A
MOCIDADE CRISTÃ
Uma Palavra aos Jovens
Na oportunidade em que fui convidado a dirigir um estudo
aos jovens da igreja, aceitei o desafio de bom grado. Passei então a
questionar-me sobre qual o assunto poderia trazer maior impacto àquelas vidas.
Imediatamente busquei na minha mente identificar fatos ou acontecimentos da
minha própria juventude e que pudessem servir de exemplo e de inspiração para
esta ocasião.
Lembrei-me primeiramente que a juventude é uma época de
poucas decisões e escolhas. É certo que o jovem vai se deparar com muitas delas
ao longo da juventude e depois em sua vida adulta, porém, refiro-me às decisões
que podem trazer resultados permanentes e duradouros. Questões tais como: que
curso profissionalizante estudarei? com quem devo namorar, noivar e casar? em
qual curso da faculdade devo pensar e dirigir esforços? Estas, dentre outras,
são as dúvidas e incertezas que mais incomodam os jovens. Se eles são cristãos
estarão buscando na vontade de Deus a resposta para as suas perguntas.
Vamos ver um exemplo de decisões permanentes que mudaram a
vida e a trajetória de um povo. Em Hebreus 11: 23-29 temos a narrativa sobre a
fé de Moisés.
Antes, lembremo-nos o que havia acontecido ao povo de
Israel àquela época. José, sendo hebreu, era governador do Egito. Esse status e
posição foram adquiridos pela graça de um Faraó para com José, na ocasião em
que ele interpretara sabiamente os sonhos que afligira o monarca. Ao perceber a
sabedoria divina sobre José, o Faraó coloca-o como segundo homem em seu reinado.
A fome, prevista por José, atinge também a terra de seus pais que são obrigados
a ir ao Egito em busca de alimento. José convida então seus familiares a
morarem com ele no Egito, recebendo consentimento da parte do rei. Com as
mortes de José e do rei, surge um novo Faraó que desconhecia o sábio governador
e seus feitos. Ao perceber que o povo hebreu crescia abundantemente, o Faraó
determina que os filhos dos hebreus fossem mortos e lançados no Rio Nilo, a fim
de não engrossar a população com maior força masculina, temendo que um dia os
hebreus se juntassem à outros povos e lutassem contra os próprios egípcios. Ao
mesmo tempo determina que os egípcios afligissem o s hebreus com maior carga de
trabalho, mantendo-os sob constante ocupação e vigilância. As parteiras
hebréias, temendo a Deus, e com penas das crianças, deixavam de cumprir a ordem
de eliminar os filhos homens dos hebreus e Faraó não se conformava.
Nasce então um filho do sexo masculino em uma família onde
tanto o pai, como a mãe eram Levitas, isto é, possuíam um passado e uma vida
dedicada ao sacerdócio. Ao se depararem com um menino recém-nascido certamente
aqueles pais foram possuídos por forte temor: cumprir ou não o mandamento do
rei? A Bíblia diz que pela fé, Moisés foi escondido por três meses, pois seus
pais perceberam que era um menino formoso.
Não mais podendo ocultar a criança, os pais lançam a
criança no Rio Nilo e acompanham o berço no leito do rio para ver que fim teria
o menino. Este é encontrado pela filha de Faraó, que se banhava nas águas do
rio naquele exato momento (coincidência ou providência?). A filha de Faraó
adota a criança e determina que fosse desmamado e criado por uma hebréia, que
viria a ser a própria mãe de Moisés.
Ao cumprir a sua etapa, a mãe de Moisés o devolve à filha
de Faraó, que passa a dar-lhe uma vida bem diferente daquela que ele vivia até
então. Os palácios, as boas roupas, comidas, fartura, riqueza e festas faziam
parte da vida de Moisés nessa nova fase.
Ao tornar-se grande (a Bíblia não diz que idade tinha),
Moisés vê o seu povo sendo afligido por pesado trabalho e pela injustiça dos
homens egípcios. Toma uma atitude de defender um hebreu, matando um egípcio.
Ocultou o cadáver e pensou que ninguém havia tomado conhecimento. No dia
seguinte ao deparar-se com dois hebreus em discussão, tentou apartar a
discórdia e recebe por resposta o conhecimento que o delito praticado no dia
anterior e que não era juiz nem mediador do povo de Israel.
Assustado, ao saber que Faraó também já sabia e queria
matá-lo, Moisés decide fugir. Dirige-se para a terra de Midiã e passa a morar
ali como um egípcio. Naquela terra Moisés procura esquecer o passado e
constitui família.
