A PÍLULA
DO HOMEM: UMA PERSPECTIVA PASTORAL
Em vias de
comercialização, o primeiro contraceptivo oral masculino do mundo chega ao
Brasil, e com ele, algumas indagações de cristãos sobre a legalidade Bíblica de
um homem crente usar a "pílula" para não ter filhos.
A questão
interessa a muitos cristãos. Muitos jovens casais têm evitado filhos nos dias
de hoje. As razões geralmente apresentadas são a explosão demográfica das
grandes cidades onde vivem, a depravação e corrupção cada vez maiores do
ambiente onde seus filhos haveriam de crescer, tal como o uso de drogas e a
delinqüência infantil e juvenil. Alega-se ainda a falta de segurança que sentem
em relação a filhos: saberei dar respostas? Será que serei capaz de viver uma
vida exemplar? E, por fim, o argumento mais forte, o alto custo financeiro hoje
de se criar filhos. Para os que pensam assim, filhos atrapalhariam os planos
financeiros de se ter uma vida financeira mais tranqüila.
Por outro
lado, há algumas boas razões para se enfrentar as dificuldades mencionadas
acima.
1) Filhos
são fonte de grande alegria, isto a Bíblia deixa muito claro, mas especifica
que especialmente os filhos que andam nos caminhos do Senhor (ler Pv 28.7;
29.3,17). Filhos que crescem sem disciplina vão para o mundo, desobedecendo a
Deus, e dão grande dor a seus pais (Pv 17.21,25; 28.7; 29-3,15).
"Grandemente se regozijará o pai do justo, e quem gerar um filho sábio
nele se alegrará" (Pv 23.24). Filhos sábios não crescem em árvores: são
fruto de toda uma vida de disciplina, instrução, companheirismo, amor, e
orientação nos caminhos de Deus. Mas o resultado vale a pena.
2) Filhos
são bênção do Senhor. Os Salmos 127 e 128 comemoram a felicidade do justo em
ter muitos filhos, como bênção de Deus. Muitos jovens casais cristãos, ao
contrário do ensino bíblico, vêem os filhos como sendo um tropeço, um estorvo
às suas carteiras profissionais, aos planos de divertir-se, conhecer o mundo...
quem pode fazer isto com filhos pendurados nas calças?
É possível
que estes cristãos mudem de idéia, quando já for muito tarde, quando estiverem
aposentados, doentes, velhos e sozinhos largados num asilo de idosos, sem
ninguém que venha visitá-los, conversar com eles, e alegrá-los.
3) Filhos
fazem parte da estratégia de Deus em transformar o mundo. Filhos criados em
famílias cristãs sólidas são via de regra os melhores crentes e, portanto, os
mais aptos a cumprir o que Jesus ensinou, que a corrupção da sociedade poderá
ser neutralizada por homens e mulheres santos (Mt 5.13-16), agindo como sal e
luz deste mundo. É em lares cristãos fortes que jovens, que serão o sal e a luz
deste mundo, são devidamente equipados. Deus deseja que o mundo ouça o
Evangelho (Mt 18.18-20). Nossos filhos podem ser os instrumentos necessários
para isso, como disse B. Ray: "O propósito de Deus em nos dar filhos é que
conquistemos o mundo para ele".
Na minha
opinião, à luz do ensino bíblico sobre o plano de Deus para a família e os
filhos, constitui-se uma transgressão do propósito divino o evitar filhos por
motivos egoístas quer seja com contraceptivos masculinos ou femininos. Gente
que não quer o trabalho de criar crianças e casam pelo sexo e companhia se
esquecem que tiveram um pai e uma mãe que pensaram diferente. O sexo e o
companheirismo trazidos pelo casamento não são a sua única finalidade. Criar
filhos é bem menos complicado e difícil do que se pensa, quando o casal o faz
na dependência de Deus.
Por outro
lado, creio que não vai contra o propósito de Deus o casal controlar o número
de filhos, e mesmo chegar a uma época em que decida evitá-los. Minha esposa e
eu temos quatro filhos. Na realidade queríamos ter cinco, mas por problemas de
saúde dela, tivemos de parar nos quatro. Creio que já demos nossa contribuição
para encher o mundo e dominá-lo! E não nos sentimos constrangidos em evitar que
ela engravide mais uma vez.
Assim, creio
que nada há contrário ao uso da pílula masculina por um cristão, desde que
pelos motivos corretos. Sobre o fato de ser "masculina", não, vejo
nada nas Escrituras que condenem a pílula por isto. A pílula masculina ainda
tem a vantagem sobre alguns contraceptivos femininos de evitar uma outra
questão ética relacionada com o controle da natalidade, que é a do uso de
métodos que são abortivos.
AUTOR DESCONHECIDO
(Não nos responsabilizamos pelo conteúdo teológico deste material)
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