NOS PASSOS DE JESUS EM TEMPO DE PANDEMIA:
JESUS DIANTE A MORTE DO AMIGO LÁZARO
Em tempo de
pandemia um dos sentimentos que temos que estar prontos para enfrentar é o
sentimento de perda. Muitas são as perdas que podemos sofrer durante o período
de pandemia. Muitas pessoas têm perdido seu negócio ou seu emprego. A
consequência dessa perda da provisão é a perda dos demais bens adquiridos ao
longo da vida. Muitos estão vendendo suas casas, carros e outros objetos com o
fim de suprirem as necessidades essenciais para sua sobrevivência e de sua
família. Mas acredito que estas perdas materiais, embora difíceis de aceitar,
não são as piores perdas que podemos experimentar neste tempo de pandemia e
confinamento, pois estas ao longo da vida podem ser recuperadas. Entretanto muitas famílias estão lidando
com a perda de pessoas amadas. Muitas famílias estão chorando a morte da
esposa, do marido, da mãe, do pai, do filho, da filha, do avô ou da avó. Muitos
estão sofrendo pela ausência destas pessoas tão próximas e amadas, e também
estão sofrendo pela forma como elas partiram. Não lhes foram dada a
oportunidade de se despedirem, de dizerem as últimas palavras de orientação e
conforto, nem de expressarem o último ato de amor.
Diante dessa realidade de perda vivida por muitos nestes
dias e que ainda poderão ser vividas por muitos outros é que te convido a olhar
para Jesus comigo e ver como Ele lidou com a morte de seu amigo Lázaro. Meu
desejo é que através da experiência vivida por Jesus possamos encontrar o
caminho do conforto e da esperança, caso a realidade da morte já tenha
alcançado sua casa ou venha alcançar, pois todos nós estamos sujeitos a ela.
A história da
morte e ressurreição de Lázaro se encontra no Evangelho de João, capítulo onze.
Quero destacar somente um versículo de toda esta narrativa, o verso trinta e
cinco.
35 Jesus chorou. (João 11.35)
Muitos dizem ser
este o menor versículo da Bíblia, outros dizem ser Lc 20.30, outros dizem ser
Jó 3.2 e há ainda quem diga ser Êx 20.13. Não existe um consenso em relação a
isso, devido às diversas traduções. Mas independente de ser este ou não o menor
versículo da Bíblia, ele nos suscita uma pergunta: por que Jesus chorou?
Esta pergunta
não é tão fácil de ser respondida como nos parece à primeira vista. Vou
apresentar quatro possíveis causas que levaram Jesus a chorar diante a morte de
seu amigo Lázaro. A
primeira hipótese afirma que Jesus chorou porque Ele era ser humano.
1 – PORQUE ELE ERA SER HUMANO
A grande maioria
dos teólogos e comentaristas da Bíblia dizem ser esta a causa de Jesus ter
chorado. Entre eles Frederick Fyvie Bruce que
faleceu em 1990. Este escocês foi um grande teólogo, professor e escritor.
Entre suas obras estão o livro “João – introdução e comentário”, onde ele
escreve as seguintes palavras a respeito do choro de Jesus: Ele chorou por identificação com os que
choravam. Ele não é um autômato, mas um ser humano real.
Para Bruce e a
grande maioria dos teólogos, Jesus chorou porque não era uma máquina, um ser
sem sentimentos. Pelo contrário, o choro é compreendido por estes como uma
autenticação da humanidade de Jesus. Ele chorou por ser humano como todos nós.
Acredito que
você já viveu essa experiência de ter ido a um velório e diante a atmosfera de
dor e tristeza de todos que lá se encontravam, acabou sendo contagiado por essa
atmosfera e chorado com os que choravam.
Uma leitura
rápida do verso trinta e três pode corroborar para esta primeira hipótese.
33 Ao ver chorando Maria e os
judeus que a acompanhavam, Jesus agitou-se no espírito e perturbou-se. (João 11.33)
As lagrimas de
Maria, irmã de Lázaro, e dos demais judeus que se encontravam naquele velório
mexeram com os sentimentos de Jesus sem dúvida alguma. Jesus se compadeceu de
todos que ali estavam. A dor de Maria e das demais pessoas o sensibilizou muito.
Jesus mergulhou profundamente no sofrimento e no luto de Marta e Maria. Ele contemplou
a tragédia da morte e diz o texto que isso o agitou interiormente, no espírito
e o perturbou.
