SOB NOVA DIREÇÃO, MESMO DONO
(Alinhamento 2018)
Gálatas 2.20
Propósito:
Apresentar
o tema do ano. Viver sob nova direção, implica dizer que vivíamos numa direção
errada. Este reconhecimento nos leva a entregar a direção de nossas vidas que
estava sob nosso poder a Jesus Cristo. Viver debaixo do mesmo dono é reconhecer
que Deus sempre foi o dono de nossas vidas e de toda criação.
Fui
crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem
vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo
no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim. (Gálatas 2.20)
Contexto: Nessa carta, o
apóstolo Paulo mostra que estamos “livres da lei, mas não sem lei”. Por isso
ela foi chamada “a Magna Carta da liberdade espiritual”. Paulo defende em sua
carta a realidade da justificação única e exclusivamente pela graça. O apóstolo também afirma que a nova vida em
Cristo é uma vida de liberdade, mas que essa nova vida deve ser vivida sob o
fundamento do amor.
1Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto,
permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão. (Gálatas 5.1)
13Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem
a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; pelo contrário, sirvam uns aos
outros mediante o amor. (Gálatas 5.13)
14Toda a lei se resume num só mandamento: "Ame o seu
próximo como a si mesmo". (Gálatas 5.14)
Durante este ano
refletiremos sobre o tema SOB NOVA DIREÇÃO, MESMO DONO. Este tema será base
para nossas vidas como comunidade e também para nossas mensagens.
A escolha deste
verso (Gl 2.20) é porque ele apresenta para nós a realidade daquele que vive a
nova vida em Cristo.
(v.20) – Fui crucificado com Cristo
Algumas versões
põem as palavras “Fui crucificado com Cristo” no final do verso dezenove outras
no inicio do verso vinte.
O verbo “fui
crucificado” não se refere ao verbo “ir” para cruz, mas ao verbo “ser” na cruz.
A palavra no grego “sunestaÚrwai - sunestauromai” tem o sentido de estado em que me
encontro, por isso a tradução “estou crucificado” é melhor que a tradução
“fui”.
O texto se refere a algo que aconteceu, mas que continua vigente em minha vida
– permaneço crucificado. Se permaneço crucificado, e este é o meu estado, então
já não sou eu quem vive.
Permanecer
crucificado é admitir que morri com Cristo e que permaneço morto para viver a
vida ressurreta em Cristo. Portanto
já não estou mais sob a direção da minha vida.
(v.20) – Já não sou eu quem vive
A afirmação “já
não sou eu quem vive”, trás a ideia de que antes, Paulo era quem vivia. Isto significa dizer que Paulo tinha
a direção de sua vida. Ela era pautada sobre os valores determinados por ele. Sua
vida era conduzida por suas paixões, desejos e pela cosmovisão que ele tinha do
mundo. No caso de Paulo sua cosmovisão do mundo era pautada na Lei de
Moisés, como bom fariseu que era.
Hoje não somos diferentes, o pecado nos levou a nos
tornarmos prisioneiros de nossas paixões e vaidade. Vivemos correndo atrás de
nossos sonhos pessoais, sem considerar o projeto de Deus para nós. Cada ser
humano vive guiado por sua cosmovisão do mundo. No Éden tomamos a direção de nossas
vidas. A única maneira de devolvermos a direção de nossas vidas a Deus é morrendo
na cruz com Cristo e deixarmos que Ele viva por meio de nós. Esse é um ato
de fé. Experimentamos a vida de Cristo por meio da fé.
Paulo
experimentou a vida de Cristo, por isso disse “já não sou eu quem vive, mas
Cristo vive em mim”.
(v.20) – Mas Cristo vive em mim
Uma vez que devolvo a Cristo a direção de minha vida, Ele
vive através de mim. Isso significa dizer que já não vivo mais para meus
projetos pessoais, mas para os projetos do Reino de Deus. Significa dizer que
já não sou mais senhor de minha vida, mas Cristo é meu Senhor. Significa dizer que minha cosmovisão
do mundo já não é ditada pela cultura emergente deste mundo, mas pelas
afirmações da Palavra de Deus. Significa dizer que já não sou guiado pelos
valores e princípios ditados por nossa sociedade, mas guiado pelos valores e
princípios de Deus. Significa dizer que reconheci que Deus sempre foi, é, e
sempre será o verdadeiro dono da minha vida.
Nesta declaração Paulina são colocados dois aspectos sobre a
nova identidade do cristão:
·
A nova vida: Não se trata apenas de uma nova
vida moral, que consiste no cumprimento da vontade de Deus, mas de uma real
participação na vida plena e definitiva comunicada somente pelo Cristo
ressuscitado. Todo aquele que crê é unido a vida de Cristo.
