Translate

quarta-feira, 2 de maio de 2018

SERMÕES 19 - SOB NOVA DIREÇÃO, MESMO DONO


SOB NOVA DIREÇÃO, MESMO DONO
(Alinhamento 2018)
Gálatas 2.20

Propósito: Apresentar o tema do ano. Viver sob nova direção, implica dizer que vivíamos numa direção errada. Este reconhecimento nos leva a entregar a direção de nossas vidas que estava sob nosso poder a Jesus Cristo. Viver debaixo do mesmo dono é reconhecer que Deus sempre foi o dono de nossas vidas e de toda criação.

Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim. (Gálatas 2.20)

Contexto: Nessa carta, o apóstolo Paulo mostra que estamos “livres da lei, mas não sem lei”. Por isso ela foi chamada “a Magna Carta da liberdade espiritual”. Paulo defende em sua carta a realidade da justificação única e exclusivamente pela graça.  O apóstolo também afirma que a nova vida em Cristo é uma vida de liberdade, mas que essa nova vida deve ser vivida sob o fundamento do amor.
1Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão. (Gálatas 5.1)

13Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; pelo contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor. (Gálatas 5.13)

14Toda a lei se resume num só mandamento: "Ame o seu próximo como a si mesmo". (Gálatas 5.14)

Durante este ano refletiremos sobre o tema SOB NOVA DIREÇÃO, MESMO DONO. Este tema será base para nossas vidas como comunidade e também para nossas mensagens.
A escolha deste verso (Gl 2.20) é porque ele apresenta para nós a realidade daquele que vive a nova vida em Cristo.


(v.20) – Fui crucificado com Cristo
Algumas versões põem as palavras “Fui crucificado com Cristo” no final do verso dezenove outras no inicio do verso vinte. 
O verbo “fui crucificado” não se refere ao verbo “ir” para cruz, mas ao verbo “ser” na cruz. A palavra no grego “sunestaÚrwai - sunestauromai” tem o sentido de estado em que me encontro, por isso a tradução “estou crucificado” é melhor que a tradução “fui”. O texto se refere a algo que aconteceu, mas que continua vigente em minha vida – permaneço crucificado. Se permaneço crucificado, e este é o meu estado, então já não sou eu quem vive.
Permanecer crucificado é admitir que morri com Cristo e que permaneço morto para viver a vida ressurreta em Cristo. Portanto já não estou mais sob a direção da minha vida.

(v.20) – Já não sou eu quem vive
A afirmação “já não sou eu quem vive”, trás a ideia de que antes, Paulo era quem vivia. Isto significa dizer que Paulo tinha a direção de sua vida. Ela era pautada sobre os valores determinados por ele. Sua vida era conduzida por suas paixões, desejos e pela cosmovisão que ele tinha do mundo. No caso de Paulo sua cosmovisão do mundo era pautada na Lei de Moisés, como bom fariseu que era.
Hoje não somos diferentes, o pecado nos levou a nos tornarmos prisioneiros de nossas paixões e vaidade. Vivemos correndo atrás de nossos sonhos pessoais, sem considerar o projeto de Deus para nós. Cada ser humano vive guiado por sua cosmovisão do mundo. No Éden tomamos a direção de nossas vidas. A única maneira de devolvermos a direção de nossas vidas a Deus é morrendo na cruz com Cristo e deixarmos que Ele viva por meio de nós. Esse é um ato de fé. Experimentamos a vida de Cristo por meio da fé.
Paulo experimentou a vida de Cristo, por isso disse “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”.

(v.20) – Mas Cristo vive em mim
Uma vez que devolvo a Cristo a direção de minha vida, Ele vive através de mim. Isso significa dizer que já não vivo mais para meus projetos pessoais, mas para os projetos do Reino de Deus. Significa dizer que já não sou mais senhor de minha vida, mas Cristo é meu Senhor. Significa dizer que minha cosmovisão do mundo já não é ditada pela cultura emergente deste mundo, mas pelas afirmações da Palavra de Deus. Significa dizer que já não sou guiado pelos valores e princípios ditados por nossa sociedade, mas guiado pelos valores e princípios de Deus. Significa dizer que reconheci que Deus sempre foi, é, e sempre será o verdadeiro dono da minha vida.
Nesta declaração Paulina são colocados dois aspectos sobre a nova identidade do cristão:
·        A nova vida: Não se trata apenas de uma nova vida moral, que consiste no cumprimento da vontade de Deus, mas de uma real participação na vida plena e definitiva comunicada somente pelo Cristo ressuscitado. Todo aquele que crê é unido a vida de Cristo.
·        A nova vida: Não se trata apenas deu uma substituição do “eu” psicológico de Paulo por Cristo, mas Cristo se torna o novo centro de dinamismo espiritual. Há uma mudança, da auto-exaltação da observância da lei, para a auto-doação no serviço graças a presença do espírito de Cristo (Gl 3.2). A lei deixa de ser relevante na vida de Paulo, e o amor se torna o fundamento de suas ações.

