PROVA E PROVISÃO
(parte 1)
Em nossa jornada
de fé certamente seremos levados a bifurcações ou a desertos, lugares estes em
que teremos que tomar decisões baseados em nossa fé no poder e na ação de nosso
Senhor Jesus. Seremos colocados em situações em que a matemática, a lógica
humana, não conseguirá se sustentar. Neste lugar a nossa fé será provada e será
revelada a Deus se a nossa confiança está verdadeiramente Nele ou em nossas
próprias provisões.
Algumas vezes eu
e você seremos levados a este lugar de bifurcação ou de deserto isoladamente,
seremos provados como indivíduos distintos, mas também outras vezes seremos
levados a estes lugares de prova junto com a nossa comunidade.
Acredito
firmemente que nós a PIB de Itapevi chegamos neste lugar de prova, de
bifurcação ou de deserto onde nossa fé como comunidade está sendo provada. Quando
chegamos neste lugar de deserto, entre o Egito e a terra prometida, onde a
provisão está próxima, mas ainda não alcançada, pois ela só será alcançada dependendo
de como responderemos diante a prova em que estamos sendo submetido, quando
chegamos neste lugar precisamos confiar plenamente em Deus.
Este lugar é
muito perigoso, pois a voz daqueles que não creem (não estou falando de não
crer em Deus), mas daqueles que são incapazes de confiar plenamente em Deus,
que são incapazes de olhar além da matemática, da lógica humana. Estes jamais
esperarão que o mar se abra, que as muralhas caiam, que o inimigo se torne como
pão ou que andemos sobre as águas. Para estas pessoas histórias como a do rei
Josafá, descrita em 2 Crônicas 20, que foi a guerra e venceu sem lutar, sem
fazer uso de armas, apenas confiando na promessa de Deus, são apenas histórias
do passado. Estas pessoas não conseguem ver Deus agindo hoje como no passado. Pessoas
assim fizeram com que Israel ficasse rodando no deserto por quarenta anos, até
que uma nova geração se levantasse.
Precisamos
avançar com fé, enxergarmos além de nossos olhos, além da matemática e de nossa
lógica humana. Não estou falando de agirmos como loucos, imprudentes, mas de
agirmos confiantes em Deus, em Jesus nosso Senhor. Não podemos em nome da
prudência, ficarmos confiados somente no que vemos. A bíblia nos convida a essa
caminhada de fé. Eu quero refletir em uma passagem bíblica que nos convoca a crermos
além do alcance dos nossos olhos, além dos nossos números financeiros, além de
nós mesmos. Quero convidá-los a leitura do texto de João 6.1-15.
1 Algum tempo depois Jesus partiu para a
outra margem do mar da Galiléia (ou seja, do mar de Tiberíades), 2 e grande multidão continuava a segui-lo, porque vira
os sinais miraculosos que ele tinha realizado nos doentes. 3 Então Jesus subiu ao monte e sentou-se com os seus
discípulos. 4 Estava próxima a festa judaica da
Páscoa. 5 Levantando os olhos e vendo uma grande
multidão que se aproximava, Jesus disse a Filipe: "Onde compraremos pão
para esse povo comer?" 6 Fez essa pergunta
apenas para pô-lo à prova, pois já tinha em mente o que ia fazer. 7 Filipe lhe respondeu: "Duzentos denários não
comprariam pão suficiente para que cada um recebesse um pedaço!" 8 Outro discípulo, André, irmão de Simão Pedro, tomou
a palavra: 9 "Aqui está um rapaz com cinco
pães de cevada e dois peixinhos, mas o que é isto para tanta gente?" 10 Disse Jesus: "Mandem o povo assentar-se".
Havia muita grama naquele lugar, e todos se assentaram. Eram cerca de cinco mil
homens. 11 Então Jesus tomou os pães, deu graças
e os repartiu entre os que estavam assentados, tanto quanto queriam; e fez o
mesmo com os peixes. 12 Depois que todos
receberam o suficiente para comer, disse aos seus discípulos: "Ajuntem os
pedaços que sobraram. Que nada seja desperdiçado". 13 Então eles os ajuntaram e encheram doze cestos com os pedaços
dos cinco pães de cevada deixados por aqueles que tinham comido. 14 Depois de ver o sinal miraculoso que Jesus tinha
realizado, o povo começou a dizer: "Sem dúvida este é o Profeta que devia
vir ao mundo". 15 Sabendo Jesus que
pretendiam proclamá-lo rei à força, retirou-se novamente sozinho para o monte.
