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terça-feira, 14 de novembro de 2017

ESTUDOS 159 - A PALAVRA DO SENHOR É A DIVINA VERDADE

A Palavra do Senhor é a Divina Verdade

Geralmente se diz que a Palavra é de Deus, que foi divinamente inspirada e que é santa. Mas sempre se ignorou até ao presente, onde reside nela o Divino; pois a Palavra, na letra, aparece como um escrito vulgar, de um estilo estranho, não sendo nem sublime nem brilhante, como o são em aparência os Escritos do século. Daí vem que o homem que adora a natureza em lugar de Deus ou de preferência a Deus, e pensa por si mesmo e por seu próprio, e não pelo céu procedente do Senhor, pode facilmente cair no erro a respeito da Palavra, ter desprezo por ela e dizer consigo mesmo quando a lê: O que é isto? O que é aquilo? Será que isto é Divino? Será que Deus, cuja sabedoria é infinita, pode falar assim? Onde está a santidade deste Livro e donde vem ela, senão de uma religiosidade e da persuasão que resulta dela?

Mas aquele que pensa assim não considera que JEHOVAH, o Senhor, que é o Deus do Céu e da Terra, pronunciou a Palavra por Moisés e pelos profetas; por conseguinte, ela só pode ser o Divino Vero, pois aquilo que o próprio JEHOVAH, o Senhor, pronuncia é este Vero; não considera tampouco que o Senhor Salvador, que é JEHOVAH mesmo, pronunciou a Palavra nos evangelistas, a maior parte pela Sua própria boca; e o resto pelo Espírito de Sua boca, que é o Espírito Santo, por intermédio de Seus doze apóstolos; por isso, Ele mesmo disse que nessas Palavras há Espírito e Vida, que Ele mesmo é a Luz que ilumina e é a Verdade; o que é evidente por estas passagens que seguem:
Jesus disse: "As palavras que Eu vos pronuncio são Espírito e são vida" (João 6:63);
Jesus disse à mulher que estava perto da fonte de Jacob: "Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é Aquele que te diz: Dá-me de beber, tu lhe terias pedido e Ele te teria dado uma água viva. Aquele que beber da água que Eu lhe der não terá sede durante a eternidade; mas a água que Eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna" (João 4:6,10,14).
A "fonte de Jacob" significa a Palavra, como também no Deuteronômio 33:28; é mesmo por isso que o Senhor, porque é a Palavra, sentou-se lá e falou com a mulher; e a "Água Viva" significa o Vero da Palavra:
Jesus disse: "Se alguém tem sede, que venha a Mim e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios correrão de seu ventre de Água Viva" (João 7:37,38);
Pedro disse a Jesus: "Tu tens as Palavras da Vida eterna" (João 6:68).
Jesus disse: "O Céu e a Terra passarão, mas as Minhas palavras não passarão" (Marcos 13:31).
Que "as palavras do Senhor" sejam a Verdade e a Vida, é porque Ele mesmo é a Verdade e a Vida, como ensina em João:
"Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (14:6).
E no mesmo:
"No começo era a Palavra; e a Palavra estava com Deus e Deus era a Palavra; n'Ela estava a Vida; e a Vida era a Luz dos homens" (1:1,2,4).
Pela "Palavra" é entendido o Senhor quanto ao Divino Vero, no qual Só está a Vida e está a Luz. É por isso, que a Palavra que vem do Senhor, e que é o Senhor, é chamada fonte de águas vivas (Jeremias 2:13, 17:13; 31:9); fonte da salvação (Isaías 12:2,3); fonte (Zacarias 13:1); e rio de água viva (Apocalipse 22:1); e que se diz "que o Cordeiro, que está no meio do trono, os apascentará e os conduzirá às fontes vivas das águas" (Apoc.7:17).
E além disso, em outras passagens em que a Palavra é também chamada santuário e tabernáculo, onde o Senhor habita com os homens.
Mas o homem natural não pode, entretanto, por essas passagens, ser persuadido de que a Palavra é o Divino Vero mesmo, encerrando a Sabedoria Divina e a Vida Divina; pois a considera pelo estilo, no qual não se vê nem esta sabedoria nem esta vida. Entretanto, o estilo da Palavra é o estilo Divino mesmo, com o qual qualquer outro estilo, por mais sublime e excelente que pareça, não pode ser posto em comparação. O estilo da Palavra é tal, que o Santo está em cada sentido e em cada palavra; e mesmo em certos lugares, nas próprias letras; é por isso, que a Palavra conjunta o homem com o Senhor e abre o Céu.
Há duas coisas que procedem do Senhor, o Divino Amor e a Divina Sabedoria, ou, o que dá no mesmo, o Divino Bem e o Divino Vero; a Palavra em sua essência é um e outro; e como conjunta o homem com o Senhor e abre o Céu, como foi dito acima, é por isso que a Palavra enche o homem com os Bens do Amor e com os Veros da Sabedoria; a sua vontade com os bens do Amor e o seu entendimento com os veros da Sabedoria; daí vem ao homem a vida pela Palavra. Mas é preciso que se saiba bem que a vida proveniente da Palavra está só naqueles que lêem a Palavra com o propósito de tirar dela os Divinos Veros, como de sua fonte; e ao mesmo tempo, com o propósito de aplicar à vida os Divinos Veros assim obtidos; e que o contrário acontece àqueles que lêem a Palavra somente com o propósito de adquirir honras e ganhar o mundo.
Todo homem que não sabe que há na Palavra um certo Sentido Espiritual como no corpo há a alma, não pode fazer um juízo da Palavra senão pelo Sentido da Letra, quando, entretanto, este Sentido é como uma caixinha que contém coisas preciosas, que são o Sentido Espiritual; quando, portanto, este Sentido Interno não é conhecido, não se pode julgar a Divina Santidade da Palavra senão como se julga uma pedra preciosa pela matriz que a envolve e, por vezes, se assemelha a uma pedra ordinária, ou como um castelo feito de jaspe, de lápis-lazúli, de amianto e de talco, ou de ágata, no qual estão colocados em ordem, diamantes, rubis, sardônias, topázios do Oriente, etc.; enquanto se ignora o que contém a caixinha, não é de admirar que ela não seja estimada senão conforme o preço da matéria que se apresenta à vista; acontece o mesmo com a Palavra quanto ao Sentido da Letra. Na Palavra há um Sentido Espiritual ignorado até o presente.


AUTOR DESCONHECIDO
(Não nos responsabilizamos pelo conteúdo teológico deste material)


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