A natureza dos anjos
Introdução:
Antes da
criação do homem, Deus criou os anjos dando-lhes personalidade, inteligência e
responsabilidade moral. Porém, a despeito da similaridade moral e espiritual
com o homem, os anjos possuem algumas características peculiares. Ao estudarmos
a natureza dos anjos, poderemos entender suas atividades.
I - Objeções à
Doutrina Bíblica dos Santos
Em toda a
história da humanidade, a realidade dos anjos tem sido discutida, contestada
por uns e acreditada por outros. Por essa razão tem-se criado outras doutrinas
com o fim de negar a existência dos anjos, ou de admiti-la fantasiosa e
ficticiamente. Dentre essas falsas doutrinas, destacamos algumas:
1. A doutrina
dos saduceus. Eles não acreditavam na existência dos anjos nem na ressurreição
dos mortos (At 23.8). A essência da doutrina dos saduceus era materialista, por
isso, para eles, a doutrina dos anjos não passava de uma mera alegoria.
2. A doutrina
racionalista. Os racionalistas entendem que a crença na existência dos anjos é
absurda, pois acreditar que os anjos existem significa entrar na ficção e
abandonar a razão. Eles vêem na doutrina dos anjos uma forma de politeísmo
primitivo que com o tempo, foi tomando forma na vida dos hebreus. Ora, a
acusação de que a crença nos anjos seja uma forma de politeísmo primitivo se
choca frontalmente com o monoteísmo pregado pelo povo hebreu. Os anjos não são
deuses; são apenas seres espirituais criados por Deus para o servirem.
3. A doutrina
materialista. Essa doutrina nega tenazmente a existência do mundo espiritual, e
por conseguinte, os anjos. Acreditam apenas na matéria e nada que vá além da
matéria.
4. A doutrina
espírita. O espiritismo ensina que os anjos são as almas dos mortos que
alcançaram um grau máximo de perfeição. Essa doutrina nega a existência
distinta dos anjos como criaturas de Deus, bem como a existência dos demônios,
os quais, segundo ensinam, são almas desencarnadas dos maus.
II - Quem são
os Anjos
No ponto
anterior, tivemos uma idéia superficial das doutrinas falsas acerca dos anjos e
quanto à origem, existência e realidade destes. A partir desse ponto,
estudaremos o assunto do ponto de vista da Bíblia.
1. Os anjos
são criaturas. No princípio de todas as coisas, antes da criação do mundo
físico, Deus criou os anjos. A expressão "exército do céu",
dependendo do contexto, pode ter duas interpretações. Em Gênesis 2.1, Salmos
33.6 e Neemias 9.6, refere-se aos anjos. É impossível fixar o tempo em que
foram criados os anjos, mas a resposta de Deus a Jó declara que eles foram criados
antes de todas as outras coisas(Jó 38.4,7)
2. Os anjos
são seres espirituais. Os corpos espirituais não possuem limitações físicas,
por isso a "lei da gravidade" não exerce qualquer influência ou poder
sobre coisas espirituais. Pela falta de gravidade de seus corpos espirituais,
os anjos podem locomover-se de um lugar para outro com extrema rapidez. Por
serem superiores à matéria, os anjos podem tomar formas humanas para se fazerem
perceptíveis aos sentidos físicos do homem, se houver necessidade. Várias
aparições de anjos feitas a Abraão, Ló, Já có, Josué, Pedro e Paulo são
exemplos indiscutíveis da Bíblia(Gn 18.1-10; 28.10-22 etc) Ainda em nosso
tempo, os anjos aparecem aos servos de Deus na terra.
3. Os anjos
são seres poderosos. O salmista os descreveu como "valorosos em
poder" que executam as ordens de Deus e lhe obedecem (Sl 103.20) . Quando
os pais de Sansão levantaram um altar ao Senhor, um anjo desceu sobre as chamas
do altar sem sofrer qualquer dano(Jz 13.19,20). Um só anjo matou a 185 mil
soldados do exército assírio (Is 37.36). Um só anjo destruiu com fogo as
cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19). Um só anjo removeu a pedra do sepulcro
onde Jesus foi sepultado, quando se exigia vários homens para remover aquela
enorme pedra(Mt 28.2) Embora os anjos tenham poderes, eles são limitados(2 Sm
24.16) ; Ap 18.1,21; Gn 19.13).
