SERMÕES 153 - JACÓ: DE FUGITIVO A VENCEDOR

 

VIVENDO EPIFANIAS

JACÓ: DE FUGITIVO A VENCEDOR

 

No último domingo aprendemos através da primeira epifania vivida por Jacó que ele foi escolhido por Deus não por seus méritos. Ele era trapaceiro, traiçoeiro, alguém que confiava na sua malandragem para subir na vida, contudo Deus por sua imensa graça e fidelidade a Sua Palavra o escolheu para dar continuidade ao projeto de redenção da humanidade que Ele havia iniciado através de Abraão. Jacó herdou a promessa de Deus que havia sido entregue a seu avô, Abraão.

Agora nós vamos iniciar nossa mensagem de hoje vendo a reação de Jacó e sua oração ao acordar de sua primeira experiência de epifania com Deus (Gênesis 28.16-22).

 

1 – A REAÇÃO E ORAÇÃO DE JACÓ DIANTE A VISITAÇÃO DE DEUS

16 Quando Jacó acordou do sono, disse: "Sem dúvida o Senhor está neste lugar, mas eu não sabia!" 17 Teve medo e disse: "Temível é este lugar! Não é outro, senão a casa de Deus; esta é a porta dos céus". 18 Na manhã seguinte, Jacó pegou a pedra que tinha usado como travesseiro, colocou-a de pé como coluna e derramou óleo sobre o seu topo. 19 E deu o nome de Betel (Casa de Deus) àquele lugar, embora a cidade anteriormente se chamasse Luz. 20 Então Jacó fez um voto, dizendo: "Se Deus estiver comigo, cuidar de mim nesta viagem que estou fazendo, prover-me de comida e roupa, 21 e levar-me de volta em segurança à casa de meu pai, então o Senhor será o meu Deus. (Gênesis 28.16-21)

Jacó teve medo de Deus. Acredito que a reação de Jacó não poderia ser outra. Ele vivia a vida guiada por seus princípios e valores, se aproveitando das fraquezas das pessoas. Ele não levava o Deus de seus pais a sério. Ele não tinha um relacionamento com Deus. De repente Deus o visita através de um sonho, e este sonho foi muito real para Jacó, a ponto de ele afirmar “Sem dúvida o Senhor está neste lugar”.

Jacó se da conta que o Deus de seus pais é real, e ele que desprezava Deus, que o ignorava em sua vida, passa a sentir medo Dele. Possivelmente movido pelo medo e desconhecimento que tinha de Deus, Jacó faz um voto a Deus.

O voto de Jacó é uma oração a Deus, mas é um voto de tolo, uma oração de tolo.  

Vamos recordar a promessa feita por Deus a Jacó (Gênesis 28.13 e 15):

13 "Eu sou o Senhor, o Deus de seu pai Abraão e o Deus de Isaque. Darei a você e a seus descendentes a terra na qual você está deitado. [...] 15 Estou com você e cuidarei de você, aonde quer que vá; e eu o trarei de volta a esta terra. Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi". (Gênesis 28.13,15)

Deus já havia dito: “Darei a você a terra na qual você está deitado” (Sua promessa), “Estou com você” (Sua presença), “Cuidarei de você” (Sua provisão) e “Não o deixarei” (Sua garantia). Embora Deus já tivesse prometido a ele todas as bênçãos possíveis, ao acordar Jacó tenta negociar com Deus.  

Deus não havia pedido nada a Jacó, simplesmente disse que iria abençoa-lo, mas ele diz para Deus: “Se você estiver comigo, cuidar de mim e me prover comida e roupa, então o Senhor será o meu Deus”.  A palavra “então” está condicionando Deus à servidão. Jacó está propondo uma barganha a Deus. Ele está tentando comprar Deus. Essa é uma oração tola, um voto descabido. Jacó está tratando Deus como tratou seu irmão Esaú.

Jacó traiçoeiramente estava tentando tomar o lugar de Deus, aprisionando-O a condição de seu servo. O que ele estava dizendo a Deus é algo mais ou menos assim: “Faz o que estou te pedindo e eu te considerarei o meu Deus”.

Muitas pessoas estão se relacionando com Deus dessa forma, tentando negociar com Ele milagres, prosperidade e proteção. Assim como Jacó, pensam que podem comprar Deus e manipulá-Lo através de jejuns, correntes de orações, pagando dízimos, comprando objetos de fetiches gospel e outros mecanismos. O que realmente faz com que Deus te conceda bênçãos é o que você entrega do seu coração para Ele. Deus busca corações quebrantados e sinceros, que O reconheçam como o Deus de suas vidas. Que estejam dispostos a viverem inteiramente para Ele, por aquilo que Ele é e não pelo que podem obter Dele.

