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quarta-feira, 2 de março de 2016

REFLEXÃO 289 - A LASCÍVIA: O POÇO DE PECADO

A Lascívia: O Poço de Pecado


Dela, pouco se fala. Ao lermos o texto, passa despercebida. Talvez achemos difícil pronunciá-la. Deve ser realmente terrível, perversa, corrupta. Mesmo ao pronunciá-la, sentimos que precisamos do famoso sabão na boca para limpá-la. Na verdade, é o poço do pecado.

Se você se sente assim com respeito a essa palavra, então fico contente. É pelo menos um indício de que a sua vida não está sendo corrompida pela lascívia. Isso porque a lascívia opõe-se diretamente à vergonha do pecado. É o pecado que se esqueceu de como "ficar vermelho". É um procedimento desavergonhado ­ sem limites, sem impedimentos, avançando apressadamente sem restrições. Se alguma vez você montou um cavalo em disparada, talvez você entenda o sentido disso. A todo vapor, fica extremamente difícil controlá-lo. Ele corre, avançando para onde quer.

Paulo nos passa essa acepção da palavra quando escreve: "Os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução" (Efésios 4:19). São aqueles que perderam a capacidade de "sentir" o grau da gravidade de seu pecado. O pecado deles não os incomoda mais, e pouco lhes importa quem tome conhecimento. A Versão Revista e Atualizada usa a palavra "insensíveis". Examinando o contexto desse texto, podemos observar expressões como: a vaidade dos pensamentos, obscurecidos de entendimento, ignorância, dureza de coração. Claramente, a pessoa não está pensando com clareza. O discernimento entre o certo e o errado ficou escurecido e o pensamento enganoso tomou o comando. Isso no fim resultará na incapacidade de enxergar o erro. Parecerá que está bem, e aceitável ­ "todo o mundo faz".


A palavra carrega a noção de "licença". Ela transmite a idéia de que uma pessoa dissoluta é alguém que crê ter o direito de fazer o que faz. Em Gálatas 5, Paulo levanta a questão da liberdade. "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou" (5:1). Mas ele adverte: "Não useis da liberdade para dar ocasião à car-ne" (5:13). Liberdade não é libertinagem. Liberdade implica policiar-nos ­ restrin-gindo-nos, controlando-nos. Não há lugar para cavalos em disparada aqui.

Propositadamente evitei de fazer qualquer aplicação. Agi assim porque quis pintar um quadro o mais abrangente possível do significado dessa palavra. Claro está que sua aplicação encontra-se sobretudo no âmbito dos pecados sexuais ou sensuais. É conhecida pelos seus companheiros: orgias, bebedices, promiscuidade sexual (Romanos 13:13); impurezas, fornicação (2 Coríntios 12:21); concupiscências (1 Pedro 4:3). Mas não posso deixar de ressaltar que esses textos, assim como Gálatas 5, mostram pecados como contendas, ciúmes, iras, dissensões, facções, maledicências, difamações, arrogâncias, idolatrias.


Enfim, estou dizendo que a dissolução é a base de muitos pecados. A dissolução, embora seja um pecado específico, deve ser vista como uma postura que temos para com os nossos pecados ­ sexuais ou de outra ordem. Pode ser designada como uma postura "não-me-importa/não-quero-nem-saber". O coração ciumento e a língua difamadora não encontram raízes na cegueira ilimitada no que diz respeito à culpa verdadeira desses pecados? "Se eu fizer, não é fofoca." O que semeia contenda e dissensão não tem a vaidade de pensamentos em que encontram apoio para agir como agem? Não se envergonham desse procedimento desavergonhado. São arrogantes e voluntariosos por causa da dureza de seu entendimento. "O meu caso é justo." O que fomenta a falsa religião nem pensa em redecorar a casa de Deus. O cavalo segue solto, galopando!

É impressionante que, na tentativa de se livrarem da culpa e da vergonha, tornam-se escravos da pior espécie. Enganados e seduzidos pelos seus desejos, são como escravos do barco amarrados aos remos de seus desejos ­ remando em direção às suas concupiscências. Pedro fala dos falsos mestres que "proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens . . . prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor" (2 Pedro 2:18-19).

Que devemos fazer? Seria de grande ajuda fazermos um estudo cuidadoso e refletido de 2 Pedro 2. Esse texto trata desse pecado mais que qualquer outro capítulo da Bíblia. Também precisamos ouvir a Pedro em , quando diz que o mundo "estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão". Nossas vidas devem ser diferentes. Paulo afirma: "Já é hora de vos despertardes do sono . . . deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz . . . Andemos dignamente . . . e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências" (Romanos 13:11-14). Evitar esse pecado não acontecerá por acaso. Requer consciência, esforço concentrado de nossa parte. E, se nos encontrarmos envolvidos nele, devemos saber que podemos ser perdoados. Arrependa-se! (2 Coríntios 12:21)



 AUTOR DESCONHECIDO

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