4. Os anjos
são seres pessoais. Na experiência com os homens, os anjos falam, orientam,
ouvem e determinam. A Bíblia dá a entender que os anjos possuem uma
inteligência superior à dos homens, mas não igual ou superior à de Deus (2 Sm
14.20; 1 Pe 1.12) Dotados de sentimentos, anjos podem experimentar emoções
quando rendem culto a Deus (Sl 148.2) . Eles conhecem suas limitações e se
contentam com tudo o que fazem e podem fazer (Mt 24.36).
5. Os anjos
são seres imortais. Os homens podem morrer, mas os anjos são espíritos imortais
(Lc 20.34-36). Significa que eles não estão sujeitos à dissolução, ou
putrefação orgânica, visto que seus corpos são imateriais.A imortalidade deriva
da pura espiritualidade.
III - Características Distintas dos Anjos
O Senhor deu
aos anjos conhecimento, poder e mobilidade mais elevados do que aos homens. Por
esses elementos descobrimos algumas características especiais capazes de
fazer-nos compreender alguns aspectos da revelação bíblica e das relações
pessoais com os homens. Santidade. No Apocalipse , os anjos são identificados
como santos. Isto implica em que eles foram colocados em estados eterno de
santidade(Ap. 14.10). Outros textos das Escrituras os identificam como
"santos" (Mt 25.31; Mc 8.38; Lc 9.26; At 10.22) para os distinguir
dos anjos caídos Jo 8.44 e 1 Jo 3.8-10. Reverência. Uma das características
principais das atividades angelicais é o louvor e a adoração (Sl 29.1,2; 89.7;
103.30; 148.2). Jesus declarou que os anjos de Deus sempre estão na presença do
Pai e vêm a sua face (Mt 18.10). De modo geral, todos os anjos de Deus o louvam
e o adoram, mas há uma classe específica das hostes angelicais cuja função
principal é louvar e adorar a Deus; são os serafins. Essa classe de anjos
permanece ao redor do trono como servos do Todo-Poderoso, para executarem a sua
vontade (Is 6.3). Reverência é respeito e veneração marcado pelo temor. Esse
temor não é medo, mas significa reconhecimento do poder superior de Deus.
Serviço. O autor da Epístola aos Hebreus denomina os anjos de "espíritos
ministradores" (Hb 1.14), indicando que eles exercem serviços especiais
aos interesses do Reino de Deus.
a) Os anjos
executam a vontade de Deus. O próprio sentido da palavra "anjo" é
mensageiro. Portanto, é função precípua dos anjos servir aos interesses de
Deus, obedecendo-lhe em toda a sua soberana vontade. Mais uma vez o autor de
Hebreus indica essa função angelical de serviço quando diz: "Ainda quanto
aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos e a seus ministros labaredas
de fogo"(Hb 1.7). Os escritor sagrado os destaca como
"ministros" para identificar o serviço que prestam a Deus em favor
dos santos em Cristo.
Os anjos
cuidam e protegem os fiéis. Há um texto nos Salmos que declara que "o anjo
do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra"(Sl 34.7). Elias,
ameaçado de morte pela rainha Jesabel, mulher de Acabe, precisou fugir da
cidade para escapar com vida. Elias fugiu para o deserto e assentou-se debaixo
de uma pequena árvore chamada zimbro. Estava triste e decepcionado, por isso,
pediu a morte. Deitado debaixo daquele zimbro, veio um anjo da parte de Deus e
o tocou e lhe disse: "Levanta-te e come. E olhou, e eis que à cabeceira
estava um pão cozido sobre brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu e
tornou a deitar-se. E o anjo do Senhor tornou segunda vez, e tocou-o, e disse:
Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho"(1 Rs 19.5-7)
Os anjos
punem os inimigos de Deus. Os inimigos de Deus agem de muitas maneiras, mas
nada passa despercebido pelo Senhor. Houve um rei da Assíria, chamado
Senaqueribe, que desafiou ao Deus de Ezequias, rei de Judá. Imediatamente Deus
enviou um anjo poderoso o qual destruiu o exército assírio de 185 mil soldados.
Para preservar o seu povo e o seu nome, Deus puniu aqueles inimigos (2 Rs
19.35). No período dos juízos finais da história da humanidade, os anjos serão
os emissários de Deus para executarem o seu juízo contra aqueles que rejeitam a
Jesus como Salvador do mundo e se constituem em inimigos declarados do soberano
Senhor(Mt 13.50).
Autor Desconhecido
(Não nos responsabilizamos pelo conteúdo teológico deste material)
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