Deus é Deus sobre tudo e sobre todos! Deus não precisa realizar nada para mim, nem para você, nem para ninguém para que Ele seja Deus, assim como não precisava realizar nada para Jacó. Deus não precisa provar para ninguém que Ele é Deus. Ele é Deus e ponto final. Deus não depende de você crer Nele para que Ele seja Deus sobre sua vida e sobre todo universo. Deus é Deus independente de sua decisão pessoal de servi-lo ou não.

Nós precisamos reconhecê-lo como Deus. Nós precisamos estabelecer com Ele uma relação pessoal, pois sem que Jesus Cristo se torne o Senhor de nossas vidas, estamos condenados à morte eterna.

Jacó acordou do sono, mas ainda não havia se despertado espiritualmente para reconhecer que era ele que precisava de Deus e não Deus dele. Ele ainda não tinha caído em si para perceber quem de fato era e que o caminho que estava trilhando era de morte, e que se não se rendesse aos cuidados do Deus de seus pais iria encontrar não só a morte física, mas a morte eterna. Ele teve medo de Deus por não conhecê-lo, mas viu em seu primeiro encontro com Deus uma oportunidade para tentar negociar com Ele.

Apesar de sua oração tola, Deus por amor e fidelidade a Sua palavra, dada a Abraão e a Isaque, não abandona Jacó. Depois de sua proposta tola ele segue em direção a Mesopotâmia, a cidade de Harã. Entretanto não demorou para que o malandro Jacó se tornasse vitima de uma malandragem. Vejamos como Labão, seu tio, o enganou.

 

2 – LABÃO ENGANA JACÓ

Jacó perito em enganar, em fazer negociações traiçoeiras, usando das fraquezas das pessoas acaba experimentando de seu próprio veneno. Jacó é enganado por seu tio Labão, em sua noite de núpcias, que usa de seu desconhecimento referente ao costume local de primeiro casar a filha mais velha, para depois casar a mais nova e também de seu estado de vulnerabilidade causado possivelmente pelo vinho e pela escuridão da noite. 

Jacó havia se apaixonado pela filha mais nova de Labão, Rachel. Apaixonado por Rachel, Jacó negocia com Labão os termos para se casar com ela.

Lia, a irmã mais velha de Rachel, ainda não havia se casado. Entretanto Labão se comprometeu a entregar Rachel em troca de sete anos de trabalho de Jacó. Diz a Bíblia que Jacó amava tanto a Rachel que os sete anos de trabalho para Labão, seu sogro, lhe pareceram poucos dias.

Chegado o dia do casamento, Labão deu uma grande festa. Lia, a irmã mais velha de Rachel, ainda não havia se casado.  Jacó possivelmente após ter bebido um pouco e também ter se deitado no escuro não percebeu que seu sogro havia deixado em sua tenda a filha mais velha. Ele deitou-se com ela, fez sexo, e somente quando amanheceu percebeu que havia sido enganado.

25 Quando chegou a manhã, lá estava Lia. Então Jacó disse a Labão: “Que foi que você me fez? Eu não trabalhei por Raquel? Por que você me enganou?” (Gênesis 29.25)

O sexo na Bíblia é a aliança que valida o casamento. Jacó quando vê Lia na cama foi tirar satisfação com seu sogro que o havia enganado. Labão diz para ele que era costume que primeiro a filha mais velha se casasse e somente depois a mais nova. Labão se aproveitou do desconhecimento de Jacó com relação ao costume daquela terra, para tirar proveito da situação e casar sua filha mais velha, Lia.

Entretanto Labão faz uma nova proposta a Jacó, que ele trabalhasse mais sete anos por Rachel. Jacó aceita a proposta, mas desta vez recebe Rachel antes como sua esposa. Jacó durante todo o período em que trabalhou para seu sogro provou a ele que tinha condições de cuidar de suas filhas.

  Vou aproveitar a deixa dessa história e dizer duas palavras para todas as meninas e meninos que pretendem se casar.