Porém o relógio do tempo de Deus não havia parado. Com a
morte de Faraó e o aumento de opressão ao povo, os israelitas clamavam ao
Senhor por libertação. O Senhor os ouve e se lembra da aliança tratada com
Abraão,Isaque e Jacó. Deus escolhe Moisés para aquela tarefa nada simples:
conduzir o povo oprimido em direção à uma nova vida e à liberdade.
Ao ter seu primeiro encontro com Deus e saber que fôra
escolhido para aquela missão, Moisés tenta recusar o convite de Deus, efetuando
as perguntas:
1.
Quem sou eu, para que vá a Faraó e tire do Egito os filhos
de Israel?
2.
Quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: o Deus
de vosso pais me enviou a vós; e me perguntarem: qual é o seu nome? que lhes
direi?" e afirmando: "Ah! Senhor! eu nunca fui eloquente, nem antes
ou depois que falaste ao teu servo. Sou pesado de boca e pesado de
língua", e mais: "Ah! Senhor! Envia aquele que hás de enviar.
Vendo que não pôde recusar o "convite", Moisés
parte para o Egito a fim de cumprir a missão.
Passemos a ver alguns aspectos e características de Moisés:
1.
A fé que dá discernimento. "A verdadeira fé dá
discernimento para se escolher aquilo que realmente vale na vida", Caio
Fabio. Moisés possuía aquela fé ao tomar a atitude de recusar ser reconhecido
como filho da filha de Faraó. Abandona o status, a posição social, o futuro de
riquezas e a segurança que teria como descendente. Os versos 24, 25 e 26 de
Hebreus 10 dizem que foi pela fé. Pela fé ele escolheu ser maltratado como
hebreu, vendo que o futuro de glória era certo.
2.
A verdadeira fé dá coragem para deixar o que realmente não
vale a pena na vida. Moisés deixou o Egito e sua riqueza, ignorou o poder do
rei que poderia matá-lo ou perdoá-lo. Entre a sua consciência de que o povo
hebreu era oprimido e a possibilidade de fazer parte integrante do grupo de
opressores, optou para deixar aquilo que não valia a pena. Pela fé abandona o
que não lhe parecia ser correto.
3.
A verdadeira fé dá confiança naquilo em que podemos
depositar a verdadeira segurança. Ao enfrentar a praga destruidora que viria
para ferir os primogênitos, Moisés celebrou a Páscoa e efetuou a aspersão do
sangue sobre os umbrais das portas, confiando que o Senhor havia de lhes prover
o livramento. O salmista diz que pela fé podemos andar pelo vale da sombra ou
da morte sem temer mal algum.
4.
A verdadeira fé abre caminho onde não há caminho. Ao
conduzir o povo de Israel pelo deserto em direção à terra prometida, Moisés
depara-se com o Mar Vermelho à sua frente e os egípcios à retaguarda, enquanto
que o povo murmurava, dizendo que não queria morrer no deserto quando o Egito
era "tão bom para eles", pois era "melhor servir aos egípcios do
que morrer no deserto". A palavra de Deus foi: "dize aos filhos de
Israel que marchem, e tu levanta a tua vara e estende a tua mão sobre o mar
divide-o para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco".
Aleluia! O povo atravessou o Mar Vermelho. A fé abriu caminho onde não havia
caminho.
Falamos sobre a fé de Moisés. Porém, o que vem a ser fé? A
própria Palavra de Deus responde: "Ora a fé é a certeza das coisas que se
esperam, e aprova das coisas que não se vêem" Hebreus 11:1. E também que
"é pela fé que nos aproximamos de Deus" Heb 11:6.
Se fé é isso, como é possível obtê-la ou adquiri-la? Em Rom
10:17 temos a resposta: "a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de
Deus". Aqui está a solução, ou melhor, o caminho para quem quer trilhar em
busca de mais fé: ir em direção à Palavra de Deus.
O andar do cristão também é pautado na fé. Aceitamos a
Cristo pela fé e prosseguimos na carreira cristã na esperança de naquele grande
dia recebermos a salvação e o galardão que nos está destinado. o Apóstolo Paulo
diz que "andamos por fé e não por vista" II Cor 5:7 e que a a vida
que agora vivemos, vivemos na carne, "vivendo-a na fé no Filho de
Deus" Gál 2:20.
Voltando ao início do estudo. Quão importante para os
jovens nos dias de hoje é possuirem essa fé que auxilia a tomar as decisões
baseadas na vontade e na Palavra de Deus. Fé para ter discernimento para
escolher o que vale a pena. Fé para ter coragem para deixar para trás o que
realmente não vale a pena. O Egito. Fé baseada em plena segurança, onde o mundo
não pode se basear, pois está baseada no próprio Deus. E fé para abrir caminho
onde não há caminho.
Qual a sua fé hoje?
AUTOR DESCONHECIDO
(não me responsabilizo pela posição e/ou leitura teológica do autor)
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