NOS PASSOS
DE JESUS EM TEMPO DE PANDEMIA:
JESUS
DIANTE A TENTAÇÃO
Atualmente
estamos vivendo uma situação atípica a todos nós. Nos encontramos dentro de um
contexto de pandemia. A pandemia acontece quando um surto, um aumento de uma
determinada doença ocorre dentro de uma região, e este surto se transforma em
uma epidemia quando a doença dessa região se espalha por diversas outras
regiões, e quando esta epidemia se espalha por todo planeta temos uma pandemia.
De uma forma simples pandemia é o nome dado à realidade de que todas as pessoas
no mundo estão sofrendo da mesma doença ou da mesma crise.
A pandemia gera sobre nós
diversos sentimentos negativos como medo, angústia, impotência, incerteza,
insegurança e outros. Precisamos avaliar com seriedade estes sentimentos, pois
são frutos de preocupações legitimas que neste tempo de epidemia tem dominado
nossas mentes e nossos corações.
A
realidade atual de pandemia exige que tenhamos responsabilidade social por meio
do regime de isolamento coletivo. Trata-se de uma ação com o fim de frear a
rápida contaminação provocada pelo vírus, portanto, evitar o contato físico e a
proximidade com pessoas para além daquelas entre as quais a residência é
compartilhada favorece a preservação da vida de pessoas vulneráveis. Esse
recolhimento tem o propósito preventivo e deve ser respeitado por todos nós.
Entretanto
este isolamento social coletivo pode trazer custos psicológicos altíssimos para
muitas pessoas, portanto cuidar de sua saúde mental e espiritual nesse momento
é tão importante quanto preservar sua saúde física. Diante dessa necessidade de
cuidado que devemos ter conosco, queremos olhar para Jesus neste mês e ver como
Ele lidava com seus diversos sentimentos diante as crises e adversidades da
vida.
Por que
olhar para Jesus? Por que buscarmos em Jesus a referência para nós neste tempo
de pandemia? Primeiro porque Ele foi o único homem perfeito diante todas as
crises e situações mais adversas da vida. Segundo porque Ele venceu todas as
crises e adversidades possíveis de serem experimentadas por qualquer ser
humano.
O primeiro
grande confronto de Jesus se deu no início de seu ministério. Ele foi levado
pelo Espírito Santo ao deserto, onde após quarenta dias de jejum foi tentado
pelo diabo.
Em sua primeira
tentação o diabo buscou aproveitar da necessidade mais básica e primitiva do
ser humano, a necessidade de alimentar-se para sobreviver, para instigar Jesus
a transformar pedras em pães. O diabo queria que Jesus violasse as leis
naturais estabelecidas na criação, uma ação que somente Deus poderia realizar.
Creio que hoje em tempo de pandemia, assim como Jesus, somos tentados a
lidarmos com a realidade presente de forma divina ou mística. Portanto
precisamos seguir nos passos de Jesus e lidarmos com a realidade presente como
filhos de Adão e não como se fossemos pequenos deuses. Esta é a visão de muitos
que se declaram filhos de Deus, pensam que são pequenos deuses. Por isso o
primeiro ponto que quero refletir com vocês é:
1 – LIDANDO COM A REALIDADE
PRESENTE COMO FILHOS DE ADÃO
2 Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. 3 O tentador aproximou-se dele e disse: "Se você é o
Filho de Deus, mande que estas pedras se
transformem em pães". 4 Jesus respondeu: "Está escrito:
‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de
Deus’". (Mateus 4.2-4)
Jesus teve fome diz o texto. Ele
esteve confinado no deserto por quarenta dias sem se alimentar. Seu corpo
estava clamando por comida. Essa primeira crise experimentada por Jesus é fruto
da necessidade básica de sobrevivência de todos nós seres humanos. Sem pão não sobrevivemos. Sem o alimento que
fornece ao nosso corpo os nutrientes necessários para a sua sobrevivência,
nossos músculos e órgãos vitais começam a definhar até morrer.
O diabo sabia que Jesus estava
no deserto sem se alimentar a quarenta dias, por isso o instiga a transformar
pedras em pães e dessa forma saciar a sua fome. Todo o corpo de Jesus, todas as
células, todos os neurônios estavam gritando para que ele comesse o mais rápido
possível. Seu corpo estava no limite, sua sobrevivência dependia de se
alimentar novamente.
