A
LIBERDADE HUMANA
"Deus dotou a
vontade do homem de tal liberdade, que ele nem é forçado para o bem ou para o
mal, nem a isso é determinado por qualquer necessidade absoluta da sua
natureza" Confissão
de Fé de Westminster, Capítulo IX, seção 1
Quando
estudamos a doutrina do Homem, torna-se inevitável enfrentarmos a questão da
liberdade. Os teólogos reformados, os chamados calvinistas, têm sido criticados
como alguém que não crê que o homem seja livre. Isto não é verdade, e os
membros da IPO que têm acompanhados os últimos estudos, já perceberam isso. Nós
cremos que o homem tem liberdade sim, mas a questão que precisamos definir
muito bem é: O que é ser livre? O que entendemos por liberdade?
Muita
confusão já tem sido criada em torno do termo "livre", e isto porque
ele pode ser visto em vários sentidos.
A maioria
dos nossos irmão na fé diz acreditar no "Livre Arbítrio" Contudo, a
maioria não tem a menor idéia do que isto significa.
A vontade,
faculdade que todo homem tem, tem sido exaltada como a fantástica capacidade
que a alma tem para discutir sobre coisas, fatos da vida.
Mas as
pessoas estão dizendo que o arbítrio (vontade) é livre, precisamos perguntar:
De que a vontade é livre? De que ela é capaz?
Para provar
que arbítrio (vontade) não é livre lanço mão de 2 proposições:
- O Mito da Liberdade
Circunstancial:
A vontade
pode ser livre para planejar, mas não para executar. Quando se diz que a
vontade é livre, obviamente não quer dizer que ela determina o curso da nossa
vida.
Não
escolhemos doença. pobreza ou dor; Não escolhemos nossa condição social, nossa
cor, ou nossa inteligência.
Ninguém pode
negar que o homem tem vontade, e que esta faculdade de escolher o que dizer,
fazer, pensar, etc. ... tem nos frustrado bastante. Pensando em nossa liberdade
circunstancial, podemos projetar um curso de ação, mas não podemos realizar o
intento. Em outras palavras, nossa vontade tem a capacidade de tomar uma
decisão, mas não o poder de realizar seu propósito. ( PV 16:9; Jr 10:23; Lc
12:18-21)
Sim. O homem
pode escolher e planejar o que tiver vontade. Mas a sua vontade não é livre
para realizar nada contrário à vontade de Deus.
- O Mito da Liberdade Ética:
Diz-se que a
vontade do homem é livre para decidir entre o bem e o mal. Mas é livre do que?
É livre para escolher o que?
A vontade do
homem é a sua capacidade de escolher entre alternativas. A sua vontade, de
fato, decide qual a sua ação entre um certo número de opções.
Nenhum homem
é compelido a agir contrário à sua vontade, nem forçado a dizer aquilo que não quer.
Sua decisões não são formadas por uma força externa, mas por forças internas.
A vontade
toma decisões, e estas decisões tomadas não estão livres de influências. O
homem escolhe com base nos sentimentos, gostos, entendimentos, anseios, etc. Em
outras palavras, a vontade não é livre do homem mesmo. Suas escolhas são feitas
pelo seu próprio caráter. Sua vontade não é independente de sua natureza.
A vontade é
inclinada àquilo que você sente, ama, deseja e conhece. Você sempre escolhe com
base em sua disposição; de acordo com a condição do seu coração.
A Bíblia diz
que nossa vontade não é livre, ao contrário, ela é escrava do coração - ( Gn
6:5; Rm 3:12; Jr 13:23 ).
A capacidade
de escolha do coração do homem é livre para escolher qualquer coisa que o coração
ditar; assim, não existe qualquer possibilidade de um homem escolher agradar a
Deus sem que haja a prévia operação da Graça Divina. Note o texto bíblico: "Nós
O amamos porque Ele nos amou primeiro" I Jo 4:19
Se carne
fresca e salada de tomate fossem colocadas diante de uma leão faminto, ele
escolheria a carne. É a natureza que dita sua escolha ( Jr. 13:33 )
Por isto não
existe livre arbítrio. O arbítrio humano, assim como toda a natureza humana, é
inclinado só e continuamente para o mal. (Jr 13:23).
Não existe
livre arbítrio a menos que Deus mude o coração e crie um novo coração em
submissão e verdade, o homem não pode decidir por Jesus para Ter a vida a vida
eterna. ( Jo 3:7; Ez 11:19; 36:26; Atos 16:14 ).
A vontade
não é livre. Pelo contrário, ela é escrava, escrava do coração pervertido;
escrava da natureza ( Jr. 17:9; 12:2; Mc 7:6,21 ).
Foi a
vontade de escolher o fruto proibido que nos atirou na miséria. Só a vontade de
Deus tem realmente liberdade, e se quiser pode dar vida. (Jo 1:12-13)
A ORIGEM
DA VERDADEIRA LIBERDADE
(posse
non peccare)
Definição: Liberdade é a
capacidade de fazer o que é agradável a Deus.
Quando Adão
e Eva foram criados, tinham a capacidade de escolher como a verdadeira
liberdade. Nas palavras de Agostinho, nossos primeiros pais eram "capazes
de não pecar" (posse non peccare). Eles poderiam permanecer no
estado de tentação que a serpente lhes impôs.
Adão
tinha o Livre arbítrio, tinha a capacidade de fazer a escolha certa. Possuía a verdadeira
liberdade. Contudo, ainda não era a liberdade perfeita; era verdadeira,
porém não perfeita. Pois havia a possibilidade da queda.