(João 6.1-15)
Vou destacar três ensinamentos que encontramos nestes versos. O primeiro ensinamento é que Jesus nos levará a lugares onde seremos colocados a prova.
1 – JESUS NOS LEVARÁ A LUGARES ONDE SEREMOS
COLOCADOS A PROVA
Quero começar
destacando os versos cinco e seis.
5 Levantando os olhos e vendo uma grande
multidão que se aproximava, Jesus disse a Filipe: "Onde compraremos pão
para esse povo comer?" 6 Fez essa pergunta apenas para pô-lo à prova, pois já tinha em mente
o que ia fazer. (João 6.5,6)
O texto nos
narra que uma grande multidão seguia Jesus por causa dos milagres que ele
estava fazendo. Num determinado momento Jesus se volta a Filipe e lhe pergunta:
“Onde compraremos pão para esse povo comer?”. O texto nos diz claramente que
Jesus já sabia o que iria fazer, contudo ele perguntou a Filipe com o fim de
colocá-lo a prova.
Esta é a primeira
lição deste texto: Jesus nos levará a lugares onde seremos colocados a prova,
assim como fez com Filipe.
A bíblia é
repleta dessa verdade. Ela começa contando a história de Adão e Eva que foram
colocados à prova no Éden. O que dizermos de Noé que foi chamado para construir
uma Arca sem conhecer o que era um dilúvio. Abraão que foi chamado para deixar
sua parentela, sua segurança e ir para uma terra desconhecida. O mesmo Abraão
depois foi colocado à prova novamente sendo chamado para sacrificar Isaque seu
filho. O que dizer de Moisés que após libertar o povo do Egito se vê
encurralado entre o exército egípcio e o Mar Vermelho. Eu falei a pouco de
Josafá, rei de Judá, que venceu uma guerra sem pegar em armas. O que dizer dos
amigos de Daniel que foram lançados na fornalha e do próprio Daniel jogado na
cova dos leões. O que dizer de Pedro desafiado a orar pela ressurreição de
Dorcas.
Eu poderia
continuar citando muitos outros personagens bíblicos que foram colocados a
prova. Todos os homens e mulheres de Deus foram colocados à prova em
determinados momentos de suas vidas e certamente não tinham consciência que
estavam sendo provados.
A questão é: Por
que Deus nos coloca a prova? Encontramos esta resposta em Deuteronômio 8.2.
2 Lembre-se de como o Senhor, o seu
Deus, os conduziu por todo o caminho no deserto, durante estes quarenta anos, para humilhá-los e pô-los
à prova, a fim de conhecer suas intenções, se iriam obedecer aos seus
mandamentos ou não. (Deuteronômio 8.2)
Aprendemos aqui
que Deus nos coloca a prova para conhecer nossas verdadeiras intenções, se
iremos obedecê-Lo ou não. Em outras palavras somos colocados à prova para
verificar se a nossa fé produz obras, se ela é uma fé viva. Uma fé sem obras,
segundo Tiago é morta. Uma fé sem obras e fé sem obediência ao Espírito de Deus,
sem confiança plena em Deus e em suas Palavras. Uma fé sem obras é vã, vazia,
inútil. Já diz o escritor do livro de Hebreus: “Sem fé ninguém pode agradar a
Deus”.
Quando você está
desempregado sua fé esta sendo colocada à prova. Quando você está doente sua fé
esta sendo colocada à prova. Quando você está sendo perseguido, sua fé esta
sendo colocada à prova. Quando você está sendo insultado por alguém, sua fé esta
sendo colocada à prova. Quando suas finanças não são suficientes, sua fé esta
sendo colocada à prova. Em todo tempo somos provados em nossa individualidade,
mas há tempos como este em que seremos provados como comunidade.
A pergunta de
Jesus “Onde compraremos pão para este povo comer?” ecoa hoje em nossa
comunidade. O que o Espírito de Deus está nos perguntando hoje é: “Onde
encontraremos os recursos para a continuidade da obra de Deus nesta casa”? Essa
pergunta nos leva ao segundo ponto de nossa reflexão. O segundo ensinamento que
aprendemos no texto de João 6 é que a provisão vem de Deus.
