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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

FAMÍLIA 24 - A MISSÃO DOS PAIS

A MISSÃO DOS PAIS

O Antigo Testamento, não contém muitos ensinos sobre a missão dos pais, com exceção de alguns textos como em Deteuronômio 6:1-7; 4:9; 11:18-19 em que os pais são exortados a permanecerem na obediência à lei do Senhor transmitindo estes ensinos a seus filhos.
No Novo Testamento, Paulo dá instruções definidas sobre o assunto. Embora contenha também instruções para os filhos, o ensino não é tão forte como aquele que é dirigido aos pais. Para os filhos a exortação é que sejam obedientes a seus pais.
No texto de Efésios 6:1-4 a relevância é: “porque isto é justo”. Vós filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
Em Col 3:20-21, a relevância é: “porque isto é agradável ao Senhor”.
Em Ef 6:1-4, os pais não devem provocar a ira aos filhos, mas deve criá-los na doutrina e admoestação do Senhor.
Em Col 3:20-21, os pais não devem irritar os filhos para que estes não percam o ânimo.
Um resumo de todas as instruções bíblicas a respeito da responsabilidade dos pais seria: “criem seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor e não os provoquem à ira, para que não fiquem desanimados".
Os pais precisam aprender a se controlar conhecendo a disciplina e ensino do Senhor.
Não é fácil ser marido e esposa. ser pai ou mãe é muito mais difícil. Marido e esposa diz respeito à própria pessoa, ser pai ou mãe afeta outras pessoas que são os filhos.
O marido ou a esposa tocam apenas na felicidade pessoal do seu companheiro, mas os pais influenciam a felicidade da geração seguinte.
O futuro dos filhos depende dos pais. Deus entregou corpo, alma, pensamentos, vida e futuro dos filhos nas mãos de seus pais. (Sal l27-3).
Os pais são as pessoas que mais influenciam o destino de outras pessoas que são os filhos.
Os pais podem encaminhar os filhos para o céu ou para o inferno. Os pais precisam aprender a ser bons pais, bons maridos e esposas.
O Senhor santificou-se a si mesmo por causa dos discípulos e por causa da igreja. (Heb 9:14; Ef. 5:25-27).
Igualmente os pais devem se santificar por amor a seus filhos. Isto quer dizer que embora tenham liberdade para fazer muitas coisas, por causa dos filhos não as farão. Existem palavras que os pais não terão mais a liberdade para pronunciar por causa dos filhos. Algumas atitudes devem ser abolidas ou omitidas aos filhos. Os pais precisam exercer o auto-contrôle, para que possam controlar seus filhos. 
Se os pais não conseguem se controlar, como controlarão seus filhos? Se os pais não conseguem se governar, como governarão seus filhos?
A pessoa que não tem filhos, só machuca a si mesmo com a sua falta de controle, contudo a que tem filhos destrói tanto a eles como a si mesmo.
Durante toda a vida os pais terão dois, quatro ou mais pares de olhos vigiando, e vigiando todas as suas atitudes. Mesmo depois de deixar este mundo, aqueles pares de olhos continuarão a lembrar-se do que viram.
Viva de acordo com um padrão elevado: A partir do nascimento do primeiro filho devemos estabelecer um padrão moral para nós mesmos. Padrões para governar nossa conduta no lar, nossas maneiras, nosso julgamento, nosso ideal e a nossa vida espiritual. Os padrões morais devem ser seguidos estritamente para que não venhamos arruinar os nossos filhos e o nosso lar. Muitos filhos são estragados pelos próprios pais, que não tem padrões morais, ideais, nem critérios espirituais.
Os filhos são a continuidade da família. Antes dos filhos podiamos trabalhar, ou brincar ao nosso bel prazer, porém depois que os filhos chegam ficamos limitados.
Devemos entregar a alma, a vida e o futuro de nossos filhos ao Senhor. Muitas atividades são desempenhadas em 2, 3 ou mais anos, mas a tarefa dos pais é para a vida inteira. Não há limite de tempo.  


