A ingênua fé
"Deus é
o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia" (SaLmos
46.1).
É
surpreendente observarmos a maneira como Deus, tantas vezes, tem se servído da
fé ingênua de algumas crianças, e até mesmo de adultos, para resolver situações
angustiantes, que exigiam imediata solução. Uma simples atitude aqui,
resolvendo uma situação séria um pouco mais além. Só mesmo um Deus onipotente,
onipresente e onisciente é capaz de tantas e tamanhas realizações, servindo-se
de coisas aparentemente tão ínfimas.
Há muitos e
muitos anos, talvez até séculos, um menino leu no mural de uma igreja este
verso: "Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o
acharás" (Eclesiastes 11.1). Como gostasse demasiadamente de pão, o garoto
interpretou o texto ao pé da letra. Assim foi que certa tarde, quando a mãe se
encontrava distraída com os afazeres intermináveis da casa, ele tomou um pão
fresquinho e, correndo para a beira do riacho que corria perto da casa, ali o
atirou nas águas.
Naturalmente
ele pensava poder mais tarde recolhê-lo um pouco maior, é o que deduzimos; não
se sabe exatamente o que ele, na sua ingenuidade, imaginou. Mas o certo é que o
pão flutuou, correndo vertiginosamente riacho abaixo. Ocorre, porém, que a
muitas milhas dali um oficial mecânico, por razões desconhecidas, margeava o
mesmo rio. Como não sentisse mais forças para a caminhada por causa da falta de
alimentação, deixou-se ficar às margens do rio. Na sua angústia, clamava ao
Senhor que sem demora o socorresse. Ali sentado junto ao rio, ele viu
aproximar-se, empurrado pelas águas, aquele mesmo pão lançado pelo menino. Mais
que depressa, retirou-o da água e aplacou sua fome. Já refeito em suas forças,
continuou a jornada.
O garotinho
da história cresceu e se fez homem. Anos mais tarde, emigrou para a América do
Norte tomando o rumo do oeste, quando a região ainda estava por ser desbravada.
Ali se desorientou nas selvas pouco habitadas. Andou sem rumo, sem ter o que
comer até que lhe fugiram as forças e ele chegou às portas da morte. Muitas
horas ainda se passaram até que, finalmente, quase se arrastando, ele encontrou
um colono solitário que o recebeu carinhosamente. Os temores iniciais que
envolveram ambas as partes foram pouco a pouco se desvanecendo até que, alimentado
e já quase refeito, os dois puseram-se a conversar. Então o colono lhe contou
como, há anos passados, ele próprio passara por uma aflíção semelhante e esteve
também próximo ao desespero. Foi quando Deus lhe mandou um enorme pão através
das águas do riacho, que corria em determinada região do país onde ele se
achava.
Foi nesse
momento que o imigrante lembrou-se da sua experiência na infância, quando
lançou um pão naquele mesmo riacho. Que prazer para os dois, ao constatarem ter
eles se tornado salvadores recíprocos. Cumpriu-se uma fé infantil ingênua, que,
canalizada por Deus, serviu de resposta a uma súplica ardente e angustiante.
AUTOR DESCONHECIDO
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