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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

MENSAGEM 21 - EU NÃO!

EU NÃO!
Hb 12.14-29

Hb 12.14Segui a paz com todos e, a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,
            A paz é uma qualidade espiritual, um dos aspectos do fruto do Espírito, faz parte da virtude de um crente. O discípulo de Cristo vive em paz consigo mesmo e busca viver em paz com todos. Entretanto nenhum cristão terá paz se não buscar a santificação. Paz e santidade são dois lados da mesma moeda.
            A paz precisa ser cultivada. Ela nunca fará parte da igreja, automaticamente. A maneira mais certa de cultivar a paz é mediante a santidade pessoal. Quando surgem as contendas, surgem também as manifestações de carnalidade, nossos corações se inflam de raiva, nestes momentos somos levados a olhar apenas para nossos próprios interesses, e tratamos com desrespeito os direitos e sentimentos alheios. Agimos como se fossemos o centro do mundo. Sem demora perdemos a paz interior e a paz com àqueles que nos cercam.
            A palavra “segui” é tradução do verbo grego “dioko” que significa “perseguir”, “correr após”. O que significa que devemos perseguir a paz e a santificação. Hoje vamos tratar mais especificamente da santificação. Se devemos perseguir a santificação, precisamos primeiramente entender o que significa santificação.


            A palavra “santificação” é tradução do termo grego “agiasmos” que se deriva da raiz “agos”, isto se refere a algo que impõe “respeito religioso”, que está ligado ao religioso. Dessa ideia que se originou o conceito de classificar o que é profano e o que é santo. Como aquilo que é santo deve ser respeitado, logo deve ser separado das demais coisas. Tudo que santificamos, isto é, que declaramos ser santo, se torna de uso exclusivo para o serviço religioso.
A palavra “santificação” também era usada para classificar conceitos morais como: pureza, inocência, piedade, retidão, etc..
O autor de Hebreus, neste verso, está nos dizendo que devemos correr atrás da paz e da santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (nosso Deus). Preste atenção na afirmação que o autor faz – sem santificação ninguém verá o Senhor.
Quando falamos de santificação precisamos esclarecer dois fatos:
a)      A “santidade” nos foi dada por meio da fé em Cristo Jesus. Nos capítulos anteriores o autor descreve o ministério de Jesus, o sumo-sacerdote, o cordeiro de Deus, o portador de uma nova aliança, o autor e consumador de nossa fé. O autor enfatiza que em Cristo fomos santificados (Hb 10.12-18). O sangue de Cristo nos purificou de todo pecado, nos tornando santos. A santidade não é parte de nossa natureza, ela é imputada a nós através de Jesus Cristo. Não somos santos, mas Deus nos vê na condição de santos. Santidade não é o estado de perfeição já obtido, mas imputado.
b)      A “santidade” deve ser desenvolvida por nós. Uma vez que entendemos que a santidade nos foi imputada por meio de Cristo, somos chamados a desenvolver esta santidade hoje. O Espírito de Deus que passa a morar em nós, quando reconhecemos a Jesus como nosso Senhor e Salvador, torna a lei de Deus viva em nossos corações, nos conduzindo a vivermos em santidade.
Esta santificação promovida na cruz, por Cristo Jesus, trata de uma revolução espiritual que nos torna tipos diferentes de seres, superiores e mais santos que os próprios anjos, é que produz uma autentica mudança moral em nós. Não se trata de mera declaração de imputação legal, por parte do tribunal celeste, mas de sermos revestido da glória de Deus. Sem essa santificação ninguém verá o Senhor nosso Deus.
A advertência para que não se privassem da graça de Deus, não abandonassem essa graça se faz porque (Hb 10.25 e 26) muitos já haviam deixado de congregar e com certeza alguns decidiram voltar à velha religiosidade, e agora buscavam influenciar outros para abandonarem o Evangelho da Graça de Cristo.
Obs.: Se privar da graça de Deus não significa aqui perda da salvação, mas perda da santidade. Na medida que nos afastamos da santidade, que nos foi dada por Cristo, perdemos a proteção e o cuidado de Deus, isto é se privar da graça de Deus.
Diga: Abandonar o Evangelho da Graça de Cristo, EU NÃO!
Se você deseja ver o Senhor e entrar no Seu Reino é necessário que você seja santificado. Este assunto é tão sério que o autor continua dizendo:

Hb 12.15 – tendo cuidado (atentando diligentemente) de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos sejam contaminados.
O autor demonstra uma preocupação com a possibilidade de que muitos dos irmãos viessem a ficar privados da graça de Deus. Diante dessa possibilidade ele pede para que eles ficassem atentos com algumas coisas. Estas coisas servem para nós como indicadores se estamos perdendo a santidade e nos afastando da graça.