Mas teria Jesus
chorado simplesmente porque ele era humano? Particularmente não creio que tenha
sido esta a razão maior de Jesus ter chorado. Nós seres humanos choramos diante
a morte porque nos sentimos impotentes, incapazes de mudar a realidade
presente. Mas este não era o sentimento de Jesus.
Contudo
reconheço que Jesus era 100% humano e que se compadecia da dor de Marta, Maria
e dos demais judeus que lá se encontravam. Ele tinha empatia com a dor de todos
que estavam presentes naquele velório.
Contudo sua
conexão perfeita com o Pai e com o Espírito Santo o tornará ciente de que em
poucos minutos Ele iria ressuscitar Lázaro, e dessa forma autenticar diante
todos que ele era o Messias, o Filho de Deus. Inclusive Jesus já tinha dito a
Marta, outra irmã de Lázaro, que iria ressuscitá-lo, mas ela não compreendeu o
que ele lhe falava, pois seu irmão já estava morto há quatro dias. Jesus já
havia dito que Lázaro não permaneceria morto antes mesmo dele morrer, conforme
você pode ler no verso quatro.
Acredito que
Jesus chorou não porque ele era homem, mas porque ele era Deus em forma de
homem. Olhar o sofrimento dos homens diante a morte o sensibilizou
profundamente, pois Ele criou juntamente com o Pai e com o Espírito Santo o ser
humano para uma vida gloriosa.
A realidade de
que Jesus chorou nos ensina que podemos chorar também. Não há nenhum problema em
chorar. Chorar não é demonstração de falta de fé, de fraqueza ou covardia.
Chorar é uma expressão da emoção que corresponde ao momento em que está se
vivendo, seja de alegria intensa, ou seja, de tristeza profunda.
No momento de
contemplação da morte, chorar é a expressão mais pura e verdadeira de que fomos
criados para vivermos ligados uns aos outros em amor por toda eternidade. A
morte é uma afronta a este projeto de Deus. Ela nos faz sentir a dor da
separação, ela rompe o ciclo do amor que nos envolve.
A segunda hipótese apresentada por alguns estudiosos da
Bíblia afirma que Jesus chorou porque amava Lázaro.
2 – PORQUE AMAVA LÁZARO
Para os que
defendem esta hipótese as lágrimas silenciosas que escorreram dos olhos de
Jesus eram pelo amigo Lázaro que se encontrava morto e não tanto pela empatia
para com a dor de Maria, Marta e os demais judeus que lá se encontravam.
Donald
Arthur Carson, um teólogo Reformado Evangélico e professor do Novo Testamento
diz que “é irracional pensar que as
lágrimas de Jesus foram derramadas por Lázaro, já que ele sabia que estava para
ressuscitá-lo dos mortos”.
Entretanto
alguns se apegam a esta hipótese tendo como fundamento o verso trinta e seis.
Onde diz que os judeus ao verem Jesus derramando lágrimas concluíram que Jesus
amava muito a Lázaro, pois compreendiam que chorava por ele. Diz o verso 36:
36 Então os judeus disseram:
"Vejam como ele o amava!" (João 11.36)
De fato os
judeus não estavam errados em pensar que Jesus amava muito a Lázaro, pois Marta
e Maria irmãs de Lázaro, quando este ainda estava vivo mandaram mensageiros a
Jesus, conforme podemos ler no verso três, com a seguinte orientação:
3 Então as irmãs de Lázaro
mandaram dizer a Jesus: "Senhor, aquele a quem
amas está doente". (João 11.3)
O amor de Jesus por Lázaro era tão evidente
que nem precisava citar o nome daquele que estava doente, bastava dizer-lhe
“aquele a quem ama está doente” que ele saberia de quem se tratava.
Entretanto os
judeus estavam errados na interpretação da razão do choro de Jesus, pois
pensavam que Jesus chorava porque não podia fazer mais nada pelo amigo Lázaro.
A Bíblia diz que Lázaro era um amigo íntimo, amado de
Jesus. Mas isso não o poupou da enfermidade. Lázaro ficou doente. O amor de
Deus não funciona como uma blindagem contra o sofrimento, as circunstâncias
adversas e as dificuldades da vida. O amor de Deus não nos garante a isenção em
relação ao sofrimento. O que o amor de Deus nos garante é a presença de Deus
conosco, qualquer que seja o nosso sofrimento. Ele está conosco, mesmo quando a
morte se torna presente.