A fome pode despertar em nós a
capacidade de agirmos de forma irracional, de salientar nosso egoísmo, de
trazer a tona em nós sentimentos de medo, de insegurança e de incerteza quanto
à vida. Quando a fome realmente aperta passamos a ser movidos pelo impulso de
sobrevivência e nos tornamos capazes de fazermos coisas que achávamos que nunca
faríamos.
Neste tempo de pandemia pessoas
só de pensarem na possibilidade de não terem alimento saíram de forma egoísta e
imprudente comprando nos mercados todo o alimento que encontravam sem se
preocuparem com a fome das demais pessoas. Muitas delas sequer tinham como
guardar estes alimentos de forma segura.
Esaú é um exemplo bíblico do que
a fome pode levar um homem a fazer. Ao voltar de uma caçada com fome agiu de
forma irracional quando abriu mão das bênçãos oferecidas por Deus a ele. Sua
ação intempestiva e precipitada devido à fome foi considerada imoral e profana
pelo autor do livro de Hebreus.
16 Não haja nenhum imoral ou profano, como Esaú, que por uma única refeição vendeu os seus direitos de herança como
filho mais velho. (Hebreus
12.16)
Ele trocou as bênçãos da
primogenitura estabelecidas por Deus por um prato de comida. Ele deu mais valor
ao desejo de seu corpo, do que a sua relação com Deus. O alimento é algo
imprescindível a nossa sobrevivência sem dúvida, mas não mais valiosa do que as
bênçãos do Eterno.
Quando o diabo
tentou a Jesus, provocando-o a transformar pedras em pães, o que estava em jogo
era mais do que sua identidade. A questão não era Jesus provar se era de fato o
Filho de Deus. Jesus sabia que ele era o Filho de Deus e não tinha nenhum problema com relação a isso. O diabo sabia que Jesus era o Filho de Deus encarnado e não tinha dúvida quanto a isso. Em diversas ocasiões até os demônios, servos do diabo, declaravam esta verdade, conforme podemos ler no Evangelho de Marcos.
Filho de Deus. Jesus sabia que ele era o Filho de Deus e não tinha nenhum problema com relação a isso. O diabo sabia que Jesus era o Filho de Deus encarnado e não tinha dúvida quanto a isso. Em diversas ocasiões até os demônios, servos do diabo, declaravam esta verdade, conforme podemos ler no Evangelho de Marcos.
11 Sempre
que os espíritos imundos o viam, prostravam-se diante dele e gritavam: "Tu és o Filho de Deus". (Marcos
3.11)
O diabo estava
na verdade instigando Jesus a usar do poder divino e desta forma incapacitá-lo
a morrer na cruz por nós, pois ele deixaria de ser cem por cento homem, uma
vez, que lidou com as dores e adversidades humanas como Deus e não como homem.
Jesus morreu
nossa morte e nos justificou com seu sangue porque Ele foi cem por cento homem,
por isso Ele é chamado de segundo Adão. Ele experimentou todas as lutas e
adversidades que nós homens experimentamos, como homem e não como Deus. Ele
lidou com todas as realidades terrenas como homem e não como Deus.
Esta é grande
lição de Jesus para nós neste tempo de confinamento. Não podemos lidar com a
realidade humana e com o sofrimento humano como se fossemos pequenos deuses.
Jesus está nos ensinando que precisamos lidar com a realidade terrena e humana
como seres humanos caídos, isto é, seres humanos sujeitos a lei do pecado e da
morte.
Portanto não
trate esta pandemia como se você estivesse de férias. Não é tempo de ir a
praia, piscina, academia e outros locais de lazer. Não lide com essa realidade
do coronavírus de forma irresponsável. Não pense que você é um “deus” imune à
realidade de sofrimento e fragilidade dos demais seres humanos. Você não tem o poder e nem autoridade de
transformar pedras em pães. Deus não lhe deu poder para violar as leis naturais
da criação, mas poder para testemunhar o seu amor. Preste muita atenção no que vou dizer: “nem mesmo
estando em Cristo você tem poder para violar as leis que regem sobre a
criação”. Você não tem poder para andar sobre as águas, para voar, curar as
pessoas ou realizar qualquer outro feito sobrenatural. Os sinais sobrenaturais que
acompanharam os que creem no nome de Jesus, descritos no Evangelho de Marcos, só
são possíveis quando o Espírito de Deus os realiza através de nós, eles não
estão sob o nosso domínio. Você não vive no mundo do Harry
Potter. O nome de Jesus não é uma varinha mágica que você usa como quer e
quando quer.