2 – A PROVISÃO VEM DE DEUS
O texto nos
deixa claro que Jesus sabia o que ia fazer antes de colocar Filipe a prova
através da pergunta: “Onde compraremos pão para este povo comer?”. Portanto
podemos concluir que Jesus sabia que não iria comprar pães para a multidão.
Jesus certamente
colocou Filipe diante aquela prova para que ele (Filipe) percebesse que sua fé
estava presa apenas ao que podia ver e compreender com sua lógica humana. Sua
fé estava presa ao modelo econômico criado pelos homens, o modelo mercadológico
de compras. A resposta de Filipe nos mostra isto, conforme podemos ler em João
6.7.
7 Filipe lhe respondeu: "Duzentos
denários não comprariam pão suficiente para que cada um recebesse um
pedaço!" (João 6.7)
Preste atenção, Jesus
não perguntou se eles tinham dinheiro para comprar pães suficientes. Jesus
perguntou onde comprariam pão para alimentar o povo? O foco da pergunta de
Jesus estava no lugar em que buscariam a provisão. Filipe olhou somente para o
que tinha na conta bancária, na sacola, se esquecendo de onde vinha à
verdadeira provisão. Ele olhou para aquela situação e avaliou a partir do
sistema mercadológico do reino dos homens.
Filipe não havia
ainda percebido, embora andasse com Jesus que ele (Jesus) não estava preso ao
modelo socioeconômico que rege o nosso mundo. O modelo de Jesus é celestial.
A fala de Jesus
com Filipe é interrompida por André, que possivelmente tendo ouvido a pergunta
de Jesus, apresentou a ele um menino com cinco pães de cevada e dois peixinhos,
conforme podemos ler em João 6.8,9.
8 Outro discípulo, André, irmão de Simão
Pedro, tomou a palavra: 9 "Aqui está um
rapaz com cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas
o que é isto para tanta gente?" (João 6.8,9)
André
diferentemente de Filipe olhou para os recursos que possuíam em mãos e não para
o que poderiam adquirir no mercado. Contudo sua pergunta “mas o que é isto para
tanta gente?” nos mostra que assim como Filipe ele apenas olhou para os
recursos humanos, visíveis, esquecendo-se de quem era o verdadeiro provedor
daqueles recursos.
A visão de
Filipe e André estavam presas ao mundo tangível. Embora seguissem a Jesus, eles
não tinham a confiança e nem a expectativa de que Jesus poderia prover
milagrosamente o pão para a multidão faminta.
Muitas pessoas
creem que Jesus as salvou do pecado e da ira de Deus, e isso é maravilhoso
demais! Contudo não conseguem realmente confiarem que Jesus é quem lhes prove o
sustento, que dele vem o pão nosso de cada dia. No fundo de seus corações
confiam na força de seu trabalho, confiam em suas realizações pessoais. Confiam
apenas no que os seus olhos podem ver, no que a lógica humana aceita como
possível.
Eu não estou dizendo
que não devemos trabalhar e esperar o pão cair do céu, isso seria loucura da
minha parte. A bíblia nos ensina que devemos trabalhar. Na verdade o trabalho
foi o meio dado por Deus a nós para nos prover o alimento diário. Entretanto
nos ensina que antes do nosso trabalho existe o trabalhar de Deus. Primeiro Ele
criou o jardim, depois ordenou ao homem para cuidar do jardim. Por isso que o
nosso trabalho produz o pão nosso, porque Deus preparou o planeta para produzir
vida antes mesmo de nós lançarmos a primeira semente na terra. Nós apenas
lançamos a semente, contudo não temos o poder de fazê-la brotar. A vida que
dela surge pelo alimento retirado da terra é vida gerada de Deus, gerada desde
o princípio da criação. Tudo que o ser humano produz por meio do seu trabalho
provem da vida gerada e criada por Deus, por isso no fim, toda provisão vem de
Deus. E o ser humano só consegue produzir porque Deus continua sustentando a
vida em nosso planeta.
O texto de João
6 quer nos ensinar que Jesus é o verdadeiro pão da vida, que somente ele sacia
a fome mais profunda do nosso ser. Ele é o verdadeiro pão que necessitamos,
entretanto não podemos negar que o texto também nos ensina que Ele é o provedor
do nosso alimento diário.
