A
Organização Angelical
INTRODUÇÃO
A organização angelical abrange
as várias categorias ou classes de anjos.À semelhança das organizações
políticas existentes no mundo, com graduações e poderes maiores e menores, as
cortes angelicais também possuem a sua hierarquia. Estudaremos o assunto de um
modo genérico, mas obedecendo a uma certa ordem.
I -
UMA HIERARQUIA ESPECIAL DE ANJOS
A Bíblia dá a entender que os
anjos de Deus (!) se acham organizados de forma hierárquica, isto é‚ numa forma
de graduação, de autoridade. Essa graduação ‚ destacada pelo tipo de atividade
que os anjos exercem em todo o Universo e na presença de Deus.
1.
Arcanjo. A palavra "arcanjo" representa a mais elevada posição
na hierarquia angelical. 0 prefixo "arc", do grego "arch",
sugere tratar-se de um chefe, um príncipe, um primeiro- ministro. Entre os
livros apócrifos, existe o livro de Enoque, que apresenta sete arcanjos, a
saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Mas o único
nome dessa lista que aparece nos livros canônicos da Bíblia que usamos é o do
arcanjo Miguel (Jd 9). Esse arcanjo se destaca biblicamente como uma espécie de
administrador e protetor dos interesses divinos em relação a Israel) (Jd 9; Dn
12.1). 0 arcanjo Miguel ‚ denominado " príncipe dos filhos de Israel
" porque é o guardião dessa nação. Na visão apocalíptica e escatológica
(futura) que João teve na Ilha de Patmos, o arcanjo Miguel surgirá como o
grande comandante dos exércitos celestiais contra as milícias satânicas,
representadas pelo dragão, símbolo de Satanás (Ap 12.7-12). Na vinda pessoal de
Jesus Cristo, na primeira fase de convocação dos remidos do Senhor, a escritura
não dá nome ao arcanjo, mas declara que a voz do arcanjo será ouvida pelos
mortos santos, os quais ressuscitarão e se levantarão de suas sepulturas para
ir ao encontro do Senhor nos ares (I Ts 4.16).
2.
Querubins. Essa classe de anjos criados por Deus se destaca pela ligação que
eles têm com o trono de Deus. A palavra querubim, no original hebraico
"querub" , tem o sentido de guardar, cobrir. Eles aparecem pela
primeira vez na Bíblia em Gn 3.24 no Jardim do Éden para guardar a entrada
oriental a fim de que o homem que havia pecado contra o seu Criador não tivesse
acesso ao caminho da árvore da vida. 0 que aprendemos acerca dos querubins ‚
que eles possuem uma posição elevada na corte celestial e estão diretamente
ligados ao trono de Deus (I Sm 4.4; II Rs 19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16). Em
Ezequiel 10, os querubins aparecem cheios de olhos e o trono de Deus está acima
deles. A ligação dos querubins com o trono de Deus nos ensina que eles guardam
o acesso á presença de Deus. Só nos é possível entrar no Santo dos Santos ou
" Lugar Santíssimo " com o sangue da aliança em nossas vidas (Hb
10.19-22).
3.
Serafins. O vocábulo serafim deriva do "saraph" e significa
ardente, refulgente ou brilhante, nobres ou afogueados. Esta classe de anjos
aparece uma só vez na Bíblia em Isaías 6.1-3. Nesta escritura, os serafins
estão intimamente ligados ao serviço de adoração e louvor ao Senhor. Nesse
serviço, eles promovem, proclamam e mantém a santidade de Deus. Na visão de
Isaías, os serafins são representados como tendo seis asas. As asas de cada
serafim tinham funções específicas. Com duas asas cobriam o rosto, numa atitude
de reverência perante o Senhor. Com as outras duas asas cobriam os pés, falando
de santidade no andar diante de Deus, e com as duas últimas asas, eles voavam.
Essa visão de seres alados não significa que todos os anjos, obrigatoriamente,
têm de Ter asas. As asas desses serafins tinham por objetivo mostrar ao profeta
a capacidade de movimento e locomoção dos anjos para realizarem a vontade de
Deus. É uma forma materializada que os seres espirituais usam para serem compreendidos,
porque, de fato, os anjos são incorpóreos.
II
- CLASSIFICAÇÃO GENÉRICA DOS ANJOS
Denominamos "classificação
genérica" porque entendemos que dentro da ordem apresentada em Romanos
8.38 e Colossenses 1.16, o apóstolo Paulo não quis dogmatizar a ordem angelical
segundo o seu entendimento. De fato, o seu interesse foi o de tornar mais clara
a compreensão sobre as várias classes angelicais. Outro fato importante é que
algumas das classes apresentadas como arcanjos, querubins e serafins se
confundem dentro dos títulos apresentados por Paulo. Os teólogos antigos
tentaram classificar os anjos reunindo todas as graduações. O teólogo Dioníso,
areopagita, apresentava três classes de anjos.