Conclusão
A compreensão de que “fui crucificado” é à admissão de que vivíamos uma vida dirigida por nós mesmos. No Éden rompemos com Deus o dono de toda criação. Acreditamos que poderíamos ser donos de nós mesmos, entretanto Deus nunca deixou de ser o dono de toda criação. Deus nunca perdeu o controle da história.
Ao rompermos com Deus descobrimos que não existe vida em nós mesmos. Não somo autossuficientes. A morte nos destrói dia após dia.
“Fui crucificado” é a afirmação de que reconheço que preciso de Deus, de que devolvo a Ele a direção da minha vida. Morro para mim mesmo, abro mão da direção da minha vida, para que Jesus, o Filho de Deus, viva em mim e Nele eu viva eternamente.

Palavras finais para alinhamento
Durante este ano seremos desafiados a entregarmos a direção da Igreja, de nossa vida, da nossa família, do nosso trabalho, de nosso dinheiro e de nossa cultura (a compreensão de mundo), nas mãos de Jesus.
Ao falarmos do tema “sob nova direção” não estamos falando da troca de pastor, mas da entrega de tudo que somos, temos e compreendemos a Jesus.
Ao enfatizarmos o “mesmo dono” estamos lembrando que apesar de termos um dia tomado a direção de nossas vidas das mãos de Deus, possivelmente também a direção da igreja, de nossa família, de nosso trabalho, do nosso dinheiro e de nossa cultura, Deus nunca deixou e ser o dono de tudo.

Ø  Apresentar os temas de pregações 2018
1.      Igreja Sem Fronteiras
2.      Família Sob Pressão
3.      Minha Vida
4.      Papo-Reto
5.      A Vida na Igreja
6.      Cultura
7.      Cidadania
8.      Identidade
9.      Natal

Estes temas serão permeados pelo tema do ano “sob nova direção, mesmo dono”.

Pretendemos através do tema do ano não apenas alinhar as atividades da igreja, mas alinharmos nossas vidas a vida de Deus e a ação de Deus na história.
Para vivermos os projetos de Deus e sermos participantes de Sua ação na história humana precisamos abrir mão da direção de nossas vidas e nos engajarmos no projeto de Deus, na visão de Deus, na missão que Deus nos deixou.

Qual a visão de Deus? Constituir um povo para si.

Sem uma visão não temos sentido de ser. Sem uma visão nossos encontros dominicais não tem sentido. Por que nos reunimos aqui domingo após domingo? Para cultuarmos a Deus e sermos preparados para a missão. Qual a visão da nossa igreja? Para onde estamos indo? Onde estamos neste momento de nossa história? Como sabermos onde estamos ou para onde vamos se não temos uma visão clara do que estamos querendo realizar.
Nós temos que formalizar e escrever nossa visão. Ela precisa estar ligada a visão de Deus.
Uma vez estabelecida nossa visão, aquilo que desejamos ser ou alcançar, precisamos estabelecer como chegaremos lá, a isso chamamos de Missão. Nossa missão é o que faremos para alcançar nossa visão. Nossa missão é a resposta de como tornaremos nossa visão possível.
O desafio ao entregarmos a direção de tudo a Jesus é compreendermos melhor sobre Deus e Sua vontade e dessa forma descobrirmos qual nosso papel na história como testemunhas de Jesus Cristo.
Nunca fomos donos de nada. Deus nos colocou no jardim do Éden para sermos mordomos, não donos. O mordomo trabalha para o seu senhor e a ele presta conta.
Que possamos um dia como comunidade (PIB Itapevi) nos apresentarmos e sermos reconhecidos como servos bom e fiel. Deus nos abençoe.

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
07/03/2018

Um comentário:

  1. Excelente conteúdo. Biblico, necessário, sempre atual, essência do evangelho verdadeiro!!! Deus abençoe!

    ResponderExcluir