Não duvide do
amor de Deus quando o sofrimento bater à sua porta. As pessoas a quem Jesus ama
também ficam doentes e também morrem. Mas as pessoas a quem Jesus ama desfrutam
da doce companhia de Deus e atravessam a noite de choro sabendo que a alegria
chegará com o nascer do sol.
Jesus estava lá
para consolar Marta e Maria, mas não só para consolar, mas para mudar a história
de suas vidas e de seu irmão Lázaro que havia falecido.
Assim como Jesus
ressuscitou a Lázaro da morte, trazendo a ele, e a toda sua casa, vida e
alegria, certamente o dia do Senhor chegará e Ele nos ressuscitará! Nós os que
cremos, em Jesus Cristo, viveremos para todo sempre em Sua casa e a morte já
não existirá mais.
Então voltamos à
pergunta: Teria Jesus chorado por que seu amigo Lázaro morreu? Pessoalmente
acredito que não. Concordo com Carson, é irracional acreditar que Jesus chorava
por Lázaro ciente de que o ressuscitaria dentro de uns poucos minutos. Eu só
compreenderia as lágrimas de Jesus por Lázaro se elas tivessem sido derramadas
não porque Lázaro estava morto, mas porque ele iria ressuscitá-lo. Iria tirar
Lázaro do descanso e trazê-lo novamente para viver debaixo das mãos pesadas de
Roma que subjugava o povo judeu.
A terceira hipótese apresentada por alguns estudiosos da
Bíblia afirma que Jesus chorou por causa da cegueira dos que estavam vivos.
3 – POR CAUSA DA CEGUEIRA DOS VIVOS
Esta é uma
hipótese levantada pelos estudiosos, mas rejeitadas por todos eles. Não
encontrei nenhum defensor dessa teoria. Ela é levantada somente por considerá-la
que poderia ser uma possibilidade. Contudo é rejeitada porque todos concordam
que Jesus estava sensibilizado, profundamente comovido, com a dor de Marta,
Maria e dos demais judeus que se encontravam no velório, por isso não os julgou
neste momento de dor, como incrédulos e cegos, incapazes de ver além dos que
seus olhos mostravam para eles.
Mas não podemos
negar que existia uma cegueira espiritual que os impedia de compreender o que
Deus estava para fazer. Mesmo tendo Jesus dito a Marta que iria ressuscitar a
Lázaro, quando ele pede para que tirassem a pedra que funcionava como uma porta
para a gruta onde Lázaro havia sido sepultado, as palavras de Marta confirmam
que ela não tinha conseguido compreender o que Jesus lhe havia dito. Ela achava
que era melhor não tirar a pedra, pois seu irmão já estava em decomposição,
cheirava mal disse ela, conforme podemos ler em João 11.38-40.
38 Jesus, outra vez profundamente comovido, foi até o sepulcro. Era
uma gruta com uma pedra colocada à entrada. 39 "Tirem a pedra", disse ele. Disse Marta,
irmã do morto: "Senhor, ele já cheira mal,
pois já faz quatro dias". 40 Disse-lhe Jesus: "Não lhe
falei que, se você cresse, veria a glória de Deus?" (João 11.38-40)
Outra
demonstração de incredulidade e cegueira espiritual é demonstrada pelos judeus
que lá estavam, conforme podemos ler no verso trinta e sete.
37 Mas alguns deles disseram:
"Ele, que abriu os olhos do cego, não poderia ter impedido que este homem
morresse?" (João 11.37)
Eles levantaram
uma pergunta retórica. Não esperavam uma resposta. A pergunta deles demonstra
que acreditavam que Jesus poderia ter curado Lázaro enquanto estava vivo, mas
agora chorava pelo amigo, pois já estava morto. Eles não consideravam que Jesus
poderia ressuscitá-lo.
Embora
encontremos manifestações de incredulidade com relação a possibilidade da
ressurreição de Lázaro também não acredito nesta hipótese, pois não existe no
texto nenhuma referência de que Jesus tenha se dirigido aos que lá estavam de
forma ríspida. Pelo contrário o texto,
sempre nos apresenta que Jesus estava profundamente comovido e compadecido da
dor de todos. Possivelmente até mesmo por não terem condições de verem a vida
além da morte, como ele, Jesus a via.
Ainda hoje
muitos de nós nos encontramos cegos com relação à realidade da vida após a
morte. Acredito que se compreendêssemos melhor essa verdade, descansaríamos nas
mãos de nosso Deus com relação àqueles que perdemos seja pelo covid-19 ou por
outros motivos.