·    Primeira palavra: Jacó trabalhou sete anos para se casar com Lia e depois mais sete anos como pagamento por Rachel. Meninas só casem com meninos que provam ter capacidade de cuidar de vocês. Só casem com homens que gostam de trabalhar. Meninos se vocês desejam ter uma mulher como esposa, primeiro provem a elas e a família delas que podem sustenta-las, que podem assumir os custos de uma vida a dois.

·    Segunda Palavra: Meninas não façam sexo antes de se casarem. Jacó só conheceu suas mulheres depois de casado. Se vocês querem tornar seus namorados homens, diga a eles que só terão vocês quando estiverem casados. Homens que fazem sexo com suas namoradas antes de se casarem tendem a eternizarem a adolescência deles. Eles passam a gostar de viverem o prazer do sexo sem a responsabilidade. Querem sexo, beijos e abraços, mas descompromissados do cuidado e responsabilidade para com a vida de vocês meninas.

Jacó depois de alguns anos trabalhando para seu sogro Labão, período este em que acumulou muitas riquezas para si e para seu sogro, fruto agora de seu trabalho honesto e da bênção de Deus sobre ele, decide voltar para a casa de seus pais, sob a orientação de Deus. Jacó chegou à terra de seu sogro fugindo de seu irmão, Esaú; agora Jacó volta para sua terra fugindo de seu sogro, Labão. 

 

3 – JACÓ VOLTA PARA SUA TERRA FUGINDO DE LABÃO

Os filhos de Labão passaram a invejar a prosperidade de Jacó e ele decide fugir da presença de Labão e retornar para a terra de seus pais. Mais uma vez Jacó age, como um fugitivo, na calada da noite foge, se escondendo das pessoas, sem coragem de encarar seus problemas de frente e resolvê-los.

Jacó não conseguiu se apropriar da promessa de Deus que cuidaria dele e procurou mais uma vez resolver a situação de seu jeito. Labão decide ir atrás de Jacó para que este prestasse contas a ele. Deus intervém e diz para Labão não fazer nenhum mal a Jacó. Quando Labão alcança Jacó e toda sua casa diz a ele as seguintes palavras:

29 Tenho (Labão) poder para prejudicá-los; mas, na noite passada, o Deus do pai de vocês me advertiu: ‘Cuidado! Não diga nada a Jacó, não lhe faça promessas nem ameaças’. (Gênesis 31.29)

Por causa da intervenção de Deus Labão apenas questiona Jacó e lhe pergunta: “Por que você fugiu dessa forma? Não me deu oportunidade de beijar minhas filhas e me despedir de meus netos. Você foi insensato”. Jacó respondeu a Labão: “Tive medo”.

De fato Labão não me parece ser alguém confiável. Entretanto Jacó ainda não conseguia tomar decisões confiado em Deus. Jacó continuava sendo o mesmo Jacó que tinha partido da casa de seus pais, há vinte anos. Ele continuava fugindo de si, de sua família e de seus problemas. Jacó continuava vivendo com medo de encarar as pessoas, pois seu passado o afrontava todos os dias fazendo-o sentir-se culpado, mesmo quando não devia.

Jacó é o típico crente que reconhece a existência de Deus, mas que não confia sua vida e decisões nas mãos de Deus. Chama Jesus de Senhor, mas não se apropria das promessas e das vitórias de Jesus conquistadas na cruz. Ele ora, jejua, mas continua vivendo a velha vida, isto é, continua deixando que seus valores, princípios e medo falem mais alto diante as decisões que a vida lhe impõe. Não confia que Jesus no tempo certo irá lhe dar a vitória. Não consegue descansar sua vida nas mãos de Deus.

Não basta sabermos que Deus é real, reconhecermos sua existência, precisamos confiar nossas vidas inteiramente nas mãos Dele. Isto significa tomar todas as decisões baseadas nos valores e princípios Dele sem nos preocuparmos com as consequências destas escolhas. Escolher Deus é viver pela fé. Sem fé é impossível agradar a Deus.

Graças à intervenção misericordiosa de Deus, Jacó consegue fazer uma aliança com Labão, receber a bênção de Labão e prosseguir sua viagem de volta a sua terra. Durante sua viagem nos é revelado que Jacó era prisioneiro de seu passado.

 

4 – JACÓ PRISIONEIRO DE SEU PASSADO

Quando Jacó estava se aproximando de sua terra natal ele mandou mensageiros a Esaú, conforme lemos em Gênesis 32.3-8.

