CENTRO APOLOGÉTICO
CRISTÃO DE PESQUISAS - CACP
Irrompe a luz na
Galiléia "O povo que estava em trevas viu grande luz..."
(Mt 4.16)
Ele se chamava Yeoshua. Seu pai, Yussef,
era carpinteiro. O nome de sua mãe era Miriam. Logo na infância, fora
morar em Nazaré, cidade isolada nas montanhas da Galiléia, próxima da
movimentada estrada que ligava Mesopotâmia ao Egito. Ali ele viveu e cresceu.
Um judeu entre os judeus. Aparentemente, um homem entre os outros homens. Em
Roma, reinava Tibério, na Galiléia, Herodes. Com seus dentes de ferro, Roma
continuava conquistando terras sem imaginar que ali estava uma força muito
superior à sua, uma força que conquistaria muito mais vidas do que as sete
colinas jamais sonharam. Um poder contra o qual o Império Romano empenharia
toda a sua força para destruir, para depois cair vencido de joelhos.
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Ali
estava um homem que, de forma estranha e espantosa, colocaria seu nome acima
de todo e qualquer nome. Um homem que se apoderaria das vidas, corações e
mentes, assim como Roma se apoderava de corpos. Um homem que era muito mais
do que um homem. Alguém de quem sempre falaram as profecias e os profetas -
Jesus de Nazaré, o Messias.
Ele
chegou. Talvez não como muitos esperavam. Mas chegou. E cada situação de sua
vida era o cumprimento das milenares palavras dos profetas. Multidões o
seguiam porque experimentavam o poder de seus atos e a verdade de suas
palavras. Foram apenas três anos e meio, preenchidos com curas, libertações e
ensinos de sabedoria. No final, foi tratado como um criminoso, levado a
julgamento e, como o mais hediondo dos homens, colocado na cruz.
Sua
morte, no entanto, não seria o fim. Antes, o início de uma nova era. Ele
ressuscitou e dois mil anos de História são uma prova extremamente sólida de
que veio ao mundo não por coincidência ou acaso. Ao contrário. Veio ao mundo
para, conforme suas próprias palavras, “cumprir o que estava escrito”.
Agora, os
homens passariam a contar os tempos assim: antes e depois dele. Tornou-se o
marco divisor da História e também das almas e da humanidade. Sua vida, suas
palavras e seus feitos não puderam, de forma nenhuma, ser ignorados. A
História encontrou seu centro, sua razão, seu núcleo, encontrou um eixo sobre
o qual girar. Seu nome é Jesus. |
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judeus
quanto não-judeus, possibilitou ao Espírito Santo fazer de suas cartas uma
boa nova para toda a humanidade. “... a palavra da verdade do evangelho, que
já chegou até vós, como também está em todo o mundo e já vai frutificando...”
(Cl 1.5,6).
Próximo
ao ano 90 d.C. morria João, o último dos doze apóstolos. Mas o alicerce
estava lançado. Roma, o mundo e a História jamais seriam os mesmos. A pequena
semente de mostarda começava a brotar e a crescer para dar alívio e cura a um
mundo mergulhado na idolatria, na violência, no homossexualismo, no
infanticídio, na vazia especulação filosófica, no ocultismo. “Enquanto o
grande corpo (do Império Romano) foi invadido pela violência aberta, ou
solapado pela lenta decadência, uma religião humilde e pura gentilmente
insinuou-se para dentro da mente dos homens, cresceu em silêncio e
obscuridade, recebeu novo vigor da oposição e, finalmente, erigiu a
triunfante bandeira da cruz sobre as ruínas do Capitólio”.
O sangue dos cristãos também é semente
“Lembrai-vos
da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se
eles me perseguiram, também vos perseguirão. Se guardaram a minha palavra,
também guardarão a vossa” (Jo 15.20).
Não
tardaria e esse grupo de pessoas entraria em conflito cada vez maior com o
sistema existente. Sua vida pura, sua fé incomum e seu zelo perturbaram o
paganismo. Acusações de todos os tipos eram lançadas sobre os cristãos.
Quando em 68 d.C. Roma foi incendiada, provavelmente pelo próprio Imperador
Nero (que para desviar a culpa de si lançou-a sobre os cristãos), iniciou-se
uma onda de perseguição e morte sobre a Igreja de Roma.
“Em
primeiro lugar, prenderam os que se confessavam cristãos, e depois, pelas
denúncias destes, uma multidão inumerável, os quais nem todos foram
convencidos de haverem tido parte no incêndio, mas de serem inimigos do
gênero humano. O suplício destes miseráveis foi ainda acompanhado de
insultos, porque ou eram cobertos com peles de animais ferozes para serem
devorados pelos cães ou crucificados ou queimados de noite para servirem de
archotes e tochas ao público. Nero ofereceu seus jardins para esse
espetáculo...”.