A Bíblia nos ensina que toda criação está sujeita
a lei do pecado, por causa do primeiro Adão. Por isso adoecemos e morremos.
Somente quando Jesus vier novamente e nós formos revestidos do novo corpo
estaremos completamente livres da lei do pecado que rege sobre a criação. Mas
até lá todos estamos sujeitos à adoecermos e morrermos. Jesus ciente desta
realidade humana respondeu a Satanás:
4 Jesus respondeu: "Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de
Deus’". (Mateus 4.4)
Ele estava dizendo ao diabo que o homem não
precisa apenas do pão para alimentar o corpo, mas que precisa viver em obediência
a Deus. Viver em obediência a Deus é ir em direção contrária do primeiro Adão
no Éden. É aceitar viver dependente e submisso ao Deus criador, assim como
Jesus viveu.
O pão pode alimentar nosso corpo, saciar a fome
de nosso estômago, mas a Palavra de Deus nos aponta para a vida eterna em
Cristo Jesus, por isso ela é o alimento mais imprescindível para nossas vidas,
mais do que o alimento para o nosso corpo. Ainda que possamos morrer de fome ou
de sede neste tempo presente, se morrermos em Cristo Jesus, Nele viveremos
eternamente.
Portanto precisamos lidar com a realidade da pandemia não
pensando que podemos alterar a ordem natural desta criação caída, não pensando
que podemos brincar que somos deuses imunes aos acontecimentos deste mundo
caído em que vivemos, mas devemos sim lidar com esta realidade apegados a
Palavra de Deus, pois ela é vida para todos que a ouvem.
Devemos
enfrentar a pandemia crendo na promessa de que nada pode alterar a realidade de
que temos a vida eterna em Cristo Jesus. Esta é a Palavra de Deus: Jesus Cristo
consumou a obra de nossa redenção na cruz e Nele todos nós estamos
predestinados à vida eterna.
Depois o
diabo o tentou pela segunda vez e desta vez o provocou a se lançar do alto do
templo na expectativa de que os anjos de Deus o segurariam não deixando que ele
viesse a se esborrachar no chão. Portanto o segundo ponto que quero refletir
com vocês é:
2 – LIDANDO COM A PALAVRA DE DEUS
DE FORMA RESPONSÁVEL
5 Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o na
parte mais alta do templo e lhe disse: 6 "Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo. Pois está
escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não
tropece em alguma pedra’". 7 Jesus lhe respondeu: "Também está escrito: ‘Não ponha à prova o
Senhor, o seu Deus’". (Mateus 4.5-7)
Uma vez que Jesus declara como o segundo Adão, ao
diabo, que a vida presente e suas necessidades primordiais não eram mais
importantes que sua relação com Deus Pai, o diabo o tenta a fazer prova do amor
do Pai por Ele.
Preste
atenção no jogo do diabo. Primeiro ele disse a Jesus: “se você é o Filho de
Deus prove quebrando a ordem natural da criação”. Primeiro ele instigou Jesus a
ser mais do que um ser humano, com o fim de atender suas necessidades
primarias. Agora nesta segunda tentação ele diz: “se você é o Filho de Deus
prove que Deus Pai te ama, afinal ele mesmo disse que dará ordens a seus anjos
a seu respeito”. O diabo cita a própria Palavra de Deus, mais especificamente o
Livro de Salmos 91.11, para persuadir Jesus a colocar o amor de Deus por Ele a
prova.
Em
nossos dias essa tem sido uma atitude muito corrente no meio evangélico de
forma geral. As pessoas têm exigido de Deus prova do seu amor por elas. Muitas
recitam para Deus Sua própria Palavra com o fim de persuadi-Lo a fazer o que
elas desejam. Não percebem que estão agindo da mesma forma que o diabo agiu
quando tentou a Jesus.
Em
tempos de pandemia viver sem tomar os devidos cuidados orientados pelo
ministério da saúde e citar textos bíblicos achando que está protegido pela fé;
é se atirar do templo e esperar que Deus envie anjos para te segurar. Isto é
tentar a Deus e por Deus a prova.
