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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

SERMÕES 217 - TRÊS MOTIVAÇÕES PARA VIVERMOS A ÉTICA CRISTÃ

 TRÊS MOTIVAÇÕES PARA VIVERMOS A ÉTICA CRISTÃ

 

Vivemos em um mundo onde imoralidade é sinônimo de moralidade, onde mentiroso é sinônimo de sábio, onde malandro é sinônimo de esperteza, ser virgem é sinônimo de bobo. Tudo parece estar virado de cabeça para baixo, valorizamos o que deveríamos ter vergonha e temos vergonha do que deveríamos valorizar. A ética de nossos dias é não ter ética. Aqueles que guardam valores éticos são considerados fracos.

A verdade é que vivemos num mundo comandado pelo maligno e por isto o mundo no qual vivemos se encontra desta forma. Deus, em Cristo Jesus, nos libertou do poder deste mundo, mas não nos tirou do mundo. Deus nos deu uma nova vida, e com ela, uma nova ética, diferente dos padrões do mundo em que vivemos. Esta nova ética deve ser vivida por nós hoje, já neste mundo. Ao vivermos esta nova ética, a ética do Reino de Deus, passamos a vivermos na contramão deste mundo e nos tornamos tolos para aqueles que guardam a ética do mundo presente como padrão e não a ética do Reino de Deus.

Hoje quero apresentar três motivações para nós cristãos vivermos a ética cristã e não a ética propagada pelo sistema que governa o nosso mundo.

 

PRIMEIRA MOTIVAÇÃO: SOMOS CHAMADOS PARA SERMOS IMITADORES DE CRISTO

5 Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, 6 que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; 7 mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. 8 E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! (Filipenses 2.5-8)

O apóstolo Paulo ao escrever esta carta para a igreja em Filipos ele pede aos irmãos que tivessem o mesmo sentimento do nosso Senhor Jesus Cristo. Paulo estava motivando os irmãos a serem imitadores de Cristo.

Segundo Paulo, nós devemos imitar Jesus Cristo em seu ato de esvaziamento de si mesmo. Ele abriu mão de sua glória como Deus e se fez homem. Isso é algo grandioso demais da parte de Jesus. Ele fez isso por amor a mim e a você.

Jesus deixou de lado o Ser igual a Deus, se fez homem como você, sofreu as mesmas dificuldades que você tem sofrido, passou fome, teve sede, viveu conflitos internos, psicológicos como qualquer ser humano vive, foi obediente ao Pai em tudo, e está obediência o levou a morrer por pecados que não eram Dele, mas nossos.

Na cruz Jesus morreu para que você pudesse ter a vida eterna. É neste sentido que você deve imitar a Cristo, em dar a si mesmo, abrindo mão de tudo que possa impedi-lo de viver para Deus e para o próximo. Mesmo que isso te leve a uma vida de sofrimento e morte. Você deve viver de modo que as outras pessoas possam através da sua vida experimentar o amor de Deus.

Paulo não estava apresentando somente a vida terrena de Jesus como um padrão de excelência moral, isto é, Paulo não estava dizendo que porque Jesus nasceu pobre e viveu na pobreza era possuidor de um padrão moral elevado. A humildade de um homem não está na pobreza, assim como a soberba não está nos bens materiais que um homem possui. Precisamos compreender que tanto a humildade como a soberba são manifestações do nosso homem interior.

O soberbo se apega ao que possui (bens materiais, nome, status social) para se definir e se impor sobre as demais pessoas. O humilde, ele sabe quem é, sabe o que possui, e não deixa que o seu ser seja definido pelo que tem. Seja ele pobre ou rico, ele sempre se vê como um servo de Deus e das pessoas que o cercam.

O apóstolo Paulo ao escrever sua primeira carta a Igreja de Corinto no cap. 11:1 ele diz o seguinte: "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo". Ele chama as pessoas a imitá-lo, porque Ele estava imitando a Cristo.

Paulo "foi circuncidado ao oitavo dia, era da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus, quanto à lei, fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto a justiça que há na lei, irrepreensível" (Fl 3:5-6). Por tudo isso Paulo podia esperar alguns lucros como: prestígio, influência no sinédrio, transito livre nas altas esferas do Judaísmo, amizade com altas autoridades, possessões, fama, riquezas, em fim uma carreira brilhante. Tudo isso era um grande lucro, até o dia em que ouviu Jesus falar: "Saulo, Saulo, por que me persegues?"

A maravilhosa experiência de Damasco mudou valores, conceitos, perspectivas, expectativas de Paulo e trouxe a Paulo uma nova motivação de vida. Paulo agora desejava ser um imitador de Cristo. Paulo seguiu os passos de Jesus, deixou de viver para si mesmo e passou a viver para os outros. Paulo não buscava seus próprios fins pessoais, e, sim o bem-estar daqueles a quem administrava. Deixou que Cristo vivesse sua vida ao ponto de dizer "logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim;..." (Gl 2:20).

Seja um imitador de Jesus Cristo. Que a vida de Jesus Cristo seja uma motivação para você viver a ética do Reino de Deus. Não coloque sua vida e suas necessidades acima da vontade de Deus. Abra mão de si mesmo por amor a Deus e a Jesus Cristo seu Filho.

