A MISSÃO DOS PAIS
O Antigo
Testamento, não contém muitos ensinos sobre a missão dos pais, com exceção de
alguns textos como em Deteuronômio 6:1-7; 4:9; 11:18-19 em que os pais são
exortados a permanecerem na obediência à lei do Senhor transmitindo estes ensinos
a seus filhos.
No Novo
Testamento, Paulo dá instruções definidas sobre o assunto. Embora contenha
também instruções para os filhos, o ensino não é tão forte como aquele que é
dirigido aos pais. Para os filhos a exortação é que sejam obedientes a seus
pais.
No texto de
Efésios 6:1-4 a relevância é: “porque
isto é justo”. Vós filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque
isto é justo.
Em Col
3:20-21, a relevância é: “porque isto é
agradável ao Senhor”.
Em Ef 6:1-4,
os pais não devem provocar a ira aos filhos, mas deve criá-los na doutrina e
admoestação do Senhor.
Em Col
3:20-21, os pais não devem irritar os filhos para que estes não percam o ânimo.
Um resumo de
todas as instruções bíblicas a respeito da responsabilidade dos pais seria: “criem seus filhos na disciplina e
admoestação do Senhor e não os provoquem à ira, para que não fiquem desanimados".
Os pais
precisam aprender a se controlar conhecendo a disciplina e ensino do Senhor.
Não é fácil
ser marido e esposa. ser pai ou mãe é muito mais difícil. Marido e esposa diz
respeito à própria pessoa, ser pai ou mãe afeta outras pessoas que são os
filhos.
O marido ou a
esposa tocam apenas na felicidade pessoal do seu companheiro, mas os pais
influenciam a felicidade da geração seguinte.
O futuro dos
filhos depende dos pais. Deus entregou corpo, alma, pensamentos, vida e futuro
dos filhos nas mãos de seus pais. (Sal l27-3).
Os pais são
as pessoas que mais influenciam o destino de outras pessoas que são os filhos.
Os pais podem
encaminhar os filhos para o céu ou para o inferno. Os pais precisam aprender a
ser bons pais, bons maridos e esposas.
O Senhor
santificou-se a si mesmo por causa dos discípulos e por causa da igreja. (Heb
9:14; Ef. 5:25-27).
Igualmente os
pais devem se santificar por amor a seus filhos. Isto quer dizer que embora
tenham liberdade para fazer muitas coisas, por causa dos filhos não as farão.
Existem palavras que os pais não terão mais a liberdade para pronunciar por
causa dos filhos. Algumas atitudes devem ser abolidas ou omitidas aos filhos.
Os pais precisam exercer o auto-contrôle, para que possam controlar seus
filhos.
Se os pais
não conseguem se controlar, como controlarão seus filhos? Se os pais não
conseguem se governar, como governarão seus filhos?
A pessoa que
não tem filhos, só machuca a si mesmo com a sua falta de controle, contudo a
que tem filhos destrói tanto a eles como a si mesmo.
Durante toda
a vida os pais terão dois, quatro ou mais pares de olhos vigiando, e vigiando
todas as suas atitudes. Mesmo depois de deixar este mundo, aqueles pares de
olhos continuarão a lembrar-se do que viram.
Viva de acordo com um padrão elevado: A partir do nascimento do
primeiro filho devemos estabelecer um padrão moral para nós mesmos. Padrões
para governar nossa conduta no lar, nossas maneiras, nosso julgamento, nosso
ideal e a nossa vida espiritual. Os padrões morais devem ser seguidos
estritamente para que não venhamos arruinar os nossos filhos e o nosso lar.
Muitos filhos são estragados pelos próprios pais, que não tem padrões morais,
ideais, nem critérios espirituais.
Os filhos são
a continuidade da família. Antes dos filhos podiamos trabalhar, ou brincar ao
nosso bel prazer, porém depois que os filhos chegam ficamos limitados.
Devemos
entregar a alma, a vida e o futuro de nossos filhos ao Senhor. Muitas
atividades são desempenhadas em 2, 3 ou mais anos, mas a tarefa dos pais é para
a vida inteira. Não há limite de tempo.
DESENVOLVENDO UM SENTIMENTO DE MORDOMIA COM RELAÇÃO AOS FILHOS
O fracasso no
trabalho ou no casamento, não pode ser comparado ao fracasso em ser pai. Porque
quando a pessoa é adulta ela pode defender-se, mas a criança que lhe foi
confiada não sabe se proteger.
O evangelho
não poderá espalhar-se por toda a terra se perdermos nossos filhos e depois tentarmos
recuperá-los do mundo.
Devemos pelo
menos levar nossos filhos ao Senhor. Se não criarmos na disciplina e
admoestação do Senhor estaremos equivocados.
