A
OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA GRAÇA COMUM (1 parte)
A graça comum pode
ser definida como a bondade de Deus desmerecida mas dada ao mundo como um todo.
Ele é chamada "comum" não por desprezo mas, contrariamente, para se
distinguir da graça "salvadora" ou da conhecida graça
"eficaz". Exemplos da graça comum incluiriam a provisão divina para
as necessidades físicas do homem (Mat. 5:45; Atos 14:17), a chamada do
evangelho (Marcos 16:15), a influência cristã (Mat. 5:13) e a longanimidade de
Deus (Rom. 9:21-22).
Mesmo que todas
essas bênçãos acima mencionadas sejam eternas, a graça comum efetua-se além
disso para incluir operações internas do Espírito de Deus. Algumas pessoas têm
pensado, baseando-se em suas razões no fato de a chamada eficaz ser estendida
apenas aos eleitos, que o Espírito Santo nunca opera nos outros. Essa é uma
conclusão falsa. A Bíblia menciona muitas operações do Espírito Santo nos
homens que nunca foram regenerados.
I. RESTRIÇÃO DA DEPRAVAÇÃO
O poder
corruptível do pecado é tão grande que só o poder restritivo do Espírito de
Deus proíbe o mundo de tornar-se uma fossa insuportável. O fato de o governo
civil, a família, a adoração pública e um grau de segurança estarem permitidos
deve ser atribuído à graça comum. A moralidade e a honestidade serem
encontrados entre os descrentes revela que Deus restringe o homem quanto a
prática de toda a sua depravação. Pense o que seria de nosso país se Deus
cessasse sua operação na preservação da verdade e da obediência pelo Seu povo.
Poderia este mundo que crucificou a Cristo permitir que um crente sobrevivesse,
se Deus não exercesse restrições (I Tim 2:1-2; Gên. 20:1-18)?
Este poder de
restrição de Deus é revelado pelo fato de Ele "endurecer" os corações
ou "entregar" os homens à iniquidade. Deus não é o autor do pecado
(Tiago 1:13) essa expressão deve significar que Deus retirou as restrições que
antes eram proibidas a estes indivíduos (Êxodo 10:1; Salmos 105:25; I Samuel
2:25; Romanos 1:24,26,28). A ação de tirar as restrições pode incluir a
permissão de eventos que revelam a natureza pecaminosa do homem, ou a remoção
da consciência e o medo da retribuição. As Escrituras também revelam que
Satanás e os seus demônios incentivarão o homem a pecar sempre que for
permitido por Deus (II Tessalonicenses 2:8-11; I Reis 22:15-23; I Samuel
16:14).
O poder restritivo
do Espírito é uma benção que não devemos esquecer de agradecer a Deus. Os
descrentes que se orgulham da sua moralidade e cultura exterior, pouco sabem
sobre as profundezas da depravação que está guardada em seus corações. É, de
fato, uma verdade gloriosa Deus restringir todo e qualquer pecado que não
contribui ultimamente para a Sua glória (Salmos 76:10).
A Bíblia ensina
claramente que os homens não regenerados são cegos espiritualmente (I Cor 1:18;
2:11-14; Efés 4:17,18). Seus olhos estão fechados à glória de Cristo e à
natureza da salvação. Contudo, isto não quer dizer que estes não têm nenhum
conhecimento moral. É pelo agrado de Deus, pela Sua obra na graça comum, que Ele
cede algum conhecimento aos não regenerados.
A.
Embora os homens
descrentes tenham ódio do conhecimento que provém de Deus, não podem apagar tal
conhecimento por completo das suas mentes (Rom 1:23,28). Em todas as nações os
homens admitem a existência de uma Divindade. O ateísmo nunca foi natural do
homem. Isso porque Deus se agrada em dar uma manifestação universal da Sua
existência (Rom 1:19-20).
B.
Uma outra
manifestação da graça comum é a concepção que os homens têm do bem e do mal. O
homem natural odeia a lei de Deus (Rom 8:7), mas ele nunca pode apagar os
preceitos da lei. Isto porque o Espírito Santo as escreve na sua consciência
(Rom 2:14-16). Esta referência prova que qualquer moralidade da parte do homem
não regenerado deve ser atribuída a Deus.
Devemos notar que
tanto os salvos quanto os descrentes têm a lei de Deus escrita em seus corações
(Rom 2:14,15; Heb 8:10). A diferença é vista devido os salvos terem maior
revelação espiritual da lei de Deus e estando capacitados para amá-lo (Rom
7:22). Os descrentes têm uma visão inferior da lei de Deus que produz culpa,
além de uma simples restrição ao invés de uma feliz obediência.
III. DONS
ESPECIAIS
Toda a boa dádiva
vem de Deus (Tiago 1:17). Foi o Espírito quem se apossou de Sansão (Juízes
14:6) e quem deu capacidade a Bezalel (Êxodo 31:2-5). Também não podemos
atribuir habilidades àqueles que beneficiam a sociedade de hoje como obra do
Espírito de Deus?
Além disso podemos
encontrar em algumas ocasiões dons espirituais sendo dados aos não regenerados.
Como era Balaão foi dado o dom de profecia e Judas teve o poder de operar
milagres (Mat. 10:1). Saul profetizou e recebeu poder para reinar e lutar com
coragem (I Samuel 10:9-11; 11:6). Em tudo devemos ver que há diferença entre
dons espirituais e graça salvadora, mas, mesmo assim estes dons são vistos como
bênçãos de Deus.
O Espírito Santo
não restringe a Sua atividade aos eleitos, mas é notório que Ele freqüentemente
ajuda-os e protege-os através da influência daqueles que estão ao seu redor.
Aprendemos que Deus controla os corações dos reis (Provérbios 21:1). Pode-se
pensar em Ciro, Artaxerxes e Nabucodonosor. Ciro, mesmo sendo um pagão, foi
chamado "o ungido de Deus" devido o propósito especial que Deus tinha
para abençoar os judeus (Isaías 45:1). Lembremo-nos como José e Daniel acharam
favor diante dos Seus carcereiros, e Jacó foi salvo da ira de Labão. Tudo isso
relembra-nos que Deus pode influenciar até mesmo os não regenerados para o bem
(Provérbios 16:7).
AUTOR DESCONHECIDO
(Não nos responsabilizamos pelo conteúdo teológico deste material)
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