A segunda motivação para vivermos a ética cristã é que:

 

SEGUNDA MOTIVAÇÃO: SOMOS HABITAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

19 Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? 20 Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês. (1 Coríntios 6.19,20)

O apóstolo Paulo faz uma pergunta de uma forma irônica aos irmãos de Corintos, porque eles sabiam que seus corpos pertenciam a Deus, e que eles tinham sidos comprados por Deus, por meio do sangue de Jesus, contudo estavam vivendo uma vida de frouxidão moral, usando seus corpos para prostituição.

Os irmãos de Corintos sabendo que seus corpos são morada, habitação do Espírito Santo deveriam viver nos princípios morais da ética cristã. Esta verdade é valida para nós hoje.

Por que você é habitação do Espírito Santo você deve se sentir motivado(a) a viver dentro dos princípios morais da ética cristã.

17 Mas, graças a Deus, porque, embora vocês tenham sido escravos do pecado, passaram a obedecer de coração à forma de ensino que lhes foi transmitida. (Romanos 6.17)

 

22 Mas agora que vocês foram libertados do pecado e se tornaram escravos de Deus, o fruto que colhem leva à santidade, e o seu fim é a vida eterna. (Romanos 6.22)

Antes nós éramos escravos do pecado, vivíamos dominados pelo pecado, mas agora fomos transformados em servos de Deus e deixamos de ser escravos do pecado. Paulo está nos ensinando nesta carta que nós podemos vencer o pecado porque estamos vivendo na graça; e não debaixo da lei, e porque estamos vivendo na graça podemos cumprir a lei de Deus; pois ele nos fez habitação do seu Espírito, e, é o Espírito Santo que nos capacita a cumprir a lei de Deus.

Ser habitação do Espírito Santo significa que você tem dentro de você um poder capaz de levar você a viver uma nova vida; que faz você começar a manifestar novos frutos de vida que são os "frutos do Espírito". É evidente que estes frutos não se manifestam espontaneamente, só porque você aceitou a Jesus como Senhor, mas é necessário uma vida de renuncia do velho homem, porque a carne milita contra o espírito.

24 Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. 25 Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. (Gálatas 5.24,25)

Viver no Espírito é viver pela fé, é você viver crendo que você já morreu com Cristo para o pecado e ressuscitou com Ele para uma nova vida. Andar no Espírito é você viver na prática a lei moral de Deus, é você evidenciar na sua vida os frutos do espírito, é você viver perdoando aqueles que te ofendem, é você viver servindo o teu próximo.

Saber que o Espírito Santo de Deus habita em você, que você é o templo vivo de Deus é uma grande motivação para você viver a ética cristã.

A terceira motivação para vivermos a ética cristã é:

 

TERCEIRA MOTIVAÇÃO: O AMOR

12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu os amei. (João 15.12)

A mais importante motivação para vivermos a ética cristã é o amor. O amor é a lei de Cristo. "Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo" (Gl 6:2) esta foi à palavra que Paulo deu aos irmãos que viviam na região da Galácia.

É vivendo o amor que cumprimos a lei de Cristo. Isto quer dizer que toda conduta ética pode estar contida no principio do amor. O amor cumpre as exigências da lei. O Espírito Santo é o Espírito de amor, o fruto do Espírito não é nada mais que um comentário sobre o primeiro fruto, mostrando como o amor atua (Gl 5:22, 23).

1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. 2 Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei. 3 Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá. 4 O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. 5 Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. 6 O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. 7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. (1 Coríntios 13.1-8)

Este amor descrito nestas linhas que acabamos de ler é o amor verdadeiro, é o amor que nos leva a vivermos de forma altruísta, nos leva a vivermos para o nosso semelhante, onde nossos desejos, sonhos e vontades estão sempre voltados para o nosso próximo. Este amor é prático, se manifesta por meio de ações e não de sentimentos.

É no amor que encontramos razão para nos abstermos de alimentos que a nossa fé permite comer ou de procedimentos que a nossa fé permite realizarmos; contudo nos abstemos, em amor, por causa de alguns que são fracos na fé.

É óbvio que tal abstinência seja recomendada apenas em casos onde o irmão mais fraco seja de fato levado a pecar; de outro modo, todo o padrão de conduta, em tais questões seria decretado pelo rigorismo e imaturidade dos irmãos mais fracos.

O principio básico está claro: a liberdade pessoal tem que ser temperada pelo amor aos irmãos. Tal amor não é uma emoção, não é feito somente a quem temos afinidade ou simpatia, mas é a consideração cristã por todos em ação.

Este amor nos leva a nos vestirmos com decência para não levarmos nossos irmãos a pecar. Este amor nos leva a sermos gentil em todas as situações com o fim de mostrarmos o amor de Cristo. A sermos firmes quando necessário, mas respeitoso sempre. O amor é derramado em nossos corações. O amor por Cristo que nos motiva a vivermos dentro da ética cristã, pois quando ferimos uma vida, uma pessoa, é a Cristo que ferimos.

 

REFLEXÃO FINAL

Diante todas essas motivações eu os desafio a viverem a ética cristã; a viverem a nova vida que vos foi dada por Deus. Primeiramente sendo imitadores de Cristo, esvaziando-se de si mesmo. Segundo, como casa, morada do Espírito Santo eu os exorto a viverem e andarem no Espírito. Em terceiro lugar os façam do amor ao próximo o seu principio de vida. Que Deus os abençoe! 

 

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

07/01/2024

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