É importante
termos domínio próprio, renunciando a nossa própria liberdade e nos
santificando por amor a nossos filhos, para podermos estar diante do Senhor
dando conta das almas que nos foram confiadas como sua herança (Sal 127:3).
A razão do
fracasso de muitas famílias cristãs, é que os pais esperam que os filhos sejam
melhores do que eles são. Eles esperam que os filhos não amem o mundo e
prossigam com o Senhor enquanto eles mesmos não testemunham. Tal esperança é
vã.
É importante
que os pais tenham o mesmo padrão dos filhos. Não podemos estabelecer um padrão
para nossos filhos se nós mesmos não testemunharmos para eles. O padrão ético e
moral que vivemos, deve ser o mesmo padrão ético e moral que devemos exigir de
nossos filhos.
Nossos filhos
aprenderão a amar o que nós amamos, e aprenderão a odiar o que nós odiamos. Vão
estimar o que estimamos, e vão condenar o que nós condenamos. Por esta razão
devemos ter somente um padrão moral para a vida no lar.
Nossos filhos
estarão sempre nos vigiando. Eles podem não ouvir o que dizemos, mas sempre
estão observando o que fazemos.
OS PAIS DEVEM PENSAR DO MESMO MODO
Para que a
família seja sólida, os pais devem pensar do mesmo modo. Nem o pai nem a mãe,
deve ter uma opinião especial. É difícil para os filhos, seguirem um padrão
definido se os pais não concordam entre si. Se o pai diz sim e a mãe diz não
(ou vice-versa), os filhos podem resolver pedir ao mais clemente dos dois, o
que aumentará a distância entre o pai e a mãe.
Watchman Nee,
conheceu um casal de cristãos. Cada um tinha as suas próprias idéias. E o
resultado é que não eram bons como marido e esposa, nem como pais. Os filhos
procuravam o pai ou a mãe, segundo sabiam quem aprovaria um tal pedido. Quando
a mãe chegava em casa e perguntava quem havia feito determinada coisa, eles
respondiam que já tinham pedido ao pai. As vezes acontecia ao contrário. Assim,
os filhos deste casal faziam seu jogo no campo de batalha entre os pais, e
agindo dessa forma desfrutavam de plena liberdade para fazer o que bem
entendesse. Watchman Nee, alertou estes pais para este fato, dizendo que se não
houvesse entrosamento e unidade de decisões entre eles, seus filhos se
desviariam dos caminhos do Senhor. Tendo estes discordado totalmente do autor.
Mais tarde, seus filhos se tornaram adultos; alguns entraram na faculdade, e
outros foram estudar no exterior, mas nenhum deles seguiu ao Senhor.
É importante
que os pais estejam de acordo quando surgir um problema com os filhos. Não
importa a circunstância, devemos primeiro perguntar a nosso filho se ele já
pediu ao outro cônjuge, e o que foi que ele disse. Seja o que for que nosso
cônjuge tenha dito, deverá ser também a nossa resposta. O casal deve portanto
manter a unidade nas decisões tomadas individualmente. Se houver necessidade de
negociação deve ser feito em particular entre os pais.
Não devemos
descarregar sobre os nossos filhos as nossas frustrações. As vezes nos
comunicamos bem com todos os tipos de pessoas. Nossos amigos, parentes,
colegas, nosso chefe, mas, temos problemas de comunicação com nossos filhos.
Não devemos esquecer que eles são herança do Senhor. Devemos ser corteses com
todas as pessoas e principalmente com nossos filhos e com o nosso cônjuge.
Deus, não
anula todos os privilégios de nossos filhos. Não anula o respeito próprio do
filho ou toda a sua liberdade. Ele, não erradicou a personalidade independente
do nosso filho. Não temos a liberdade de bater, ou repreender como quisermos.
Sempre vai haver um limite para a disciplina. Ser rude, ou descuidado com
nossos filhos somente os tornarão pessoas mais indisciplinadas e rebeldes. Nós
que somos seguidores de Cristo, devemos ter um sentimento de respeito pela alma
de nossos filhos.
Não devemos
ficar irados ao disciplinar os nossos filhos. Devemos ter o equilíbrio
suficiente para cria-los, disciplinando-os com amor, e na admoestação do
Senhor.
Não devemos fazer promessas vãs
Não devemos
prometer algo a nossos filhos que não possamos cumprir. Não devemos fazer
promessas vazias. Se nosso filho nos pedir para comprar algo, devemos
considerar cuidadosamente antes de prometer. Cada palavra pronunciada pelos
pais deve ser segura.
Não devemos
dar margem a que nossos filhos duvidem de nossas palavras. Eles devem crer que
elas são dignas de confiança. Se os filhos descobrirem falsidade nas palavras
dos pais, eles farão a mesma coisa quando crescerem. Vão julgar que podem
tratar as coisas com negligência.
