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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

SERMÕES 160 - VÁ PARA CASA

 

VÁ PARA CASA

 

O tema de nossa mensagem de hoje é “Vá Para Casa”. Este sermão trata da história de um homem, mas não de um homem qualquer, um homem endemoniado que conheceu o verdadeiro sentido do natal. Sim! É a história de um homem endemoniado que nasceu de novo. O primeiro destaque que gostaria de fazer é para a realidade existencial deste homem endemoniado.

 

1 - A REALIDADE EXISTENCIAL DO HOMEM ENDEMONIADO

1 Eles atravessaram o mar e foram para a região dos gerasenos. 2 Quando Jesus desembarcou, um homem com um espírito imundo veio dos sepulcros ao seu encontro. 3 Esse homem vivia nos sepulcros, e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com correntes; 4 pois muitas vezes lhe haviam sido acorrentados pés e mãos, mas ele arrebentara as correntes e quebrara os ferros de seus pés. Ninguém era suficientemente forte para dominá-lo. 5 Noite e dia ele andava gritando e cortando-se com pedras entre os sepulcros e nas colinas. (Marcos 5.1-5)

O homem foi criado por Deus à sua imagem e semelhança. Uma das características dada ao ser humano que o torna semelhante a Deus é a capacidade de raciocinar que o possibilita a criar coisas a partir das coisas criadas e tomar decisões livremente.

O Evangelho diz que este homem estava possuído por uma legião de espíritos malignos que o transformaram em um ser repulsivo, nojento, imundo, matando toda humanidade existente nele, roubando-lhe a capacidade de criar e tomar decisões livremente, transformando-o literalmente em um zumbi.

Este homem fixou sua casa entre os túmulos, onde residiu por dias e noites, e era o terror de todos os que passavam. As autoridades tentaram conter ele. Não sendo possível tratá-lo como se trata um ser humano, eles o aprisionaram com grilhões e correntes, mas no momento de maior intensidade de sua loucura, ele rompeu as amarras e quebrou os grilhões em pedaços.

Tentativas foram feitas para recuperá-lo, mas ninguém podia subjugá-lo. Ele foi pior que as feras, pois as feras podiam ser domesticadas, mas sua natureza feroz, instigada pelos demônios não se dobrava a ninguém.

Ele era um sofrimento para si mesmo, noite e dia, gritava como um animal ensandecido, ferindo-se com pedras afiadas e torturando seu pobre corpo das maneiras mais terríveis.

Assim como este homem possesso que perdeu sua capacidade de criar e fazer escolhas livremente, nós desde a queda de Adão, no Éden, também perdemos nossa capacidade de criar e fazer escolhas livremente. Embora possamos pensar que somos livres, na verdade somos escravos de um sistema maligno que governa o mundo que conhecemos.

Mas quando tudo parecia perdido para aquele homem, Jesus Cristo entra em sua história, e com algumas poucas palavras mudou sua vida.

 

2 – UM ENCONTRO COM JESUS O SALVADOR

6 Quando ele viu Jesus de longe, correu e prostrou-se diante dele, [...] 15 Quando se aproximaram de Jesus, viram ali o homem que fora possesso da legião de demônios, assentado, vestido e em perfeito juízo; e ficaram com medo. (Marcos 5.6,15)

O homem endemoniado foi liberto em um instante.  Então, ele caiu aos pés de Jesus, livre dos demônios que o atormentavam se tornou um ser racional, um homem inteligente, e mais um convertido ao Salvador, Jesus Cristo.

Jesus libertou aquele homem literalmente do domínio dos demônios que o feriam fisicamente, mas também o libertou do domínio dos demônios que o transformavam em um animal irracional, incapaz de criar e fazer escolhas livremente, levando-o a morar nos sepulcros e o impossibilitando de se relacionar com Deus.

Assim também Jesus fez por nós. Estávamos cegos em nosso entendimento, guiados pela cultura do mundo, seguindo como um boi em uma manada de bois o curso deste mundo regido pelo maligno. Vivíamos para satisfazer os desejos de nossa carne e por isso merecedores da ira de Deus. Mas Jesus nos libertou do domínio de Satanás, nos tornou capaz de percebermos o mal que rege o sistema funcional do mundo dos homens e nos fez livres para adorarmos a Deus, como fez aquele que esteve endemoniado.

A gratidão daquele que esteve endemoniado se expressa de uma forma viva, contagiante e espontânea. Vejamos o impacto de um coração agradecido na vida de uma pessoa.

 

3 – O IMPACTO DE UM CORAÇÃO AGRADECIDO

18 Quando Jesus estava entrando no barco, o homem que estivera endemoninhado suplicava-lhe que o deixasse ir com ele. 19 Jesus não o permitiu, mas disse: "Vá para casa, para a sua família e anuncie-lhes quanto o Senhor fez por você e como teve misericórdia de você". 20 Então, aquele homem se foi e começou a anunciar em Decápolis quanto Jesus tinha feito por ele. Todos ficavam admirados. (Marcos 5.18-20)

Somente quem reconhece seu estado de miserabilidade, de total incapacidade de mudar sua própria história consegue ser grato por inteiro, de todo coração e com toda sua força, como foi este homem.