Não estou
dizendo que não sentiríamos ou que não choraríamos, pois já dissemos que
precisamos chorar, pois o choro é a expressão da dor da separação que a morte
causa em nós. Mas seríamos tomados, em meio à dor da perda, por um sentimento
de paz proporcionado pelo Espírito de Deus a nós, pela confiança que temos na
Palavra do nosso Deus. Um sentimento que só aqueles que o experimentaram sabe
descrever ou compreender.
Para os que
estavam no velório de Lázaro, a vida dele havia cessado ali. Marta, Maria e os
judeus que criam na ressurreição compreendiam que ele estaria morto ou dormindo
até o dia da ressurreição. Entretanto Jesus compreende a vida como uma linha
continua, sem interrupção, sem morte, sem o cessar da vida. O próprio Jesus
esteve com Moisés e Elias no evento da transfiguração. Moisés e Elias estavam
vivos e participativos naquele evento. Jesus trata a morte como a separação do
espírito do corpo, mas não como o fim da vida ou uma interrupção da vida. A
vida não cessa. Os que morrem em Cristo hoje já passam a habitar com ele na
glória. Nós que estamos vivos pela graça de Deus, vivemos nesta expectativa,
nesta esperança. Portanto chorarmos a ausência de quem amamos é plausível e
aceitável, até mesmo natural. Contudo não é natural para nós cristãos não
aceitarmos que aqueles que amamos desfrutem do amor e da fidelidade de Deus na
glória. Se todos nós desejamos estar lá, por que não aceitarmos que a nossa
mãe, o nosso pai, o filho, a filha se encontrem antes de nós com Jesus? Não
cremos que lá é o melhor lugar para estar? Por que desejar que eles continuem
aqui? Para cuidar de nós? Eles estariam mais felizes aqui do que no céu?
A última hipótese levantada pelos estudiosos da Bíblia é
que Jesus chorou por indignação diante o sofrimento que o pecado e morte
estavam causando sobre o ser humano.
4 – POR INDIGNAÇÃO DIANTE O SOFRIMENTO
CAUSADO PELO PECADO E PELA MORTE
Alguns
comentaristas, como J. Ramsey Michaels, um teólogo americano, defendem a tese
de que Jesus chorou de ira e indignação contra o pecado e a morte que aprisionam
todos os seres humanos impedindo-os de contemplarem a vida abundante oferecida
pelo Pai desde o princípio da criação.
Esta hipótese é
defendida pelos teólogos devido ao significado da palavra grega encontrada no
verso trinta e oito, deste capítulo. Mas é importante recordarmos o que
aconteceu um pouco antes.
Segundo João, Jesus
se agitou no espírito e se perturbou ao ver Maria e as demais pessoas chorando,
vindo a derramar lágrimas silenciosas, que foram vistas pelos que estavam
presentes. Logo em seguida, novamente se
comoveu profundamente conforme lemos no verso trinta e oito:
38a Jesus, outra vez profundamente comovido (ἐμβριμώμενος - embrimōmenos), foi até o sepulcro. (João 11.38a)
Jesus que já
estava perturbado, incomodado interiormente ao ponto de escorrer lágrimas em
sua face, diz o texto “outra vez profundamente comovido”. A tradução
profundamente comovido, da palavra grega embrimōmenos, quebra a ideia anterior, interrompe o processo de
perturbação, de indignação sentida por Jesus.
A expressão
grega “ἐμβριμώμενος - embrimōmenos”,
que já vimos aqui em uma de nossas reflexões, significa “bufando”. Pense no
touro que olha para o toureiro bufando. Jesus ficou furioso, não fora de
controle, mas furioso diante o que seus olhos viam. Outra vez bufou seria a
tradução.
Mas o que Jesus viu
que o fez bufar? Certamente sua indignação não se voltava contra Marta e Maria
e nem contra os judeus que lá se encontravam, como já afirmamos. A única
resposta plausível é que Jesus se indignou com a dor que a morte trazia sobre
seus amigos e sobre toda humanidade.
Jesus bufou porque se irou interiormente por ver a
morte vencendo sobre sua criação. Ele não criou um mundo e seres feitos a sua
própria imagem e semelhança para sofrerem, para morrerem, para chorarem pela
dor e separação dos que amam. Ele criou um mundo perfeito, mas o pecado tornou
o homem mau, tornou a terra maldita e trouxe a morte sobre toda criação. Foi
este sentimento que O levou a derramar lágrimas silenciosas.