Muitos pais
são excessivamente bondosos; eles prometem tudo o que os filhos pedem, mas só
cumprem algumas das promessas. Palavras vazias só causam decepção aos filhos.
Devemos dizer “sim” ao que podemos fazer, e “não” quanto ao que não podemos
fazer. Quando não tivermos certeza devemos dizer “talvez”. Nossas palavras
devem ser precisas, sim sim e não não (Mat. 5:37).
Devemos fazer com que nossas ordens sejam cumpridas
Sempre que
pedirmos a nossos filhos que façam algo, devemos estar atentos para que o nosso
pedido seja realizado; do contrário seria melhor que não pedissemos.
Devemos
fazê-los crer que as nossas palavras representam a nossa vontade. Quando
dizemos a nosso filho, que deve arrumar o seu quarto a cada manhã, estamos
colocando a nossa autoridade à prova. Se ele falhar em fazer o que pedimos,
devemos mandar que o faça na manhã seguinte e assim por diante, até que o faça.
Desta forma
estamos convencendo nossos filhos de que não falamos ao acaso, mas que tudo o que
pedimos para fazerem é importante.
Se os filhos
descobrirem que não há relevância nos pedidos dos pais e que os nossos pedidos
ou nossas orientações não são cobradas, eles não terão nenhuma preocupação de
atenderem as nossas orientações.
Dessa forma, tudo
o que pedirmos a nossos filhos, devemos exigir que eles cumpram para que
aprendam a prestar contas de suas atitudes e de sua tarefas responsavelmente.
Corrijamos as nossas imprecisões
Se em
determinado momento falarmos com exagero, devemos procurar uma oportunidade
para corrigir nossa imprecisão diante de nossos filhos. Nossas palavras devem
ser acuradas.
Devemos nos
corrigir diante de nossos filhos, de modo que eles aprendam a sinceridade das
palavras. Tudo na vida da família deve ser feito à luz do caráter cristão.
Devemos ser o
exemplo dentro da família, para que nossos filhos conheçam o significado das
palavras.
Nossas
promessas devem ser mantidas, as nossas ordens devem ser reais, e as nossas
palavras devem ser sinceras, para que nossos filhos possam assimilar o padrão
ético e moral que queremos passar e que deve pautar as suas vidas no futuro.
Devemos ensinar nossos filhos a aceitarem a derrota e a aprenderem a
humildade
Devemos
admirar outras pessoas, mesmo quando formos derrotadas por elas. É muito fácil
nos comportarmos bem na vitória, contudo não nos comportamos bem na derrota.
Poucas
pessoas se mostram humildes na vitória, e muitas se mostram despreparadas para
encarar os momentos de derrota.
Devemos
aceitar a vitória com humildade, e devemos aceitar a derrota com bom ânimo. (Ef
4:2; Fil 2:3).
Devemos ensinar os nossos filhos a escolher
Devemos dar
oportunidades a nossos filhos para fazerem escolhas. Não devemos decidir sempre
por eles. Devemos permitir que escolham aquilo que gostam. Mostremo-lhe se sua
escolha foi certa ou errada. Devemos ajuda-los a escolher corretamente.
Devemos ensinar nossos filhos a cuidarem das coisas
Devemos dar a
nossos filhos a oportunidade de cuidarem das suas coisas, como tênis, meias,
quartos etc. Devemos dar-lhes instruções, e depois pedir-lhes que façam
sozinhos. Assim, eles aprenderão a cuidar de seus pertences desde cedo.
Muitos filhos
nunca tiveram a oportunidade de começar certo suas vidas, porque seus pais os
amavam tão cegamente, que os privou de aprender a fazer coisas simples e
elementares de suas privacidades.
Os meninos e
meninas devem aprender desde cedo a cumprirem suas obrigações no lar, para que
mais tarde possam ser bons maridos e esposas.
Watchman Nee
crê que se o Senhor for gracioso com a sua igreja a metade das pessoas
acrescentadas a ela serão filhos de pais cristãos, a outra metade será salva do
mundo. Uma igreja, não será suficientemente forte se a maioria vier do mundo, e
não dos filhos de pais crentes.
Muitas vezes
filhos que poderiam ter sido criados na disciplina, e instrução do Senhor
precisam de cuidados pela igreja. Quando pais crentes falham na criação dos
filhos, a igreja terá a incumbência de pregar-lhes o evangelho novamente para
salva-los do mundo. Se os pais tivessem desempenhado bem a sua tarefa como
cristãos, estes filhos seriam acrescentados sem criar problemas para a igreja.
Augusto Bello de Souza Filho
Bacharel em Teologia
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