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terça-feira, 24 de outubro de 2017

REFLEXÃO 365 - A PACIÊNCIA DE DEUS


A paciência de Deus: um aspecto importante do seu amor

Sabemos que Deus é amor (1 João 4:8) e que o amor é paciente (1 Coríntios 13:4). Sem dúvida alguma, a paciência ou longanimidade é um aspecto importante do amor de Deus. É uma qualidade divina mencionada várias vezes no Antigo Testamento. Êxodo 34:6-7 descreve Deus nestes termos: "SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração!" Em Naum 1:3, encontramos este comentário sobre a paciência e a justiça de Deus: "O SENHOR é tardio em irar_se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés."
Passagens como essas esclarecem o sentido da paciência de Deus. Quando a Bíblia afirma que Deus é longânimo, está dizendo que ele demora em se irar. A longanimidade não sugere injustiça. Deus ainda exige o castigo merecido pelo pecado, mas nem sempre castiga na hora da transgressão. Vamos examinar esse assunto mais profundamente.

O que a Bíblia diz sobre a paciência de Deus?
Deus demorou em castigar o povo desobediente de Israel para manter a honra do seu próprio nome: "Por amor do meu nome, retardarei a minha ira e por causa da minha honra me conterei para contigo, para que te não venha a exterminar" (Isaías 48:9). Se Deus tivesse praticado a justiça na hora, a primeira vez que Israel pecou, ele nunca teria cumprido a promessa de oferecer salvação para todos nós através do descendente de Abraão (Gênesis 12:3). No Novo Testamento, Paulo usa a palavra longanimidade para descrever essa demora em castigar. Ele diz em Romanos 9:22-24: "Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?"A justiça aplicada sem longanimidade teria resultado na condenação de todos, até de nós! Deus temporariamente poupou um povo para salvar muitos outros.

O apóstolo Paulo serve como outro exemplo bom. Pela longanimidade de Deus ele deixou de ser perseguidor e passou a ser pregador das boas novas (1 Timóteo 1:16). Jesus usou a palavra "paciente" para descrever a atitude da pessoa que espera para receber o que lhe é devido (Mateus 18:26,29).

É fácil perder um aspecto importante da longanimidade do Senhor. Às vezes, pessoas acham que Deus simplesmente decidiu perdoar pecados, e que a dívida não foi paga. Mas as Escrituras deixam bem claro que não foi assim. Deus adiou a cobrança, mas jamais deixou de ser justo e exigente em relação à dívida do pecado. Um texto que ajuda a entender esse fato é Romanos 3:25-26: "...a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus." Esses versículos estão entre os mais ricos do Novo Testamento. Deus tolerava pecado durante algum tempo, sabendo que a justiça seria satisfeita pelo sacrifício de Jesus. Assim, ele é justo (exigindo o pagamento pelo pecado) e o justificador (oferecendo seu próprio Filho para pagar a dívida dos outros; compare Efésios 1:7).



Deus é longânimo quando ele dá tempo para o pecador se arrepender
Deus seria perfeitamente justo se ele castigasse o pecador na hora, mas ele escolhe ser paciente. A longanimidade de Deus é vista nos dias de Noé, dando tempo para os homens se arrependerem (1 Pedro 3:20). Na época de Neemias, o povo reconheceu que Deus tinha sido muito paciente com seus antepassados (Neemias 9:29-30). Podemos ver esta mesma longanimidade em nossas vidas. Se Deus castigasse cada pessoa no momento do seu primeiro pecado, o que teria acontecido conosco. Eu não estaria vivo para escrever este artigo, e quem estaria aqui na terra para lê-lo?



A longanimidade não adianta se não houver arrependimento
O propósito de Deus em mostrar a paciência é de nos conduzir ao arrependimento. "Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?" (Romanos 2:4).  No intervalo entre o pecado e a cobrança, precisa haver arrependimento. Se o pecador não aproveitar sua oportunidade para se converter, a paciência de Deus não tem valor nenhum. As pessoas que continuam no pecado, não se arrependendo enquanto há esperança, se conduzem à perdição. Salmo 7:12-13 diz: "Se o homem não se converter, afiará Deus a sua espada; já armou o arco, tem_no pronto; para ele preparou já instrumentos de morte, preparou suas setas inflamadas."

Devemos usar a oportunidade que Deus nos oferece
A paciência de Deus nos oferece a oportunidade de nos arrepender e  fazer a vontade dele. Não devemos deixar esta oportunidade escapar,   e jamais devemos achar que a longanimidade de Deus dá permissão para pecar mais. Jesus não voltou ainda por causa do desejo de Deus de que todos se arrependam (2 Pedro 3:9). "Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai_vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis, e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor..." (2 Pedro 3:14-15).

A paciência de Deus pede a volta do pecador. Isaías ensinou este princípio há 2.700 anos, quando falou ao povo de Judá: "Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai_o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta_se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte_se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar" (Isaías 55:6-7).  Deus está disposto a perdoar, mas ele não força ninguém a se arrepender.



A paciência de Deus tem limite
Embora muitas pessoas agem como se a paciência de Deus não tivesse limites, a Bíblia mostra que haverá um ponto final na longanimidade do Senhor. Deus colocou um ponto final nos dias de Noé: "...o SENHOR fechou a porta" (Gênesis 7:16). Na vida de cada pessoa, a morte marca o fim da oportunidade de se arrepender e receber o benefício da misericórdia de Deus. A pessoa que morre despreparada não terá outra chance (Lucas 12:20-21; 16:24). Hebreus 9:27 nos assegura que o julgamento vem depois da morte. Seremos julgados pelas coisas feitas no nosso único corpo (2 Coríntios 5:10). Doutrinas de purgatório e reencarnação, que oferecem uma outra oportunidade para se arrepender ou se aperfeiçoar após a morte são doutrinas falsas que contradizem as Escrituras. Quando Jesus voltar, todas as pessoas serão chamadas ao julgamento, para receber ou a vida ou a morte eterna (João 5:28-29).

Devemos ouvir a voz de Deus hoje
Cada vez que seu coração bate, você está chegando um pouco mais perto do fim da sua vida na terra. Ou a sua morte ou a volta de Cristo vai pôr um ponto final na sua oportunidade de se preparar para o julgamento. Deus tem sido muito longânimo conosco, mas a longanimidade dele não é eterna! Ou aceitamos o preço do resgate pago por Jesus, ou ficamos com uma eterna dívida que nunca será possível pagar. O livro de Hebreus, capítulos 3 e 4, cita o exemplo dos israelitas para ensinar uma lição importante aos servos de Cristo. Uma geração rebelde perdeu sua oportunidade e não entrou na terra prometida. Repetidamente, o autor nos convida a ouvir a voz de Deus hoje (3:7,15; 4:7). A longanimidade de Deus nos deu todos os minutos da nossa vida até o presente momento, mas não dá garantia de mais nenhum. Se deixarmos nossa oportunidade passar, pode ser tarde demais. No mesmo trecho onde Paulo nos relembra que todos seremos julgados por Cristo, ele diz: "E por isso que também nos esforçamos... para lhe sermos agradáveis" (2 Coríntios 5:9).


- por Dennis Allan


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