3 Jacó mandou mensageiros adiante dele a seu irmão Esaú, na região de Seir, território de Edom. 4 E lhes ordenou: "Vocês dirão o seguinte ao meu senhor Esaú: assim diz teu servo Jacó: Morei na casa de Labão e com ele permaneci até agora. 5 Tenho bois e jumentos, ovelhas e cabras, servos e servas. Envio agora esta mensagem ao meu senhor, para que me recebas bem". 6 Quando os mensageiros voltaram a Jacó, disseram-lhe: "Fomos até seu irmão Esaú, e ele está vindo ao seu encontro, com quatrocentos homens". 7 Jacó encheu-se de medo e foi tomado de angústia. Então dividiu em dois grupos todos os que estavam com ele, bem como as ovelhas, as cabras, os bois, e os camelos, 8 pois assim pensou: "Se Esaú vier e atacar um dos grupos, o outro poderá escapar". (Gênesis 32.3-8)

Jacó foi abençoado por seu pai para ser cabeça sobre seu irmão, entretanto o pecado e a culpa o transformaram em servo de seu irmão – ele chama Esaú de “meu senhor”. Quando soube que seu irmão estava vindo com quatrocentos homens, ele se encheu de medo e foi tomado de angústia, pois pensava ser o seu fim. Em sua mente culpada, Esaú estava descendo para mata-lo, e se vingar do que ele havia feito no passado. Jacó era um homem aprisionado ao passado. Embora tivesse a bênção para ser o líder, ele não conseguia se apropriar dela.

Muitas pessoas vivem como Jacó. Elas deveriam ser cabeça sobre sua casa, sobre seus negócios, sobre sua vida espiritual, mas vivem escravizadas pela culpa e pelo medo. Estão aprisionadas ao passado, a traumas que viveram na infância, na adolescência ou na juventude. Estes traumas estão destruindo um futuro bonito que elas poderiam ter, pois não conseguem viver o presente sem trazer junto o passado dolorido, frustrante e falido, e na medida, que isto acontece, elas destroem o presente, e sem o presente não se tem futuro.

Se você se encontra assim dê um basta nisto! Não deixe mais o passado destruir seu presente e consequentemente seu futuro. Encare de frente seus pecados, suas dores, seus traumas, suas taras, dê nome a eles e lance-os aos pés de Jesus. Confie sua história, sua vida a Deus. Caminhe confiado e sustentado nas promessas de Deus e não em seus sentimentos.

Jacó cheio de medo dividiu em dois grupos todos que estavam com ele, tentando salvar ao menos parte de sua família. Tomado pelo medo ele ora a Deus por livramento e mais uma vez tenta resolver a situação por seus meios. Ele começa a enviar vários rebanhos oferecendo-os ao seu irmão Esaú, com o fim de apaziguar a ira que ele pensava que seu irmão ainda guardava por ele. Era na verdade uma forma de comprar o perdão de seu irmão.

Mas ao anoitecer, em um lugar chamado Jaboque, quando Jacó ficou sozinho, Deus o visitou. Em Jaboque Jacó é transformado em Israel, de fugitivo se torna um vencedor, conforme lemos em Gênesis 32.24-30.

 

5 – JACÓ TRANSFORMADO EM ISRAEL

24 E Jacó ficou sozinho. Então veio um homem que se pôs a lutar com ele até o amanhecer. 25 Quando o homem viu que não poderia dominá-lo, tocou na articulação da coxa de Jacó, de forma que lhe deslocou a coxa, enquanto lutavam. 26 Então o homem disse: "Deixe-me ir, pois o dia já desponta". Mas Jacó lhe respondeu: "Não te deixarei ir, a não ser que me abençoes". 27 O homem lhe perguntou: "Qual é o seu nome?" "Jacó", respondeu ele. 28 Então disse o homem: "Seu nome não será mais Jacó, mas sim Israel, porque você lutou com Deus e com homens e venceu". 29 Prosseguiu Jacó: "Peço-te que digas o teu nome". Mas ele respondeu: "Por que pergunta o meu nome?" E o abençoou ali. 30 Jacó chamou àquele lugar Peniel, pois disse: "Vi a Deus face a face e, todavia, minha vida foi poupada". (Gênesis 32.24-30)

Esta passagem é cheia de mistério, mas algo é certo, o Jacó que sai dessa luta, não é o mesmo Jacó que iniciou a luta. Jacó foi transformado em Israel.