Precisamos
lidar com a Palavra de Deus de forma responsável. A Palavra de Deus não esta
presa a um versículo solto, fora do seu contexto. “Tudo posso naquele que me
fortalece” não é a Palavra de Deus, mas parte do que diz a Palavra de Deus. A
Palavra de Deus se encontra na Bíblia, mas presa ao contexto de toda a Bíblia.
Ela está amarrada a lógica de todo ensino de Deus, de capa a capa. Ela não
permite que usemos frases contidas nela como se fossem um instrumento de magia,
fetiche ou um amuleto da sorte.
Também não podemos usá-la para manipularmos Deus
a fazer o que desejamos. O que não é sábio de nossa parte, pois Deus sabe o que
é melhor para nós, mais do que nós mesmos. Veja como Jesus respondeu a Satanás
quando este usou da Palavra de Deus para tentá-lo.
7 Jesus lhe respondeu: "Também está escrito: ‘Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus’". (Mateus 4.7)
Jesus conhecia a Palavra citada pelo diabo.
Entretanto Jesus sabia que ele era homem e não passarinho. Jesus sabia que Deus
não lhe deu asas para voar, portanto se jogar do alto do Templo era colocar o
amor de Deus a prova de forma insensata. Era usar da Palavra de Deus de forma
estúpida e irresponsável. Não aceitar os limites de nossa humanidade e de
nossas fragilidades como consequência do pecado é andar como tolo.
Se
lançar do Templo tendo o conhecimento de que não está imune a lei da gravidade
e de que não tem asas para voar é loucura pura, não existe fé nisso, ainda que
você possa tentar usar da Palavra de Deus para justificar sua loucura e
burrice. Agir contra todos os sinais e evidências naturais é cometer um ato de
loucura. Isso não é fé, é falta de maturidade.
Da mesma
forma não se cuidar como se deve neste tempo de pandemia é loucura. Não existe
fé nisso, ainda que você possa declarar a Palavra de Deus para justificar sua
insensatez.
A fé não
te dá o direito de se jogar naquilo que não é inteligente, racional ou sensato.
A fé não autentica a sua loucura. A fé de Jesus é totalmente racional. Ele sabia que era homem e não podia voar, por
isso nem ousou tentar a Deus Pai. Ele sabia que o Pai criou cada ser diferente
do outro e que cada um tem sua forma particular de ser e suas limitações
próprias, e que estas devem ser respeitadas, como forma de submissão ao
Criador.
Entretanto
a fé nos leva a experimentar o amor e a graça de Deus quando lidamos com Sua
Palavra de forma responsável. Contudo quando nós agimos com inteligência e
sensatez, e mesmo assim, somos alcançados pela crise, pela pandemia, pelos
sentimentos mais destruidores que possam existir, Deus se faz presente conosco
na aflição. Este era o sentimento de Davi expresso em um de
seus salmos. A certeza da presença de Deus o tornava capaz de andar por um vale
de trevas e morte sem temer o perigo.
4 Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte,
não temerei perigo algum, pois tu estás comigo;
a tua vara e o teu cajado me protegem. (Salmos 23.4)
A fé nos
tranquiliza, pois independente das circunstâncias, se estamos num vale de
bênçãos ou de morte, ela nos faz sentir e perceber o amor de Deus por nós. A fé
nos faz prosseguir adiante, ela não nos deixa permanecer no vale da morte, pois
ela produz em nossa mente e em nosso coração a certeza de que a vida em Cristo
Jesus nos conduzirá a vitória. A fé gera em nós paz, mesmo estando no vale de
trevas e morte, porque ela nos faz viver além dos limites da vida terrena. Ela
nos faz ver além do vale da morte. Davi em
seu Salmo pula do vale de trevas e morte para um banquete preparado para os
vitoriosos.
5 Preparas um banquete para mim à vista dos meus
inimigos. Tu me honras, ungindo a minha cabeça
com óleo e fazendo transbordar o meu cálice. (Salmos 23.5)
A fé nos transporta para a mesa que nos foi
preparada por Jesus nosso bom pastor e anfitrião. A fé em Jesus nos conduz para
o banquete oferecido por Ele aos vencedores. A fé nos encoraja a enfrentarmos
todos os desafios que a vida pode nos apresentar, pois ela se fundamenta
naquele que teve coragem de ir para a cruz em nosso lugar. Tudo se torna possível
a nós pela fé, mas isto não torna a fé irracional. Uma fé inteligente, racional
lida com a Palavra de Deus de forma responsável.