Todo coração agradecido é tomado por dois sentimentos: um forte desejo de honrar aquele que o salvou e de compartilhar a salvação para que outros também sejam salvos.

Quero deixar claro que não estou falando de gratidão por alguém ter aberto a porta do carro para você ou por ter comprado um presente para você. Estou falando de uma gratidão que nasce do reconhecimento de que sua vida foi salva. A gratidão de alguém que está à beira da morte, que se vê incapaz de se salvar, mas de repente se vê cheia de vida porque alguém estendeu a ela a mão.

Vemos neste homem o impacto de um coração agradecido, pois sua primeira reação foi querer honrar a Jesus, seguindo-o como seu discípulo. Diz o texto que ele suplicava a Jesus que o deixasse ir com ele. Embora sua motivação era boa e pura, Jesus insiste para que ele voltasse para sua casa e anunciasse o que ele havia feito em sua vida.

Jesus sabia que aquele homem que recebera esperança estava pronto para esperançar na vida de outros, que recebera misericórdia estava pronto para ser misericordioso, por isso o mandou ir anunciar a salvação que recebera de Deus por meio de Jesus seu filho. 

Assim deve ser comigo e com você que recebeu a salvação por meio de Jesus. Seu coração deve ser inteiramente grato e tomado pelo desejo de honrar a Jesus e compartilhar a salvação para que outros também sejam salvos e se alegrem com você. O Natal é uma data ideal para compartilhar o evangelho com amigos e familiares.

 

4 – NATAL TEMPO DE COMPARTILHAR O EVANGELHO

A fé cristã não rompe os vínculos de relação familiar. Ela não separa os homens de suas famílias, nem os torna estrangeiros a seus parentes. É verdade que algumas pessoas em determinadas culturas ao aceitarem Jesus Cristo como Salvador são expulsas de sua casa, mas não é o cristão que abandona a família, é a família que o expulsa de sua presença.

O cristianismo faz um marido se tornar um marido melhor, faz uma mulher se tornar uma esposa melhor do que era antes. Não me livra de meus deveres como um filho, mas me faz um filho melhor, bem como um pai melhor. Em vez de enfraquecer o meu amor, me ensina a amar além de mim mesmo.  

Quem dera houvesse mais natais no ano, pois nesse dia todos paramos para nos reunirmos com a família ou com amigos. Todos estão com o coração aberto para o próximo, cheios de sentimentos de gratidão pela vida, desejosos de compartilhar um pouco de si mesmo para alguém. Por isso o natal é tempo de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo. Então faço das palavras de Jesus as minhas palavras: "Vá para casa, para a sua família e anuncie-lhes (neste natal) quanto o Senhor fez por você e como teve misericórdia de você". (Marcos 5.19)

 

5 – COMO DEVO ANUNCIAR O EVANGELHO?

Sei que algumas pessoas se sentem inseguras de falar a respeito de Jesus. Pensam que precisam fazer um curso de teologia para pregar. Mas não é isso que Jesus está dizendo. Preste atenção, Jesus disse ao homem: "... anuncie-lhes quanto o Senhor fez por você e como teve misericórdia de você". (Marcos 5.19)

Jesus disse aquele homem e está dizendo a nós hoje para anunciarmos o que ele fez por nós e como teve misericórdia de nossas vidas. Você estava condenado a morte eterna, mas Jesus te salvou morrendo em seu lugar. Conte sua experiência de como descobriu essa verdade e como ela mudou sua vida a seus familiares, a seus amigos, vizinhos e a todos que você tiver oportunidade.

É para ser um relato de experiência pessoal: "... anuncie-lhes quanto o Senhor fez por você e como teve misericórdia de você". Você não deve ir para casa para pregar. Você não deve buscar temas doutrinários e discorrer sobre eles, e se esforçar para que as pessoas pensem e tenham a mesma opinião que você. Você não está indo pra casa para defender o que acredita, mas para compartilhar o que você sentiu ao encontrar-se com Jesus.

Você deve compartilhar o que você realmente conhece por você mesmo, não as grandes coisas que você leu, mas as grandes coisas que o Senhor fez por você.

Vá para casa e conte a história do pobre pecador, que se encontrava atormentado pela culpa, pelo medo, que não conseguia encontrar paz, até que Jesus entrou em sua história. Conte a sua história. Vá para casa e abra seu diário, de registro das ações de Deus na sua vida, e apresente a seus amigos as histórias do Deus gracioso. Conte a eles das grandes obras que Deus operou em sua vida.

 

CONCLUSÃO

Neste Natal encha seu coração de gratidão, honre a Deus e compartilhe o Evangelho de Jesus Cristo. Não se preocupe como as pessoas reagiram a sua história de natal, mas pense em como Jesus reagirá ao vê-lo falando e compartilhando do que ele fez na sua vida.

Seja intencional e faça desse natal a oportunidade para tornar conhecido o amor de Deus a todos seus familiares e amigos. Compartilhe o Evangelho para que sua casa e seus amigos possam vivenciar o verdadeiro natal, isto é, eles possam passar pela experiência do novo nascimento. Portanto “vá para casa” e anuncie o evangelho de Jesus Cristo.

 

 

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

06/12/2020

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