Um Homem vem lutar com Jacó. Alguns dizem ser um anjo enviado por Deus, outros acreditam que era Jesus, não encarnado, mas em forma humana. Pessoalmente acredito que era Jesus se revelando aos homens antes de sua encarnação. Estas epifanias acontecem diversas vezes no Antigo Testamento e recebem o nome de Teofania.

Este homem percebeu que não poderia dominar Jacó. O texto quer nos dizer que Deus percebeu que Jacó não deixaria de confiar em suas próprias forças, em sua malandragem, no seu jeito de resolver as coisas. Jacó não conseguiria se apropriar das promessas que foram entregues a ele pelo próprio Deus, como seu avô Abraão se apropriou. Ele não conseguiria confiar em Deus como Abraão confiou.

Vendo este homem que Jacó não mudaria sua conduta tocou na coxa de Jacó, deslocando sua coxa, e dessa forma obrigando-o a buscar apoio. Deus estava forçando Jacó a compreender pela dor que ele não poderia caminhar mais sustentado por sua própria força e astúcia. A partir daquele dia Jacó precisaria caminhar sustentado pela força de Deus.

Aquele homem não veio para matar Jacó, mas para endireitar Jacó, para mostrar a ele que tudo que ele havia alcançado foi pela graça e pelo poder de Deus e não fruto de sua astúcia e malandragem. Deslocar a coxa de Jacó foi o meio encontrado por aquele homem para fazê-lo perceber que ele não podia vencer as lutas e problemas com suas próprias forças e métodos. Depois de ter mostrado para Jacó que ele, Jacó, não poderia vencê-lo, pede para Jacó soltá-lo. Contudo da mesma forma que Jacó nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão, Jacó o agarrava e dizia que não o soltaria sem que este o abençoasse. Jacó era persistente, embora ele já tivesse a bênção de Deus, ele queria receber daquele homem à bênção. Mas antes do homem abençoa-lo disse a Jacó que ele não seria mais conhecido pelo seu nome de batismo “aquele que agarra o calcanhar”, nem pelo nome recebido por seu irmão “enganador”, mas agora seria conhecido como Israel porque “lutou com Deus e prevaleceu”.

Ao lutar com Deus Jacó não prevaleceu por sua força, capacidade ou qualquer habilidade de negociação. Jacó lutou com Deus e prevaleceu porque reconheceu sua fraqueza, porque foi sincero, porque se mostrou contrito, quebrantado e humilde. Tudo isso está expresso no desejo pela bênção. Ele implora pela bênção, sem tentar manipular, sem tentar barganhar, simplesmente pede humildemente que o homem o abençoasse. Quando aquele homem diz que Jacó passaria a se chamar Israel, isto significava que Deus reconheceu que Jacó naquela noite havia se transformado em um novo homem. Jacó foi transformado em Israel, um lutador, um vencedor. Sua persistência fez com que o homem antes de sair o abençoasse, por isso prevaleceu.

 

REFLEXÃO FINAL

Quero concluir dizendo para você que Deus não tem pressa em transformar sua vida. Só Ele de forma graciosa acolhe suas fraquezas. Ele continua acreditando em você apesar das pisadas na bola, do desvio de caminho, mas Ele não desiste de você.  

O Deus que se revelou em Betel, do seu Betel, falo daquele lugar onde Ele se apresentou para você como Deus de amor, Ele quer te conduzir na direção de “Jaboque”, num lugar onde Ele possa mostrar a você quem você é de fato, mostrar suas fraquezas e falhas, não para te humilhar, mas para que você possa parar de lutar com suas forças, de se esconder e deixá-Lo te ajudar a vencer e a por em ordem seu mundo. Deus te ama muito e só deseja ajudá-lo, mas você precisa confiar Nele.

Em Betel nós oramos a partir de nós mesmos, sem conhecermos quem Deus realmente é para nós, sem compreendermos seu valor para nós, sem reconhecermos quem de fato nós somos, mas em Jaboque oramos com humildade, com temor, não mais dominados por nossa própria vontade e força. Em Jaboque oramos rendidos ao amor e poder de Deus. Em Jaboque o Deus que é, que foi e que sempre será o único Deus se torna o nosso Deus. Em Jaboque deixamos de ser fugitivo e nos tornamos mais que vencedores em Cristo Jesus. Em Jaboque alcançamos a bênção, pois nossos olhos da fé se abrem para a realidade da presença de Jesus em nós e nos tornamos mais que vencedores. Deus te abençoe.

 

 

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

25/10/2020