Por fim
não conseguindo persuadir Jesus a fazer prova do amor de Deus Pai, Satanás
resolve oferecer a Jesus toda a glória que um homem pode alcançar, se este o
adorasse. Jesus estava sendo tentado a abandonar Deus em troca de sua própria
glória. Portanto nossa última reflexão dessa mensagem é:
3 – LIDANDO CORRETAMENTE COM A
GLÓRIA
8 Depois, o diabo o levou a um monte muito alto e
mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. 9 E lhe disse: "Tudo isto lhe darei, se você se
prostrar e me adorar". 10 Jesus lhe disse: "Retire-se, Satanás! Pois está
escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’". 11 Então o diabo o deixou, e anjos vieram e
o serviram. (Mateus 4.8-11)
Quando falamos de glória estamos falando de tudo
que pode colocar alguém em exaltação, em evidência, em motivo de orgulho em
relação às demais pessoas. Era isso que o diabo estava oferecendo a Jesus, toda
glória possível neste mundo.
Jesus seria o mais famoso dos famosos. Todos
iriam enviar uma solicitação de amizade para ele no facebook. As pessoas fariam
filas para fazer uma self com ele. Ele seria o convidado de honra em todas as
festas e eventos. Todos iriam querer colocar o nome “Jesus” em seus filhos.
Todos os reinos e nações se prostrariam diante dele. Ele teria os melhores
carros já fabricados e as melhores cadeiras nos estádios e festas. Sua renda
ultrapassaria em muito a fortuna de qualquer outro ser humano. Ele teria tudo
que desejasse neste mundo.
Contudo
Jesus rejeita esta oferta do diabo, pois para Ele nada era mais valioso do que
reconhecer que somente Deus era digno de toda a glória. Só existe um que merece
toda glória, toda honra, e só a Ele presto culto afirmou Jesus ao diabo.
Jesus
não viveu buscando glória para si, não viveu buscando reconhecimento de homens,
não viveu correndo atrás de nenhum bem que este mundo pudesse lhe oferecer. Não
adquiriu nada que despertasse nos homens um desejo de segui-lo ou se aproximar
dele pelo que possuía. De fato ele não tinha nada, nem mesmo um lugar para
repousar sua cabeça (Lc 9.58).
Entretanto
hoje muitos que dizem seguir os passos de Jesus vivem correndo atrás da glória
deste mundo. Suas orações normalmente estão carregadas de desejos pessoais.
Neste
tempo de confinamento, de pandemia, quando a vida se mostra frágil e se revela
tão incerta, devemos buscar a Deus pelo que Ele é, e não pelo que pode fazer.
Devemos buscar a Deus com o fim de prestar a Ele toda a glória e não com o fim
de que Ele nos dê glória. Devemos orar para que a vontade de Deus se cumpra em
meio a pandemia no mundo e em nossas vidas. Precisamos mais do que nunca crer
que Deus sabe o que faz.
Não devemos perder tempo orando por carro novo,
por casa nova, por novo emprego, talvez nem mesmo por nossa saúde pessoal.
Tenho comigo que se nos preocuparmos mais neste tempo em dar a Deus toda
glória, servindo-o com toda nossa força, com todo nosso coração, falando do seu
amor a quem tivermos a oportunidade, e nos preocupando somente em orar pela
salvação dos que estão perdidos e daqueles que se desviaram da verdade,
acredito que Jesus nos acrescentará o que verdadeiramente necessitamos. Se for
um carro, ele nos dará o carro. Se for uma casa, ele nos dará a casa. Se for um
novo emprego, ele nos dará o novo emprego. Se for a cura, ele nos dará a cura.
Tão somente convido você a confiar Nele e acreditar que ele sabe o que é melhor
para você.