1.      Raiz da amargura (v.15)
O autor chama a atenção dos irmãos visto que alguns se encontravam com as mãos cansadas e com os joelhos vacilantes. Segundo o autor se encontravam desta forma devido à disciplina imposta pelo próprio Deus para que estes fossem aperfeiçoados a imagem de Cristo. Como Pai, Deus os corrigia para o próprio bem deles.
Entretanto ao passarem pelo sofrimento e não encontrarem apoio, nos irmãos, muitos se tornavam presas fáceis para àqueles que não conheciam a graça ou que estavam fora da graça. Possivelmente ouviam deles: “esta vendo eles não te amam”; “Jesus não te ama e não está nem aí para você” “Eu também fui abandonado por minha igreja”.
Precisamos aprender a perdoar nossos irmãos, esposa, marido e a todos que de uma forma ou outra nos ofenderam. Todos passamos por frustrações quando depositamos expectativas em outra pessoa seja ela quem for.
Raízes de ervas daninhas se espalham rapidamente de forma sorrateira e prejudicam a plantação, assim também a raiz de amargura. Se você tem alimentado raízes de amargura em seu coração, você possivelmente está se afastando da graça de Deus.
Diga: “Raiz de amargura, Eu Não!”
2.      Devassidão (v.16)
O vocábulo que aparece aqui é “pornos”, que pode ser traduzido como impuro, que indica imoral. O texto se refere à questão sexual. Homens e mulheres não deviam estar sendo fiéis aos seus cônjuges e possivelmente o sexo estava sendo praticado por homens e mulheres solteiros. Esta palavra “pornôs” aparece também nos textos de Ef 5.3-9 e 1Ts 4.3-8.
Aquele que vive na prática da imoralidade, devassidão, fornicação, adultério, está se afastando da graça de Deus.
Diga: Devassidão, Eu Não! – Adultério, Eu Não! – Fornicação, Eu Não!
3.      Profanação (v.16)
A palavra “profano” do grego “bebelos” significa “algo acessível a qualquer um”, para nós algo como “vulgar”, isto é, todo mundo pode ter.   O profano neste sentido é aquele que não dá valor as coisas religiosas.
A palavra “profano” do latim Profanus, decompondo a palavra: pro (diante de), fanum (espaço sagrado) – fora do espaço sagrado.
Esaú vendeu o seu direito de primogenitura por uma refeição (Gn 27.34,36,38). Esaú era um homem que não dava valor a dimensão eterna, a vida com Deus. Não tinha compromisso com Deus.
Toda pessoa que não dá valor a dimensão espiritual tem uma grande propensão de ser uma pessoa mundana e materialista, que trabalha e pensa somente em si mesmo, já que o mundo não terá mais sentido após a morte.
Neste sentido muitos dentro das igrejas profanam, pois embora estejam dentro das igrejas, elas valorizam mais os bens materiais, o que podem ver e tocar, do que o espiritual. Trocam os valores de Deus para conseguirem promoções e melhores salários, trocam a verdade para manterem uma vida aparente que não podem sustentar, trocam a palavra de Deus pelos conselhos de nossa cultura contemporânea. Profanam ao não considerarem os valores e preceitos de Deus. Desta forma estão fora da vida sagrada. Fora da graça de Deus.
Diga: Profanação, Eu Não!
4.      Negligência para com o irmão - tendo cuidado (atentando diligentemente) de que ninguém se prive da graça de Deus (v.15). O escritor reafirma a responsabilidade corporativa dos crentes no cuidado pastoral um do outro – ninguém podia ficar sem o cuidado.
Pecamos quando deixamos que nossos irmãos caminhem fora da graça, quando não os advertimos do erro em nome da amizade. Nossa cultura brasileira é a de estar bem com todos, por isso, evitamos o confrontamento. Você não pode ver seu irmão indo para o buraco e não avisá-lo, isso é pecado.
Diga: Negligência para com meus irmãos, Eu Não!

Poderíamos acrescentar outras coisas para nossa lista de perigo, que não estão neste texto, mas que com certeza aparece em outros textos bíblicos:
- Corrupção, Eu Não!; Hipocrisia, Eu Não!; Avareza, Eu Não!; Inveja, Eu Não!; Malandragem, Eu Não!

Hb 12.18-29 – O autor traz a lembrança a velha aliança no Sinai para mostrar a responsabilidade maior daqueles que vivem na nova aliança.
(v.18) nós não temos ouvido Deus no monte como o povo de Israel O ouviu no Sinai. Eles ficaram tão amedrontados que pediram que Deus não lhes falasse mais. Contudo Deus se mostrou dessa maneira para que o temor aumentasse no coração do povo.
(v.22) Nós achegamos a Deus numa nova dispensação, esta celestial, porque Deus nos fala pelo Espírito.
Nossa missão se estabelece por meio de um novo pacto. Ela não tem mais a natureza daquela que foi firmada por entre relâmpagos e trovões no Monte Sinai.
O novo pacto ora vigente é selado no Monte Sião, a Jerusalém Celestial, tendo como testemunhas a multidão de anjos, a assembleia de remidos, realizada na presença de Deus. Esta nova dispensação se tornou possível através do sacrifício de Jesus (v.24).
(v.25) Somos advertidos a não rejeitarmos a voz que nos fala, a voz do Espírito de Deus.
Se a aliança dos israelitas feita no Monte Sinai é menor do que a vigente em Cristo, e eles sofreram por não obedecer ao pacto, não devemos achar que escaparemos de uma punição se recusarmos obedecer àquele que estabeleceu o pacto.
(v.28) Recebemos um reino, somos chamados a reter a graça – o reino que nos foi dado, e também chamados a servimos a Deus com reverência e santo temor, lembrando-nos que Deus é fogo consumidor (1Pe 1.17; 1Co 7.1).


Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

29/09/2015

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