Note as
palavras da Confissão de Fé de Westminster, Capítulo IX, seção 2
"O
homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer
aquilo que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte
que pudesse decair dessa liberdade e poder"
A
VERDADEIRA LIBERDADE É PERDIDA
(non
posse non peccare)
Quando nossos primeiros pais ( Adão e Eva )
caíram em pecado, perderam aquela Liberdade que o Criador lhes havia dado. Perdeu
não a capacidade de escolher, mas a verdadeira liberdade, ou seja, perdeu a
capacidade de escolher aquilo que agrada a Deus.
Novamente
fazemos menção do pensamento de Agostinho. Diz ele: podemos dizer que antes da
queda, o homem era "capaz de não pecar". Após a queda é "não
ser capaz de não pecar" (non posse non peccare)
As
Escrituras ensinam de maneira muito clara que a humanidade decaída perdeu a sua
verdadeira liberdade. (João 8:34; Romanos 6:6,17-20 )
A
VERDADEIRA LIBERDADE É RESTAURADA
(posse
non peccare)
No processo
de redenção, o homem decaído começa a restaurar sua liberdade perdida na queda.
Agostinho
chamou o estado do homem regenerado de "posse non peccare" -
posso não pecar, porque a redenção significa libertação da "escravidão
vontade".
Vamos dar um
olhada em algumas passagens das Escrituras que mostram que a liberdade para
fazer a vontade de Deus, é restaurada na regeneração, operada pelo Espírito
Santo em nós. (Jo 8:34-36; Gl 5:1,12,13; II Co 3:17-18; Rm 6:4-6; 14-18; 22 )
A verdadeira
liberdade não é licença para pecar ; não significa fazer o que bem quiser.
Segundo o apóstolo Pedro (I Pe 2:16), quem tem liberdade, usa-a para servir a
Deus.
O exercício
de nossa liberdade envolve nossa responsabilidade neste processo que chamamos
de santificação.
A
VERDADEIRA LIBERDADE APERFEIÇOADA
(non
posse peccare).
Em nosso processo de santificação, que é a
verdadeira liberdade no processo de redenção, ainda podemos pecar, mas no
estado glorificado, na vida por vir, nossa liberdade será aperfeiçoada. Então,
como disse Agostinho; estaremos no estado "não posso pecar" (non
posse peccare).
Quando
estivermos com nossos corpos glorificados, já não seremos mais impedidos em
obedecer a Deus com a perfeição que Ele deseja.
Cf. I Co
15:42-43 ; Ap 21:4
Esta
glorificação não será apenas na alma, mas também no físico. A Imago Dei, (
Imagem de Deus ) antes ofuscada por causa do pecado de Adão, chegará a sua
perfeição por ocasião da Segunda Vinda de Cristo, quando então, seremos ressuscitados
e habitaremos para sempre com o Senhor (cf. I Tes. 4:13-18).
o
estado final dos Santos Glorificados
Na nossa
glorificação, seremos restaurados novamente á perfeita imagem de Deus. Em nosso
estado glorificado, vamos poder refletir Deus em sua plenitude. Reporto-me ao
Dr. Van Groningen, que afirmou que Deus ao nos criar á sua imagem e semelhança
nos deu três mandatos que delineiam os deveres pactuais de Deus com o homem:
São eles: os mandatos Espiritual, o Social e o Cultural.
A
glorificação ( a imagem aperfeiçoada ) implica em que :
A. O
Homem passará a ter um relacionamento perfeito com Deus. ( Mandato espiritual )
De acordo
com as Escrituras, os remidos na glória vão poder desfrutar da comunhão plena
com Deus; vão Ter uma visão de Deus na face de Cristo ( ap. 22:4 ); vão
desfrutar da completa isenção do pecado; vão adorar plenamente o Deus
verdadeiro ( Ap. 19:6,7 ). Prestarão um genuíno serviço ao Rei das nações ( Ap.
22:3 ). Tudo isso tinha sido perdido na Queda.
B. O
homem passará a Ter um relacionamento perfeito com o próximo (Mandato Social)
No estado
glorificado, ou seja, com a Imagem de Deus aperfeiçoada, os santos não mais vão
se relacionar egoísticamente, não haverá ressentimentos, mentiras, odio ou
manipulações. Amor e comunhão é o que marcará definitivamente o relacionamento
entre todos os irmãos. As diferenças desaparecerão. Todos os membros desta
Família estarão agora e para todo o sempre na Casa do Pai.
C. O
homem passará a Ter um relacionamento perfeito com o cosmos. ( mandato Cultural
).
Paulo em
Romanos 8:21 nos diz que "a própria criação será redimida do cativeiro
da corrupção...". Não apenas o ser humano será redimido, mas também
toda a criação. Não apenas o homem espera por um novo começo, mas também a
criação o espera de forma expectante (Ef 8:19). A glória por vir também
receberá uma criação redimida da corrupção do tempo presente. Em Isaías, Deus
já prometeu criar novos céus e uma nova terra (vv. 22 e 23) para o seu povo se
regozijar.
Se
com a Queda, o homem perdeu o domínio sobre a criação, agora no estado de
glória, ele vai exercer o domínio, o governo sobre a natureza. Vai herdar a
terra. Não mais vai destruí-la como antes. Pelo contrário, o homem vai cumprir
o mandato e governar sobre toda a terra, ( G, 1:27,28 ) agora redimida do
cativeiro da corrupção.
AUTOR DESCONHECIDO
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