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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

REFLEXÃO 281 - A INTEGRAÇÃO DO NOVO CONVERTIDO

A Integração do Novo Convertido


Há alguns anos experimentava uma sensação de frustração muito grande: sendo professor de Evangelismo no Seminário Teológico Batista de Niterói, ensinando a respeito de integração de novos convertidos e crendo, sinceramente, na real necessidade de se trabalhar efetivamente com esta finalidade, desenvolvendo todas as técnicas que aprendi no seminário em livros e em congressos de evangelismo, sentia uma dificuldade imensa, neste sentido, junto à igreja que pastoreava. Parecia que fazíamos tudo com critério, mas dificilmente conseguíamos integrar novos convertidos à igreja. Havia pessoas se convertendo, mas os frutos sempre ficavam, na maior parte, para outras igrejas. Restava-nos o consolo de vermos o reino de Deus crescendo e de vermos que os frutos eram verdadeiros na sua maioria. Pelo menos a mensagem de evangelização era autêntica e permitia que Deus atuasse nos corações.


Mas ficava sempre aquela sensação de que faltava alguma coisa. Chegava mesmo a confessar essa frustração aos alunos dos Seminários em que lecionava. Um dia, lendo a Bíblia durante a preparação de um sermão, percebi uma coisa que mudou toda a situação e a vida da igreja: quem acrescenta à igreja os que hão de se salvar é o próprio Senhor Jesus Cristo. Até aí, tudo bem. Mas o que faz com que acrescente?
O texto que lia era claro (Atos 2: 42-47) em mostrar que a igreja de Jerusalém assumia um conjunto de atitudes naturais àquele que se faz discípulo de Cristo, que permitiam que o Senhor atuasse entre eles através do seu Espírito. Era uma igreja que tinha:
a) Perseverança na doutrina dos apóstolos;
b)Temor;
c) Desprendimento total do que era material em prol da vida futura, espiritual;
d) Adoração;
e) Alegria. Percebi, em um relance, que todos os métodos são inúteis se a igreja não tiver características que permitam o Senhor Jesus agir.
Comecei a trabalhar incessantemente para mostrar aos irmãos a necessidade de desenvolverem sentimentos e atitudes semelhantes aos crentes de Jerusalém. A igreja foi progredindo nesta direção e fomos deixando as "quinquilharias" pessoais pecaminosas e as organizacionais que nos impediam de nos dedicarmos a uma vida cristão semelhante à daqueles irmãos.
Por fim fomos conseguindo. A igreja foi se tornando leve, alegre, sem necessidade de programações espetaculares para produzir alegria ou euforia, porque a alegria estava nos corações. A fraternidade foi aumentando, as barreiras pessoais caindo e a dedicação ao estudo da Bíblia e à oração se tornou um referencial na igreja. A igreja foi aumentando gradativamente e já começávamos a ver os resultados. Mas ainda havia algo entravando.
Em outra ocasião, preparando estudos para a EBD a respeito do Espírito Santo, li a respeito da conversão do centurião Cornélio e uma pequena frase me chamou a atenção: "Então, lhe pediram que permanecesse com eles por alguns dias." (Atos 10.48b). Percebi em um relance que aquelas pessoas da casa do centurião já estavam integradas à igreja de Cristo; já faziam parte do seu corpo. Já haviam crido em Jesus Cristo (tanto que receberam o Espírito Santo), já haviam sido batizadas e o que faltava? Absolutamente nada. Agora, integradas ao corpo, precisavam apenas crescer. Percebi que há uma diferença entre integração e crescimento e que nós, influenciados por um catecumenato que tem origem no catolicismo, estávamos querendo fazer as pessoas crescerem primeiro para depois se integrarem. Impossível de acontecer.
Fiquei a pensar: Mas o que faz com que invertamos os papéis? E a resposta estava ali, ainda, naquela pequena frase. Os papéis têm sido invertidos porque queremos que as pessoas se integrem a nós, aos nossos costumes e regras que fomos assimilando ao longo de uma vida cristã influenciada por idéias e ideais humanos. Quando, na realidade, nós é quem temos de nos integrarmos ao novo convertido, aceitando-o em nosso meio como está, vindo de onde vier, porque é uma nova criatura em Jesus Cristo.
Nos esforçamos juntos e rompemos as barreiras, assim como Pedro venceu as suas. Aquele convite dos gentios na casa de Cornélio, para que os novos irmãos ficassem com eles, fez eco em nossos corações e passamos a fazer companhia aos novos crentes, a andar com eles, a dar-lhes atenção, a nos sentirmos como seus irmãos em Cristo.
Hoje, para honra e glória do nosso Deus, para alegria da igreja, batizamos quase todos os que se convertem através do nosso trabalho. E quando não ficam em nossa igreja, sentimo-nos alegres, felizes, porque foram integrados ao corpo de Cristo através de uma igreja que aprendeu a ficar com os novos convertidos.


AUTOR DESCONHECIDO

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