Tenho dito lágrimas silenciosas porque Jesus não
chorou de forma expressiva, mas foi um choro contido, silencioso. Lágrimas
escorreram de seus olhos devido à dor que sua alma estava sentindo por ver a
agonia que as pessoas estavam vivendo naquele lugar, por causa da morte.
Pessoalmente acredito nesta hipótese. Jesus chorou,
não conseguiu impedir que lágrimas escorressem em sua face porque sendo Deus, o
Criador, era dolorido ver sua criação sofrendo. Chorou de indignação diante o
sofrimento causado pelo pecado e pela morte aos seres humanos.
Acredito que este foi um dos momentos mais difíceis
para Jesus lidar com as duas naturezas que possuía. Assistir a dor, ao
sofrimento causado pelo pecado e pela morte sobre a vida de seus amigos
íntimos, a quem Jesus amava, o perturbou de tal forma que ele chegou a bufar.
Contudo Jesus não usurpou o ser igual a Deus. Ele permaneceu submisso à vontade
do Pai. Jesus sabia que só poderia derrotar a morte definitivamente na cruz.
O cordeiro de Deus na cruz venceu a morte e
ressuscitou ao terceiro dia garantindo a todos que Nele crê a vida eterna.
REFLEXÃO
FINAL
Quando passamos por circunstâncias difíceis, como
enfermidades, dificuldades econômicas, conflitos relacionais e especialmente o
sofrimento e a perda de pessoas amadas, quase sempre somos tomados pela
sensação de que Deus nos abandonou. O sofrimento parece trazer junto com ele
uma voz irônica sussurrando aos nossos ouvidos: “Por que você está sofrendo,
não é um filho amado de Deus? Você não é uma filha amada de Deus? Você não
disse que Deus ama você? Então, por que você está sofrendo?”.
Entretanto a história da morte e ressurreição de
Lázaro nos apresenta alguns ensinamentos.
· Primeiro: Aprendemos que mesmo sendo amados por Jesus estamos
sujeitos ao sofrimento. O sofrer ainda faz parte de nossa história. Se alguém
de sua casa está doente ou sofrendo, se alguém de sua casa durante este período
de epidemia veio a falecer ou vier a falecer, saiba que Deus continua amando
você.
· Segundo: Podemos e devemos chorar. O choro não significa falta
de fé, mas é uma expressão verdadeira de nossos sentimentos. Chorar diante a
dor, a tristeza e a morte é sinal de que existe vida em nós. Devemos chorar não
mais pelo sentimento de impotência diante dela, pois em Cristo Jesus vencemos a
morte, mas chorarmos pela dor da separação temporária daqueles que amamos.
Chorarmos de saudade, mas sem perdermos a fé de que nos encontraremos na glória
e nunca mais choraremos, pois nunca mais o elo do amor será rompido, pois a
morte já não existirá mais.
· Terceiro: Jesus está sempre presente conosco. Não importa em
que circunstância sua vida se encontra, Jesus está com você. Você pode estar no
deserto, pode não estar ouvindo ou sentido a presença de Jesus, mas Ele está
com você. Você pode estar no vale da sombra e da morte, Ele está com você e não
te deixará desamparado neste vale. Jesus não só está ao seu lado, mas ele está
em você. Se você aquietar a sua alma, você será inundado pela presença Dele em
você.
· Quarto: Jesus nos ensina que a vida é contínua, não cessa com
a morte. A morte é tão somente a separação do nosso espírito de nosso corpo.
Dormir não significa que a alma entrou num estado de inconsciência. Os que
morreram em Cristo aguardam conscientes o cumprimento de toda Palavra de Deus. Os
que morrem, em Cristo Jesus já estão no paraíso, já estão habitando com Deus,
vivendo na plenitude da comunhão com Cristo, desfrutando da vida eterna
conquistada por Ele na cruz do calvário.
· Quinto: Jesus venceu a morte pra sempre! Portanto não existe
morte para os que viveram e vivem em Cristo Jesus. Ele ressuscitou e nós
ressuscitaremos com Ele, e com Ele reinaremos pra sempre! Lázaro despertou da
morte como o anúncio que também nós despertaremos da morte pelo poder de Jesus.
Glórias ao Cordeiro de Deus! Maranata! Vem Jesus! Te adoramos Senhor!
Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
21/06/2020
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