Quando andamos
com Deus não podemos ficar apoiados somente na nossa lógica humana, pois Deus
nos colocará a prova para saber onde realmente está a nossa confiança.
Voltemos para o
texto de Deuteronômio, onde o povo de Israel estava sendo provado no deserto.
Vamos ler Deuteronômio 8.2,3.
2 Lembre-se de como o Senhor, o seu
Deus, os conduziu por todo o caminho no deserto, durante estes quarenta anos,
para humilhá-los e pô-los à prova, a fim de conhecer suas intenções, se iriam
obedecer aos seus mandamentos ou não. 3 Assim,
ele os humilhou e os deixou passar fome. Mas depois
os sustentou com maná, que nem vocês nem os seus antepassados conheciam,
para mostrar-lhe que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que
procede da boca do Senhor. (Deuteronômio 8.2,3)
O texto está nos
dizendo que depois do povo de Israel passar fome, e dessa forma terem sido
colocados à prova, Deus os sustentou no deserto com maná, o pão que caia do céu,
todos os dias pela manhã. Este pão não era fruto do trabalho dos homens, mas
dadiva de Deus. O pão que caia do céu não podia ser armazenado, pois Deus lhes
daria maná diariamente e assim estavam aprendendo a confiar na provisão diária
de Deus.
Deus nos trouxe
até aqui como comunidade, nos colocou diante uma situação financeira com o fim
de nos ensinar a dependermos inteiramente Dele e a confiarmos em sua provisão
diária. Este é o melhor lugar que podemos estar, pois se olharmos além de nossa
lógica humana, se buscarmos em Deus a provisão e não em nossos próprios
recursos humanos, experimentaremos o sobrenatural de Deus como comunidade.
Graças ao nosso
Deus, isso não é um clichê, é uma verdade! Não é graças a mim e nem a você, mas
graças ao nosso Deus a nossa igreja não
deve nada a ninguém. Não temos tratado o dinheiro que Deus tem confiado a nós
de forma irresponsável, pelo contrário, temos sido zelosos, pois sabemos que um
dia prestaremos contas a Deus de cada investimento que temos feito neste lugar
e nas vidas que nos procuram por socorro.
Como eu disse
anteriormente a pergunta de Jesus “Onde compraremos pão para este povo comer?” ecoa
hoje em nossa comunidade da seguinte forma: “Onde encontraremos os recursos
para a continuidade da obra de Deus nesta casa”? Acredito que já ficou claro
para todos nós que os recursos necessários para nossa sobrevivência pessoal e
também como comunidade, como igreja local vem de Jesus.
A partir desta
certeza, de que toda provisão vem de Jesus, podemos levantar uma nova pergunta:
“Como Jesus prove os recursos necessários para o sustento de nossa igreja local
e do pão que necessitamos diariamente em nossas mesas”? Responderei esta
questão no próximo domingo.
REFLEXÃO FINAL
Eu quero
concluir essa mensagem deixando claro para você que caminhar com Jesus é caminhar
ciente de que em algum momento de sua vida você será colocado à prova de forma
individual, onde somente a sua fé será avaliada. Mas também em algum outro
momento você será colocado à prova junto com sua comunidade de fé, onde sua fé
e de sua comunidade serão colocados à prova. Neste momento lembre-se que Jesus
é seu provedor. Ele é a resposta para qualquer prova que você possa enfrentar.
O dia de sermos
provados como comunidade chegou. Eu peço a você neste momento de prova que não
se esqueça que o mar pode se abrir, que as muralhas podem cair, que o pão pode
se multiplicar. Hoje não se apoie apenas no tangível, permita crer além do que
os teus olhos veem, do que os números te dizem, pois Deus é Deus além de nossa
lógica humana. Nosso Deus não está preso as nossas leis naturais.
Ouça a voz do
Espírito de Deus que vos fala através de seus servos e não as vozes daqueles
que olham para o inimigo e enxergam somente gigantes. Cuidado com as muitas
vozes. Muitos morreram no deserto porque ouviram as vozes da multidão e não do
líder colocado por Deus. Não sejam como Filipe e André que olharam somente para
o que podiam ver e não para Jesus que tudo podia realizar. Creia no impossível,
pois Deus é Deus do impossível. Ele fará o impossível em nosso meio e em sua
vida.
Pr. Cornélio
Póvoa de Oliveira
04/02/2024
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