(1) Tronos , querubins e
serafins, como pertencentes a uma classe ligada diretamente ao trono de Deus.
(2) Poderes, domínios e
potestades e
(3) Principados, arcanjos e
anjos comuns.
Entretanto, essa classificação
não tem respaldo bíblico, dada a diversidade das várias ordens angelicais.
Apresentaremos uma
classificação segundo a ordem dos textos Cl 1.16 e Rm 8.38 , sem nos preocupar
com uma ordem definitiva, pois não é esse o objetivo dos nossos estudos
apresentados nessa Home Page.
1.
Tronos (Cl 1.16) Conforme está no
original grego, "thronoi" tem um sentido especial porque se refere a
uma classe de anjos que está diretamente ligada à majestade e soberania de
Deus. É possível que os "querubins" estejam diretamente ligados a
esse tipo de atividade real, pois alguns textos identificam os querubins como
os seres sobre os quais Deus está assentado e reinando ( I Sm. 4.4 ; II Rs
19.14 ; Sl 80.1 ; 99.1). É interessante fazer uma ligação tipológica dos
anjos-tronos com os "carros" nos quais Deus anda e ostenta sua glória
no Universo (Sl 68.17). Também encontramos essa mesma linguagem figurada acerca
dos anjos comparando-os e tipificando-os "aos carros da salvação" e
ainda destaca o Senhor "montado sobre cavalos" (Hc 3.8). Não há
nenhum tom negativo ou humilhante nessa tipologia sobre anjos como cavalos,
porque na mente antiga, os cavalos são símbolos de força e serviço. Quiséramos
ser os "tronos" de Deus! Entretanto, Deus ostenta sua glória através
de nós mediante a permanência do Espírito Santo em nosso ser.
2.
Domínios (Cl 1.16) . Em algumas versões,
o termo grego "kuriothes" ou "kuriotethoi" tem o sentido de
soberanias ou dominações (Ef 1.21). A classe especial de anjos dominadores tem
como função principal executar as ordens de Deus sobre as coisas criadas. Paulo
diz que esses anjos executam as ordens divinas sob autoridade de Cristo.
Subentende-se pelo contexto doutrinário do papel dos anjos, que essa classe
denominada "dominadores" age de forma executiva sobre o Universo e
sobre determinadas esferas espirituais.
3.
Principados (Cl 1.16). Mais uma vez aquelas
categorias especiais dos querubins e serafins se confundem com essas
classificações de tronos, domínios, principados e potestades. Por isso, é
difícil estabelecer uma ordem específica; porém, o que está revelado acerca
dessas classes de anjos nos é suficiente para entender a sua importância e o
seu ministério. A palavra "principados" no grego bíblico é
"archai", e refere-se a uma classe de anjos que têm poderes de
príncipes. Nos reinos terrestres, os principados regem sobre territórios
pertencentes ao reino. Podemos ver isto na história de Lúcifer, o qual havia
sido estabelecido como "querubim ungido para proteger" e estava no
monte santo antes de sua queda. Ao mesmo tempo, parece-nos que sua posição de
"querubim" é fortalecida e acrescida por outra posição de
"principado". Supõe-se que ele governava o planeta na posição de
"principado", e só perdeu essa posição quando se rebelou contra o
Criador e Senhor (Is 14.13 ; Ez 28.16 ; Ap 12.9). Devemos também considerar um
outro "príncipe" chamado Miguel , referido na Bíblia como "um
dos primeiros príncipes" de Deus (Dn 10.13).
4.
Potestades (Cl 1.16). Potestades
referem-se a anjos especiais que executam tarefas especiais da parte de Deus.
Não se trata de poderes angelicais isolados, mas são chamados de
"potestades" porque foram investidos de uma autoridade especial.
Vários exemplos se destacam na Bíblia das ações poderosas dessa classe de
anjos. Um destes anjos foi enviado por Deus para destruir a cidade de Jerusalém
e só parou sua destruição quando Deus lhe ordenou que guardasse a sua espada (I
Cr 21.15-27). O salmista Davi destaca anjos que são "magníficos em
poder" (Sl 103.20). Isto revela que esses anjos pertencem a uma classe de
seres poderosos, mas não onipotentes. A onipotência é atributo único do Deus
Trino, por isso, nenhuma criatura jamais teve nem terá poderes totais. A
magnitude do poder dessas potestades se limita ao nível da capacitação dada por
Deus para o cumprimento de suas obrigações.
AUTOR DESCONHECIDO
(Não nos responsabilizamos pelo conteúdo teológico deste material)
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