·
A nova vida: Não se trata apenas deu uma substituição
do “eu” psicológico de Paulo por Cristo, mas Cristo se torna o novo centro de
dinamismo espiritual. Há uma mudança, da auto-exaltação da observância da lei,
para a auto-doação no serviço graças a presença do espírito de Cristo (Gl 3.2).
A lei deixa de ser relevante na vida de Paulo, e o amor se torna o fundamento
de suas ações.
Conclusão
A compreensão de
que “fui crucificado” é à admissão de que vivíamos uma vida dirigida por nós
mesmos. No Éden rompemos com Deus o dono de toda criação. Acreditamos que
poderíamos ser donos de nós mesmos, entretanto Deus nunca deixou de ser o dono de toda criação. Deus nunca
perdeu o controle da história.
Ao rompermos com
Deus descobrimos que não existe vida em nós mesmos. Não somo autossuficientes.
A morte nos destrói dia após dia.
“Fui crucificado” é a afirmação de que reconheço que
preciso de Deus, de que devolvo a Ele a direção da minha vida. Morro para mim
mesmo, abro mão da direção da minha vida, para que Jesus, o Filho de Deus, viva
em mim e Nele eu viva eternamente.
Palavras
finais para alinhamento
Durante este ano
seremos desafiados a entregarmos a direção da Igreja, de nossa vida, da nossa família,
do nosso trabalho, de nosso dinheiro e de nossa cultura (a compreensão de
mundo), nas mãos de Jesus.
Ao falarmos do
tema “sob nova direção” não estamos falando da troca de pastor, mas da entrega
de tudo que somos, temos e compreendemos a Jesus.
Ao enfatizarmos
o “mesmo dono” estamos lembrando que apesar de termos um dia tomado a direção
de nossas vidas das mãos de Deus, possivelmente também a direção da igreja, de
nossa família, de nosso trabalho, do nosso dinheiro e de nossa cultura, Deus
nunca deixou e ser o dono de tudo.
Ø
Apresentar os
temas de pregações 2018
1.
Igreja
Sem Fronteiras
2.
Família
Sob Pressão
3.
Minha
Vida
4.
Papo-Reto
5.
A
Vida na Igreja
6.
Cultura
7.
Cidadania
8.
Identidade
9.
Natal
Estes temas
serão permeados pelo tema do ano “sob nova direção, mesmo dono”.
Pretendemos
através do tema do ano não apenas alinhar as atividades da igreja, mas
alinharmos nossas vidas a vida de Deus e a ação de Deus na história.
Para vivermos os projetos de Deus e sermos participantes
de Sua ação na história humana precisamos abrir mão da direção de nossas vidas
e nos engajarmos no projeto de Deus, na visão de Deus, na missão que Deus nos
deixou.
Qual a visão de Deus? Constituir um povo
para si.
Sem uma visão não temos sentido de ser. Sem uma visão
nossos encontros dominicais não tem sentido. Por que nos reunimos aqui domingo
após domingo? Para cultuarmos a Deus e sermos preparados para a missão. Qual a
visão da nossa igreja? Para onde estamos indo? Onde estamos neste momento de nossa
história? Como sabermos onde estamos ou para onde vamos se não temos uma visão
clara do que estamos querendo realizar.
Nós temos que
formalizar e escrever nossa visão. Ela precisa estar ligada a visão de Deus.
Uma vez estabelecida nossa visão, aquilo que desejamos
ser ou alcançar, precisamos estabelecer como chegaremos lá, a isso chamamos de
Missão. Nossa missão é o que faremos para alcançar nossa visão. Nossa missão é a
resposta de como tornaremos nossa visão possível.
O desafio ao entregarmos
a direção de tudo a Jesus é compreendermos melhor sobre Deus e Sua vontade e
dessa forma descobrirmos qual nosso papel na história como testemunhas de Jesus
Cristo.
Nunca fomos
donos de nada. Deus nos colocou no jardim do Éden para sermos mordomos, não
donos. O mordomo trabalha para o seu senhor e a ele presta conta.
Que possamos um
dia como comunidade (PIB Itapevi) nos apresentarmos e sermos reconhecidos como
servos bom e fiel. Deus nos abençoe.
Pr. Cornélio
Póvoa de Oliveira
07/03/2018
Excelente conteúdo. Biblico, necessário, sempre atual, essência do evangelho verdadeiro!!! Deus abençoe!
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