrita na
história acontece no Éden (Gn 3). Adão trai a confiança que Deus colocará sobre
ele. Deus lhe pediu para não comer do fruto da árvore que estava no meio do
jardim, entretanto Adão desobedeceu a Deus, e desde então o pecado se tornou
parte de nossa natureza humana.
Será que em algum momento de sua
vida você não traiu a confiança de alguém? Acredito que de alguma forma todos
nós já traímos. Possivelmente você já roubou uma bala do mercadinho quando
ninguém estava olhando, já passou pela alfandega com mercadoria escondida,
mentiu para um amigo, para sua mãe, para seu pai, para sua namorada, para seu
cônjuge, fez alguma coisa errada e jogou a culpa em outro, ou mesmo entregou
alguém que confiava em sua descrição. Contudo todas estas “pequenas” traições
só aconteceram porque, na verdade, você já tinha traído a Deus em seu coração,
estabelecendo um ídolo em sua vida, que se tornou seu senhor, no lugar de Deus.
Quando os valores do Reino de Deus não são vividos por nós, é porque levantamos
um novo altar em nossos corações. Isso é traição a Deus. Isso é pecado!
A Bíblia afirma no livro de
Romanos (Rm 3.23) - pois todos
pecaram e estão destituídos da glória de Deus.
2 – "Isto é o
meu corpo, que é dado em favor de vocês” (v. 24)
Jesus anuncia
sua morte ao dizer que o pão simbolizava seu corpo que seria dado por nós. A
consequência do pecado é a morte, segundo está escrito em Rm 6.23 – o salário do pecado é a morte.
Deus sendo justo
precisava cumprir aquilo que havia estabelecido como lei espiritual. Justiça é a virtude de dar a cada um aquilo que é
seu por direito. O homem pecou deveria morrer e derramar seu sangue como
pagamento de seu pecado.
Entretanto,
Jesus que não pecou - Deus tornou pecado
por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de
Deus (2 Coríntios 5:21).
Isso significa
que Jesus morreu a nossa morte. O infrator sou eu, é você. O idólatra somos
nós, o traidor somos nós! Jesus não pecou, portanto Ele não tinha que morrer.
Por outro lado,
nós já nascemos no pecado, por causa da desobediência de Adão no Éden. Não só
nascemos no pecado, como já nascemos espiritualmente mortos. Nascemos presos a
este estado de corrupção como consequência do pecado original, nome dado pelos
teólogos ao pecado de nossos primeiros pais, que recebemos como herança.
Portanto eu e você, e toda humanidade, estávamos condenados ao inferno eterno,
a saber, a segunda morte – que é a separação eterna de Deus. Nós merecíamos a
morte eterna, nós merecíamos a morte de cruz e não Jesus. Mas Ele se fez pecado
por nós e morreu a nossa morte.
3
– Este cálice é a nova aliança no meu sangue (v. 25)
Quando Jesus foi
levantado no madeiro, seu sangue foi derramado por nossos pecados e uma nova
aliança foi estabelecida entre Deus e os homens. Aliança esta, de acordo com o
autor de Hebreus, superior a de Moisés (a do monte Sinai – Hb 3.3-6).
O sangue de
Cristo nos justificou, isto é, nos tornou justos. O preço exigido pelo pecado
de um homem, a morte de todos os homens, foi pago pela morte de um justo, Jesus
Cristo, dando a todos os homens a possibilidade de se libertarem da condenação
eterna, mediante a fé em Cristo Jesus (Rm 5.1, 17-18).
Por meio do
sangue de Jesus, a misericórdia de Deus nos alcançou. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por
ele salvos da ira (Rm 5.9). Misericórdia
é o ato de não dar a punição àquele que merece. Deus deteve o raio que cairia
sobre nós, nos levando a vivermos separados para sempre de Sua presença. Não
porque merecíamos, mas por um ato de Sua misericórdia.
Deus não somente deteve o raio
que cairia sobre nós, como nos agraciou devido ao Seu imenso amor por nós. A graça ocorre quando alguém nos dá um
presente sem que nós o mereçamos. Deus nos presenteou com a vida eterna.
Viveremos para sempre ao Seu lado, por causa do sangue, de Cristo Jesus,
derramado na cruz.
4
– Até que ele venha (v. 26)
Quem é que vem?
A quem Paulo está se referindo? A Jesus é claro! Pode um cadáver ir a algum
lugar? Se Jesus voltará conforme Paulo nos ensina, significa que Jesus está vivo.
Ele ressuscitou. Venceu a morte e sua vitória é a nossa vitória. Por que Cristo
ressuscitou, também nós ressuscitaremos.
5.E estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida
juntamente com Cristo – pela graça sois salvos -, 6.e juntamente com ele nos
ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus (Ef 2.5-6).
Em Cristo a vida
eterna já nos está assegurada, a ressurreição já está consumada, por isso somos
convidados a continuarmos celebrando por meio da Ceia a vitória sobre a morte.
A ceia é um
memorial que nos faz lembrar:
1) de quem
éramos sem Cristo - mortos;
2) do grande
amor de Deus por nós - deteve a condenação que estava sobre nós;
3) do alto preço
que foi pago para que fossemos justificados - o sangue de Jesus;
4) de que Jesus
voltará - renova nossas esperanças.
Conclusão:
Você
já traiu alguém? Você hoje percebeu que já traiu a Deus? Não se desespere por
isso. Lembre-se que Jesus morreu em seu lugar na cruz. Ele já pagou o preço dos
seus pecados e dos meus pecados. Agora levante a cabeça e não faça como Judas,
que se enforcou, faça o contrário, viva intensamente para Deus, viva com a
certeza de que Jesus virá e estabelecerá Seu Reino entre os homens. Viva de
modo que Ele te encontre digno de Seu amor. Deus te abençoe!
Pr. Cornélio
Póvoa de Oliveira
26/03/2015
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