DESENVOLVENDO UM SENTIMENTO DE MORDOMIA COM RELAÇÃO AOS FILHOS

O fracasso no trabalho ou no casamento, não pode ser comparado ao fracasso em ser pai. Porque quando a pessoa é adulta ela pode defender-se, mas a criança que lhe foi confiada não sabe se proteger.
O evangelho não poderá espalhar-se por toda a terra se perdermos nossos filhos e depois tentarmos recuperá-los do mundo.
Devemos pelo menos levar nossos filhos ao Senhor. Se não criarmos na disciplina e admoestação do Senhor estaremos equivocados.
É importante termos domínio próprio, renunciando a nossa própria liberdade e nos santificando por amor a nossos filhos, para podermos estar diante do Senhor dando conta das almas que nos foram confiadas como sua herança (Sal 127:3).
A razão do fracasso de muitas famílias cristãs, é que os pais esperam que os filhos sejam melhores do que eles são. Eles esperam que os filhos não amem o mundo e prossigam com o Senhor enquanto eles mesmos não testemunham. Tal esperança é vã.
É importante que os pais tenham o mesmo padrão dos filhos. Não podemos estabelecer um padrão para nossos filhos se nós mesmos não testemunharmos para eles. O padrão ético e moral que vivemos, deve ser o mesmo padrão ético e moral que devemos exigir de nossos filhos.
Nossos filhos aprenderão a amar o que nós amamos, e aprenderão a odiar o que nós odiamos. Vão estimar o que estimamos, e vão condenar o que nós condenamos. Por esta razão devemos ter somente um padrão moral para a vida no lar.
Nossos filhos estarão sempre nos vigiando. Eles podem não ouvir o que dizemos, mas sempre estão observando o que fazemos.

OS PAIS DEVEM PENSAR DO MESMO MODO

Para que a família seja sólida, os pais devem pensar do mesmo modo. Nem o pai nem a mãe, deve ter uma opinião especial. É difícil para os filhos, seguirem um padrão definido se os pais não concordam entre si. Se o pai diz sim e a mãe diz não (ou vice-versa), os filhos podem resolver pedir ao mais clemente dos dois, o que aumentará a distância entre o pai e a mãe.
Watchman Nee, conheceu um casal de cristãos. Cada um tinha as suas próprias idéias. E o resultado é que não eram bons como marido e esposa, nem como pais. Os filhos procuravam o pai ou a mãe, segundo sabiam quem aprovaria um tal pedido. Quando a mãe chegava em casa e perguntava quem havia feito determinada coisa, eles respondiam que já tinham pedido ao pai. As vezes acontecia ao contrário. Assim, os filhos deste casal faziam seu jogo no campo de batalha entre os pais, e agindo dessa forma desfrutavam de plena liberdade para fazer o que bem entendesse. Watchman Nee, alertou estes pais para este fato, dizendo que se não houvesse entrosamento e unidade de decisões entre eles, seus filhos se desviariam dos caminhos do Senhor. Tendo estes discordado totalmente do autor. Mais tarde, seus filhos se tornaram adultos; alguns entraram na faculdade, e outros foram estudar no exterior, mas nenhum deles seguiu ao Senhor.
É importante que os pais estejam de acordo quando surgir um problema com os filhos. Não importa a circunstância, devemos primeiro perguntar a nosso filho se ele já pediu ao outro cônjuge, e o que foi que ele disse. Seja o que for que nosso cônjuge tenha dito, deverá ser também a nossa resposta. O casal deve portanto manter a unidade nas decisões tomadas individualmente. Se houver necessidade de negociação deve ser feito em particular entre os pais.
Não devemos descarregar sobre os nossos filhos as nossas frustrações. As vezes nos comunicamos bem com todos os tipos de pessoas. Nossos amigos, parentes, colegas, nosso chefe, mas, temos problemas de comunicação com nossos filhos. Não devemos esquecer que eles são herança do Senhor. Devemos ser corteses com todas as pessoas e principalmente com nossos filhos e com o nosso cônjuge.
Deus, não anula todos os privilégios de nossos filhos. Não anula o respeito próprio do filho ou toda a sua liberdade. Ele, não erradicou a personalidade independente do nosso filho. Não temos a liberdade de bater, ou repreender como quisermos. Sempre vai haver um limite para a disciplina. Ser rude, ou descuidado com nossos filhos somente os tornarão pessoas mais indisciplinadas e rebeldes. Nós que somos seguidores de Cristo, devemos ter um sentimento de respeito pela alma de nossos filhos. 
Não devemos ficar irados ao disciplinar os nossos filhos. Devemos ter o equilíbrio suficiente para cria-los, disciplinando-os com amor, e na admoestação do Senhor.

