VÁ PARA CASA
O tema de nossa mensagem de hoje é “Vá Para Casa”. Este sermão trata da
história de um homem, mas não de um homem qualquer, um homem endemoniado que
conheceu o verdadeiro sentido do natal. Sim! É a história de um homem
endemoniado que nasceu de novo. O primeiro destaque que gostaria de fazer é
para a realidade existencial deste homem endemoniado.
1 - A REALIDADE EXISTENCIAL DO HOMEM ENDEMONIADO
1 Eles atravessaram o mar e foram
para a região dos gerasenos.
2 Quando
Jesus desembarcou, um homem com um espírito imundo veio dos sepulcros ao seu
encontro. 3 Esse homem vivia nos sepulcros, e ninguém conseguia
prendê-lo, nem mesmo com correntes; 4 pois muitas vezes lhe haviam
sido acorrentados pés e mãos, mas ele arrebentara as correntes e quebrara os
ferros de seus pés. Ninguém era suficientemente forte para dominá-lo. 5 Noite
e dia ele andava gritando e cortando-se com pedras entre os sepulcros e nas colinas.
(Marcos 5.1-5)
O homem foi criado por Deus à sua imagem e semelhança.
Uma das características dada ao ser humano que o torna semelhante a Deus é a
capacidade de raciocinar que o possibilita a criar coisas a partir das coisas
criadas e tomar decisões livremente.
O Evangelho diz que este homem estava possuído por uma legião de
espíritos malignos que o transformaram em um ser repulsivo, nojento, imundo,
matando toda humanidade existente nele, roubando-lhe a capacidade de criar e
tomar decisões livremente, transformando-o literalmente em um zumbi.
Este homem fixou sua casa entre os túmulos, onde residiu por dias e
noites, e era o terror de todos os que passavam. As autoridades tentaram conter
ele. Não sendo possível tratá-lo como se trata um ser humano, eles o
aprisionaram com grilhões e correntes, mas no momento de maior intensidade de
sua loucura, ele rompeu as amarras e quebrou os grilhões em pedaços.
Tentativas foram feitas para recuperá-lo, mas ninguém podia subjugá-lo.
Ele foi pior que as feras, pois as feras podiam ser domesticadas, mas sua
natureza feroz, instigada pelos demônios não se dobrava a ninguém.
Ele era um sofrimento para si mesmo, noite e dia, gritava como um animal
ensandecido, ferindo-se com pedras afiadas e torturando seu pobre corpo das
maneiras mais terríveis.
Assim como este homem possesso que perdeu sua capacidade de criar e
fazer escolhas livremente, nós desde a queda de Adão, no Éden, também perdemos
nossa capacidade de criar e fazer escolhas livremente. Embora possamos pensar
que somos livres, na verdade somos escravos de um sistema maligno que governa o
mundo que conhecemos.
Mas quando tudo parecia perdido para aquele homem, Jesus Cristo entra em
sua história, e com algumas poucas palavras mudou sua vida.
2 – UM ENCONTRO
COM JESUS O SALVADOR
6 Quando ele viu Jesus de longe,
correu e prostrou-se diante dele, [...] 15 Quando se aproximaram de Jesus,
viram ali o homem que fora possesso da legião de demônios, assentado, vestido e
em perfeito juízo; e ficaram com medo. (Marcos 5.6,15)
O homem endemoniado foi liberto em um instante. Então, ele caiu
aos pés de Jesus, livre dos demônios que o atormentavam se tornou um ser
racional, um homem inteligente, e mais um convertido ao Salvador, Jesus Cristo.
Jesus libertou aquele homem literalmente do domínio dos demônios que o
feriam fisicamente, mas também o libertou do domínio dos demônios que o
transformavam em um animal irracional, incapaz de criar e fazer escolhas livremente,
levando-o a morar nos sepulcros e o impossibilitando de se relacionar com Deus.
Assim também Jesus fez por nós. Estávamos cegos em nosso entendimento,
guiados pela cultura do mundo, seguindo como um boi em uma manada de bois o
curso deste mundo regido pelo maligno. Vivíamos para satisfazer os desejos de
nossa carne e por isso merecedores da ira de Deus. Mas Jesus nos libertou do
domínio de Satanás, nos tornou capaz de percebermos o mal que rege o sistema
funcional do mundo dos homens e nos fez livres para adorarmos a Deus, como fez
aquele que esteve endemoniado.
A gratidão daquele que esteve endemoniado se expressa de uma forma viva,
contagiante e espontânea. Vejamos o impacto de um coração agradecido na vida de
uma pessoa.
3 – O IMPACTO DE
UM CORAÇÃO AGRADECIDO
18 Quando Jesus estava entrando no
barco, o homem que estivera endemoninhado suplicava-lhe que o deixasse ir com
ele. 19 Jesus não o
permitiu, mas disse: "Vá para casa, para a sua família e anuncie-lhes
quanto o Senhor fez por você e como teve misericórdia de você". 20 Então,
aquele homem se foi e começou a anunciar em Decápolis quanto Jesus tinha feito
por ele. Todos ficavam admirados. (Marcos 5.18-20)
Somente quem reconhece seu estado de miserabilidade, de total
incapacidade de mudar sua própria história consegue ser grato por inteiro, de
todo coração e com toda sua força, como foi este homem.