Isso
seria apenas o início de uma longa série de dez perseguições, em sua maioria
promovidas pelo Estado, no intuito de apagar a chama que se acendera no
Pentecoste. Domiciano, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio, Décio.
Todos eles tiveram, na destruição da Igreja Cristã, parte de sua política. Os
cristãos foram queimados, crucificados, decapitados, lançados às feras do
Coliseu. Mas como no Egito, “quanto mais os afligiam... tanto mais se
multiplicavam e se espalhavam” (Êx 1.12).
Perto do
ano 200 A.D., escreveu Tertuliano, grande apologista cristão de Cartago, ao
imperador: “Ainda que sejamos recentes, temos enchido todos os lugares de seu
domínio, cidades, ilhas, corporações, concílios, exércitos, tribos, o senado,
o Palácio, as cortes judiciais. Se os cristãos desejassem vingança, seu
número seria abundante, pois eles têm seu partido, não nesta ou naquela
província somente, mas em todos os cantos do mundo”. Como vemos, a oposição
cerrada solidificou a Igreja. |
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Tropeços de Balaão
“Engordando-se
Jesurum, deu coices...” (Dt 32.15)
O ano de
313 A.D. representou para a Igreja triunfo e queda. Triunfo pela cessação da
perseguição. Queda porque o preço foi uma aliança com o Estado, cujas
conseqüências são sentidas até hoje. O imperador Constantino, após a vitória
sobre seu adversário na Batalha da Ponte Mílvio, adotou o cristianismo como
religião. Segundo ele, viu antes da batalha um símbolo (chamado de lábaro) e
ouviu uma voz, que dizia: “com este símbolo vencerás”. Incorporou este
símbolo ao seu exército e venceu a batalha. |
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Inverteu-se
então a política romana. O cristianismo foi pouco a pouco se aliando ao
Império até tornar-se religião oficial. Constantino até hoje é considerado
uma figura ambígua e a sinceridade de sua conversão é constantemente
questionada. Ele interferiu muitas vezes em questões eclesiásticas e fundou a
cidade de Constantinopla, onde antes era Bizâncio. Queria criar uma nova
Roma. O resultado foi que, no futuro, a existência dessa cidade como outra
sede do Império dividiu esse mesmo Império em dois: o do Oriente (capital
Constantinopla) e o do Ocidente (capital Roma). Esta divisão influenciou um cisma
futuro que gerou as Igrejas Católica Apostólica Romana e Ortodoxa Grega.
A
partir de Constantino, aquela humilde religião (o cristianismo) ganhou todo o
aparato ritualístico e cerimonial do paganismo. Ganhou também um grande
número de adeptos que não tiveram uma experiência de conversão e levaram para
dentro do cristianismo crenças e práticas pagãs, agora disfarçadas com
maquilagem cristã. Esse momento histórico que, de certo modo, salvou a Igreja
da aniquilação, também a lançou em um processo de paganização até hoje
presente em grandes segmentos do chamado cristianismo. A Igreja que tão bem
soubera resistir à perseguição sucumbira diante das glórias humanas.
Quando a luz escurece
“Se
a luz que em ti há forem trevas, quão escuras serão essas trevas” (Mt 6.23).
O
catolicismo medieval tornou-se um misto de superstição, ambição política,
especulação vazia, imoralidade chocante e prepotência absurda. O papado, as
cruzadas, as relíquias, a inquisição, a venda de indulgências e as práticas
religiosas, de um modo geral, são apenas algumas referências históricas de
como uma instituição divina pode se corromper a tal ponto quando deixa de ser
guiada pelo padrão infalível das Sagradas Escrituras.
Com
exceção de alguns grupos, como os paulicianos, os valdenses, os lolardos, os
hussitas e outras manifestações menos significativas dentro desse período, a
situação como um todo estava bem longe do cristianismo apostólico. As poucas
luzes que escassamente brilhavam aqui e acolá eram constantemente ameaçadas e
sufocadas pelo despotismo papal. Embora a Igreja verdadeira jamais deixasse
de existir e cristãos sinceros houvesse em todos os séculos, uma Reforma
interna era a única coisa que poderia salvar da morte a genuína fé em Cristo.
Estamos nos referindo à Reforma Protestante que muitas vezes fora proposta e
muitas vezes fora rejeitada.
Mas,
graças a Deus, a tocha tornaria a arder!
FONTE: Defesa da Fé
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CENTRO
APOLOGÉTICO CRISTÃO DE PESQUISAS
Pr. João Flávio & Presb. Paulo Cristiano
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