Não devemos fazer promessas vãs

Não devemos prometer algo a nossos filhos que não possamos cumprir. Não devemos fazer promessas vazias. Se nosso filho nos pedir para comprar algo, devemos considerar cuidadosamente antes de prometer. Cada palavra pronunciada pelos pais deve ser segura.
Não devemos dar margem a que nossos filhos duvidem de nossas palavras. Eles devem crer que elas são dignas de confiança. Se os filhos descobrirem falsidade nas palavras dos pais, eles farão a mesma coisa quando crescerem. Vão julgar que podem tratar as coisas com negligência.
Muitos pais são excessivamente bondosos; eles prometem tudo o que os filhos pedem, mas só cumprem algumas das promessas. Palavras vazias só causam decepção aos filhos. Devemos dizer “sim” ao que podemos fazer, e “não” quanto ao que não podemos fazer. Quando não tivermos certeza devemos dizer “talvez”. Nossas palavras devem ser precisas, sim sim e não não (Mat. 5:37).

Devemos fazer com que nossas ordens sejam cumpridas

Sempre que pedirmos a nossos filhos que façam algo, devemos estar atentos para que o nosso pedido seja realizado; do contrário seria melhor que não pedissemos.
Devemos fazê-los crer que as nossas palavras representam a nossa vontade. Quando dizemos a nosso filho, que deve arrumar o seu quarto a cada manhã, estamos colocando a nossa autoridade à prova. Se ele falhar em fazer o que pedimos, devemos mandar que o faça na manhã seguinte e assim por diante, até que o faça.
Desta forma estamos convencendo nossos filhos de que não falamos ao acaso, mas que tudo o que pedimos para fazerem é importante.
Se os filhos descobrirem que não há relevância nos pedidos dos pais e que os nossos pedidos ou nossas orientações não são cobradas, eles não terão nenhuma preocupação de atenderem as nossas orientações.
Dessa forma, tudo o que pedirmos a nossos filhos, devemos exigir que eles cumpram para que aprendam a prestar contas de suas atitudes e de sua tarefas responsavelmente.

Corrijamos as nossas imprecisões

Se em determinado momento falarmos com exagero, devemos procurar uma oportunidade para corrigir nossa imprecisão diante de nossos filhos. Nossas palavras devem ser acuradas.
Devemos nos corrigir diante de nossos filhos, de modo que eles aprendam a sinceridade das palavras. Tudo na vida da família deve ser feito à luz do caráter cristão.
Devemos ser o exemplo dentro da família, para que nossos filhos conheçam o significado das palavras.
Nossas promessas devem ser mantidas, as nossas ordens devem ser reais, e as nossas palavras devem ser sinceras, para que nossos filhos possam assimilar o padrão ético e moral que queremos passar e que deve pautar as suas vidas no futuro.

Devemos ensinar nossos filhos a aceitarem a derrota e a aprenderem a humildade

Devemos admirar outras pessoas, mesmo quando formos derrotadas por elas. É muito fácil nos comportarmos bem na vitória, contudo não nos comportamos bem na derrota.
Poucas pessoas se mostram humildes na vitória, e muitas se mostram despreparadas para encarar os momentos de derrota.
Devemos aceitar a vitória com humildade, e devemos aceitar a derrota com bom ânimo. (Ef 4:2; Fil 2:3).

Devemos ensinar os nossos filhos a escolher

Devemos dar oportunidades a nossos filhos para fazerem escolhas. Não devemos decidir sempre por eles. Devemos permitir que escolham aquilo que gostam. Mostremo-lhe se sua escolha foi certa ou errada. Devemos ajuda-los a escolher corretamente.

Devemos ensinar nossos filhos a cuidarem das coisas

Devemos dar a nossos filhos a oportunidade de cuidarem das suas coisas, como tênis, meias, quartos etc. Devemos dar-lhes instruções, e depois pedir-lhes que façam sozinhos. Assim, eles aprenderão a cuidar de seus pertences desde cedo.
Muitos filhos nunca tiveram a oportunidade de começar certo suas vidas, porque seus pais os amavam tão cegamente, que os privou de aprender a fazer coisas simples e elementares de suas privacidades.
Os meninos e meninas devem aprender desde cedo a cumprirem suas obrigações no lar, para que mais tarde possam ser bons maridos e esposas.
Watchman Nee crê que se o Senhor for gracioso com a sua igreja a metade das pessoas acrescentadas a ela serão filhos de pais cristãos, a outra metade será salva do mundo. Uma igreja, não será suficientemente forte se a maioria vier do mundo, e não dos filhos de pais crentes.
Muitas vezes filhos que poderiam ter sido criados na disciplina, e instrução do Senhor precisam de cuidados pela igreja. Quando pais crentes falham na criação dos filhos, a igreja terá a incumbência de pregar-lhes o evangelho novamente para salva-los do mundo. Se os pais tivessem desempenhado bem a sua tarefa como cristãos, estes filhos seriam acrescentados sem criar problemas para a igreja.
 
Augusto Bello de Souza Filho

Bacharel em Teologia

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