Não se assuste com o que vou dizer, mas tenha
muito cuidado ao orar! O rei Ezequias estava doente e próximo de morrer, então
orou à Deus suplicando que o curasse (2 Rs 20). Infelizmente ou felizmente Deus
ouve nossas orações. Infelizmente porque não sabemos orar. Felizmente porque é
bom saber que Deus nos ouve. O rei foi atendido. Entretanto a resposta de sua
oração o levou a vivenciar dias maus, os quais não teria vivido se simplesmente
tivesse confiado em Deus e deixado que Ele o recolhesse para o céu. Portanto
confie em Deus, entrega sua vida a Ele e confie que Ele fará aquilo que é
melhor para você. Deus não erra em suas decisões. Ele ouve nossas orações e
pode ceder a nossa vontade, como cedeu à vontade do rei Ezequias. Contudo será
que nossa vontade é melhor que os planos de Deus para nós? Portanto pense bem
em como você está orando.
Agora eu quero falar com você que perdeu algo ou
está perdendo algo por conta da pandemia e do confinamento que nos foi imposto.
Entenda que a perda de sua empresa, o fechamento de seu negócio, sua demissão,
ou ainda, a perda de alguém muito importante para você nestes dias de pandemia,
não significa que esta era a vontade de Deus para você. Deus não planejou o
sofrimento para você. Deus não deseja o seu sofrimento. Você, assim como muitas
outras pessoas são vitimas direta ou indiretamente desta pandemia, que tem sua
causa primária no pecado.
Muitos
estão sofrendo e morrendo nestes dias porque aqueles que detêm o poder estão
usando-o para alcançarem sua própria glória. Estão enxergando nessa pandemia a
oportunidade de se enriquecerem e de propagarem suas ideologias.
Em meio
a pandemia assistimos a corrupção, a ganância, o egoísmo e a violência de
muitos tirando a vida de muitos outros. Assistimos a isso porque Deus tem sido
desprezado pela humanidade, que ao invés de dar glória ao seu Criador, busca
glória para si mesma.
Jesus
rejeitou a oferta do diabo, pois toda a glória que o mundo oferece procede do
maligno. Jesus rejeitou o Diabo e a glória oferecida por ele para somente
adorar ao Pai.
Os
homens tem feito o caminho inverso, buscam a glória que o mundo oferece e inconscientemente acabam desta forma adorando
ao diabo, pois o mundo em que vivemos está sob o seu domínio, sepultado no
maligno. Por isso que o apóstolo João disse:
15 Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o
mundo, o amor do Pai não está nele. 16 Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a
cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo. (1 João 2.15,16)
Portanto não se entristeça por estas
coisas, pois elas são passageiras. Confie em Deus! Sua vida é preciosa para
ele. Certamente Ele te sustentará com sua destra fiel. Ele proverá o pão de
cada dia. Talvez sua vida tenha que ser reiventada, reorganizada depois da
pandemia, do confinamento, mas Deus ungirá tua cabeça com óleo e fará o teu
calice transbordar. Sua vida será farta de alegria e você viverá para sempre na
casa do teu Deus.
REFLEXÃO FINAL
Quero concluir
desafiando você primeiramente a lidar com a realidade deste tempo de pandemia
como um filho de Adão sujeito às mazelas deste mundo. Portanto viva tomando os
devidos cuidados com sua saúde e com a saúde daqueles que estão próximos a
você. Você não é um pequeno deus. Você não está imune a essa doença e nem a
qualquer outra. Faça como Jesus nestes dias. Se alimente da Palavra de Deus, pois
somente por meio dela você encontrará vida eterna.
Em
segundo lugar neste tempo de pandemia viva lidando com a Palavra de Deus de
forma responsável. Não use a Palavra de Deus para viver de forma insensata. Não
use da fé para fazer tolices. Não use versos soltos para não se tornar um
agoureiro, um supersticioso, que vê nos versos da Bíblia magia. Não se exponha
ao coronavírus acreditando que você pode todas as coisas naquele que te
fortalece.
Mas lembre-se,
se vivendo de forma responsável você for alcançado pelo covid-19, confie em
Deus, pois sua vitória já está assegurada em Cristo Jesus.
Em
terceiro lugar lide de forma correta com a glória. Viva de forma desprendida.
Viva para glorificar somente a Deus e não busque glória para si mesmo. Neste
tempo de pandemia não se deixe abater pelas perdas, mas confie em Deus e
descanse em Sua sabedoria, pois no final Ele te exaltará. Em todo tempo Jesus
está com você. Ele está agora com você. Não tenha medo! Se cuide! Mas não tenha
medo. Deus está com você e você está Nele. Deus te abençoe.
Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
07/06/2020
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