Todo coração agradecido é tomado por dois sentimentos: um forte desejo
de honrar aquele que o salvou e de compartilhar a salvação para que outros
também sejam salvos.
Quero deixar claro que não estou falando de gratidão por alguém ter
aberto a porta do carro para você ou por ter comprado um presente para você.
Estou falando de uma gratidão que nasce do reconhecimento de que sua vida foi
salva. A gratidão de alguém que está à beira da morte, que se vê incapaz de se
salvar, mas de repente se vê cheia de vida porque alguém estendeu a ela a mão.
Vemos neste homem o impacto de um coração agradecido, pois sua primeira
reação foi querer honrar a Jesus, seguindo-o como seu discípulo. Diz o texto
que ele suplicava a Jesus que o deixasse ir com ele. Embora sua motivação era
boa e pura, Jesus insiste para que ele voltasse para sua casa e anunciasse o
que ele havia feito em sua vida.
Jesus sabia que aquele homem que recebera esperança estava pronto para
esperançar na vida de outros, que recebera misericórdia estava pronto para ser
misericordioso, por isso o mandou ir anunciar a salvação que recebera de Deus
por meio de Jesus seu filho.
Assim deve ser comigo e com você que recebeu a salvação por meio de
Jesus. Seu coração deve ser inteiramente grato e tomado pelo desejo de honrar a
Jesus e compartilhar a salvação para que outros também sejam salvos e se
alegrem com você. O Natal é uma data ideal para compartilhar o evangelho com
amigos e familiares.
4 – NATAL TEMPO
DE COMPARTILHAR O EVANGELHO
A fé cristã não rompe os vínculos de relação familiar. Ela não separa os
homens de suas famílias, nem os torna estrangeiros a seus parentes. É verdade
que algumas pessoas em determinadas culturas ao aceitarem Jesus Cristo como
Salvador são expulsas de sua casa, mas não é o cristão que abandona a família,
é a família que o expulsa de sua presença.
O cristianismo faz um marido se tornar um marido melhor, faz uma mulher se
tornar uma esposa melhor do que era antes. Não me livra de meus deveres como um
filho, mas me faz um filho melhor, bem como um pai melhor. Em vez de
enfraquecer o meu amor, me ensina a amar além de mim mesmo.
Quem dera houvesse mais natais no ano, pois nesse dia todos paramos para
nos reunirmos com a família ou com amigos. Todos estão com o coração aberto
para o próximo, cheios de sentimentos de gratidão pela vida, desejosos de
compartilhar um pouco de si mesmo para alguém. Por isso o natal é tempo de
compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo. Então faço das palavras de Jesus as
minhas palavras: "Vá
para casa, para a sua família e anuncie-lhes (neste natal) quanto o
Senhor fez por você e como teve misericórdia de você". (Marcos 5.19)
5 – COMO DEVO ANUNCIAR
O EVANGELHO?
Sei que algumas pessoas se sentem inseguras de falar a
respeito de Jesus. Pensam que precisam fazer um curso de teologia para pregar.
Mas não é isso que Jesus está dizendo. Preste atenção, Jesus disse ao homem: "... anuncie-lhes quanto o
Senhor fez por você e como teve misericórdia de você". (Marcos 5.19)
Jesus disse aquele homem e está dizendo a nós hoje para
anunciarmos o que ele fez por nós e como teve misericórdia de nossas vidas.
Você estava condenado a morte eterna, mas Jesus te salvou morrendo em seu
lugar. Conte sua experiência de como descobriu essa verdade e como ela mudou
sua vida a seus familiares, a seus amigos, vizinhos e a todos que você tiver
oportunidade.
É para ser um relato de experiência pessoal: "... anuncie-lhes quanto o
Senhor fez por você e como teve misericórdia
de você". Você não deve ir para casa para pregar. Você não deve buscar temas
doutrinários e discorrer sobre eles, e se esforçar para que as pessoas pensem e
tenham a mesma opinião que você. Você não está indo pra casa para defender o
que acredita, mas para compartilhar o que você sentiu ao encontrar-se com
Jesus.
Você deve compartilhar o que você realmente conhece por você mesmo, não
as grandes coisas que você leu, mas as grandes coisas que o Senhor fez por
você.
Vá para casa e conte a história do pobre pecador, que se encontrava
atormentado pela culpa, pelo medo, que não conseguia encontrar paz, até que
Jesus entrou em sua história. Conte a sua história. Vá para casa e abra seu
diário, de registro das ações de Deus na sua vida, e apresente a seus amigos as
histórias do Deus gracioso. Conte a eles das grandes obras que Deus operou em sua
vida.
CONCLUSÃO
Neste Natal encha seu coração de gratidão, honre a Deus e compartilhe o
Evangelho de Jesus Cristo. Não se preocupe como as pessoas reagiram a sua
história de natal, mas pense em como Jesus reagirá ao vê-lo falando e
compartilhando do que ele fez na sua vida.
Seja intencional e faça desse natal a oportunidade para tornar conhecido
o amor de Deus a todos seus familiares e amigos. Compartilhe o Evangelho para
que sua casa e seus amigos possam vivenciar o verdadeiro natal, isto é, eles
possam passar pela experiência do novo nascimento. Portanto “vá para casa” e
anuncie o evangelho de Jesus Cristo.
Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
06/12/2020
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